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domingo, 10 de janeiro de 2021

Santo do dia - 10 de janeiro

Santo Aldo


Muito interessante a trajetória deste singelo e tradicional santo de nome Aldo. Dele não se encontrou nada escrito no Calendário universal da Igreja, e em nenhum Martirológio local. Apenas os jesuítas belgas, que catalogaram a vida dos santos da Europa do Norte na obra publicada em 1.600, citaram neste dia o nome de santo Aldo, sozinho e solitário.

Sozinho, porque é o único santo com este nome, e solitário, como foi e continua sendo difundido, porque era um devoto ermitão. Ele se tornou monge, do mosteiro fundado pelo irlandês são Columbano, na cidade de Bobbio, vizinha de Pavia, cidade que guarda as suas relíquias. Aldo foi sepultado primeiro na capela de são Columbano e depois transferido para a basílica de são Miguel, daquela cidade, na Itália

Não sabemos a data e o lugar do seu nascimento. Parece que viveu no século VIII, mas foi num destes que a História definiu como "obscuros". Conceito que, no caso de Aldo, se tornou verdadeiro, pois não deixou transparecer nada sobre a sua vida e sua pessoa, deixou apenas uma atmosfera de santidade.

A tradição nos apresenta Aldo como um simples carvoeiro de Carbonária e um ermitão. Um monge de mãos calejadas e rosto enegrecido pela fuligem das carvoarias. Isto parece correto, porque os monges de sua comunidade construíam uma cabana para si, de madeira ou de pedra, onde se retiravam nas horas dedicadas à oração e à contemplação, e onde moravam. Depois saíam para o trabalho diário, onde ganhavam o pão com o suor do rosto.

Não é por acaso que suas relíquias estão em Pávia, cidade que durante um período foi a capital do Reino da Europa do Norte, conhecido como Lombardo. Provavelmente corria nas veias deste santo ermitão o sangue deste povo, senão, pelo menos assim nos faz pensar a origem do seu nome. "Ald" é uma palavra da Europa do Norte que significa "velho", e parente do nosso Aldo "ancião", ou melhor "homem maduro".

Velhice e maturidade são, em geral, garantia de sabedoria, portanto podemos dizer que Aldo mereceu o próprio nome, quando escolheu a sabedoria mais sábia, a da santidade, alcançada através do caminho mais invisível, o da solidão e do silêncio, da quietude interior e exterior, da contemplação e da oração. Ele se afastava temporariamente das pessoas para dar mais espaço à oração e povoar a solidão exterior com a agradável presença de Deus. Não se evadia da comunidade mas contribuía para sua edificação com o exemplo de uma vida santa e uma caridade ativa.

Santo Aldo é considerado um feliz exemplo do espírito beneditino. Um santo silencioso, mas que fala diretamente às almas sem precisar de palavras, com o exemplo de sua vida retirada do mundo e inserida em Deus. Foi canonizado e seu culto é muito vigoroso nos países da Europa do Norte, especialmente na Irlanda. A Igreja o declarou "Padroeiro dos Trabalhadores", e o celebra neste dia, indicado como o da sua morte.



Santo Aldo, rogai por nós!

São Guilherme de Bourges

Guilherme, era filho dos condes de Nervers e neto de Pedro, o eremita. Sua educação foi muito religiosa. Desde a infância mostrou o desejo de dedicar a sua vida à serviço de Cristo. Mais tarde, com a vocação definida se consagrou sacerdote e foi nomeado o vigário geral de Soissons e depois de Paris.

Entretanto, assim como seu avô, decidiu deixar a vida da sociedade para se retirar à solidão santa. A princípio foi para o mosteiro de Gradmont, mas depois ingressou para a Ordem de Cister e se tornou um monge. Muito preparado espiritualmente e com uma imensa bagagem cultural, foi sucessivamente abade de Pontigny, de Fontaine-Jean, na diocese de Soissons, e finalmente em Chaalis.

Entretanto a morte o arcebispo de Bourges em setembro de 1200 ocasionou uma grande contestação para se saber quem seria designado como sucessor. Para acabar com as divergências foi chamado o bispo de Paris, Otto, o qual, depois de haver rezado ao Senhor, resolveu sortear o cargo e o vencedor foi Guilherme.

Guilherme aceitou mesmo contra a vontade esta designação, se tornando assim o bispo de Bourges. Como novo pastor se ocupou ativamente da sua diocese dando prova de piedade, firmeza, de bondade e humanidade. Foi sob todos os pontos de vista um modelo para o seu rebanho. A sua fama era tal que a nação francesa, e a universidade de Paris, o escolheram como patrono.

Combateu a heresia dos albigenses, que pregavam uma doutrina contrária à do cristianismo, através das orações. Durante o pontificado de Inocêncio III, pediu para participar e seguir com a sua cruzada, sendo prontamente autorizado por ele. Quando se preparava para partir ficou muito doente, morrendo no dia 10 de janeiro de 1209.

Os milagres que se verificaram por sua intercessão logo após o seu falecimento o levaram à canonização, que foi concedida após oito anos de sua morte em 17 de maio de 1218, pelo papa Honório III.

O seu corpo foi colocado em uma urna de ouro e transferido para a sepultura em frente do altar maior da catedral de Bourges. Algumas relíquias foram doadas à abadia de Chaalis e à igreja de São Leodegário em Alvernia. Depois com a perseguição dos calvinistas elas foram jogadas e dispersadas, mas em seguida, recolhidas pela população alverniense, para em 1793, serem novamente dispersadas.

Os ugonotas, por sua vez, haviam queimado, aquelas remanescentes da catedral de Bourges e de Chaalis e jogado as cinzas ao vento. São Guilherme de Bourges, como ficou conhecido, é festejado no dia 10 de janeiro, o mesmo em que morreu
.  
 
São Guilherme de Bourges, rogai por nós!

 

 Santa Léonie Françoise de Sales Aviat

 Léonie Aviat nasceu no dia 16 de setembro de 1844 na cidade francesa de Sézanne. Seus pais eram católicos praticantes e honestos comerciantes. Ao completar dez anos eles a enviaram para o colégio das Madres da Visitação da cidade de Troyes. Léonie ficou durante seis anos, onde recebeu a Primeira Eucaristia e a Crisma e sob a sábia orientação do capelão Luiz Brisson e da superiora, recebeu uma educação humanística, uma profunda formação religiosa e moral e foi iniciada na doutrina salesiana de abandono à Divina Providência.


Em 1866 Léonie rejeitou um vantajoso matrimonio expressando o desejo sincero de dedicar sua vida à Jesus Cristo. Com autorização dos pais, ela foi visitar padre Brisson a fim de se aconselhar. A cidade de Troyes nesta época tinha se tornado um pólo de indústrias têxteis que atraiam a mão de obra do campo para o centro urbano. Atento a esta situação e sensível às necessidades das adolescentes camponesas, que deixavam suas famílias em busca do trabalho promissor, padre Brisson desde 1858 havia fundado a Obra São Francisco de Sales; uma casa-família que acolhia e assegurava a assistência e educação cristã, àquelas jovens operárias. Porém, como era difícil encontrar, para esta casa-família, uma diretora estável, padre Brisson havia decidido fundar uma congregação religiosa.

Durante a visita de Léonie, o experiente padre expôs esta situação e encontrou nos anseios da jovem um sinal de Deus. Colocou Léonie na direção da casa-família. Em 1868 ele fundou a congregação para continuar de forma organizada a sua Obra para as operárias e Léonie vestiu o véu religioso adotando o nome de Madre Léonie Francisca de Sales Aviat. Em 1872 foi eleita a superiora da nova Congregação colocada sob a proteção e guia do santo bispo de Genebra de quem adotam completamente as regras espirituais e pedagógicas. Isto explica o nome adotado "Madres Oblatas de São Francisco de Sales".

Desde então, Madre Aviat se dedicou ao apostolado entre as jovens operárias, estabilizando a congregação e as casas-famílias de Troyes. As Oblatas abrem escolas básicas nas paróquias. Em Paris, abriram o primeiro pensionato para moças de famílias ricas que Madre Aviat dirigiu por oito anos, assim elas estenderam seu apostolado às diversas classes sociais. Depois retornou para a Casa Mãe da Congregação onde residiu por mais quinze anos, assumindo o posto de superiora até sua morte.

As Oblatas foram enviadas para a África, Europa e América do Sul, abrindo pensionatos, escolas e obras assistenciais. No ano de 1903 as leis anticlericais francesas decretam a dissolução das Congregações e o fechamento de suas casas, apoderando-se de todos os seus bens. As Oblatas se refugiam em Perúgia, mas Madre Aviat não esmoreceu e continuou a atividade da Congregação, que recebeu a aprovação canônica em 1911 do papa Pio X.

Morreu em Perúgia, Itália no dia 10 de janeiro de 1914, onde foi sepultada. Mais tarde, seu corpo foi transladado para a cripta da Casa Mãe da Congregação em Troyes, França.
Foi beatificada em 1992, pelo papa João Paulo II e canonizada pelo mesmo pontífice em 2001, em Roma. Para sua homenagem litúrgica a Igreja lhe reservou o dia 10 de janeiro. 


Santa Léonie Françoise de Sales Aviat, rogai por nós!


sábado, 9 de janeiro de 2021

Santo do dia - 9 de janeiro

Santo Adriano



 Adriano nasceu no ano 635 no norte da África e foi batizado com o nome de Hadrian. Tinha apenas cinco anos de idade quando sua família imigrou para a cidade italiana de Nápolis, pouco antes da invasão dos árabes. Lá estudou no convento dos beneditinos de Nerida, onde se consagrou sacerdote.

Adriano se tornou um estudioso da Sagrada Escritura, profundo conhecedor de grego e latim, professor de ciências humanas e teologia. A fama de sua capacidade e conhecimento chegou ao imperador Constantino II que em 663 o fez seu embaixador junto ao papa Vitalino, função que exerceu duas vezes. Depois, este papa o nomeou como um dos seus conselheiros.

Quando morreu o bispo da Cantuária, Inglaterra, o papa Vitalino convidou Adriano para assumir aquele cargo, mas ele recusou a indicação duas vezes, alegando não ter suficiente competência para ocupar esse posto. O papa lhe pediu para que indicasse alguém mais competente, pois ele mesmo não conhecia.

Nesta ocasião Adriano havia se encontrado com seu grande amigo, o teólogo grego e monge beneditino Teodoro de Tarso que estava em Roma. Adriano o indicou ao papa Vitalino. Consultado, Teodoro disse que estava disposto a aceitar, mas somente se Adriano concordasse em ir para a Inglaterra ajudá-lo na missão evangelizadora. Adriano aceitou de imediato. O papa consagrou Teodoro, bispo da Cantuária e nomeou Adriano seu assistente e conselheiro, em 668.

Ele chegou na Inglaterra um ano depois, pois foi detido durante a viagem, na França sob suspeita que tinha uma missão secreta do imperador Constantino II, para os reis ingleses, mas foi solto ao atestarem a sua integridade de sacerdote.

Adriano e Teodoro foram evangelizadores altamente bem sucedidos, junto ao povo inglês cuja maioria era pagã. O bispo Teodoro, logo colocou Adriano como abade do convento beneditino de São Pedro, depois chamado de Santo Agostinho, na Cantuária. Sob sua liderança, esta escola se tornou um centro de aprendizagem e formação de clérigos para a Igreja dos povos anglicanos.

Adriano viveu neste país durante trinta e nove anos, totalmente dedicados ao serviço da Igreja. Nele os ingleses encontraram um pastor cheio de sabedoria e piedoso, um verdadeiro missionário e instrumento de Deus. Muitos se iluminaram com os seus exemplos de vida profundamente evangélica.

Morreu em 9 de janeiro de 710, foi enterrado no cemitério daquele convento, na Inglaterra. A sua sepultura se tornou um lugar de graças, prodígios e peregrinação. Em 1091, o seu corpo foi encontrado incorrupto e trasladado para a cripta da igreja do mesmo convento. Adriano foi proclamado Santo pela Igreja, que o festeja no dia em que morreu.



Santo Adriano, rogai por nós!

Santo André Corsini


Saía para mendigar para as necessidades de sua comunidade. Passou humilhação, mas sempre centrado em Cristo



Nasceu no século XIV, dentro de uma família muito conhecida em Florença: a família Corsini. Nasceu no ano de 1302. Seus pais, Nicolau e Peregrina não podiam ter filhos, mas não desistiam, estavam sempre rezando nesta intenção até que veio esta graça e tiveram um filho. O nome: André.
 
Os pais fizeram de tudo para bem formá-lo. Com apenas 15 anos, ele dava tanto trabalho e decepções para seus pais que sua mãe chegou a desabafar: “Filho, você é, de fato, aquele lobo que eu sonhava”. Ele ficou assustado, não imaginava o quanto os caminhos errados e a vida de pecado que ele estava levando, ainda tão cedo, decepcionava tanto e feria a sua mãe. Mas a mãe completou o sonho: “Este lobo entrava numa igreja e se transformava em cordeiro”. André guardou aquilo no coração e, sem a mãe saber, no outro dia, ele entrou numa igreja. Aos pés de uma imagem de Nossa Senhora ele orava, orava e a graça aconteceu. Ele retomou seus valores, começou uma caminhada de conversão e falou para o provincial carmelita que queria entrar para a vida religiosa. Não se sabe, ao certo, se foi imediatamente ou fez um caminho vocacional, o fato é que entrou para a vida religiosa na obediência às regras, na vida de oração e penitência. Ele foi crescendo nessa liberdade, que é dom de Deus para o ser humano.

Santo André ia se colocando a serviço dos doentes, dos pobres, nos trabalhos tão simples como os da cozinha. Ele também saía para mendigar para as necessidades de sua comunidade. Passou humilhação, mas sempre centrado em Cristo.

Os santos foram e continuam a ser pessoas que comunicaram Cristo para o mundo. Mas Deus tinha mais para André. Ele ordenou-se padre e como tal continuava nesse testemunho de Cristo até que Nosso Senhor o escolheu para Bispo de Fiesoli. De início, ele não aceitou e fugiu para a Cartuxa de Florença e ficou escondido; ao ponto de as pessoas não saberem onde ele estava e escolher um outro para ser bispo, pela necessidade. Mas um anjo, uma criança apareceu no meio do povo indicando onde ele estava escondido. Apareceu também uma outra criança para ele dizendo-lhe que ele não devia temer, porque Deus estaria com ele e a Virgem Maria estaria presente em todos os momentos. Foi por essa confiança no amor de Deus que ele assumiu o episcopado e foi um santo bispo. Até que em 1373, no dia de Natal, Nossa Senhora apareceu para ele dizendo do seu falecimento que estava próximo. No dia da Epifania do Senhor, ele entrou para o céu.

Santo André Corsini, rogai por nós!
 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

8 de janeiro - Santo do dia

São Severino

Seus mosteiros se tornaram verdadeiros faróis de uma nova cultura, de uma civilização centrada em Deus

 "Todo ser que tem vida, a deve ao Senhor".

 Severino viveu em pleno século V, quando o Ocidente era acometido por uma seqüência de invasões dos godos, visigodos, ostrogodos, vândalos, burgúndios, enfim, de toda uma horda de bárbaros pagãos que pretendiam dominar o mundo. É nesse contexto de conflitos políticos e sociais que sua obra deve ser vista, porque esse foi justamente o motivo que a tornou ainda mais valorizada. Durante essas sucessivas guerras, as vítimas da violência achavam abrigo somente junto aos representantes da Igreja onde encontramos Severino como um evangelizador cristão dos mais destacados e atuantes.

É muito fácil seguir os passos de Severino nesta trilha de destruição. Em 454, estava nos confins da Nórica e da Pomonia onde, estabelecido às margens do rio Danúbio, na Áustria, além de acolher a população ameaçada usava o local como ponto estratégico para pregar entre os bárbaros pagãos. Já no ano seguinte estava em Melk e no mesmo ano em Ostembur, onde se fixou numa choupana para se entregar também à penitência.

Esse seu ministério apostólico itinerante frutificou em várias cidades, com a fundação de inúmeros mosteiros. Como possuía o dom da profecia, avisou com antecedência várias comunidades sobre sua futura destruição, acertando as datas com exatidão. Temos, por exemplo, o caso dos habitantes de Asturis, aos quais profetizou a morte pelas mãos de Átila, o rei dos hunos que habitavam a Hungria. O povo além de não lhe dar ouvidos considerou o fato com ironia e gozação, mas tombou logo depois de Severino ter deixado o local. Sim, a cidade foi destruída e todos os habitantes assassinados.

Dali ele partiu para Comagaris e, sem o menor receio de perder a vida, chegou até Comagene, já dominada pelos dos inimigos. Lá, acolheu e socorreu os aflitos, ganhando o respeito inclusive dos próprios invasores, a começar pelos chefes dos guerreiros. Sua história registra também incontáveis prodígios e graças operadas na humildade e na pobreza constantes.

Severino predisse até a data exata da própria morte, avisando também sobre a futura expulsão de sua Ordem da região do Danúbio. Morreu no dia 08 de janeiro de 482 pronunciando a última frase do último salmo da Bíblia , (o 150): "Todo ser que tem vida, a deve ao Senhor".

Segundo o seu biógrafo e discípulo Eugípio, Santo Severino teria nascido no ano 410, na capital do mundo de então, ou seja na cidade de Roma e pertencia a uma família nobre e rica. Era um homem de fino trato, que falava o latim com perfeição, profundamente humilde, pobre e caridoso. Também possuía os dons do conselho, da profecia e da cura, os quais garantiu e manteve até o final de sua vida graças às longas penitências e preces que fazia ao Santíssimo Espírito Santo e ao cumprimento estrito dos votos feitos ao seguir a vocação sacerdotal.

Especialmente venerado na Áustria e Alemanha, hoje, a urna mortuária de Santo Severino se encontra na igreja dos beneditinos em Nápoles, na Itália.


São Severino, rogai por nós!

 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

7 de janeiro - Santo do dia

São Raimundo de Peñafort
 

São Raimundo de Penãfort foi fiel àquilo que davam a ele como trabalho para a edificação da Igreja


Nasceu no castelo de Peñafort, Barcelona, Espanha, no ano de 1175. Desde cedo, muito dedicado aos estudos, ele se especializou em Bolonha, na Itália, na universidade onde se tornou também um reconhecido mestre. Deixou aquela realidade que tanto amava para obedecer ao Bispo de Barcelona que o queria como cônego. Ele prestou esse serviço até discernir seu chamado à vida religiosa, quando entrou para a família dominicana e continuou em vários cargos de formação, mas aberto à realidade e às necessidades da Igreja, onde exerceu o papel de teólogo do Cardeal-bispo de Sabina; também foi legado na região de Castela e Aragão; depois, transferido para Roma, ocupou vários cargos.


Ele não buscava nem tinha em mente um projeto de ocupar este ou aquele serviço, mas foi fiel àquilo que davam a ele como trabalho para a edificação da Igreja. Na Cúria Romana, quantos cargos ligados a Teologia, Direito Canônico! Um homem de prudência, de governo. Seu último cargo foi de penitencieiro-mor do Sumo Pontífice. Quiseram até escolhê-lo como Arcebispo, mas, nesta altura, ele voltou para a Espanha; quis viver em seu convento, em Barcelona, como um simples frade, mas fossem os reis, o Papa e tantos outros sempre recorriam ao seu discernimento.


São Raimundo escreveu a respeito da casuística. Enfim, pelos escritos e pelos ensinos, ele investia numa ação de mestres e missionários, pois tinha consciência de que precisava de missionários bem formados para que a evangelização também fluísse. Ele não fez nada sozinho, contou com a ajuda de São Tomás de Aquino, ajudou outros a discernir a vontade do Senhor, como São Pedro Nolasco, que estava discernindo a fundação de uma nova ordem consagrada a Nossa Senhora das Mercês – os mercedários. Homem humilde que se fez servo, foi escolhido como Superior Geral dos Dominicanos. Homem de pobreza, de obediência e pureza; homem de oração. Por isso, os santos como São Raimundo, um exemplo. Faleceu em Roma, em 1275; cem anos consumindo-se pela obra do Senhor.


São Raimundo de Peñafort, rogai por nós!

São Ricardo
Nasceu na Inglaterra, no século VII e teve três filhos que também foram reconhecidos pela Igreja como santos. Ao descobrir a sua vocação para a vida matrimonial, quis ser santo, mas também quis que seus filhos o fossem, formando uma família santa para Deus. Ele fez, diariamente, a sua opção, porque a santidade passa pela adesão da nossa liberdade. Somos livres, somos todos chamados a canalizar a nossa liberdade para Deus, o autor da verdadeira liberdade.

O santo inglês quis fazer uma peregrinação juntamente com os seus filhos chamados Winebaldo, Wilibaldo e Walberga. Mas, ao saírem da Inglaterra rumo à Terra Santa, passaram por Luca, norte da África, onde São Ricardo adoeceu gravemente e faleceu no ano de 722. Para os filhos, ficou o testemunho, a alegria do pai, a doação, o homem que em tudo buscou a santidade; não apenas para si, mas para os outros e para seus filhos. 

São Bonifácio, parente muito próximo, convocou os filhos de São Ricardo para a evangelização na Germânia. Que linda contribuição! Walberga tornou-se abadessa; Wilibaldo, Bispo e Winebaldo fundou um mosteiro. Todos eles, como o pai, viveram a santidade.

São Ricardo foi santo no seu tempo. De família nobre, viveu uma nobreza interior, que precisa ser a de todos os cristãos; aquela que muitos podem nem perceber, mas que Deus está vendo. Os frutos mais próximos que podemos perceber na vida desse santo são seus filhos que, assim como o pai, também foram santos. Ele quis ser santo e batalhou para sê-lo como Nosso Senhor Jesus Cristo foi, é e continuará sendo. Sejamos santos.

São Ricardo, rogai por nós!


São Romualdo
São Romualdo abade e fundador (951-1027). O fundador do célebre Mosteiro de Camaldoli tem sua festa litúrgica comemorada a 9 de junho, dia de sua morte, mas a 7 de fevereiro se celebra o aniversário do traslado de seus restos mortais (conservados ainda hoje milagrosamente incorruptos) em Val de Castro, nos arredores de Camaldoli, em Fabiano.

Romualdo nasceu em Ravena, da nobre família dos Onesti. Esse nome, entretanto, não foi honrado devidamente pelo pai, pois este — segundo narram as crônicas — cometeu um crime presenciado involuntariamente por são Romualdo. O jovem ficou tão abalado pelo ocorrido, que decidiu fugir de casa e tornar-se monge na abadia beneditina de Classe, nas proximidades de Ravena.

Eleito abade desse mosteiro, permaneceu pouco tempo no exercício de suas funções. Aproximava-se o fim do milênio, e muitos cristãos acreditavam que o final do mundo iria chegar. Por isso, empreendiam extenuantes peregrinações penitenciais.

Também Romualdo — certamente não porque desse crédito a esse medo irracional — abandonou a tranquilidade da vida monástica e pôs-se a caminho, sem um destino preciso, visto ser por natureza inclinado à vida errática. Onde quer que se detivesse, dava origem a novos mosteiros. Destes, o mais famoso é precisamente o de Camaldoli, até hoje oásis de recolhimento religioso para os que — embora por curto espaço de tempo — desejam escapar do bulício do mundo.

Nesse recanto da província de Arezo, os beneditinos camaldulenses seguem um gênero de vida eremítica que conjuga a austera solidão dos monges orientais com o estilo de vida cenobítica observado no Ocidente pela regra de são Bento.

Contudo, nem mesmo o eremitério de Camaldoli teve o condão de deter o errático monge. Numerosas foram as etapas de seu eterno peregrinar. Renunciou, novamente, à função de abade, que lhe fora confiada pelo imperador Oto III, que o admirava.

Por fim, após haver convencido o pai a tornar-se monge na abadia de São Severo, procurou para si um refúgio mais seguro — primeiramente em Monte Cassino, a seguir em Verghereto, Lemo, Roma, Fontebuona, Valumbrosa e, ao final, Val de Castro, onde o colheu a morte. Mas, mesmo depois desta, como vimos, não teve moradia permanente.

São Romualdo, rogai por nós!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Epifania do Senhor e Dia de Reis - 6 de janeiro

O "Dia de Reis" é uma das festas tradicionais mais singelas celebrada em todo o mundo católico. Neste dia se comemora a visita de um grupo de reis magos (Mt 2 1 -12), vindos do Oriente, para adorar a "Epifania do Senhor". Ou seja, o nascimento de Jesus, o Filho por Deus enviado, para a salvação da humanidade.

O termo "mago" vem do antigo idioma persa e serviu para indicar o país de suas origens: a Pérsia. Eram reis, porque é um dos sinônimos daquela palavra, também usada para nomear os sábios discípulos de uma seita que cultuava um só Deus. Portanto, não eram astrólogos nem bruxos, ao contrário, eram inimigos destas enganosas artes mágicas e misteriosas.

Esses soberanos corretos, esperavam pelo Salvador, expectativa já presente mesmo entre os pagãos. Deus os recompensou pela retidão com a maravilhosa estrela, reconhecida pela sabedoria de suas mentes como o sinal a ser seguido, para orientação dos seus passos até onde se achava o Menino Deus.

Foram eles que mostraram ao mundo o cumprimento da profecia de séculos, chegando no palácio do rei Herodes, de surpresa e perguntando "pelo Messias, o recém-nascido rei dos judeus". Nesta época aquele tirano reprimia a população pelo medo, com ira sanguinária. Mas os magos não o temeram, prosseguiram sua busca e encontraram o Menino Deus.

A Bíblia diz que os magos chegaram à casa e viram o Menino com sua Mãe. Isto porque José já tinha providenciado uma moradia muito pobre, mas mais apropriada, do que a gruta de Belém onde Jesus nascera. Alí, os reis magos, depois de adorar o Messias, entregaram os presentes: ouro, incenso e mirra. O ouro, significa a realeza de Jesus; o incenso, sua essência divina e a mirra, sua essência humana. Prestada a homenagem, voltaram para suas nações, evitando novo contato com Herodes, como lhes indicou o anjo do Senhor.

A tradição dos primeiros séculos, seguindo a verdade da fé, evidenciou que eram três os reis magos: Melquior, Gaspar e Baltazar. Até o ano 474 seus restos estiveram sepultados em Constantinopla, a capital cristã mais importante do Oriente, depois foram trasladados para a catedral de Milão, na Itália. Em 1164 foram transferidas para a cidade de Colônia, na Alemanha, onde foi erguida a belíssima Catedral dos Reis Magos, que os guarda até hoje.

No século XII, com muita inspiração, São Beda, venerável doutor da Igreja, guiado por uma inspiração, descreveu o rosto dos três reis magos, assim: "O primeiro, diz, foi Melquior, velho, circunspecto, de barba e cabelos longos e grisalhos... O segundo tinha por nome Gaspar e era jovem, imberbe e louro... O terceiro, preto e totalmente barbado chamava-se Baltazar (cfr. "A Palavra de Cristo", IX, p. 195)".

Deus revelou seu Filho ao mundo e ordenou que o acatassem e seguissem. Os reis magos fizeram isto com toda humildade, gesto que simboliza o reconhecimento do mundo pagão desta Verdade. Isso é o mais importante a ser festejado nesta data. A revelação, isto é, a Epifania, que confirma a divindade do Santo Filho de Deus feito homem, que no futuro sacrificaria a própria vida em nome da salvação de todos nós.


Epifania do Senhor

Refletindo sobre a Epifania do Senhor

Como fizeram os Reis Magos, o que podemos oferecer ao Senhor?

A Igreja celebra a Epifania, a manifestação de Jesus aos povos pagãos, os que não eram judeus, no dia 6 e janeiro; mas no Brasil tem autorização para celebrar no domingo após o da Sagrada Família, encerrando o ciclo litúrgico do Natal. Além do Evangelho de São Mateus, há documentos apócrifos no Vaticano, muito antigos e de grande valor, que relatam a visita dos Reis Magos ao Menino Jesus. Há um mosaico sobre eles em Ravenna, Itália, do século VI, com os nomes dos três: Baltazar, Melquior e Gaspar. Teriam vindo da Pérsia. Os reis magos eram reis (talvez apenas de uma pequena cidade, como era comum), mas que aguardavam a chegada do Messias, uma vez que a fé dos judeus se espalhou pelo Oriente.

Trata-se de uma Solenidade litúrgica da maior importância. Os Padres da Igreja viram nesta visita dos sábios Magos do Oriente a Jesus Menino, o símbolo e a manifestação do chamado de todos os povos pagãos à vida eterna. Os magos foram a declaração explícita de que o Evangelho era para ser pregado a todos os povos.   O nosso Catecismo diz que: “A epifania é a manifestação de Jesus como Messias Israel, Filho de Deus e Salvador do mundo… Nesses “magos”, representantes das religiões pagãs circunvizinhas, o Evangelho vê as primícias das nações que acolhem a Boa Nova da salvação pela Encarnação. A vinda dos magos a Jerusalém para “adorar ao Rei dos Judeus” mostra que eles procuram em Israel, à luz messiânica da estrela de Davi, aquele que será o Rei das nações. Sua vinda significa que os pagãos só podem descobrir Jesus e adorá-lo como Filho de Deus e Salvador do mundo voltando-se para os judeus e recebendo deles sua promessa messiânica, tal como está contida no Antigo Testamento. A Epifania manifesta que “a plenitude dos pagãos entra na família dos patriarcas” e adquire a “dignidade israelítica”. (n.528)

Comentando a adoração dos reis Magos que vieram do Oriente, diz S. Agostinho: “Ó menino, a quem os astros se submetem! De quem é tamanha grandeza e glória de ter, perante seus próprios panos, Anjos que velam, reis que tremem e sábios que se ajoelham! Quem é este, que é tal e tanto? Admiro de olhar para panos e contemplar o céu; ardo de amor ao ver no presépio um mendigo que reina sobre os astros. Que a fé venha em nosso socorro, pois falha a razão natural.”

O doutor da Igreja São Gregório Nazianzeno (†379) chama a Epifania de “festa das luzes” e a contrapõe à festa pagã do sol invicto, deus dos romanos. Tanto no Oriente como no Ocidente, a Epifania tem o caráter de uma solenidade mística que transcende os episódios históricos particulares. Os Magos descobriram no céu os sinais de Deus. Tendo como ponto de partida a natureza os pagãos podem “cumprir as obras da lei” (cf.At 14,15-17), diz S. Paulo.

Depois de ter se manifestado a seu povo, Israel, através dos pastores de Belém, Cristo se manifesta ao mundo pagão na pessoa dos Magos que vieram do Oriente e o reconheceram como Deus. São Paulo expressou isso dizendo: “Este mistério Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas, mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho” (Ef 3,5).

São Leão Magno (†460), Papa e doutor da Igreja, ensinou que: “Tendo a misericordiosa Providência de Deus decidido vir nos últimos tempos em socorro do mundo perdido, determinou salvar todos os povos em Cristo” (Sermão 3 do domingo da Epifania).
Leia também: Os Reis Magos
Epifania do Senhor – onde a estrela parou
Epifania: A manifestação do Senhor
As lições dos Reis Magos
A Epifania do Senhor

O salmista já cantava este mistério ainda envolto em véu:
“Os reis de Társis e das ilhas hão de vir e oferecer-lhe seus presentes e seus dons. E também os reis de Seba e de Sabá hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. Seja bendito o seu Nome para sempre! E que dure como o sol Sua memória! Todos os povos serão Nele abençoados, todas as gentes cantarão o Seu louvor! (Sl 71,10-17). “Nações que não vos conheciam Vos invocarão e povos que Vos ignoravam acorrerão a Vós” (cf. Is 55, 5). “As nações que criastes virão adorar, Senhor, e louvar Vosso Nome (Sl 85, 9). “O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça” (Sl 97, 2).

O profeta Isaías já tinha anunciado esse mistério sete séculos antes de acontecer, mostrando que os povos viriam a Jerusalém adorar o Messias: “Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor. Eis que está a terra envolvida em trevas, e nuvens escuras cobrem os povos; mas sobre ti apareceu o Senhor, e Sua glória já se manifesta sobre ti. Os povos caminham à tua luz e os reis ao clarão de tua aurora. Levanta os olhos ao redor e vê: todos se reuniram e vieram a ti; teus filhos vêm chegando de longe com tuas filhas, carregadas nos braços… será uma inundação de camelos e dromedários de Madiã e Efa a te cobrir; virão todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando a glória do Senhor” (Is 60,1-6).

Os Magos cumpriram esta profecia trazendo o ouro para o Rei, o incenso para o Menino Deus e a mirra para “o Cordeiro que tira os pecados do mundo” (João 1,29), e que seria sepultado com mirra. São Leão Magno também nos diz que: “O serviço prestado por esta Estrela nos convida a imitar sua obediência, isto é, servir com todas as forças essa graça que nos chama todos para Cristo”.

Como podemos hoje levar, nós também, nossa adoração, ouro, incenso e mirra para o Menino Deus? De muitas maneiras. Podemos ofertar-lhe o ouro da nossa fé, o incenso do nosso louvor e a mirra dos nossos sofrimentos aceitos e as boas obras, oferecidos a Deus pela salvação do mundo. Adorar ao Menino Deus pode significar também, prostrar nosso orgulho, nossa soberba; deixar de lado nossos próprios interesses e submeter nossa vida à ação e à vontade de Deus.

Diz o grande S. Gregório Magno (†604), Papa e doutor: “As mãos significam as obras virtuosas, os dedos, a discrição. Portanto, as mãos destilam a mirra quando, pelas obras virtuosas, castiga-se a carne; mas os dedos são ditos cheios da mais preciosa mirra, pois é muito preciosa a mortificação que se faz com discrição.”

É impressionante notar que os Reis Magos chegaram a Jerusalém e ninguém sabia do nascimento do Messias; apenas os pobres pastores. Penso que eles ficaram em dúvida e até decepcionados. Como? Ninguém sabe? Será que nos enganamos? Nem os doutores da lei, nem fariseus e escribas sabiam. “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”.

Mas o inimigo de Deus notou. O fato foi tão marcante que São Mateus diz que: “Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado, assim como toda a cidade de Jerusalém. E Herodes quis matar o Menino, pois pensava que fosse tomar o seu reino. Não sabia que o Reino do Messias “era do outro mundo”.
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Assista também: Hoje celebramos a Epifania do Senhor. Mas, o que é isso?
Isto nos faz pensar. Também para nós Deus pode se manifestar e podemos ficar surdos e cegos à Sua chegada. E muitas vezes não faltam os inimigos que querem eliminá-lo em nossas vidas com receio de que possa tomar o seu poder de nós. Mas, apesar de todas as dificuldades, decepção pelo fato das pessoas não saberem de nada, os Magos continuaram sem desanimar, e a estrela os guiava: “E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande”.

Nós também não podemos deixar de caminhar em nossa busca do Senhor. Às vezes parece que Sua estrela some nas nuvens das tentações e dificuldades da vida, mas é preciso continuar a caminhada até a Manjedoura do Messias. Nós também vamos sentir uma grande alegria quando o encontrarmos. E vamos, como os Magos, vendo o Menino com José e Maria, sua mãe, ajoelhar diante dele, e o adorar, oferecendo os nossos presentes. E voltaremos para casa, como os Magos, por outro caminho, o da fé e da esperança, não o da descrença e da desesperança. E seremos felizes!

Prof. Felipe Aquino

 

Santo do dia - 6 de janeiro

São Carlo de Sezze

Curiosamente, no Convento Franciscano de Lazio, chegavam leigos e personalidades da Igreja a fim de confidenciarem seus problemas ao cozinheiro. Aliás, esse cozinheiro era também o jardineiro e o porteiro do convento e seu nome era Carlo.

Nascido em 22 de outubro de 1613, em Sezze, Itália, Carlo era um irmão leigo, pessoa humilde, submissa e sempre muito contente. Descontentes estavam seus familiares, os Melchiori ou Marchionne, cujas propriedades rurais se perdiam de vista. Seus familiares tinham outros planos para Carlo, pois queriam que ele estudasse e fizesse carreira. Porém, poucos anos depois, Carlo era garçom numa cantina de fazenda, em fuga dos estudos por causa de um professor severo. Mas Carlo lia por conta própria, levando uma vida de ermitão e de santo. Depois, já aos 22 anos, estava entre os franciscanos.

A essa altura, os familiares o queriam sacerdote, mas ele seria sempre frei Carlo, mais nada, sem graduação alguma. Carlo passou por inúmeros conventos franciscanos, sempre trabalhando, recolhendo esmolas, socorrendo doentes e moribundos em suas casas. Com o transcorrer dos anos, desponta nele o explorador de consciências, o modificador de atitudes e comportamentos, e essa fama corre por toda Igreja.

Embora Carlo cuidasse apenas da horta e da cozinha do convento, sempre acontecia ser enviado para outras cidades para que pudesse aconselhar bispos e cardeais. Um dia recebe uma incumbência, diretamente do Papa Clemente IX (1667-69): "Frei Carlo, dizem que na cidade de Perúgia há uma madre santa, vá lá e verifique pessoalmente a veracidade da situação". Uma grande responsabilidade para um simples cozinheiro. Frei Carlo tinha pouca instrução, mas escrevia belíssimas páginas espirituais e autobiográficas, numa gramática acidentada, porém, eficiente. Também não lhe faltaria sua porção de Calvário, com acusações de uma mulher mundana. Consideradas depois, calúnias, mas que fizeram o frei adoecer por alguns anos.

Após uma viagem a Úmbria, frei Carlo falece em 6 de janeiro de 1670, no Convento de São Francisco, na cidade de Roma. E no seu peito se descobre um sinal estranho, como uma cicatriz. Posteriormente, uma comissão médica declararia que esse sinal é de origem sobrenatural. Em vida, frei Carlo falava de "um raio de luz" que o havia atingido no peito, em 1648, numa igreja romana, durante êxtase profundo com Deus. O pedido de sua canonização foi feito pouco tempo após sua morte, mas seria concluído somente em 1959, pelo Papa João XXIII, que o proclamou santo.

Seu corpo é conservado na igreja do convento onde faleceu e sua festa é celebrada no dia seguinte ao da sua morte, para não coincidir com a Epifania.


São Carlo de Sezze, rogai por nós! 


São Julião e Santa Basilissa

É um casal para figurar na história da Igreja com louvores. Julião era filho de um casal cristão muito devoto e rico que lhe deu uma educação esmerada e requintada, desde a tenra idade. Depois, desejosos de ver o filho bem casado, para constituir uma sólida e cristã família, decidiram consolidar o seu matrimônio, aos dezoito anos, com a jovem Basilissa. Extremamente obediente, o rapaz que nunca havia mencionado seu voto de castidade à família, realizou o sonho dos pais e se casou com a bela e suave jovem, que como ele procedia de uma prospera e bem situada família seguidora dos mesmos preceitos cristãos que a de seu noivo.

Uma vez casados, Julião com gentileza conversou com a esposa Basilissa e juntos fizeram um pacto de consagração a Deus, para se dedicarem a Seu serviço, apesar do sacramento matrimonial . Assim a união carnal não se concretizou e ambos permaneceram virgens. Somente, após a morte dos pais é que os dois puderam viver a vida espiritual na plenitude almejada. Usando seus bens, cada um fundou um mosteiro: Julião, o masculino e Basilissa, o feminino. Com o saldo do patrimônio mantinham várias obras de caridade e sustentavam os mosteiros que funcionavam também como hospitais, para atendimento dos mais necessitados. O de Basilissa atendia especialmente aos leprosos

Nesse período o Cristianismo vivia os seus tempos mais trágicos, o das perseguições sanguinárias impostas em todo o Império pelos tiranos Diocleciano e Maximiano. Em auxílio aos cristãos surgiu Julião que abrigou em seu mosteiro dezenas deles, que procuravam refugio das implacáveis investidas. Porém foi denunciado e viu aos poucos todos serem "julgados" e condenados ao suplício e à morte pelo testemunho da fé. Até que chegou sua vez. Como se recusou a adorar os ídolos pagãos e renegar a fé em Cristo foi martirizado por um longo período. Segundo os registros dessa época arquivados pela Igreja, o período foi descrito como de muitas torturas e sofrimento, mas também de muitos prodígios e graças ocorridos através das mãos de Julião.

Julião foi finalmente assassinado e pôde descansar em paz em 9 de janeiro de 302.
Enquanto Basilissa, conseguiu ser poupada, vivendo junto aos mais miseráveis e pobres leprosos os quais tratava como filhos. Ela morreu algum tempo depois, dizem em 18 de novembro de 304, tendo promovido muitos prodígios de cura e graças.

A Igreja reverencia a memória do casal, Santo Julião e Santa Basilissa, no dia 6 de janeiro, conforme o último ajuste oficial feito no Martirológio Romano. Nele também encontramos a correção de suas origens citada antes como sendo da Antioquia mas que se comprovou ser de Antinoe capital de Tebaide, no Egito. Entretanto, algumas regiões do Oriente ainda os celebram no dia 09 de janeiro.



Santa Rafaela Maria 

Com sua irmã de sangue, fundou a Congregação das Escravas do Sagrado Coração de Jesus


Nasceu em Córdova, na Espanha, no ano de 1850. Juntamente com sua irmã de sangue, fundaram a Congregação das Escravas do Sagrado Coração de Jesus. Dedicadas à adoração ao Santíssimo Sacramento e ao cuidado das crianças, Santa Rafaela ocupou o cargo de Madre Superiora e sua irmã – co-fundadora – de ecônoma geral. Mas, no ano de 1893, a irmã de Santa Rafaela foi partilhando com outras conselheiras a ponto de convencê-las de que sua irmã, Santa Rafaela Maria, por não ser apta na economia, também não poderia continuar governando a congregação. Diante daquele consenso, ela deixou o cargo e sua irmã o ocupou e foi superiora durante 10 anos.

Nos 22 anos de vida que restaram a essa grande serva de Deus, ela viveu na humildade, fazendo os serviços que davam a ela sempre com muito amor e obediência na graça de Deus. Santa Rafaela Maria foi uma verdadeira adoradora diante do Santíssimo Sacramento. Ao falecer, em 1925, partiu para a glória. Não passou muito tempo, veio à luz toda a trama de sua irmã, que não foi reconhecida como santa.

Santa Rafaela Maria, rogai por nós!