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Este Blog se propõe a divulgar o catolicismo segundo a Igreja Católica Apostólica Romana. Os editores do Blog, não estão autorizados a falar em nome da Igreja, não são Sacerdotes e nem donos da verdade. Buscam apenas ser humildes e anônimos missionários na Internet. É também um espaço para postagem de orações, comentários, opiniões.
Defendemos a Igreja conservadora. Acreditamos em DEUS e entregamo-nos nos braços de MARIA. Que DEUS nos ilumine e proteja. AMÉM
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O santo de hoje nasceu no ano de 1220 em Sena, Itália, dentro de um contexto familiar diferente. Ao ter nascido com uma deformação física, sua família – nobre – o renegou e o entregou a uma ama de leite, que recebeu a ordem de viver com a criança afastada deles. Isso tudo foi providência na vida de Ambrósio, porque esta ama, mulher de fé, foi uma verdadeira mãe, alimentado-o e assim, foi acontecendo a recuperação do menino.
Com uma certa idade a família o acolheu. Ambrósio estava no processo de cura interior de reconciliação, mas já os havia perdoado. Aceitou, para um bem maior, os bens terrenos que ele teve como direito, usando-os para o bem dos pobres. O castelo foi se tornando aos poucos um hospital, lugar de acolhimento aos mais necessitados. Com 18 anos renunciou a tudo e foi para os Dominicanos, tornando-se um pregador cheio do Espírito Santo. Um homem do perdão e da reconciliação. Faleceu em Sena, durante uma pregação. Morreu no serviço, no ministério.
Santo Ambrósio, rogai por nós!
São José (Jozef) Bilczewski
José (Jozef) nasceu dia 26 de abril de 1860 em Wilamowice (Polônia). Era o primeiro dos nove filhos de Francisco e Ana Fajkisz, uma família de camponeses, onde, desde cedo, aprendeu as orações e as primeiras noções do catecismo, fazendo nascer nele a fé viva que o acompanhará durante toda a vida. Em 1872, terminados os estudos primários, os pais mandaram José ao ginásio na cidade de Wadowice, onde, muitos anos mais tarde, estudou também João Paulo II. Ele dedicou-se com muito empenho aos estudos, obtendo ótimos resultados. Nesse período, participava diariamente das celebrações na igreja paroquial e decidiu entrar no Seminário Diocesano de Cracóvia, onde desenvolveu ainda mais o espírito de oração, aprofundando sua formação humana e espiritual.
Foi ordenado sacerdote a 6 de julho de 1884. Depois de um ano de trabalho pastoral com grande zelo e dedicação foi enviado para continuar os estudos em Viena e, em seguida, em Roma e Paris. Trabalhou durante muito tempo como professor de Dogmática Especial na Universidade de Leópolis. Foi nomeado Arcebispo de Leópolis para o rito latino em 17 de dezembro de 1900 e recebeu a Ordenação episcopal a 20 de janeiro de 1901.
Arcebispo de Lviv dos Latinos, foi um ponto de referência para católicos, ortodoxos e judeus durante a Primeira Guerra Mundial e nos diferentes conflitos que a seguiram. Do Coração de Jesus hauria um amor universal e dele aprendeu não só a mansidão, a humildade e a bondade, mas também a paciência nas provações que enfrentou, durante a vida.
Faleceu na sua Arquidiocese, no dia 20 de março de 1923, depois de se ter preparado santamente para a morte, que acolheu com paz e submissão como sinal da vontade de Deus. Foi proclamado santo pelo papa Bento XVI, dia 23 de outubro de 2005.
São José Bilczewski, rogai por nós!
Santa Maria Josefina do Coração de Jesus Sancho de Guerra
Maria Josefina era a primogênita de Barnabé Sancho, serralheiro, e de Petra de Guerra, doméstica. Nasceu em Vitória, Espanha, no dia 07 de setembro de 1842, tendo recebido o batismo no dia seguinte. Ficou órfã de pai muito cedo e foi sua mãe que a preparou para a Primeira Comunhão, recebida aos dez anos. Completou a sua formação e educação em Madri na casa de alguns parentes, e desde muito cedo começou a demonstrar uma grande devoção à Eucaristia e a Nossa Senhora, uma forte sensibilidade em relação aos pobres e aos doentes e uma inclinação para a vida interior.
Regressou a Vitória aos dezoito anos e logo manifestou à sua mãe o desejo de entrar num mosteiro, pois se sentia atraída pela vida de clausura. Mais tarde, costumava dizer: "Nasci com a vocação religiosa". Foi assim que decidiu entrar no Instituto Servas de Maria, recentemente fundado em Madri por madre Soledade Torres Acosta. Com a aproximação da época de fazer sua profissão de fé, foi assaltada por graves dúvidas e incertezas sobre sua efetiva chamada para aquele Instituto. Admitiu essa disposição à vários confessores, chegando até a dizer que tinha se enganado quanto à própria vocação.
Mas, os constantes contatos com o arcebispo de Saragoça, futuro Santo, Antônio Maria Claret e as conversas serenas com madre Soledade Torres Acosta, amadureceram nela a possibilidade de fundar uma nova família religiosa, que se dedicasse aos doentes, em casa ou nos hospitais. E foi assim que aos vinte e nove anos ela fundou o Instituto das Servas de Jesus, na cidade de Bilbao, em 1871.
Depois por quarenta e um anos, foi a superiora do Instituto. Acometida por uma longa e grave enfermidade que a mantinha ou no leito ou numa poltrona, sofreu muito antes de seu transito, sem contudo deixar sua atividade de lado. Através de uma intensa e expressa correspondência, solidificou as bases dessa nova família. No momento da sua morte, em 20 de março de 1912, havia milhares de religiosas, espalhadas por quarenta e três casas. A sua morte foi muito sentida em toda a região e o seu funeral teve uma grande manifestação de pesar. Os seus restos mortais foram trasladados para a Casa-Mãe, em Bilbao, onde ainda se encontram.
Os pontos centrais da espiritualidade de madre Maria Josefina podem definir-se como: um grande amor à Eucaristia e ao Sagrado Coração de Jesus; uma profunda adoração do mistério da Redenção e uma íntima participação nas dores de Cristo e na Sua Cruz; e a completa dedicação ao serviço dos doentes, num contexto de espírito contemplativo.
O seu carisma de serviço aos enfermos ficou bem claro nas palavras por ela escritas: "Desta maneira, as funções materiais do nosso Instituto, destinadas a salvaguardar a saúde corporal do nosso próximo, elevam-se a uma grande altura e fazem a nossa vida ativa mais perfeita que a contemplativa, como ensinou o Doutor angélico, São Tomás d'Aquino que falou dos trabalhos dirigidos à saúde da alma, que vêm da contemplação" (Directorio de Asistencias de la Congregación Religiosa Siervas de Jesús de la Caridad, Vitória 1930, pág. 9).
É com este espírito, que as Servas de Jesus têm vivido desde a morte de Santa Maria Josefina. O serviço dos doentes tornou-se, assim, a oblação generosa das suas vidas, seguindo o exemplo da sua Fundadora. Hoje espalhadas pela Europa, América Latina e Ásia, as Servas procuram dar pão aos famintos, acolher os doentes e outros necessitados, criar centros para pessoas idosas, desenvolvendo sempre a pastoral da saúde e outras obras de caridade. Elas também estão presentes em Portugal.
A causa da canonização de madre Maria Josefina começou em 1951; foi solenemente beatificada pelo Papa João Paulo II em 1992 e depois canonizada em 01 de Outubro de 2000, pelo mesmo pontífice, em Roma.
Santa Maria Josefina do Coração de Jesus Sancho de Guerra, rogai por nós!
Hoje São José acolhe a Igreja, da qual é o patrono e grande intercessor de todos nós
São José, protetor da Sagrada Família
Do esposo de Maria sabemos somente aquilo que nos dizem os evangelistas Mateus e Lucas, mas é o que basta para colocar esse incomparável "homem justo" na mais alta cátedra de santidade e de nossa devoção, logo abaixo da Mãe de Jesus. Venerado desde os primeiros séculos no Oriente, seu culto se difundiu no Ocidente somente no século IX, mas num crescendo não igual ao de outros santos. Em 1621, Gregório XV declarou de preceito a festa litúrgica deste dia; Pio IX elegeu são José padroeiro da Igreja, e os papas sucessivos o enriqueceram de outros títulos, instituindo uma segunda comemoração no dia 1º de maio, ligada a seu modesto e nobre ofício de artesão.
Esposo da Virgem Maria, modelo de pai e esposo, protetor da Sagrada Família, São José foi escolhido por Deus para ser o patrono de toda a Igreja de Cristo.
Seu nome, em hebraico, significa “Deus cumula de bens”.
O privilégio de ser pai adotivo do Messias constitui o título mais alto concedido a um homem. O extraordinário evento da Anunciação e da divina maternidade de Maria - da qual foi advertido pelo anjo depois da sofrida decisão de repudiar a esposa - coloca são José sob uma luz de simpatia humana, em razão do papel de devoto defensor da incolumidade da Virgem Mãe, mistério prenunciado pelos profetas, mas acima da inteligência humana. No Evangelho de São Mateus vemos como foi dramático para esse grande homem de Deus acolher, misteriosa, dócil e obedientemente, a mais suprema das escolhas: ser pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Messias, o Salvador do mundo. “Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa” (Mt 1,24).
Resolvido o angustiante dilema, José não se questiona. Cumpre as prescrições da lei: dirige-se a Belém para recenseamento, assiste Maria no parto, acolhe os pastores e os reis Magos com útil disponibilidade, conduz a salvo Maria e o Menino para subtraí-lo do sanguinário Herodes, depois volta à laboriosa quietude da casinha de Nazaré, partilhando alegrias e dores comuns a todos os pais de família que deviam ganhar o pão com o suor de sua fronte. Nós o revemos na ansiosa procura de Jesus, que ele conduz ao templo por ter cumprido os 12 anos de idade. Enfim, o Evangelho se despede dele com uma imagem rica de significado, que coloca mais de um tema para nossa reflexão: Jesus, o filho de Deus, o Messias esperado, obedece a ele e a Maria, crescendo em sabedoria, idade e graça.
Celebra-se hoje, 19 de março, a Solenidade de São José. Neste dia, a Igreja, espalhada pelo mundo todo, recorda solenemente a santidade de vida do seu patrono. O Verbo Divino quis viver em família. Hoje, deparamos com o testemunho de José, “Deus cumula de bens”; mas, para que este bem maior penetrasse na sua vida e história, ele precisou renunciar a si mesmo e, na fé, obedecer a Deus acolhendo a Virgem Maria. Da mesma forma, hoje São José acolhe a Igreja, da qual é o patrono. E é grande intercessor de todos nós.
Que assim como ele, possamos ser dóceis à Palavra e à vontade do Senhor.
São Cirilo de Jerusalém Desde o início dos tempos cristãos a heresia se infiltrara na Igreja, mas, foi no século IV, que ocorreram as do arianismo e do nestorianismo causando profundas divisões. Cirilo viveu nesse período em Jerusalém, perto de onde nascera em 315, de pais cristãos e bem situados financeiramente. Muito preparado, desde a infância, nas Sagradas Escrituras e nas matérias humanísticas, em 345, foi ordenado sacerdote.
Em 348, foi consagrado, bispo de Jerusalém. Ocupou o cargo durante aproximadamente trinta e cinco anos, dezesseis dos quais passou no exílio, em três ocasiões diferentes. A primeira porque o bispo Acácio, de grande influencia na Igreja, cuja obra foi citada por São Jerônimo, acusou Cirilo de heresia. A segunda por ordem do imperador Constâncio que entendeu ser Cirílo realmente um simpatizante dos hereges, mas em sua defesa atuaram os bispos, Atanásio e Hilário, ambos Padres da Igreja assim como o próprio bispo Cirilo o é. A terceira, foi a mais longa , porque o imperador Valente, este sim herege, decidiu mandar de volta ao exílio todos os bispos anistiados, fato que fez Cirilo peregrinar durante onze anos, por várias cidades da Ásia, até a morte do soberano, em 378.
O seu trabalho, entretanto resistiu a tudo e chegou até nossos dias e especialmente porque ele sabia ensinar o Evangelho, como poucos. Em sua cidade, logo que se tornou sacerdote e no início do episcopado era o responsável por preparar os catecúmenos, isto é, os adultos que se convertiam e iriam ser batizados. Foi nesse período que escreveu dezoito discursos catequéticos, um sermão, a carta ao imperador Constantino e outros pequenos fragmentos. Treze escritos eram dedicados à exposição geral da doutrina e cinco dedicados ao comentário dos ritos Sacramentais da iniciação cristã . Assim, seus escritos explicam detalhadamente os "como" e os "porquês" de cada oração, do batismo, da crisma, da penitência, dos sacramentos e dos mistérios do Cristianismo, ditos dogmas da Igreja..
Cirilo também soube viver a religião na prática. Numa época de grande carestia, por exemplo, não hesitou em vender valiosos vasos litúrgicos e outras preciosidades eclesiásticas, para matar a fome dos pobres da cidade. Ele morreu no ano 386.
Desde o início de sua vida religiosa, Cirilo cujo caráter era afável e suave, sempre preferiu a catequese aos assuntos polêmicos, chegando quase a se comprometer com os arianos e semi-arianos. Porém, de maneira contundente aderiu à doutrina ortodoxa da Igreja no III Concílio ecumênico de Constantinopla, em 382, no qual ficou clara sua sempre fiel postura à Santa Sé e à Verdade de Cristo. Nessa oportunidade teve em seu favor a eloqüência das vozes dos sinceros bispos e amigos, Atanásio e Hilário, que o chamaram "valente lutador para defender a Igreja dos hereges que negam as verdades de nossa religião".
Sua canonização demorou porque, durante muito tempo, seu pensamento teológico foi considerado vacilante, como dizem os registros. Em 1882, o Papa Leão XIII, na solenidade em que instituiu sua veneração, honrou São Cirilo de Jerusalém, com os títulos de doutor da Igreja e príncipe dos catequistas católicos.
Cristo guarde-me hoje, Cristo comigo, Cristo à minha frente, Cristo atrás de mim, Cristo em mim, Cristo em baixo de mim, Cristo acima de mim, Cristo à minha direita, Cristo à minha esquerda, Cristo ao me deitar, Cristo ao me sentar, Cristo ao me levantar, Cristo no coração de todos os que pensarem em mim, Cristo na boca de todos que falarem em mim, Cristo em todos os olhos que me virem, Cristo em todos os ouvidos que me ouvirem. Levanto-me, neste dia que amanhece, Por uma grande força, pela invocação da Trindade, Pela fé na Trindade, Pela afirmação da Unidade, Pelo Criador da Criação. Amém.
Gertrudes nasceu no povoado de Brabante, na cidade de Nivelles, Bélgica, no ano 626. Seu pai era Pepino de Landen, um homem rico e influente, descendente de Carlos Magno. Sua mãe era Ida, nobre e muito religiosa, que depois da morte do marido, fundou o duplo mosteiro de Nivelles, masculino e feminino, dos quais foi a abadessa até a morte. As filhas Gertrudes e Begga também fizeram os votos e vestiram o hábito, passando a viver no mosteiro, ao seu lado. Após a morte da abadessa, Gertrudes foi eleita a sucessora, tinha apenas vinte anos de idade. Mas, como o poder não a atraia, delegou-o a um dos monges, que passou a administrar ambos os mosteiros, enquanto ela ficou apenas com o título.
Gertrudes reservou para si a tarefa de instruir Irmãos e Irmãs, preparando-os na fé e motivando-os para a difusão da Palavra de Cristo. Isso significava um enorme esforço de sua parte pois viviam numa época de ignorância, e superstições. Um eclipse, por exemplo, era considerado um fenômeno sobrenatural e motivo de alarde para todos os camponeses, mesmo os instruídos na fé cristã.
Ela iniciou com vigor um grande processo de reformulação de ambos os mosteiros, chamando, da Irlanda, monges teólogos, os mais versados nas Sagradas Escrituras, para fundamentar essa reciclagem. Empregou toda a fortuna da família, bem como utilizou toda sua influência para esse intento. Mandou, vários emissários a Roma para trazerem livros, não só de cunho litúrgico, ampliando muito a biblioteca. A missão de Gertrudes se tornara uma luta para a difusão da doutrina católica através da instrução e pôde retirar o véu da ignorância que envolvia tanto o clero como os habitantes em geral.
Com tanta sabedoria e predisposição para a santidade, ela adquiriu muitos dons especiais tendo visões, revelações e graças, durante suas orações contemplativas, seguidas de jejuns e penitências constantes. Devota de Maria e Jesus Crucificado, seus sacrifícios eram pelas almas do purgatório, que lhe apareciam durante as orações sob a forma de ratos negros, mas ao final se transformavam em dourados, simbolizando sua salvação pela Misericórdia de Deus. Essas visões ela comentava com as monjas, estimulando as preces à essas almas abandonadas. Por isso, nas suas representações existe sempre um rato ao seu redor. Os devotos, ainda hoje, a evoca contra as invasões de ratos e o medo que eles provocam.
Entretanto, o que mais a destacava era a sua profunda capacidade de compreender os anseios das almas. Por isso, Gertrudes se revelou uma eficaz pacificadora, ao interpelar os "senhores" locais que guerreavam entre si. Suas palavras, dotadas de sabedoria e autoridade, traziam constrangimento à eles, que partiam para o diálogo e conciliação.
As guerras pacificadas e o alívio ao povo sofrido fortaleceram sua fama de santidade em vida e gerou muitas tradições e venerações populares. Quando uma guerra era apaziguada, os oponentes brindavam juntos com o excelente vinho daquela região. O povo chamava a bebida de "Filtro de Santa Gertrudes", pois segundo a crença, a bebida era um "remédio" contra a guerra e o ódio.
Ela morreu em Nivelles, no dia 17 de março de 659, aos trinta e três anos e o seu culto foi imediato. Entretanto, o precioso relicário que continha seus restos mortais foi destruído num bombardeio, em 1940, que atingiu a basílica que o guardava. O que não diminuiu em nada sua veneração no mundo católico, que continua festejando Santa Gertrudes nesse dia.
Santa Gertrudes de Nivelles, rogai por nós!
São Patrício
Há poucos dados sobre a origem de Patrício, mas os que temos foram tirados do seu livro autobiográfico "Confissão". Nele, Patrício diz ter nascido numa vila de seu pai, situada na Inglaterra ou Escócia, no ano 377. Era filho de Calpurnius. Apesar de ter nascido cristão, só na adolescência passou a professar a fé.
Aos dezesseis anos, foi raptado por piratas irlandeses e vendido como escravo. Levado para a Irlanda foi obrigado a executar duros trabalhos em meio a um povo rude e pagão. Por duas vezes Patrício tentou a fuga, até que na terceira vez conseguiu se libertar. Embarcou para a Grã-Bretanha e depois para a Gália, atual França, onde frequentou vários mosteiros e se habilitou para a vida monástica e missionária.
A princípio, acompanhou São Germano do mosteiro de Auxerre, numa missão apostólica na Grã-Bretanha. Mas seu destino parecia mesmo ligado à Irlanda, mesmo porque sua alma piedosa desejava evangelizar aquela nação pagã, que o escravizara. Quando faleceu o Bispo Paládio, responsável pela missão no país, o Papa Celestino I o convocou para dar seguimento à missão. Foi consagrado bispo e viajou para a "Ilha Verde", no ano 432.
Sua obra naquelas terras ficará eternamente gravada na História da Igreja Católica e da própria Humanidade, pois mudou o destino de todo um povo. Em quase três décadas, o bispo Patrício converteu praticamente todo o país. Não contava com apoio político e muito menos usou de violência contra os pagãos. Com isso, não houve repressão também contra os cristãos. O próprio rei Leogário deu o exemplo maior, possibilitando a conversão de toda sua corte. O trabalho desse fantástico e singelo bispo foi tão eficiente que o catolicismo se enraizou na Irlanda, vendo nos anos seguintes florescer um grande número de Santos e evangelizadores missionários.
O método de Patrício para conseguir tanta conversão foi a fundação de incontáveis mosteiros. Esse método foi imitado pela Igreja também na Inglaterra e na evangelização dos alemães do norte da Europa. Promovendo por toda parte a construção e povoação de mosteiros, o bispo Patrício fez da Ilha um centro de irradiação de fé e cultura. Dali partiram centenas de monges missionários que peregrinaram por terras estrangeiras levando o Evangelho. Temos, como exemplo, a atuação dos célebres apóstolos Columbano, Galo, Willibrordo, Tarásio, Donato e tantos outros.
A obra do bispo Patrício interferiu tanto na cultura dos irlandeses, que as lendas heróicas desse povo falam sempre de monges simples com suas aventuras, prodígios e graças, enquanto outras nações têm como protagonistas seus reis e suas façanhas bélicas.
Patrício morreu no dia 17 de março de 461, na cidade de Down, atualmente Downpatrick. Até hoje, no dia de sua festa os irlandeses fixam à roupa um trevo, cuja folha se divide em três, numa homenagem ao venerado São Patrício que o usava para exemplificar melhor o sentido do mistério da Santíssima Trindade: "um só Deus em três pessoas".
A data de 17 de março há séculos marca a festa de São Patrício, a glória da Irlanda. Os irlandeses sempre sentiram um enorme orgulho de sua pátria, tanto, por ter ela nascido na chamada Ilha dos Santos, quanto, por ter sido convertida pelo venerado bispo. Só na Irlanda existem duzentos santuários erguidos em honra a São Patrício, seu padroeiro. Rezo com São Patrício: Cristo guarde-me hoje, Cristo comigo, Cristo à minha frente, Cristo atrás de mim, Cristo em mim, Cristo embaixo de mim, Cristo acima de mim, Cristo à minha direita, Cristo à minha esquerda, Cristo ao me deitar, Cristo ao me sentar, Cristo ao me levantar, Cristo no coração de todos os que pensarem em mim, Cristo na boca de todos que falarem em mim, Cristo em todos os olhos que me virem, Cristo em todos os ouvidos que me ouvirem. Levanto-me, neste dia que amanhece, Por uma grande força, pela invocação da Trindade, Pela fé na Trindade, Pela afirmação da Unidade, Pelo Criador da Criação. Amém.
Discípulo — Padre, poderia explicar-me a razão deste título?
Mestre — Chamei-o assim por causa do fato seguinte:
Conta-se certa moça, tendo caído por desgraça num desses pecados que tanto envergonham na confissão, vivia triste e desconsolada. Passaram-se assim muitos meses, sem que nenhuma das companheiras da coitada descobrisse a causa de tanta aflição. Nesse ínterim, aconteceu que a sua melhor amiga, muito virtuosa e devota, morreu santamente. Uma noite, a chamam pelo nome, quando está no melhor do sono; reconhece perfeitamente a voz da amiguinha morta que vai repetindo: Confesse-se bem... se você soubesse o quanto Jesus é bom!
A moça tomou aquela voz por uma revelação do céu, criou coragem e, decidida, confessou o pecado que era a causa de tanta vergonha e de tantas lágrimas. Naquela ocasião, tamanha foi a sua comoção, tão grande o seu alívio que depois disso, contava o fato a todo o mundo, e repetia por sua vez: "Experimentem e vejam o quanto Jesus é bom".
D. — Muito bem! — acredito nisso plenamente, porque, já fiz mais de cem vezes a experiência de tal verdade.
BOA CONFISSÃO – ORIENTAÇÕES
COMO FAZER UMA BOA CONFISSÃO? - PADRE GABRIEL VILA VERDE
M. — Pois então agradeça a Deus de todo o coração e continue a fazer boas confissões. Ai daquele que envereda, pelo caminho do sacrilégio! É essa a maior desgraça que nos pode acontecer, porque dela não teremos mais a força de nos afastar, e assim prosseguiremos, talvez até à morte, precipitando-nos no abismo da perdição eterna.
D. — É assim tão nefanda uma confissão mal feita?
M. — É o principal motivo, a causa capital da perdição!
D. — Deveras?
M. — Assim é, infelizmente! São as confissões mal feitas o motivo pelo qual tantas pessoas perdem suas almas e vão para o inferno.
D. — Mas não há exagero nisso?
M. — Exagero nenhum, e nem sou eu quem o diz: afirmam-nos os Santos que melhor conhecem as almas e viu-o Santa Teresa em uma visão.
Estava a Santa rezando, quando, de repente abrem-se diante dos seus olhos uma voragem profunda, cheia de fogo e de chamas; e nesse abismo precipitam-se com abundância, como neve no inverno, as pobres almas perdidas.
... são as confissões mal feitas o motivo pelo qual tantas pessoas perdem suas almas e vão para o inferno!...
Assustada, a Santa levanta os olhos ao céu e:
— Meu Deus, exclama, meu Deus! O que é que eu estou vendo? Quem são elas, quem são todas essas almas que se perdem? Com certeza devem ser as almas dos pobres infiéis.
— Não, Teresa, não! Responde o Senhor. As almas que neste momento vês precipitarem-se no inferno com o meu consentimento, são, todas elas, almas de cristãos como tu.
— Mas então devem ser almas de pessoas que não acreditavam, que não praticavam a Religião, que não freqüentavam os Sacramentos!
— Não, Teresa, não! Fica sabendo que essas almas pertencem todas a cristãos batizados como tu, e, que, como tu, eram crentes e praticantes...
— Mas se assim é, naturalmente essa gente nunca se confessou, nem mesmo na hora da morte...
— No entanto, são almas que se confessavam, e confessaram-se também antes de morrer...
— Por qual motivo então, ó meu Deus, são elas condenadas?
— São condenadas porque se confessaram mal...
Vai Teresa, conta a todos esta visão e recomenda aos Bispos e Sacerdotes que nunca se cansem de pregar sobre a importância da confissão e contra as confissões mal feitas, afim de que os meus amados cristãos não transformem “o remédio em veneno; afim de que não se sirvam mal desse sacramento, que é o sacramento da misericórdia e do perdão.”
D. — Pobre Jesus!... São assim tão numerosas as confissões mal feitas?
M. — S. Afonso, S. Felipe Néri, S. Leonardo de Porto Maurício, afirmam unanimemente que, infelizmente, o número das confissões mal feitas é incalculável. Eles, que passaram à vida no confessionário e à cabeceira dos moribundos, sabem dizer a pura verdade. E nós que erramos, de terra em terra, pregando exercícios e missões, somos obrigados a afirmar a mesma coisa.
O célebre Padre Sarnelli, na sua obra “O mundo santificado” exclama: “Infelizmente são incalculáveis as almas que fazem confissões sacrílegas: sabem disso, em parte, os Missionários de longa experiência, e cada um de nós virá sabê-lo, com grande pasmo, no vale de Josafá. Não só nas grandes capitais, mas nas cidades menores, nas comunidades, no meio daqueles que passam por piedosos e devotos encontram-se em grande número os sacrílegos...”
O Padre Tranquillini, da Companhia de Jesus, tendo sido chamado à cabeceira duma senhora gravemente enferma, acode com solicitude e a confessa: mas, chegada à hora da absolvição, ele sente qualquer coisa que, como se fosse uma mão de ferro, o impede de prosseguir.
— Minha senhora, diz ele, talvez se tenha esquecido de alguma coisa...
— Impossível, Padre, estou me preparando há oito dias...!
Depois de algumas preces, tenta uma segunda vez; mas, a mesma mão o impede de novo.
— Desculpe, minha senhora, replica o Padre, talvez a senhora não ouse confessar algum pecado...
— O quê diz, Padre? Isso me ofende. Como pode supor que eu queira cometer um sacrilégio?
Torna a tentar pela terceira vez a absolvição e ainda uma vez aquela força invisível o impede de agir. Não podendo compreender qual o mistério que se escondia num fato tão extraordinário, cai de joelhos, e, chorando, suplica àquela senhora, que não se traia, que não seja a causa da própria perdição.
— Padre, exclama ela então, Padre, há quinze anos que eu me confesso mal! Veja, portanto, como é fácil achar-se quem se confessa mal!
D. — Chega, Padre, isto me faz estremecer.
M. — Antes tremer aqui do que queimar no inferno: e, falando disso, lembro-me de outro exemplo. São João Bosco, numa obra sobre a confissão diz textualmente: "Eu vos afirmo que enquanto escrevo, minha mão treme, porque eu penso no número de cristãos que vão para a perdição eterna, somente por terem escondido, ou por não terem exposto sinceramente os seus pecados na confissão"!
D. — O senhor disse também: por não terem exposto sinceramente os seus pecados?
M. — Certamente! Aquele que, por exemplo, confessa só os maus pensamentos, quando além disso cometeu ações ou atos impuros; aquele que confessa ter cometido tais atos sozinho, quando os cometeu com outros; aquele que esconde o número conhecido de suas faltas; aquele que, interrogado pelo confessor não diz a verdade; todos esses fazem más confissões.
D. — O quê é que pensam os que assim procedem?
M. — Pensam que no futuro poderão remediar, isto é, confessam-se para viver como diz São Felipe Néri, quando toda e qualquer confissão devia ser feita como se fosse a última, como se nos preparássemos para a morte.
Um dia uma mulher do povo confessou-se com um célebre Missionário: de volta do confessionário, ela passou casualmente por cima de uma laje que cobria uma sepultura. A laje, gasta pelo tempo, cedeu, e a mulher caiu lá em baixo, no meio dos ossos e dos esqueletos. Imagine o susto de todas as pessoas que acudiram; mas isso não foi nada, comparado ao terror o aos berros da coitada! Logo depois que, com muito esforço e trabalho conseguiram tirar a mulher dali, ela, que escapou ilesa, voou para o confessionário e:
— Padre, padre, até hoje eu só me tinha confessado para viver, mas agora que eu vi a morte diante do mim quero confessar-me como se eu fosse morrer – e tornou a fazer, tremendo, aquela confissão que, momentos antes, tinha feito mal.
D. — Ah! o pensamento da morte é terrível.
M. — É terrível sim, mas muitíssimo salutar e é pior isso que, cada vez que nos confessamos, devíamos tê-lo na mente.
Dentre os inúmeros fatos maravilhosos que se contam na história de D. Bosco destaca-se este: No Salesiano de Turim faziam-se os santos exercícios espirituais, e, todos os presentes, alunos e internos com a máxima seriedade, muito piedosos, rezavam com fervor e colhiam os frutos de suas preces para o bem de suas almas. Enquanto esses cumpriam o seu piedoso dever, um jovem, refratário a toda e qualquer suplica e aos mais afetuosos cuidados de D. Bosco e dos demais superiores, teimou em não se querer confessar nem mesmo naquela circunstância. Os bons Padres tinham feito todo o possível para convencê-lo, mas inutilmente. Ele repetia sempre: “Em qualquer outra ocasião, sim, mas agora não! Vou pensar nisso depois... Agora não sei tomar uma resolução”!
Com essa desculpa, chegou ao último dia das cerimônias; D. Bosco, então recorreu a um estratagema. Escreveu numa folha de papel estas palavras: "... e se você morresse durante a noite?!..." e escondeu-a entre o lençol e o travesseiro do rapaz. Cai à noite: todos se vão deitar, e o nosso jovem, despreocupado, também se despe, mas eis que quando vai entrar na cama encontra a tal folha. Um oh! de espanto que ele não pode conter lhe sai dos lábios; pega no papel olha-o, vira-o e revira-o e, por fim, descobrindo que há nele qualquer coisa escrita, arregala os olhos e lê: “... e se você morresse durante a noite”... D. Bosco.
D. Bosco! Exclama ele; mas D. Bosco é um santo... Ele conhece o futuro... Talvez aconteça isso mesmo! E se eu morresse durante a noite? ' Mas eu não quero morrer, não: quero viver, quero viver e... Enquanto isso, para que os companheiros não reparem, ele se deita, cobre-se e cheio de coragem, tenta pegar no sono. Qual nada! Adormecer naquele estado? Com aquelas palavras que o atormentavam como se fossem espinhos agudos? É impossível! Ele vira e revira na cama, fecha os olhos com força, mas... tudo inútil; ouve sem cessar, cada vez mais vivo, cada vez mais forte, o som daquelas palavras; ele imagina, como se visse o inferno aberto e Jesus que o condena, e diz: "Pobre de mim! E se eu morresse mesmo?..." Um arrepio gelado corre-lhe pela espinha, ele sua frio...
— Ah, não — exclama, — eu não quero ir para o inferno, eu quero me confessar...
Invoca a proteção de Maria Auxiliadora, do seu Anjo da Guarda e depois, decidido, veste-se, sai devagarzinho, desce a escada, atravessa corredores, sobe para o quarto de D. Bosco e bate na porta.
D. Bosco, que, como bom padre o esperava, abre a porta e:
— Quem é você?... A estas horas?... O que é que você quer?
— Oh! D. Bosco, eu quero confessar-me!
— À vontade! se você soubesse com que ansiedade eu o esperei!
Introduzido na antecâmara, o rapaz cai de joelhos e, depois de feita a confissão, com o perdão de Jesus volta feliz e tranqüilo para a cama. E já não tem medo! O pensamento da morte já não o assusta e ele diz: “Como estou contente! Mesmo que eu tenha que morrer que importa se eu recuperei a graça, se eu tornei a ser amigo de Jesus”! Adormece serenamente e sonha... vê o céu aberto, os Anjos jubilosos que voam levíssimos, entoando os cânticos mais lindos, os mais belos hinos! Que rapaz de sorte!
M. — De sorte são todos aqueles que acreditam no grande bem da confissão e se servem dela, impedindo assim a própria perdição; enquanto que é bem diferente o caso da infeliz de quem lhe vou falar. São Leonardo de Porto Maurício, acode à cabeceira de uma moribunda, acompanhado por um frade leigo. Depois de confessada a doente, o padre sai sossegado, e, reunindo-se ao companheiro que o esperava no quarto vizinho, apronta-se para sair, quando este, muito triste e assustado lhe diz:
— "Padre Leonardo, o quê significa aquilo que eu vi?"
— O que é que você viu?
— Eu vi uma mão horrendamente negra que vagava pela antecâmara; e, assim que o senhor saiu ela entrou, rápida como um raio, no quarto da doente.
Diante de tal história São Leonardo volta para trás, torna a entrar no quarto e oh! que cena terrível. Aquela mão negra estrangulava aquela desgraçada que, com olhos fora das órbitas, e a língua caída, morria gritando: “Malditos sejam os sacrilégios... Malditos sejam os sacrilégios...”
D. — Oh, Padre, então é mesmo verdade que as confissões mal feitas são a causa principal da perdição!
M. — Por conseguinte, guerra à mentira e sinceridade absoluta na confissão.
Santo Abraão Kidunaia Abraão nasceu na Mesopotâmia, atual Síria, no ano 296, era filho de pais religiosos que lhe deram educação cristã. Quando estava em idade de se casar, seu pai escolheu para ele um bom partido, mas o rapaz recusou. A vontade de Abraão era outra, queria ser eremita e dedicar-se somente à Deus, pela oração, contemplação e penitência. Porém, a pressão da família foi tão grande que o jovem não teve como escapar. Mas no dia do casamento abandonou tudo. Foi encontrado, dezessete dias depois, pela família, numa cela isolada, que construíra numa caverna do deserto, próximo da cidade de Edessa. Por mais que seus pais pedissem que voltasse, não conseguiram fazê-lo mudar de idéia. Viveu naquele mesmo lugar por uma década, até receber a notícia da morte dos pais.
O outro lado da notícia seria bom para qualquer um, menos para Abraão: herdara uma grande fortuna. Contudo, ele não se abalou com isso, pediu ao bispo de Edessa, seu amigo pessoal, que repartisse toda a sua parte da herança entre os pobres, pois não queria nem ter contato com os bens materiais. Entretanto, aquele episódio serviu ao menos para fazê-lo sair do seu isolamento. O bispo, que precisava de um bom sacerdote para uma missão muito especial, aproveitou para efetuar a ordenação de Abraão. E o enviou como padre missionário para a vila de Beth-Kiduna, onde todos os habitantes eram pagãos e praticavam a idolatria.
O trabalho de evangelização foi duro. Depois de um ano construiu uma igreja com a ajuda dos habitantes, todos já haviam se convertido ao cristianismo e destruído as imagens dos falsos deuses. Certo do dever cumprido, Abraão rezou muito à Deus, para que fosse enviado outro padre, melhor do que ele, para atender esse rebanho. Isso ocorreu logo, e ele voltou para a solidão de sua cela no deserto de Edessa. Foi devido ao sucesso de sua missão em Kiduna, que se tornou conhecido como Abraão Kidunaia.
Deixou sua cela só mais duas vezes. Certa vez, uma sobrinha muito jovem chamada Maria, que ficou órfã de pai, um dos irmãos de Abraão, precisava de acolhida. Ele a recebeu e a educou, ensinando-lhe tudo que sabia sobre a Palavra de Cristo e também sobre as ciências. Mas, a jovem preferiu experimentar as alegrias do mundo, fugindo para uma cidade próxima, onde levava uma vida desregrada. Abraão, então, se disfarçou de soldado e foi até onde ela se instalara, alí conversaram e ele a converteu definitivamente. Maria viveu, os próximos quinze anos, reclusa, fazendo caridade. Passou a ser chamada de Maria de Edessa, sendo canonizada, mais tarde. A tradição diz que ela operou vária graças em vida.
Muitos peregrinos cristãos iam ao deserto para ver, conversar e aprender sobre os mistérios de Cristo, com aquele padre que norteara sua vida para a santidade. Abraão morreu, aos setenta anos de idade, no ano 366, cinco anos após a discípula Maria. E foi essa a última vez que deixou sua cela. O lugar do seu túmulo se tornou local de peregrinação, de prodígios e de graças. Esses dados foram extraídos dos escritos deixados por Santo Efrém, que escreveu a biografia de Santo Abraão Kidunaia, celebrado no dia 16 de março.
Santo Abraão Kidunaia, rogai por nós!
Santa Eusébia
Pertenceu a uma família de muitos santos. Com oito anos seu pai, Santo Adalberto, faleceu. Sua mãe, chamada a uma vida de entrega total a Deus, montou um convento e quis a sua filha junto. Sua avó Gertrudes também a chamou para a vida religiosa em Hamage (França), e ela aceitou.
A mãe, Santa Riertrudes, soube que Eusébia seria a Abadessa após a morte de sua avó. Então fez de tudo para ela ser bem formada antes, pois tinha apenas 12 anos. E foi para junto de sua mãe, mas às vezes escapava para a comunidade de Hamage (França), onde percebia ser o seu lugar.
Riertrudes repensou, e após se aconselhar com bispos e abades liberou sua filha para voltar e ser Abadessa, talvez a mais jovem da França. Eusébia pressentiu que não duraria muito por aqui. Com apenas 23 anos reuniu suas filhas espirituais, e deu-lhes vários conselhos. Depois, esperou a morte de maneira calma e confiante. Isso no ano de 680.
Santa Eusébia, rogai por nós!
Santo Heriberto
Heriberto foi arcebispo de Colônia, na Alemanha, ainda muito moço, pois sua religiosidade brotara ainda na infância. Conta a história que, no dia em que nasceu, em 970, filho de descendentes dos condes de Worms, notou-se uma extraordinária luz pairando sobre a casa de seus pais. O fenômeno teria durado várias horas e marcado para sempre a vida de Heriberto, que caminhou reto para o caminho da santidade.
Como desde pequeno mostrava vocação para a religião e os estudos, seus pais o entregaram ao convento de Gorze. Ali, Heriberto descobriu para si e para o mundo que era extremamente talentoso, mas decidiu-se pela ordenação sacerdotal, que ocorreu em 995. Com o decorrer do tempo cursou diversas escolas, chegando a ser considerado o homem mais sábio de seu tempo. E foi nesta condição que o imperador Oton III o nomeou chanceler, seu assessor de maior confiança. Sua fama e popularidade cresceram, não só devido à sabedoria, mas também pela humildade e a caridade que praticava com todos. Assim, foi eleito bispo de Colônia, em 999.
Quando Oton III morreu, o imperador que o sucedeu, Henrique II, também acabou tornando-se admirador de Heriberto, apesar da oposição que lhe fez no início. Uma vez que o bispo Heriberto o consagrou rei sem nenhuma contestação. E por fim o novo rei Henrique II o chamou para ser seu conselheiro.
Então, a obra caridosa do bispo pôde então continuar. Os registros mostraram que, depois de fundar um hospital para os pobres, Heriberto visitava os doentes todos os dias, cuidando deles pessoalmente. Diz a tradição que, certa vez, houve na cidade uma grande seca, ficando sem chover por meses. O bispo comandou um jejum de três dias e, finalmente, uma procissão de penitência pedindo chuva aos céus. Como nem assim choveu, Heriberto comovido começou a chorar na frente do povo, culpando-se pela seca. Dizia que seus pecados é que impediam Deus de fazer misericórdia. Mas, um fato prodigioso aconteceu nesse momento, imediatamente o céu escureceu e uma forte chuva caiu sobre a cidade, durando alguns dias e pondo fim à estiagem.
Com fama de santidade ainda em vida, o bispo Heriberto morreu no dia 16 de março de 1021, numa viagem de visita pastoral à cidade de Deutz, onde contraiu uma febre maligna que assolava a população. Suas relíquias estão na catedral dessa cidade, na Colônia, Alemanha. Na igreja que ele mesmo fundou junto com o mosteiro ao lado, que foi entregue aos beneditinos.
Amado pelos fiéis a peregrinação à sua sepultura difundiu seu culto que se tornou vigoroso em toda a Europa, especialmente na Itália e na Alemanha, país de sua origem. Foi canonizado em 1227, pelo Papa Gregório IX que autorizou o culto à Santo Heriberto, já tradicionalmente festejado pelos devotos no dia 16 de março.
“Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus”, esta é a profissão de
fé feita pelo soldado romano que, após a crucificação, furou o lado de
Jesus com uma lança e se converteu, o qual foi identificado como São
Longuinho, cuja festa é celebrada neste dia 15 de março.
Longuinho viveu nos primeiros séculos, era o centurião que, por ordens
de Pilatos, esteve com outros soldados ao pé da cruz de Jesus Cristo.
O Evangelho de São João relata quando os soldados foram quebrar as
pernas dos dois homens que estavam crucificados ao lado de Jesus, mas
quando chegaram diante de Cristo, “como o vissem já morto, não lhe
quebraram as pernas, mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança
e, imediatamente, saiu sangue e água” (Jo 19,33-34).
Este soldado que perfurou o lado de Jesus foi identificado com o nome Longuinho, derivado do grego que significa “uma lança”. Foi ele quem, ao ver as poderosas manifestações da natureza após a morte
de Cristo, disse a famosa frase que o fez o primeiro convertido à fé
cristã: “Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus”.
Diz-se que Longuinho estava ficando cego e, quando perfurou o Senhor com
a lança, uma gota do sangue do Salvador caiu em seus olhos e,
imediatamente, ele ficou curado. Tocado, converteu-se e abandonou para
sempre o exército. Instruído pelos apóstolos, Longuinho se tornou monge em Cesareia, na
Capadócia, onde ganhou muitas almas para Cristo por meio da palavra e do
testemunho. Entretanto, o governador da Cesareia descobriu sua identidade e o
entregou a Pôncio Pilatos. Foi acusado de desertor e condenado à morte, a
não ser que renunciasse à sua fé em Cristo.
Longuinho se manteve firme e, por isso, foi torturado, teve seus dentes arrancados e a língua cortada. Depois, foi decapitado. Quase mil anos depois, em 999, São Longuinho foi canonizado pelo Papa
Silvestre II. Conforme se relata, o processo de canonização já havia
avançado bastante, porém os documentos ficaram perdidos por muitos anos. Então, o Papa pediu a intercessão de Longuinho para ajudá-lo a encontrar
esses papéis. Pouco tempo depois, os documentos foram achados e
aconteceu a canonização.
Ainda hoje, São Longuinho é invocado pelos fiéis para pedir ajuda a fim
de encontrar algum objeto perdido. Diz-se que ele era um homem baixinho e
que, servindo na corte de Roma, vivia nas festas dos romanos. Nesses ambientes, por sua pequena estatura, conseguia ver o que se
passava por baixo das mesas e sempre encontrava pertences de pessoas. Os
objetos achados eram devolvidos aos seus donos. Daí teria surgido o
costume de pedir-lhe ajuda para encontrar o que se perdeu. Em agradecimento, segundo a tradição, são oferecidos três pulinhos e uma
oração. Diz-se que essa forma de agradecer seria pelo fato de o soldado
ser manco, mas outra explicação afirma que os pulinhos se remetem à
Santíssima Trindade.
São Longuinho, rogai por nós Nota: A Beata Madre Maria de Vasconcelos, também é invocada para que objetos perdidos sejam achados. Santo Antonio,também faz achar objetos perdidos, sarar os doentes, quebra as correntes.