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sábado, 14 de outubro de 2023

Santo do Dia - 14 de outubro

São Calisto I - Papa criador do cemitério da Via Ápia


Papa (+222)

Até o seu martírio defendeu a Misericórdia de Deus, que se expressa pela Igreja, que perdoa os pecados dos que cumprem as condições de penitência 

Romano de Trastevere (está sepultado na igreja de Santa Maria, em Trastevere, e não nas catacumbas que levam seu nome), filho de escravos, Calisto não teve vida fácil.

O cristão Carpóforo, da família do imperador Cômodo, havia-lhe confiado a  administração dos bens da comunidade cristã. Não foi um hábil administrador e, descoberto um grande desfalque, Calisto fugiu.


Capturado em Óstia, a ponto de zarpar, foi condenado a girar a roda de um moinho. Carpóforo mostrou-se generoso, condenando-o a pagar o débito; mas a justiça seguiu seu curso. Foi condenado à flagelação, depois  deportado para as minas da Sardenha.

Libertado, o papa Vítor ocupou-se pessoalmente dele — sinal de que Calisto desfrutava certa fama, furto à parte. Para desviá-lo da tentação, fixou-lhe um ordenado. O sucessor Zeferino foi igualmente generoso: ordenou-o diácono e confiou-lhe a guarda do cemitério cristão na via Ápia Antiga (as célebres catacumbas conhecidas em todo o mundo com seu nome).

Numa área de 120 mil metros quadrados, com quatro pavimentos sobrepostos e 20 quilômetros de corredores, estão guardados os corpos de numerosos cristãos, de santa Cecília a são Fabiano.


Quando, em 217, o diácono Calisto foi eleito papa, explodiu a primeira rebelião aberta de um grupo de cristãos “rigoristas”, por causa não só das precedentes e bem notórias desventuras de Calisto, mas sobretudo em virtude de sua atitude conciliadora para com os pecadores arrependidos —  ou melhor, para com aqueles cristãos pouco dispostos ao martírio, que se tinham munido do libellum de fidelidade aos deuses de Roma, e que, uma vez passada a tempestade, pediam para voltar ao redil.

Entre os rigoristas hostis ao novo papa, destacavam-se Tertuliano, Novaciano e o sanguinário Hipólito que, com seus Philosophumena, atacou violentamente Calisto, fazendo-se, depois, consagrar bispo; posteriormente um grupo de padres romanos dissidentes elegeram-no papa.

Foi o primeiro antipapa da história e é, caso único, também santo, graças a seu arrependimento e ao martírio sofrido em 235 na Sardenha. Também Calisto parece ter sofrido o martírio, não pela mão do imperador romano, mas durante uma convulsão em Todi. Os cristãos, não conseguindo chegar até as catacumbas da Ápia Antiga, sepultaram-no na via Aurélia; desta, Gregório III o transferiu para a basílica de Santa Maria, em Trastevere.

São Calisto I, rogai por nós!


sexta-feira, 13 de outubro de 2023

13 de outubro - Santo do Dia

São João Crisóstomo

 João Crisóstomo foi um grande orador do seu tempo. Todos os escritos dizem que multidões se juntavam ao redor do púlpito onde estivesse discursando. Tinha o dom da oratória e muita cultura, uma soma muito valiosa para a pregação do cristianismo.

João nasceu no ano 309, em Antioquia, na Síria, Ásia Menor, procedente de família muito rica, considerada pela sociedade e pelo Estado. Seu pai era comandante de tropas imperiais no Oriente, um cargo que cedo causou sua morte. Mas a sua mãe, Antusa, piedosa e caridosa, agora santa, providenciou para o filho ser educado pelos maiores mestres do seu tempo, tanto científicos quanto religiosos, não prejudicando sua formação.

O menino, desde pequeno, já demonstrava a vocação religiosa, grande inteligência e dons especiais. Só não se tornou eremita no deserto por insistência da mãe. Mas, depois que ela morreu, já conhecido pela sabedoria, prudência e pela oratória eloquente, foi viver na companhia de um monge no deserto durante quatro anos. Passou mais dois retirado numa gruta sozinho, estudando as Sagradas Escrituras e, então, considerou-se pronto. Voltou para Antioquia e ordenou-se sacerdote.

Sua cidade vivia a efervescência de uma revolta contra o imperador Teodósio I. O povo quebrava estátuas do imperador e de membros de sua família. Teodósio, em troca, agia ferozmente contra tudo e contra todos. Membros do senado estavam presos, famílias inteiras tinham fugido e o povo só encontrava consolo nos discursos e pregações de João, chamado por eles de Crisóstomo, isto é, "boca de ouro". Tanto que foi o incumbido de dar à população a notícia do perdão imperial.

Alguns anos se passaram, a fama do santo só crescia e, quando morreu o bispo de Constantinopla, João foi eleito para sucedê-lo. Constantinopla  era a grande capital do Império Romano, que havia transferido o centro da economia e cultura do mundo de então para a Ásia Menor. Entretanto,  para João, era apenas um local onde o clero estava mais preocupado com os poderes e luxos terrenos do que os espirituais. Lá reinavam a ambição, a avareza, a política e a corrupção moral. Como bispo, abandonou, então, os discursos e dispôs-se a enfrentar a luta e, como consequência, a perseguição.

Arrumou inimigos tanto entre o clero quanto na Corte. Todos, liderados pela imperatriz Eudóxia, conseguiram tirar João Crisóstomo do cargo, que foi condenado ao exílio. Mas essa expulsão da cidade provocou revolta tão intensa na população que o bispo foi trazido de volta para reassumir seu cargo. Entretanto, dois meses depois, foi exilado pela segunda vez. Agora, já com a saúde muito debilitada, ele não resistiu e morreu. Era 14 de setembro de 407.

Sua honra só foi limpa quando morreu a família imperial e voltou a paz entre o clero na Igreja. O papa ordenou o restabelecimento de sua memória. O corpo de João Crisóstomo foi trazido de volta a Constantinopla em 438, num longo cortejo em procissão solene. Mais tarde, suas relíquias foram trasladadas para Roma, onde repousam no Vaticano. Dos seus numerosos escritos, destaca-se o pequeno livro "Sobre o sacerdócio", um clássico da espiritualidade monástica. São João Crisóstomo é venerado um dia antes da data de sua morte, em 13 de setembro, com o título de doutor da Igreja, sendo considerado um modelo para os oradores clérigos. 

São João Crisóstomo, rogai por nós!


São Maurílio de Angers

 Maurílio nasceu na segunda metade do século IV, em Milão, na Itália. Na juventude, viajou para a Gália, agora França, atraído pela fama do bispo mais ilustre de sua época, Martinho de Tours.

Naquela época, a região da Gália tinha muito pouco conhecimento do Evangelho. Já existiam vários bispos destacados pelas cidades, mas o cristianismo era um fenômeno particularmente urbano e poucos camponeses tinham acesso aos ensinamentos. A finalidade da missão de Maurílio era essa. Após sua ordenação sacerdotal, saiu em missão para evangelizar os camponeses dos campos mais distantes das cidades.

Então, Maurílio entregou-se, de corpo e alma, à vida de pregação, sempre pronto a ajudar os pobres e doentes. Seu esforço teve muito êxito, pois, em 423, chegou à sua região uma delegação de camponeses, que lhe pediram para ser o bispo de sua localidade. Maurílio recebeu, então, a sua consagração episcopal e iniciou um ministério que durou cerca de 30 anos.

Foi assim que Maurílio tornou-se muito respeitado e amado pelos humildes lavradores. A voz da tradição popular conta-nos as histórias de vários prodígios ocorridos por sua intercessão. Com isso, ganhou fama de santidade, que foi passada, ao longo do tempo, para as gerações cristãs.

O que fez com que Maurílio se tornasse padroeiro dos jardineiros foi a sua demora para batizar um menino, que acabou falecendo sem o sacramento. Sentindo-se culpado, abandonou a diocese e foi para a Inglaterra, onde se transformou num jardineiro. Mas ele foi chamado de volta e aceitou continuar seu episcopado.

O bispo Maurílio morreu em Angers, na França, em 13 de setembro de 453, onde foi sepultado na igreja que recebeu seu nome. Em 1239, suas relíquias foram colocadas em uma nova urna, mas depois de muitos séculos acabaram se perdendo, quando, em 1791, a igreja foi demolida. Entretanto uma pequena parte foi salva e encontra-se, hoje, sob a guarda da Catedral de Angers, da qual são Maurílio é o padroeiro, sendo  celebrado no dia de sua morte.


São Maurílio de Angers, rogai por nós!


quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Aparição de Nossa Senhora Aparecida, rainha e padroeira do Brasil – No Brasil em 1717

Nossa Senhora da Conceição Aparecida - Padroeira do Brasil

 

Onde aconteceu: No Brasil.


Quando: Em 1717.

A quem: A três pescadores.

Festa: 12 de Outubro.
 

Oração de Consagração a Nossa Senhora. 

Ó Maria Santíssima, que em vossa querida Imagem de Aparecida espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Brasil; eu, embora indigno de pertencer ao número dos vossos filhos e filhas, mas cheio do desejo de participar dos benefícios de vossa misericórdia, prostrado a vossos pés consagro-vos meu entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis.
 
Consagro-vos minha língua, para que sempre vos louve e propague vossa devoção. Consagro-vos meu coração, para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas. Recebei-me, ó Rainha incomparável, no ditoso número de vossos filhos e filhas. Acolhei-me debaixo de vossa proteção.
 
Socorrei-me em todas as minhas necessidades espirituais e temporais e, sobretudo, na hora de minha morte. Abençoai-me, ó Mãe Celestial, e com vossa poderosa intercessão fortalecei-me em minha fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possa louvar-vos, amar-vos e dar-vos graças no céu, por toda eternidade. Amém.

HISTÓRICO.
 
Em 1717 três pescadores, após frustrada tentativa de apanhar peixes no rio Paraíba do Sul perto de Guaratinguetá (SP), colheram em suas redes o corpo de uma estátua de Maria SS. e, depois, a cabeça da mesma. A este fato se seguiu farta pescaria, que surpreendeu os três homens. Tendo limpado e recomposto a imagem, expuseram-na à veneração dos fiéis em casas de família.

Verificaram-se, porém, alguns portentos, que chamaram a atenção do Pe. José Alves Vilela, pároco de Guaratinguetá. Este então decidiu construir para a Santa Mãe uma capela capaz de satisfazer ao crescente número de devotos da Virgem. Tal capela foi substituída por outra maior no morro dos Coqueiros em 1745, morro que tomou o nome de “Aparecida” (hoje cidade de Aparecida do Norte). Em 1846 foi iniciada a construção de templo mais vasto, que ainda hoje subsiste. No ano de 1980 foi concluída monumental basílica, alvo de peregrinações numerosas durante o ano inteiro. Em 1930 o Brasil foi solenemente consagrado a Nossa Senhora Aparecida pelo Cardeal D. Sebastião Leme na presença do Sr. Presidente da República e de numerosas autoridades religiosas, civis e militares.
 
Os acontecimentos de fins de 1995 chamaram a atenção para Maria Santíssima tal como é venerada em Aparecida do Norte (SP) e no Brasil inteiro na qualidade de Padroeira do nosso país. Sabe-se que tal devoção se deve a uma pesca surpreendente cercada de fatos extraordinárias, que suscitaram a piedade dos fiéis da região de Guaratinguetá e, posteriormente, a da população de todo o Brasil. Em 1930 a Virgem Santíssima foi proclamada Padroeira do Brasil sob o título de Nossa Senhora da Conceição Aparecida (ou Nossa Senhora Imaculada em sua Conceição e Aparecida nas águas do rio Paraíba do Sul).
 
Já que versões diversas correm sobre o desenrolar dessas aparições e os atos subseqüentes, apresentaremos, a seguir, a genuína história dos eventos registrados.

1.  APARIÇÃO E AS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
POPULARES (1717-1745)

Como se deu a manifestação de Nossa Senhora Aparecida?

Eis o que relatam os documentos históricos:

Em princípios do séc. XVIII lutas, por vezes sangrentas, agitavam os exploradores dos veios de ouro em Minas Gerais.

Em março de 1717, embarcou em Lisboa, com destino ao Rio, Dom Pedro de Almeida e Portugal, Conde de Assumar, que vinha substituir Dom Braz Balthasar da Silveira no governo da Capitania de São Paulo e Minas.

Chegando ao Rio em junho de 1717, o Conde de Assumar mostrou-se logo interessado em conhecer a situação da sua capitania. Seguiu, pois, em agosto para São Paulo, sede do governo respectivo, do qual tomou posse aos 4 de setembro do mesmo ano. Em vista, porém, dos tumultos registrados em Minas por motivo das minas de ouro. Dom Pedro de Almeida e Portugal resolveu dirigir-se ao local das desordens. Partiu, portanto, de São Paulo aos 25 ou 26 de setembro de 1717, deixando como substituto nessa cidade Manoel Bueno da Fonseca, oficial de grande patente.
 
Após cerca de 17 dias de viagem, isto é, aos 11 ou 12 de outubro de 1717, chegava o Conde de Assumar, com sua comitiva, à região de Guaratinguetá. Entre os acontecimentos faustosos que então se deram relatam os manuscritos da época o seguinte:
A Câmara da Vila notificou então os pescadores que apresentassem todo o peixe que pudessem haver para o dito governador. Entre muitos, foram pescar em suas canoas Domingos Martins Garcia, João Alves e Felipe Pedroso e, principiando a lançar suas redes no porto de José Corrêa leite, continuaram até o porto de Itaguassú, distância bastante, sem tirar peixe algum. E lançando neste porto João Alves a sua rede, de rasto tirou o corpo da Senhora, sem cabeça, e, lançando mais abaixo outra vez a rede, tirou a cabeça de mesma Senhora, não se sabendo nunca quem ali a lançasse.
 
“E, continuando a pescaria, não tendo até então peixe algum, dali por diante foi tão copiosa em poucos lances que, receosos de naufragarem pelo muito peixe que tinham nas canoas, ele e os companheiros se retiraram a suas moradas, admirados deste sucesso” (cf. Marcondes Homem de Mello, Álbum da Coroação. Brasílio Machado, A Basílica de Aparecida).
Eis o que referem os documentos mais antigos em torno do aparecimento da Virgem.
 
A título de ilustração, pode-se acrescentar que o porto de José Corrêa Leite, donde partiram os três mencionados pescadores, se achava à margem esquerda do rio Paraíba no bairro Tetequera (município de Pindamonhangaba). A imagem encontrada media 38 cm de altura e apresentava cor bronzeada.
 
Impressionados pelo fenômeno, principalmente pela pesca portentosa que se seguiu à descoberta da estátua, os três mencionados pescadores limparam com grande cuidado a imagem, e verificaram que representava Nossa Senhora da Conceição, que o povo sem demora passou a chamar “Senhora Aparecida”. Felipe Pedroso conservou a imagem em sua casa durante vários anos; por fim, resolveu dá-la a seu filho Atanásio, que morava em Itaguassú, porto onde se dera o encontro da estátua. Atanásio, movido então pela sua fé, ergueu um pequeno oratório, onde depositou a venerável efígie; aí começou o povo da vizinhança a reunir-se aos sábados à noite, a fim de rezar o santo rosário e praticar as suas devoções.

Certa vez, durante uma dessas práticas aconteceu que, embora a noite estivesse muito calma, de repente se apagaram as velas que alumiavam a imagem da Senhora. Os fiéis, querendo reacendê-las, verificaram com surpresa que elas por si, sem intervenção de alguém, se reacenderam.

Foi este o primeiro prodígio registrado em torno da Senhora Aparecida. O mesmo portento se repetiu em outras ocasiões, chegando a notícia ao conhecimento do pároco de Guaratinguetá, Pe. José Alves Vilela. O sacerdote decidiu então construir para a estátua uma capelinha mais ampla, capaz de satisfazer ao crescente número dos devotos da Virgem, a qual ia multiplicando graças a benefícios sobre os fiéis. Em breve, também essa capelinha se tornou pequena demais. Foi preciso pensar em nova construção em lugar mais elevado que a margem do rio.

Escolhido o morro dos Coqueiros, o mais vistoso e acessível dos que margeiam o Paraíba, começou-se ali em  1743 a edificação de novo santuário, com a provisão do bispo do Rio de Janeiro, Dom Frei João da Cruz; aos 26 de julho de 1745, a obra terminada foi devidamente benta, dando lugar à celebração da primeira Missa. Doravante o morro e suas cercanias tomaram o nome de “Aparecida”, designação até hoje conservada. “Aparecida do Norte” é designação popular, pois a cidade fica a sudeste do Estado de São Paulo.

Entre os milagres que muito provocavam o fervor do povo, conta-se o do escravo, ocorrido por volta de 1790 e famoso nos tempos subseqüentes. Segundo a versão mais abalizada, as correntes se soltaram das mãos do escravo, quando este implorava a proteção de Nossa Senhora Aparecida diante da respectiva imagem. Eis como o refere o Pe. Claro Francisco de Vasconcelos pelo ano de 1838:

“Um escravo fugitivo, que estava sendo conduzido de volta à fazenda pelo seu patrão, ao passar pela Capela, pediu para fazer oração diante da Imagem. Enquanto o escravo estava em oração, caiu repentinamente a corrente, deixando intato o colar que prendia seu pescoço. A corrente se encontra até hoje pendente da parede do mesmo Santuário como testemunho e lembrança de que Maria Santíssima tem suprema autoridade para desatar as prisões dos pecadores arrependidos. Aquele senhor, tocado pelo milagre, ofereceu a Nossa Senhora o preço dele e o levou para casa com uma pessoa livre, a fim de amar e estimar aquele seu escravo como pessoa protegida pela soberana Mãe de Deus” (relato extraído da obra de Júlio J. Brustoloni, A Mensagem da Senhora Aparecida, Ed. Santuário, Aparecida, SP, 1994).

 

2.   DE 1745 AOS NOSSOS DIAS:

A DEDICAÇÃO DO BRASIL À VIRGEM SS.
A nova igreja foi diversas vezes reformada e aumentada, até que em 1846 foi iniciada a construção de um templo ainda mais vasto. Os trabalhos, porém, diversas vezes interrompidos, só chegaram a termo em 1888; aos 8 de dezembro desse ano, Dom Lino Deodato de Carvalho, oitavo bispo de São Paulo, procedeu à bênção do novo santuário, que até nossos dias subsiste em Aparecida, ornado com o título de “Basílica Menor”, título concedido por S. Pio  X aos 29 de abril de 1908.

Para atender aos numerosos grupos de peregrinos que afluíam ao local, o mesmo prelado obteve a vinda dos RR. PP. Redentoristas, os quais desde 1894 têm a seus cuidados o santuário e a respectiva cura pastoral.

Aos 8 de setembro de 1904, realizou-se a solene coroação de Nossa Senhora Aparecida, com a participação do Sr. Núncio Apostólico Dom Júlio Tonti, do representante do Presidente da república, do Episcopado do Brasil Meridional e de grande multidão de sacerdotes e fiéis.

Finalmente, o S. Padre Pio XI houve por bem acolher o pedido da hierarquia e dos fiéis, que desejavam fosse Nossa Senhora Aparecida proclamada Padroeira principal de todo o Brasil. Aos 16 de julho de 1930 publicava S. Santidade o seguinte “Motu proprio”:

“… Por conhecimento certo e madura reflexão Nossa, na plenitude de Nosso poder apostólico, pelo teor das presentes letras, constituímos e declaramos a mui Bem-aventurada Virgem Maria concebida sem mancha, sob o título de “Aparecida”, Padroeira principal de todo o Brasil diante de Deus. Este padroado gozará dos privilégios litúrgicos e das outras honras que costumam competir aos Padroeiros principais de lugares ou regiões. Concedendo isto para promover o bem espiritual dos fiéis no Brasil e aumentar cada vez mais a sua devoção à Imaculada Mãe de Deus, decretamos que cada vez mais a sua devoção à Imaculada Mãe de Deus, decretamos que as presentes letras estejam e permaneçam sempre firmes, válidas e eficazes, surtindo seus plenos e inteiros efeitos”.
 
Este decreto pontifício foi publicado na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, fazendo-se a consagração do Brasil à Virgem Ssma., com grande júbilo dos fiéis.

No ano seguinte, o mesmo ato se repetiu em termos mais solenes na capital da República. A imagem da Virgem foi, sim, entusiasticamente levada de Aparecida para o Rio de Janeiro, onde percorreu em procissão o centro da cidade aos 31 de maio de 1931. Finalmente na Esplanada do Castelo, em presença do Sr. Presidente da república, de altas autoridades civis e militares, de numerosas divisões das Forças Armadas, do Episcopado Brasileiro e de enorme multidão de fiéis, o Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro proferiu o ato de consagração de todo o Brasil a Nossa Senhora Aparecida, recomendando à Excelsa Padroeira todos os interesses e as necessidades da pátria.

Este ato, que mereceu os aplausos da opinião pública em geral, estava bem na linha de venerável tradição da nação brasileira, a qual sempre mostrou especial devoção à Virgem Imaculada. Entre outros fatos expressivos dessa estima, pode-se notar que, ao proclamar a independência do Brasil, D. Pedro I, o primeiro Imperador, confirmando aliás antiga provisão de Sua Majestade o rei de Portugal do ano de 1646, declarou a Virgem da Conceição Padroeira do Brasil.

Numerosos são os relatos de milagres que tanto a imprensa como a voz do povo atribuem à Virgem Aparecida. As autoridades eclesiásticas não se empenham por definir a autenticidade de tais portentos, nem mesmo a dos episódios concernentes à aparição da Senhora Imaculada no porto de Itaguassú em 1717. Doutro lado, não vêem razão para se opor à devoção de Nossa Senhora Aparecida: ao contrário, esta tem produzido os melhores frutos, espirituais e corporais, no povo brasileiro. É por isto que os Srs. Bispos têm mesmo patrocinado e fomentado a piedade para com a Excelsa Padroeira do Brasil. Contudo, a bem da verdade, deve-se notar que tal atitude favorável é independente de qualquer pronunciamento da autoridade eclesiástica sobre a genuinidade dos prodígios que se narram em torno da Virgem e do Santuário de Aparecida.

A Santa Igreja de modo nenhum entende fazer de tais relatos matéria de fé; deixa, antes, a cada um de seus filhos a liberdade de ponderar o grau de autoridade que merecem os respectivos documentos (o que de resto não desmerece o valor de autenticidade que realmente possa caber a tais episódios).
 
A presença do sobrenatural em Aparecida exigiu que se empreendesse a construção de nova e mais vasta Basílica. Esta, iniciada em 1955 sob os auspícios do Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, estava concluída, com todas as suas capelas e quatro naves, em 1980. A área construída é de 23.000 m² e a área coberta mede 18.000 m². A lotação normal é de 45.000 pessoas, podendo a lotação máxima chegar a 70.000 pessoas. Até hoje são relatados milagres e favores de ordem física obtidos por intercessão de Nossa Senhora Aparecida em seu Santuário; todavia o que mais importa aí, são os numerosos casos de conversão espiritual e reencontro da paz interior alcançada pelo patrocínio de Maria SSma.

O fato de que a imagem da Senhora Aparecida tem a cor preta, tem sido objeto de comentários … Na verdade, o fenômeno se explica bem pela longa permanência da estátua dentro da água do rio. Na época da descoberta o fato não deve ter tido a repercussão e importância que hoje lhe querem atribuir.

  A propósito recomenda-se a leitura do livro do Pe. Júlio J. Brustoloni: A Mensagem da Senhora Aparecida, Ed. Santuário, Rua Padre Claro Monteiro, 342, Aparecida (SP), 1994.


¹ O título “Nossa Senhora Aparecida” designa a Santíssima Mãe de Deus tal como ela apareceu na localidade do Estado de São Paulo que hoje traz o nome de “Aparecida do Norte” (nas proximidades de Pindamonhangaba e Guaratinguetá). Lá Nossa Senhora se manifestou com as notas que, na arte sacra, a caracterizam como imaculada em sua conceição; daí dizer-se comumente “Nossa Senhora da Conceição Aparecida”. – A mesma Virgem Ssma., tendo-se manifestado em Fátima, é chamada “Nossa Senhora de Fátima”; tendo aparecido em Lourdes, é dita “Nossa Senhora de Lourdes”, etc. Tais denominações não supõem diversas “Nossas Senhoras”, mas significam sempre a mesma Santa (“Santa Maria, Mãe de Deus …”), apenas invocada sob títulos diferentes.


Fonte: Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS” D. Estevão Bettencourt, osb. Nº 405 – Ano 1996 – Pág. 72

       
Detalhes importantes:
 
__ O Santuário de Aparecida e a paróquia da cidade, onde situa-se a primeira basílica, são conduzidas e geridas pelos sacerdotes de congregação dos Redentoristas;
 
__ Foi o Papa Pio XI que proclamou Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil;
 
     __  O grande e santo Papa Pio X foi quem autorizou e abençoou, desde o Vaticano, a coroação da Imagem como sendo de Nossa Senhora, em 04/09/1904;
 
__ Comprovando que não foi acaso ter sido escolhido em 13 de para a abolição da escravatura, a coroa de Nossa Senhora foi doada pela Princesa Isabel;
 
__ Anteriormente, ano da abolição 1988, foi inaugurada a 1ª Basílica em Aparecida; (hoje, transformada na Matriz da Paróquia).
 
__ A atual Basílica, Santuário Nacional de Aparecida, foi concluída em 1984, após 29 anos de construção;
 
__ No subsolo encontramos a Sala dos Milagres, com milhares de testemunhas e agradecimentos por graças alcançadas;
 
__ Na Basílica de Aparecida é possível receber até setenta mil pessoas. Em todo o mundo apenas a Basílica de São Pedro, em Roma, é maior;
 
__ A festa em honra a Nossa Senhora Aparecida, feriado nacional, acontece em 12 de outubro. O comparecimento médio anual situa-se próximo a 250.000 pessoas, apenas no dia da festa. Durante o ano todo o total estimado fica próximo a 4 milhões de romeiros.

Visita de três Papas 

Três Papas visitaram o Santuário Nacional: João Paulo II, no ano de 1980, Papa Bento XVI, quando abriu a V Conferência Episcopal Latino-americana e do Caribe em maio de 2007 , e Papa Francisco em 2013, por ocasião das atividades da Jornada Mundial da Juventude, realizada neste ano no Rio de Janeiro.

 
“Ó Maria, nossa Mãe e padroeira do Brasil, Tu que aparecestes nas redes dos pescadores sem a cabeça para simbolizar o martírio dos teus filhos, escravizados, libertai o povo brasileiro de toda a escravidão do pecado, das doenças e das mazelas morais. Sede nossa mãe e consoladora, portadora da esperança e sinal do teu Filho Jesus. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!”
 

         “Todos nós, brasileiros, agradecemos a Santíssima Trindade e a Nossa Senhora por tão grande graça concedida”. 
 
 

 Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rogai por nós!


Nossa Senhora do Pilar


 


O título mais antigo de Nossa Senhora
O título de Nossa Senhora do Pilar é o mais antigo de Nossa Senhora, mesmo não sendo muito conhecido no Brasil. A basílica do Pilar, que fica em Zaragoza, uma cidade da Espanha, é um santuário privilegiado.
Nossa Senhora do Pilar na tradição cristã

Segundo a tradição cristã, o título de Nossa Senhora do Pilar tem origem há mais de 1900 anos. Ela diz que dia após dia aumentava a quantidade de cristãos que eram atraídos pelos milagres e pela pregação dos apóstolos. Porém, em perseguição contra a Santa Igreja, muitos cristãos eram presos, torturados e mortos pelos judeus. Com isso, os apóstolos, indignados, iniciaram a anunciar o evangelho para todos, conforme ordenou Nosso Senhor Jesus Cristo. 

A missão dada a São Tiago
São Tiago o responsável pela pregação do Santo Evangelho na Espanha. Porém, antes de sua partida, ele implorou a bênção de Maria Santíssima, como era de costume entre os apóstolos. Enquanto abençoava São Tiago, Maria disse: ”Vai, meu filho, cumpre a ordem de teu Mestre, e por Ele te rogo que, naquela cidade da Espanha em que maior número de almas converteres a fé, edifiques uma igreja em minha memória, conforme o que eu te manifestar”. 
 
Os primeiros convertidos

São Tiago então pregou em inúmeras províncias espanholas até chegar em Zaragoza, que margeava o rio Ebro. Na cidade, conseguiu converter oito varões a Jesus Cristo, com quem se retirava para as margens do rio durante o período noturno, para descansar e orar.
 
A primeira aparição de Nossa Senhora do Pilar
Em uma dessas noites, descansando com seus discípulos, São Tiago escutou vozes de anjos cantando: ”Ave Maria, cheia de graça!” Ajoelhando-se, São Tiago pode ver a Santíssima Virgem sentada num pilar de mármore no meio de um coro de anjos. Nesse momento, Maria disse carinhosamente a ele: ”Eis aqui, meu filho, o lugar assinalado e destinado à minha honra, no qual, por teu cuidado e em minha memória, quero que seja edificada uma igreja; conserva este pilar onde estou sentada, porque meu Filho e teu Mestre enviou-o do céu pelas mãos dos anjos; junto a ele assentarás o altar da capela, e nele obrará a virtude do Altíssimo os portentos e maravilhas de minha intercessão, para com aqueles que, em suas necessidades, implorarem o meu patrocínio; e este pilar permanecerá aqui até o fim do mundo, e nunca faltarão nesta cidade verdadeiros cristãos que honrem o nome de Jesus Cristo, o meu Filho”.­ De repente, o coro de anjos levou Maria para sua casa em Jerusalém.
 
A construção da capelinha
Depois da aparição, a Virgem Maria ainda viveu por mais onze anos. Tocado com a aparição, São Tiago logo construiu uma capelinha naquele lugar, com o auxílio dos oito discípulos, e colocou o pilar na parte de cima do altar, de modo que o pilar ficasse voltado para o rio Ebro. 

A capela se torna basílica

A capela sofreu diversas reformas e expansões ao longo dos séculos. Hoje é uma basílica grandiosa que acolhe incontáveis fiéis que vêm de todos os cantos do mundo para venerar a Virgem e seu Pilar. Muito além dos seus incríveis milagres, Nossa Senhora do Pilar é conhecida como consoladora dos aflitos, refúgio dos pecadores e Mãe da Espanha. Sua ação é principalmente espiritual. A devoção ao Pilar tem grande influência na América Ibérica, onde os países festejam o dia do descobrimento no dia 12 de outubro, que também é o dia do Pilar. A Basílica de Nossa Senhora do Pilar fica aberta durante todo o dia e está sempre cheia de fiéis que vão ao Pilar buscando graças, reconciliação e diálogo com Deus.
 
Uma devoção de vinte séculos
Assim surgiu título Nossa Senhora do Pilar, que até hoje é bastante venerada na igreja católica espanhola. Já se passaram vinte séculos desde a aparição de Nossa Senhora do Pilar a São Tiago, e, apesar das invasões muçulmanas, guerras e intempéries, o pilar sagrado continua intacto na basílica de Zaragoza, sob a proteção da Virgem Maria. 

Oração a Nossa Senhora do Pilar
“Virgem Imaculada! Minha Mãe! Maria!
Eu vos renovo, hoje e para sempre a consagração de todo o meu ser para que disponhais de mim para o bem de todas as pessoas.
Somente vos peço, minha rainha e mãe da igreja, força para cooperar fielmente na vossa missão de trazer o reino de Jesus ao mundo.
Ofereço-vos, portanto, Coração Imaculado de Maria, as orações e os sacrifícios deste dia, para que fiéis à nossa consagração, sejamos igualmente disponíveis a colaborar convosco na construção de um mundo novo, ó Maria concebida sem pecado! Rogai por nós que recorremos a vós e por todos quantos recorrem a vós, de modo particular as famílias de nossa comunidade paroquial, que vos venera com o título de Senhora do Pilar.”
Amém.
 
Nossa Senhora do Pilar , rogai por nós!