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domingo, 16 de fevereiro de 2014

Santo do dia - 16 de fevereiro

Santo Onésimo
 
Santo Onésimo se converteu após conhecer e ser evangelizado por São Paulo. Ele era conhecido como o “coração de São Paulo”


Onésimo era o nome do escravo de um importante e rico cidadão chamado Filemon que viveu na Frígia, atual Turquia, na Ásia Menor. Filemon, sua esposa e filho, em certa ocasião ouvindo o apóstolo Paulo se converteram, tocados pela palavra de Cristo. Paulo batizou a toda a família e os dois se tornaram amigos. Este escravo, cujo nome em grego significa útil, roubou dinheiro de seu amo. Assim, temendo ser castigado resolveu fugir.

O castigo para os escravos recapturados era ter a letra "F" marcada em brasa na testa e para os ladrões era a morte. Por isto foi para Roma onde deve ter cometido alguma infração, pois foi preso e algum tempo depois libertado. No cárcere conheceu o apóstolo Paulo que mais uma vez era prisioneiro dos romanos. Ouvindo sua palavra, o escravo foi tocado pela Paixão de Cristo e se arrependeu. Procurando o apostolo, confessou sua culpa e foi perdoado. Assim, Onésimo se converteu e recebeu o batismo do próprio Paulo, que o enviou de volta para o também amigo Filemon com uma carta.

Nela, o santo apóstolo explicou que estaria disposto a pagar em dinheiro pelo erro do escravo, caso Filemon não o perdoasse, pois estava convencido de que Onésimo estava mudado e se emendara completamente. Narrou a sua conversão e, inspirado pelo Espírito Santo escreveu: "Venho suplicar-te por Onésimo, meu filho, que eu gerei na prisão. Ele outrora não te foi de grande utilidade, mas agora será muito útil, tanto a mim como a ti. Eu envio-o a ti como se fosse o meu próprio coração....Portanto, se me consideras teu irmão na fé, recebe-o como a mim próprio". (Fm 18 e 19)

Sabedor da sinceridade e do poder que Paulo tinha para fazer pessoas se converterem à vida cristã, para dali em diante viverem na honestidade e na caridade, Filemon perdoou Onésimo. Depois, deu total apoio ao seu ex-escravo que passou a trabalhar com a palavra e também com seu próprio exemplo.

Onésimo ficou muito ligado ao apóstolo Paulo, que o enviou à cidade de Colossos como evangelizador. Depois foi consagrado bispo de Efeso, onde substituiu Timóteo. Durante sua missão episcopal, a fama de suas virtudes ultrapassou os limites de sua diocese. Segundo uma tradição antiga, na época do imperador Domiciano foi preso e levado a Roma, onde morreu apedrejado, como mártir cristão.

Embora este acontecimento não tenha total comprovação, a Igreja incluiu Santo Onésimo entre seus santos, porque são fortes os indícios de que seja realmente um mártir do cristianismo dos primeiros tempos.

Santo Onésimo, rogai por nós!

sábado, 15 de fevereiro de 2014

15 de fevereiro - Santo do dia

São Cláudio Colombiere


Cláudio Colombiere nasceu próximo de Lion, na França, no dia 02 de fevereiro de 1641. Seus pais faziam parte da nobreza reinante, com a família muito bem posicionada financeiramente e planejavam dedicá-lo ao serviço de Deus, mas ele era totalmente avesso a essa idéia.

Com o passar do tempo acaba por se render ao modo de vida e filosofia dos jesuítas de Lion, onde segue com seus estudos. De lá passa a Avinhon e depois a Paris e, três anos depois, é ordenado sacerdote. Em 1675, emite os votos solenes da Companhia de Jesus e vai dirigir a pequena comunidade da Ordem, em Parai-le-Monial.

Padre Cláudio foi nomeado confessor do mosteiro da Visitação onde encontra uma irmã de vinte e oito anos, presa ao leito devido às fortes dores reumáticas. A doente era Margarida Maria Alacoque, uma figura de enorme poder espiritual, que influenciava a todos que se aproximavam. Margarida Alacoque revelava o incrível poder e a veneração ao Sagrado Coração de Jesus, símbolo da Humanidade e do amor infinito do Cristo. Os devotos do Sagrado Coração são tomados como adoradores de ídolos e atacados, de vários lados, com duras palavras e ameaças.

Nesta cidade, padre Cláudio é um precioso guia para tantos cristãos desorientados. Mas, em 1674 é enviado a Londres como capelão de Maria Beatriz D'Este, mulher de Carlos II, duque de York e futuro rei da Inglaterra. Naquela época, a Igreja Católica era perseguida e considerada fora da lei na Inglaterra. Entretanto, como padre Cláudio celebrava a Eucaristia numa pequena capela, acaba sendo procurado por muitos cristãos, irmãs clandestinas e padres exilados, todos desejosos de escutar seus conselhos.

Outro acontecimento muda completamente a sua vida. Ele é enviado como missionário às colônias inglesas da América. Depois de dezoito meses de sua chegada, foi acusado de querer restaurar a Igreja de Roma no reino e vai preso. Porém, como é um protegido do rei da França, não permanece no cárcere e é expulso.

Mais uma vez padre Cláudio Colombiere retorna à França, em 1681. Entretanto, já se encontrava muito doente. Seu irmão ainda tentaria levá-lo a regiões onde o ar seria mais saudável. Mas ele não desejava partir, pois havia recebido um bilhete de Margarida Alacoque que dizia: "O Senhor me disse que sua vida findará aqui". Três dias depois ele morre em Parai-le-Monial e seu corpo fica sepultado na Companhia de Jesus, sob a guarda dos padres jesuítas. Era o dia 15 de fevereiro de 1683.

O Papa Pio IX o beatifica em 1929, e é proclamado Santo Cláudio Colombiere em 1992, pelo Papa João Paulo II, em Roma.


São Cláudio Colombiere, rogai por nós!


Santos Faustino e Jovita
 
Faustino nasceu em 90, Jovita em 96, na cidade e Bréscia, na Lombardia, Itália. Eram cristãos e foram martirizados no século II, durante os tempos sangrentos das perseguições. Os outros dados sobre eles nos foram transmitidos pela tradição, pois quase todos os registros eram queimados ou confiscados durante as inúmeras perseguições contra a Igreja dos primeiros séculos.

Segundo os devotos eles eram irmãos e pregavam livremente a religião apesar das perseguições decretadas pelos imperadores: Trajano e Adriano. As prisões estavam repletas de cristãos que se não renegassem a fé publicamente eram martirizados. E na Lombardia a situação não era diferente. Isto preocupava o bispo Apolônio da Bréscia, que precisava de confessores e sacerdotes que exortassem o animo e a fé dos cristãos, para se manterem firmes nas orações.

Secretamente, o bispo ordenou Faustino sacerdote e Jovita diácono, que continuaram no meio da comunidade operando milagres, convertendo pagão e destruindo os ídolos. Acusados pelo prefeito, foram espancados, submetidos a atrozes torturas, mas sobreviveram a tudo. Foram então levados para Roma, julgados e condenados a morrer na cidade natal. Em 15 de fevereiro de 146 foram decapitados.

Mas, existia uma tradição que dizia que Jovita, era a irmã virgem de Faustino, por isto não era sacerdote como ele. A Igreja comprovou entretanto que eram dois mártires homens, porque pela origem da palavra, que significa jovem, se tratava de um termo na época usado somente para o gênero masculino.

O primeiro testemunho sobre o culto destes dois santos mártires foi encontrado no livro dos "Diálogos" de São Gregório Magno. Entre 720 e 730 houve a translação dos corpos dos Santos Faustino e Jovita do cemitério de São Latino, para a igreja de Santa Maria, depois chamada de São Faustino e Jovita. Outra particularidade histórica e religiosa foi a troca de relíquias feita entre os monges beneditinos de Monte Cassino e o bispo de Bréscia. Eles ficaram com uma de Faustino e a Catedral de Bréscia recebeu uma de São Bento.

Enquanto isso a tradição continuava a se enriquecer, tanto que nas pinturas tradicionais São Faustino e Jovita são representados vestidos de guerreiros. Em 1438, a cidade de Bréscia foi salva, da invasão das tropas do comandante milanês Nicolau Picinino, pelos dois santos que apareceram vestidos de guerreiros para lutar ao lado da população bresciana. No dia 10 de janeiro de 1439, o bispo de Bréscia escrevia ao amigo, bispo de Vicenza a narração desta tremenda invasão. Esta carta se encontra na Biblioteca de São Marco, no Vaticano.

Uma das maiores festas que acontece na Lombardia é a de São Faustino e Jovita, na Bréscia, quando a população reverencia seus Patronos no dia 15 de fevereiro, começando pela celebração litúrgica.

Santos Faustino e Jovita, rogai por nós! 


São Teotônio

Teotônio nasceu em 1082, na aldeia de Tartinhade, em Ganfei, próxima a Valença do Minho, Portugal. Na infância estudou no mosteiro beneditino de Ganfei.

Aos dez anos, mostrando inclinação religiosa, foi entregue ao tio, bispo de Coimbra, que assumiu sua educação. Na capital, o bispo o colocou no colégio anexo à sua Catedral designando o diretor padre Telo para orientador espiritual do sobrinho. Teotônio se formou em teologia e filosofia. Quando seu tio morreu , padre Telo o enviou aos cuidados de um outro tio, que era o prior do mosteiro em Viseu, para completar sua formação eclesiástica.

Em Viseu, ele tomou a ordem sacerdotal e sucedeu seu tio, como prior do mosteiro, em 1112. Teotônio fez então sua primeira peregrinação a Jerusalém e, ao voltar, recusou ser o bispo de Viseu. Preferiu continuar um simples missionário e voltou para a Terra Santa, pela segunda vez, onde pretendia ficar. Entretanto padre Telo, seu antigo orientador, mandou chamá-lo, porque precisava de sua ajuda para criar uma comunidade religiosa, sendo prontamente atendido.

Assim, Teotônio foi o co-fundador, junto com onze religiosos, e primeiro superior do mosteiro da Santa Cruz de Coimbra, sede da nova Ordem, criada em 1131, sob a Regra de Santo Agostinho. Todos os fundadores receberam o hábito agostiniano. Depois, pediram ao papa Inocêncio II que tomasse sob sua proteção o mosteiro da Santa Cruz de Coimbra. Ele aceitou o pedido pela Bula Desiderium quod, de 26 de maio de 1135.

Sua atuação foi marcada por uma dinâmica missionária relevante durante a reconquista cristã no território português. Cedo compreendeu que as nações não se forjam nos campos de batalhas, mas nas escolas de formação de sua juventude. Era um missionário notável e um homem de visão moderna para o seu tempo. Foi conselheiro espiritual do rei Afonso Henrique, que o estimava e muito auxiliou a Ordem. Manteve contatos amistosos com personagens importantes do seu tempo, como São Bernardo.

Aos setenta anos Teotônio renunciou ao cargo de prior, voltando a ser um simples religioso. Um ano depois o papa Anastásio IV quis consagrá-lo bispo de Coimbra, mas ele recusou, consagrando seus últimos anos à oração. Morreu em 18 de fevereiro de 1162. Seu corpo repousa numa capela da igreja do mosteiro que fundou. Um ano depois, no aniversário de sua morte o papa Alexandre III o canonizou.

São Teotônio se tornou o primeiro santo da nação portuguesa a ser canonizado, sendo celebrado pela Igreja como o reformador da vida religiosa em Portugal. O seu culto celebrado no dia 18 de fevereiro foi difundido pelos agostinianos espalhados no mundo todo. Em 1602, foi proclamado Padroeiro da cidade e diocese de Viseu.

São Teotônio, rogai por nós!
 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Santo do dia - 14 de fevereiro

São Cirilo


Constantino nasceu em 826 na Tessalonica, atualmente Salonico,Grécia. Seu pai era Leão, um rico juiz grego, que teve sete filhos. Constantino o caçula e Miguel o mais velho, que mudaram o nome para Cirilo e Metódio respectivamente, ao abraçarem a vida religiosa.

Cirilo tinha catorze anos quando o pai faleceu. Um amigo da família, professor Fócio, que mais tarde ajudou seu irmão acusado de heresia, assumiu a educação dos órfãos em Constantinopla, capital do Império Bizantino. Cirilo aproveitou para aprender línguas, literatura, geometria, dialética e filosofia. De inteligência brilhante, se formou em tudo.

Rejeitando um casamento vantajoso, ingressou para a vida espiritual, fazendo votos particulares, se tornou bibliotecário do ex-patriarca. Em seguida foi cartorário e recebeu o diaconato. Mas sentiu necessidade de se afastar, indo para um mosteiro, em Bosforo. Seis meses depois foi descoberto e designado para lecionar filosofia. Em seguida, convocado como diplomata para a polemica questão sobre o culto das imagens junto ao ex-patriarca João VII, o Gramático. Depois foi resolver outra questão delicada junto aos árabes sarracenos que tratava da Santíssima Trindade. Obteve sucesso em ambas.

Seu irmão mais velho, que era o prefeito de Constantinopla, abandonou tudo para se dedicar à vida religiosa. Em 861, Cirilo foi se juntar a ele, numa missão evangelizadora, a pedido do imperador Miguel III, para atender o rei da Morávia. Este rei precisava de missionários que conhecessem a língua eslava, pois queria que o povo aprendesse corretamente a religião. Os irmãos foram para Querson aprender hebraico e samaritano.

Nesta ocasião, Cirilo encontrou um corpo boiando, que reconheceu ser o papa Clemente I, que tinha sido exilado de Roma e atirado ao mar. Conservaram as relíquias numa urna, que depois da missão foi entregue em Roma. Assim, Cirilo continuou estudando o idioma e criou um alfabeto, chamado "cirílico", hoje conhecido por "russo". Traduziu a Bíblia, os Livros Sagrados e os missais, para esse dialeto. Alfabetizou a equipe dos padres missionários, que começou a evangelizar, alfabetizar e celebrar as missas em eslavo.

Isto gerou uma grande divergência no meio eclesiástico, pois os ritos eram realizados em grego ou latim, apenas. Iniciando o cisma da Igreja, que foi combatido pelo então patriarca Fócio com o reforço de seu irmão. Os dois foram chamados por Roma, onde o papa Adriano II, solenemente recebeu as relíquias de São Clemente, que eles transportavam. Conseguiram o apoio do Sumo Pontífice, que aprovava a evangelização e tiveram os Livros traduzidos abençoados.

Mas, Cirilo que estava doente, piorou. Pressentido sua morte, tomou o hábito definitivo de monge e o nome de Cirilo, cinqüenta dias depois, faleceu em Roma no dia 14 de fevereiro de 868. A celebração fúnebre foi rezada na língua eslava, pelo papa Adriano II, sendo sepultado com grande solenidade na igreja de São Clemente. Cirilo e Metódio foram declarados pela Igreja como "apóstolos dos eslavos". O papa João Paulo II, em 1980, os proclamou junto com São Bento de "Patronos da Europa".


São Cirilo, rogai por nós!


São Metódio

Miguel, primogênito dos sete filhos do juiz grego Leão, nasceu em 814 na Tessalonica, atual Salonico, Grécia. Tinha vinte e seis anos e era prefeito de Constantinopla, capital do Império Bizantino, quando seu pai morreu. Irmão de Constantino, foi aluno de Fócio, que assumiu a educação dos órfãos. Miguel e Constantino mudaram o nome para Metódio e Cirilo, ao se consagrarem sacerdotes.

Com a morte do pai, em 840, abandonou tudo e se recolheu no convento de Policron, no monte Olímpio, e se fez monge. Foi o imperador Miguel III quem o convocou para a missão evangelizadora da Morávia, da qual participou também seu irmão. Depois os dois foram para Roma, onde Cirilo, doente, acabou falecendo.

Metódio foi ordenado sacerdote pelo papa AdrianoII em 868 e, depois da cerimônia do sepultamento do irmão, foi nomeado delegado apostólico, consagrado bispo, e estabelecido como arcebispo para a Iugoslávia e Morávia. Uma carta, que o credenciava junto aos principados eslavos, continha a aprovação sem reservas para a liturgia na língua eslava.

Os acontecimentos políticos impediram que Metódio retornasse a Morávia. Ficou, então nos domínios do principado iugoslavo, que tinham sido evangelizados até Áustria. Alí foram inevitáveis os desencontros entre o clero latino e o novo clero eslavo. Inclusive, Metódio foi preso, traído diante do concílio de Ratisbona e condenado ao exílio na Suécia.
O então papa João VIII, em 878, interveio energicamente e ele foi solto, mas reprovou as suas novidades lingüísticas na liturgia. Porém, Metódio, estava fortalecido pela aprovação do papa anterior, podendo dar continuidade à evangelização iniciada. Depois de um ano de tranqüilidade, novos protestos se elevaram contra ele, sendo acusado de heresia.

Convocado a se apresentar em Roma pelo papa João VIII, não só se justificou como o convenceu a lhe dar seu apoio. Com uma carta oficial da Santa Sé, ele foi confirmado nas funções, e autorizado a usar o eslavo na liturgia, mas pedindo que o Evangelho fosse lido em latim antes que em eslavo. Porém o imperador germânico preferia outro bispo, que celebrava a liturgia em latim. A confusão estava formada. Tudo se complicou quando surgiu uma falsa carta do papa, que dizia o oposto da anterior apresentada por Metódio.

Em 881 a Santa Sé, negou formalmente a falsa carta. Mas isto não pôs fim à dificuldade, o clero alemão continuou sua oposição. Nesta época, Metódio, foi para Constantinopla a convite do imperador, para se juntar ao então patriarca Fócio, seu antigo professor e amigo da família. Assim, continuou com seus discípulos o seu apostolado e a tradução da Bíblia e dos Livros Litúrgicos a quem precisasse.

Morreu em 6 de abril de 885 em Velehrad, Tchecoslováquia, onde foi sepultado na igreja da Catedral. Atualmente se ignora o local exato onde foram colocadas suas relíquias. Metódio e Cirilo são considerados pela Igreja como "apóstolos dos eslavos" e venerados no dia 14 de fevereiro, dia da morte de Cirilo. Em 1980, o papa João Paulo II os proclamou "Patronos da Europa" ao lado de São Bento.

São Metódio, rogai por nós!


São Valentim

O mártir, quer dizer os dois mártires, de nome Valentim, que viveram no mesmo período da História e são comemorados em 14 de fevereiro, deram o nome a uma simpática tradição, chamada de "dia dos valentins" significando "dia dos namorados". Ainda esta tradição, indicava a festa de São Valentim como o início da primavera, estação do despertar da vida e também do romance, quando os pássaros começam a preparar seus ninhos.

Mas, São Valentim se tornou o protetor dos namorados, ou melhor, os dois se tornaram, por outro motivo, além desta tradição dos devotos. Vejamos porque. O primeiro mártir, um soldado romano, foi incluído no Martirológio Romano com o nome de Valentim. O segundo foi inserido como Valentim de Terni, pois era o bispo dessa diocese. O registro sobre sua vida pode ser encontrado por esse nome, em outra página.

No século III, em Roma, Valentim, era um sacerdote e o imperador era Cláudio II,o Gótico. O Império enfrentava muitos problemas, com inúmeras batalhas perdidas. O imperador deduziu que a culpa era dos soldados solteiros, que segundo ele, eram os menos destemidos ou ousados nas lutas. E, mais, que depois de se ferirem levemente, pediam dispensa das frentes. Mas, o que era pior, retornavam para o exército, casados e nesta condição queriam voltar vivos, enfraquecendo os exércitos. Por isto, proibiu a celebração dos casamentos.

Valentim, que considerava essa medida injusta, continuou a celebrar os casamentos, mas secretamente. Quando soube das ações do sacerdote, Cláudio mandou que fosse preso e o interrogou publicamente. Suas respostas foram elogiadas pelo soberano que disse: "Escutem a sábia doutrina deste homem". E, de fato, parece que a pregação de Valentim, o tinha impressionado, pois o mandou para uma prisão domiciliar, indicando a residência do prefeito romano Asterio, onde todos eram pagãos.

Logo que chegou na casa, o sacerdote ficou sabendo que o prefeito tinha uma filha cega. Disse aos familiares que iria rezar e pedir para Jesus Cristo pela cura da jovem, o que ocorreu alguns dias depois. Mas, nesta altura dos fatos, Valentim havia convertido a família interia do prefeito. Isto agravou sua pena, sendo condenado a morte.

A antiga lenda acrescentou que após curar a jovem, ele teria se enamorado dela, platonicamente, mas preferiu o seu ministério. Antes de morrer teria escrito uma carta para a jovem e a entregou ao pai dela. No dia 14 de fevereiro de 286 foi levado para a chamada via Flaminia, onde foi morto a pauladas e depois decapitado.

A sepultura de Valentim foi encontrada em 346, numa capela subterrânea na via Flaminia. Dez séculos depois, antigos registros o indicaram como irmão de São Zenão Hoje, as suas relíquias estão na Igreja de São Praxedes num Oratório dedicado a São Zenão e Valentim.

O mártir Valentim, se tornou santo porque morreu pelo testemunho de seu sacerdócio. A Igreja o considera padroeiro dos namorados por ter defendido com sua vida o Sacramento do Casamento e não pelo motivo acrescentado pela lenda.  
São Valentim, rogai por nós!

São Valentim de Terni
Tudo na vida tem um início e portanto sua explicação ou história. Como aconteceu com o "Dia de São Valentim", que tem de tudo: fé, política e romance. Além do interessante fato de serem dois os santos mártires festejados neste dia, com o mesmo nome e ambos declarados pela Igreja, protetores dos namorados. Cada um por sua justa razão, como se pode verificar no texto da página de São Valentim, o sacerdote mártir.

Conforme os registros da diocese de Terni, Valentim foi consagrado em 197, sendo seu primeiro bispo e considerado fundador da cidade. Consta que ao lado de sua casa e da igreja havia um imenso prado e um belo jardim. Quanto não estava trabalhando na igreja ou tratando de algum doente, podia ser visto cuidando das rosas que cultivava. À tarde ele abria os portões para as crianças brincarem e correrem livremente. Ao entardecer ele abençoava cada uma entregando uma flor, para ser entregue às suas mães. A sua intenção era fazer as crianças irem direto para casa e alimentar o amor e respeito pelos pais.

Valentim, tinha o dom do conselho, sua fama de reconciliador dos casais de namorados era muito difundida. Tudo começou assim: certo dia, ouvindo dois jovens namorados brigando, que pararam ao lado da cerca do seu jardim, foi ao encontro deles levando na mão uma linda rosa. O capuz caído, a figura serena e sorridente do bom velho e aquela rosa que ele parecia lhes oferecer, tiveram o mágico poder da acalmar os dois namorados em briga. Depois, quando ele, entregando realmente a rosa vermelha, pediu que os dois juntos apertassem o cabo com cuidado para não se espetarem e explicou o "cor unum", que em latim significa "união de corpos" de duas pessoas casadas, o amor retornou como antes.

Algum tempo depois, os dois procuraram Valentim para marcar o casamento, que celebrou e abençoou a união do casal. Na cerimônia compareceram quase todos da cidade, querendo participar do final feliz do casal reconciliado. A história se espalhou e sua fama se criou.

Além do dom do conselho, Valentim possuía o da cura, que aumentava conforme sua idade. Muitas vezes viajava, a pedido de outras dioceses, para atender os enfermos. Em 272, foi chamado para cuidar de um doente em Roma. Durante sua estadia na cidade, Valentim converteu o famoso filósofo grego Crato e três de seus jovens discípulos atenienses. Este zelo o expôs aos delatores pagãos. Nesta época o imperador era Aureliano, ardiloso e cruel. Os discípulos de Crato foram ao julgamento em defesa do bispo, mas nada puderam fazer. Valentim foi condenado à morte e decapitado em 14 de fevereiro de 273. Os três jovens recém convertidos resgataram seu corpo e o transportaram para Terni onde foi sepultado.

A sua festa no dia 14 de fevereiro e a sua fama ganharam força em toda a Itália. Na Idade Média, foi ganhando reforços e hoje é festeja em todo o planeta por todos os casais devotos.
A Igreja o incluiu no Calendário Litúrgico como São Valentim de Terni, o bispo mártir, protetor dos jovens e dos namorados. As suas relíquias estão na Igreja das Carmelitas, na cidade de Terni, em Roma. Ao lado de sua urna de prata, coberta por uma redoma de cristal, existe a seguinte inscrição: "São Valentim, patrono do amor". Há também um belo vitral com a imagem do santo bispo abençoando um casal ajoelhado que segura uma rosa.

São Valentim de Terni, rogai por nós!

  

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

13 de fevereiro - Santo do dia

São Benigno

Muito interessante a história do culto deste Santo de nome Benigno, até porque o seu próprio nome é um adjetivo que significa "bom", "benevolente", "benéfico", portanto, um atributo concedido a todos os Santos.

No Calendário Litúrgico da Igreja, são vários os personagens festejados com este nome, cerca de dezoito, entre mártires, bispos, sacerdotes, monges e ermitãos. Entretanto, o primeiro Benigno a ser venerado, foi o que nasceu e viveu em Todi, na região da Úmbria, próxima de Roma, no início do Cristianismo. Os registros confirmam que era um sacerdote muito querido, sendo considerado por sua retidão de caráter e bondade. Padre Benigno enfrentou corajosamente o martírio durante a última perseguição do imperador Maximiano.

Segundo a tradição, ele estava sendo conduzido à Roma para ser jogado às feras, quando morreu, em conseqüência das incessantes torturas a que foi submetido. O fato teria ocorrido na estrada vizinha à cidade de Vicus Martis, onde seu corpo que alí fora abandonado, foi recolhido e sepultado secretamente pelos cristãos, que o acompanhavam à distância e assistiram ao seu testemunho.

Anos depois, quando os cristãos puderam deixar a clandestinidade, no lugar onde Benigno esteve sepultado, foi construída uma igreja e um mosteiro beneditino, e com o passar dos tempos a região se tornou uma pequena cidade chamada Priorado de São Benigno. O local acabou se tornando num ponto de peregrinação obrigatória para os seus devotos, que estão espalhados no mundo inteiro, graças a sua memória sempre reverenciada pelos beneditinos fixados nos cinco continentes. Assim, as peregrinações aumentaram e se mantiveram, mesmo após o mosteiro ter sido desativado, alguns séculos mais tarde.

O Priorado conservou os restos mortais de São Benigno, na igreja à ele dedicada, até 1904, quando foram trasladados para a de São Silvestre, na cidade do Vaticano, onde foram colocados ao lado do altar maior, recolhidos numa preciosa urna de prata. Mas, a Igreja deixou um fragmento para ser guardado naquele lugar onde Benigno, o sacerdote de Todi, prestou o seu testemunho do amor incondicional à Paixão de Jesus Cristo.

O Papa Pelágio II, em 589 incluiu o culto de São Benigno, no Martirológio Romano, cuja festa litúrgica indicou para o dia 13 de fevereiro, que segundo a tradição foi quando ele morreu. No início do século XX, a Santa Sé desejou reunir todas as relíquias dos mártires das perseguições dos primeiros tempos nas igrejas situadas no Estado do Vaticano, por este motivo ele também foi trasladado para lá.

São Benigno, rogai por nós!

São Gregório II
 Gregório nasceu no ano de 669. Pertencia a uma família cristã da nobreza romana, o pai era senador e a mãe uma nobre, que se dedicava à caridade. Ele teve uma educação esmerada junto à cúria de Roma. Muito culto, era respeitado pelo clero Ocidental e Oriental. Além da conduta reta, sabia unir sua fé inabalável com as aptidões inatas de administrador e diplomata. Tanto que, o papa Constantino I pediu que ele o acompanhasse à capital Constantinopla, para tentar resolver junto ao imperador do Oriente, Leão II, que se tornara iconoclasta, a grave questão das imagens.

Escolhido para o pontificado em 19 de maio de 715, Gregório II governou a Igreja durante dezesseis anos. Neste longo período, administrou seu rebanho com generosidade e sabedoria, consolidando a posição da Igreja no cenário político e religioso. Em 719, enviou são Bonifácio à Alemanha e nos anos seguintes encorajou e apoiou a sua missão apostólica.

Incentivou a vida monástica e enfrentou com firmeza, o imperador Leão II, que com um decreto proibia o culto das imagens, o qual, provocou um levante das províncias da Itália contra o exército que marchava para Roma. Gregório não se intimidou, mas para evitar um confronto com os muçulmanos, mandou consertar as muralhas de Roma.

Desde os primeiros tempos, o cristianismo venerou as imagens de Cristo, da Virgem e dos santos. Esta maneira, típica do Oriente, de expressar a religiosidade chegou e se difundiu por todo o Ocidente a partir dos séculos VI e VII. A seita iconoclasta não entendia o culto como legítimo, baseando-se no Antigo Testamento e também porque numa imagem de Cristo não se pode representar as suas duas naturezas: terrena e divina, que são inseparáveis. Mas, a legitimidade foi comprovada através dos argumentos da Sagrada Escritura e essencialmente do fato da própria encarnação.

O papa Gregório II expulsou a seita dos iconoclastas, antes de falecer no dia 11 fevereiro de 731. A Igreja sempre condenou a idolatria com rigidez e como reza o Evangelho, por isto mesmo nunca prestou adoração a imagem alguma. O culto tradicional de veneração sim, pois nele não se adora uma imagem , este ato é dirigido à memória e à lembrança, daqueles que ela resgata e reproduz. São Gregório II faz parte do calendário litúrgico se sua festa foi designada para o dia 13 de fevereiro.

São Gregório II, rogai por nós!
 


São Martiniano

Martiniano era um monge eremita, mas acabou se tornando um andarilho para que o pecado nunca o achasse "em endereço fixo".

Martiniano era natural da Cesaréia, na Palestina, nasceu no século quatro. Desde a tenra idade decidiu ligar sua vida à Deus e aos dezoito anos ingressou numa comunidade de eremitas, não muito distante da sua cidade, onde se entregou à vida reclusa e viveu durante sete anos. A fama de sua sabedoria percorreu a Palestina e Martiniano passou a ser procurado por gente de todo o país que lhe pedia conselhos, orientação espiritual, a cura de doenças e até a expulsão de maus espíritos. Ganhou fama de santidade e essa fama atraiu Cloé, uma jovem cortesã.

Cloé era milionária, bela e conhecida como uma mulher de costumes arrojados e pouco recomendáveis. Fez uma espécie de aposta em seu círculo de amizades e afirmou que faria o casto monge se perder. Trocou suas roupas luxuosas por farrapos e procurou Martiniano, pedindo abrigo. Ele deixou que entrasse, acomodou-a e foi para os aposentos do fundo da casa, onde rezou entoando cânticos de louvor ao Senhor, antes de se recolher para dormir.

Mesmo assim, Cloé não desistiu. Pela manhã trocara os farrapos por uma roupa muito sensual, aguardando o ingresso do monge nos aposentos internos da casa. Ela, então, utilizou argumentos espertos tentando seduzir Martiniano, mas, ao invés disso, acabou sendo convertida por ele. Cloé a partir de então, se recolheu ao convento de Santa Paula, em Belém, passando ali o resto de seus dias. E se santificou na vida religiosa consagrada a Deus.

Por sua vez, Martiniano, que chegou a sentir-se tentado, mudou-se dali para uma ilha. Porém, certa vez, naquelas águas que rodeavam a ilha ocorreu um naufrágio de um navio e uma jovem passageira chamada Fotinia que se salvou lhe pediu abrigo. Ele consentiu que ela ficasse, mas para não sentir a tentação novamente abandonou o lugar a nado, apesar do continente ficar muito distante. A tradição diz que ele não nadou, mas que Deus mandou dois delfins para apanhá-lo e levá-lo à terra firme, são e salvo.

O fato é que, depois disso, tomou uma decisão radical, tornou-se andarilho para nunca mais ter de abrigar ninguém e ser tentado pelo pecado. Vivia da caridade alheia e morreu em Atenas, no ano 400, depois de parar a caminhada numa igreja da cidade. Sabia que o momento chegara, recebeu os sacramentos e partiu para a Casa do Pai serenamente e na santa paz.

São Martiniano, rogai por nós!

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

12 de fevereiro - Santo do dia

Santa Eulália

Mesmo com a pouca idade, teve a coragem de testemunhar o amor a Deus até as últimas consequências
Eulália, nasceu nas proximidades da cidade de Barcelona, no ano 290. Pertencia a uma família da nobreza espanhola e seus pais viviam numa vasta propriedade na periferia daquela movimentada corte. Cobriam a menina Eulália com todo amor, carinho e mimos, quase sufocando a pequena que já na tenra idade resplandecia em caráter.

Humilde, sábia, prudente e muito inteligente era a caridade em pessoa. Dedicava um extremo amor à Jesus Cristo, para o qual despendia muitas horas do dia em virtuosas orações. Costumava ficar no seu modesto quarto, reunida com suas amiguinhas, entoando cânticos e hinos de louvor ao Senhor, depois saiam para distribuir seus melhores pertences às crianças pobres das imediações, que sempre batiam à sua porta.

Entrou para a adolescência, aos treze anos, no mesmo período em que chegava à Barcelona a notícia da volta à terrível perseguição contra os cristãos, decretada para todos os domínios do Império. Quando os sanguinários dos imperadores romanos Diocleciano e Maximiano, souberam da rápida e veloz propagação da fé cristã, nas longínquas terras espanholas, onde até então era rara esta fé, decidiram e mandaram o mais cruel e feroz de seus juízes, chamado Daciano, para acabar com aquela "superstição".

Temendo pela vida de Eulália, seus pais decidiram leva-la para uma outra propriedade mais afastada, onde poderia ficar longe dos soldados que andavam pelas ruas caçando os cristãos denunciados.

Eulália considerou covardia fugir do poder que exterminava os irmãos cristãos. Assim, altas horas da noite e sem que sua família soubesse, fugiu e se apresentou espontaneamente ao temido juiz, como cristã. Consta inclusive que teria dito: "Querem cristãos? Eis uma".

Como queria, na impetuosidade da adolescência, foi levada a julgamento. Ordenaram novamente que ela adorasse um deus pagão, dando-lhe sal e incenso, para que depositasse ao pé do altar. Eulália, ao invés, derrubou a estátua do deus pagão, espalhando para longe os grãos de incenso e sal. A sua recusa a oferecer os sacrifícios deixou furioso Daciano, que mandou chicoteá-la até que seu corpo todo ficasse em chagas e sangrando. Depois foi queimada viva com as tochas dos carrascos. Era 12 de fevereiro de 304.

Seu corpo foi sepultado na igreja de Santa Maria das Arenas, mais tarde destruída durante um incêndio. Mas suas relíquias se mantiveram intactas e foram ocultadas durante a dominação dos árabes muçulmanos, quando o culto cristão era proibido.

O culto à Santa Eulália foi mantido principalmente em Barcelona onde é muito antigo. De lá, acabou se estendendo por toda Espanha atravessando as fronteiras, para além da França, Itália, África enfim atingiu todo o mundo cristão, oriental e ocidental. Ela costuma ser festejada na diocese de Mérida em 10 de dezembro, cidade de seu martírio. Santa Eulália é co-padroeira da cidade de Barcelona, ao lado da Virgem das Mercês.

Santa Eulália, rogai por nós!
 

São Julião Hospitaleiro
 Conta a tradição que os pais de Julião eram nobres e viviam num castelo. No dia do seu batizado, seus pais tiveram um sonho idêntico. Nele, um ermitão lhes dizia que o menino seria um santo. O menino foi educado como um nobre, apreciando a caça como esporte, e apesar do caráter violento, era caridoso com os pobres.

Na adolescência, foi a vez de Julião. Ele sonhou com um grande veado negro que lhe disse: "Você será o assassino de seus pais". Impressionado, fugiu para nunca mais voltar. Ficou famoso como soldado mercenário. Casou-se com uma princesa e foi morar num castelo. Certa noite, saiu para caçar, avisando que voltaria só ao nascer do sol. Algumas horas depois, seus pais, já idosos, chegaram para revê-lo. Foram bem acolhidos pela nora que lhes cedeu o seu quarto para aguardarem o filho, repousando.

Julião regressou irritado porque não conseguira nenhuma caça. Mas a lembrança da esposa a sua espera acalmou seu coração. Na penumbra do quarto, percebeu que na cama havia duas pessoas. Possuído pela cólera matou os dois com seu punhal. Ao tentar sair, viu o vulto de sua mulher na porta do quarto. Então, ele compreendeu tudo. Desesperado abriu as janelas e viu que tinha assassinado os pais. Após os funerais, colocou a esposa num mosteiro, doou os bens aos pobres e partiu para cuidar da alma.

Tornou-se outro homem, calmo, humilde e pacífico. Andou pelos caminhos do mundo, esmolando. Por espírito de sacrifício contava a sua história e, então, todos se afastavam fazendo o sinal da cruz. Foi renegado por homens e animais. Vivia afastado, remoendo sua culpa, rezando em penitência, amargando suas visões fúnebres e os soluços da alma. Mas, Julião sentia necessidade de salvar vidas, ajudar os velhos e as crianças doentes e pobres. Decidiu então ajudar os leprosos na travessia de um rio, que pela violência da correnteza fazia muitas vítimas.

Julião, construiu sozinho um caminho para descer até ao rio. Em seguida reparou um velho barco e ergueu uma grande cabana. A travessia passou a ser conhecida por todos os leprosos, pois além de conduzi-los de graça, eram tratados por ele, na cabana. Ficou conhecido por "Julião Hospitaleiro". Costumava ir esmolar para distribuir o que ganhava com os que já não podiam caminhar.A cabana se tornou um verdadeiro hospital para leprosos. A fama de sua santidade começou a se espalhar, mas Julião continuava a sentir o tormento de sua alma, que só era aplacado quando cuidava dos seus leprosos. Até que uma noite, após um leproso morrer nos seus braços, Julião sentiu sua alma inundada por uma alegria infinita e caminhou para se encontrar face a face com Nosso Senhor Jesus Cristo, que o chamou para a glória do céu.

Esta é a história de Julião Hospitaleiro, e se encontra descrita, num dos vitrais da Catedral de Notre Dame, na França, que guarda suas relíquias. A diocese de Macerata, na Itália, onde dizem que ele permaceu durante anos mendigando e ajudando as pessoas com seus prodígios de santidade, também recebeu algumas delas. A Igreja o comemora no dia 12 de fevereiro, data que a tradição indicou como sendo a de sua morte.


São Julião Hospitaleiro, rogai por nós!

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Quo vadis, Domine? - Papa Francisco



Dirijo-me a Vossa Santidade em meu duplo caráter de Príncipe da Casa Imperial do Brasil e ativo participante da vida pública de meu País, para lhe externar uma grave preocupação concernente à causa católica no Brasil e na América do Sul em geral.

É bem conhecido dos brasileiros o fato de que foi a instâncias do Papa Leão XIII, e apesar dos previsíveis inconvenientes políticos que daí adviriam, que minha bisavó, a Princesa Isabel, regente do Império, assinou a 13 de maio de 1888 a Lei Áurea, abolindo definitivamente a escravatura no Brasil. Custou-lhe o trono, mas valeu-lhe passar à História como A Redentora, e receber das mãos do Papa a Rosa de Ouro, em recompensa pela sua abnegação em favor da harmonia social e dos direitos dos mais desvalidos.

Movido pelo mesmo senso de justiça e devotamento ao bem comum de meus antepassados, honro-me em ter dado início e animado durante 10 anos a campanha Paz no Campo1, a qual promove a harmonia social no agro brasileiro. Tarefa tanto mais imperiosa quanto, nas últimas décadas, o meio rural do País vem sendo notoriamente conturbado por uma sequência de invasões de terra, assaltos, destruição de plantações, desapropriações confiscatórias, exigências ambientalistas descabidas e insegurança jurídica.

No cerne dessa agitação agrária que é o principal empecilho para o pleno desenvolvimento da agricultura e pecuária brasileiras, responsáveis por 37% dos empregos no Brasil2 e por cerca de metade dos novos empregos criados no primeiro semestre de 20133 — encontram-se o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, mais conhecido pela sua sigla MST, e a organização internacional La Via Campesina.

Por isso, foi com consternação que tomei conhecimento do convite enviado pela Academia Pontifícia de Ciências ao Sr. João Pedro Stédile, coordenador nacional do MST e representante da Via Campesina, para participar como observador de um seminário organizado pela referida Academia, em Roma, no dia 5 de dezembro de 2013, sobre A emergência das pessoas socialmente excluídas, com as despesas de viagem pagas pelo Vaticano, segundo declarou o próprio favorecido.

Essa consternação difundiu-se nos mais variados meios católicos, pois, como era previsível, o conhecido agitador do MST aproveitou-se do evento como tribuna para promover, uma vez mais, seus princípios errôneos e falsas soluções, ambos baseados na premissa marxista da luta de classes e na utopia de uma sociedade coletivista.

Com efeito, apenas dois dias após o simpósio realizado nas dependências da Santa Sé, o Sr. João Pedro Stédile proferiu uma palestra para os militantes da ultra-esquerda altermundialista italiana, num antigo teatro de Roma por eles ocupado. Na palestra, reproduzida pela Agência de Notícias Adista4, ele faz apologia de seus métodos ilegais. Segundo disse, “a estrada das mudanças pela via institucional parece decisivamente bloqueada”; e até gabou-se de que “tudo o que o MST tem conquistado no decurso de seus 30 anos de vida é devido à prática das ocupações de massa”, ou seja, da violação sistemática da propriedade privada no meio rural.

A necessidade desse recurso à ilegalidade e até à violência por parte do MST decorreria, segundo Stédile, do fato de que “no atual contexto histórico, a correlação de forças a nível de luta de classes é bastante desfavorável às classes trabalhadoras” — ou seja, às esquerdas que usurpam a representatividade do setor operário. Stédile admite inclusive que “o mundo vive um período de refluxo do movimento de massa” que afeta ao próprio MST, devido a que “as condições da luta de classes resultam mais difíceis: as massas percebem a impossibilidade de uma vitória, e se voltam para trás”.

Mas ele afirma que essa falta de apoio popular não deve desencorajar as forças da esquerda. Apelando à “escola dos marxistas históricos britânicos”, o líder dos invasores de propriedades espera que o atual período de refluxo seja também um “período de resistência... prelúdio de um processo de retomada”.

Esse período de resistência — que segundo ele poderá levar “alguns anos” — deverá servir para “aprender as lições da luta de classes no decurso do tempo”. E o MST deve aproveitá-lo para sua “formação política”, valorizando e “estudando Marx, Lenin, Gramsci, mas também os brasileiros Paulo Freire, Josué de Castro e tantos outros”, disse Stédile a seus ouvintes altermundialistas italianos.

Permita-me, Santo Padre, frisar a ameaça com a qual Stédile concluiu sua arenga: assinalando que é preciso que “a classe trabalhadora se reúna a nível internacional”, mas que isto seja feito por fora das ONGs e dos Fóruns Sociais — dado que estes teriam fracassado na tarefa de “organizar o povo” —, indicou que agora é preciso reunir “todos os movimentos sociais do mundo” em um “outro espaço” de confrontação ao capital financeiro internacional. Dessa forma, concluiu, “a curva da luta de classes será mundial e, portanto, quando começar a fase de ascensão, será assim por toda parte. E a terra tremerá”.

A terra por enquanto não treme. Mas não posso deixar de me perguntar, Santo Padre, qual a razão de que esse paladino de uma utopia revolucionária tão visceralmente anticristã e promotor da violação sistemática das leis tenha sido convidado pela Pontifícia Academia de Ciências. Pois é obvio que, sendo as classes populares cada vez mais infensas à pregação revolucionária, o interesse do líder do MST e dos revolucionários em geral só pode ser a sua pretensão de utilizar-se da Igreja Católica e de organismos da
Santa Sé como companheiros de viagem nessa utópica aventura (daí o apelo a estudar Gramsci, o grande ideólogo dessa estratégia).

É o que admite o próprio J.P. Stédile em entrevista5 concedida logo após sua palestra no Teatro Valle Occupato, gabando-se de ter conseguido motivar a que o Vaticano nos ajude com a Via Campesina e como movimentos sociais a organizarmos no próximo ano diversas conferências”.

Ele espera, ademais, que se estabeleça “de agora em diante um diálogo maior do Vaticano com os movimentos sociais”, cujo resultado seria que “em nossos países [...] as igrejas locais ouçam os povos e não o Núncio apostólico, que é um burocrata a serviço de não sei quem” (destaques meus). É assim que ele retribui o convite e a passagem aérea que diz ter recebido do Vaticano...

Quais seriam os membros dessas “igrejas locais” que assim desqualificam o representante da Santa Sé a pretexto de ouvir “os povos”, senão os adeptos da Teologia da Libertação?

É bem sintomático o tom eufórico com o qual um dos mais publicitados corifeus dessa corrente, o ex-frade Leonardo Boff, comentou a incursão do Sr. Stédile no Vaticano6. Boff manifestou seu gáudio pelo fato de que “os pobres e excluídos” na verdade, os líderes extremistas de esquerda — sejam agora “convocados a Roma, junto à Sé Apostólica, para falarem por si mesmos”. Destacou que “o tema fala por si: A emergência dos excluídos. Isso nos remete a um tema central da Teologia da Libertação ainda nos seus primórdios: A emergência dos pobres”.

Segundo o ex-religioso, o simpósio em questão pode significar “o começo de uma nova vontade de reinventar [sic] a Humanidade”. Como isto lembra o mito do “homem novo” coletivista, sonhado por Marx! Tudo quanto anteriormente foi exposto, Santidade, é de molde a chocar milhões de católicos brasileiros que conhecem de perto o passado de violência, de crime, de destruição e de miséria que o MST e a Via Campesina têm deixado atrás de si no decurso de 30 anos de ocupações ilegais de terras e de domínio totalitário sobre os militantes que reúnem em seus acampamentos.

Esses brasileiros ficarão ainda mais desconsertados quando tomarem conhecimento de que, além do convite enviado a João Pedro Stédile para participar do referido seminário da Pontifícia Academia de Ciências, Vossa Santidade gravou em vídeo, nessa ocasião, uma mensagem de saudação aos integrantes da Via Campesina. Talvez Vossa Santidade não tenha sido informado de modo cabal, mas essa organização subversiva ficou tristemente conhecida dos brasileiros em abril de 2006, através do pranto comovedor, diante das câmaras de TV, da pesquisadora Isabel Gonçalves, que viu um meritório esforço de 20 anos de investigação científica aniquilado pelo ataque vandálico de 2.000 militantes dessa organização contra a empresa Aracruz Celulose, no Rio Grande do Sul7. Os invasores, em operação perfeitamente sincronizada, depredaram grandes estufas experimentais, sistemas de irrigação, viveiros de mudas, incendiaram instalações e destroçaram modernos equipamentos de laboratório.

Pode Vossa Santidade calcular o quanto soará inverossímil, aos milhões de telespectadores que assistiram estarrecidos o pranto desconsolado da cientista, saber que Vossa Santidade, nesse vídeo, estimulou a Via Campesina a “seguir adelante” — precisamente o que a cientista não pôde fazer, ou seja, prosseguir com suas pesquisas meritórias!8

Esse procedimento da Via Campesina não foi o único, Santo Padre. Para não me estender demais, aduzo apenas outro exemplo. Em junho de 2008, membros da organização destruíram as pesquisas da Estação Experimental de Cana de Açúcar de Carpina, na Mata Norte, órgão ligado à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Por volta das 4 horas da madrugada, cerca de 200 integrantes da Via Campesina chegaram ao local em dois ônibus e renderam o vigilante da estação. Em uma ação rápida, que durou cerca de uma hora, destruíram plantações experimentais no campo e pesquisas do Centro de Vegetação para Experimentos. Nos locais havia pesquisas da referida Estação Experimental e de estudantes de mestrado e doutorado. De acordo com o diretor da unidade, Djalma Eusébio, o prejuízo científico e tecnológico é incalculável: “Eles destruíram plantas que faziam parte de pesquisas de melhoramento genético que duram mais de dez anos. Havia pesquisas que estavam sendo desenvolvidas há mais de dois anos e foram completamente destruídas. Não há como recuperar o prejuízo”, disse.

Os manifestantes fugiram antes de a polícia chegar e deixaram duas bandeiras no campo9. Quanto às destruições operadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) durante suas invasões criminosas, seria preciso escrever um extenso livro para relatá-las. Poupo a Vossa Santidade esse dissabor.

Os integrantes da Via Campesina provavelmente interpretarão suas palavras de “seguir adelante” como aplicáveis a suas ações delituosas acima descritas. Neste caso, elas estariam em nítido contraste com as categóricas palavras com que seu predecessor, S.S. João Paulo II, retomando o ensinamento de Leão XIII, condenou, em três oportunidades, entre 1991 e 2002, as ocupações ilegais de terras.

Em particular, a advertência de João Paulo II aos Bispos do Regional Sul l da CNBB, em visita ad limina apostolorum, em março de 1995, quando reiterou o ensino tradicional da Igreja:Recordo, igualmente, as palavras do meu predecessor Leão XIII quando ensina que ’nem a justiça, nem o bem comum permitem danificar alguém ou invadir a sua propriedade sob nenhum pretexto’ (Rerum Novarum, 55).

 A Igreja não pode estimular, inspirar ou apoiar as iniciativas ou movimentos de ocupação de terras, quer por invasões pelo uso da força, quer pela penetração sorrateira das propriedades agrícolas” 10 (destaques meus).

Advertência que S.S. João Paulo II reiterou em novembro de 2002, com as seguintes palavras: “Para alcançar a justiça social se requer muito mais do que a simples aplicação de esquemas ideológicos originados pela luta de classes como, por exemplo, através da invasão de terras — já reprovada na minha viagem pastoral em 1991”11.

É de se admitir, entretanto, que Vossa Santidade não tenha tido conhecimento dos fatos delituosos envolvendo a Via Campesina no Brasil, e que as palavras “seguir adelante” não passem de uma forma estilizada para concluir sua saudação. Porém — seja-me permitido dizer com todo o respeito minha perplexidade seria maior na eventualidade de Vossa Santidade não saber perfeitamente quem é Juan Grabois, argentino militante da “esquerda popular” peronista, também convidado pela Pontifícia Academia de Ciências, não só para ser um dos organizadores do referido seminário, como também para ser o primeiro de seus relatores. Ou seja, aquele que daria o tom ao subsequente colóquio.

Articulador da rede de cartonerosos catadores de papel de Buenos Airesno chamado Movimento de Trabalhadores Excluídos, bem como um dos fundadores da Confederação dos Trabalhadores da Economia Popular, esse advogado e militante da esquerda peronista não esconde suas convicções abertamente marxistas.

Em artigo para Agenda Oculta.net12, Grabois sustenta que a “acumulação originária” de riqueza das classes abastadas “provém de algum grande crime” que “o tempo não lavará jamais”. Para ele, tal riqueza particular é necessariamente fruto de “saque, escravidão, rapina, contrabando, evasão de capital, tráfico de pessoas, tráfico, usurpação, calote, corrupção, malversação de fundos públicos...”. E acrescenta: “São estes, e não outros, os métodos que tem no cardápio todo aspirante a burguês”.

Nessa qualificação inclui os trabalhadores da economia informal que, quando bem sucedidos em seus esforços, passam ipso facto, segundo ele afirma, de autoexplorados a exploradores e estabelecem, também eles, “sistemas pericapitalistas de acumulação baseados no delito, na exploração, na escravidão e na violação de todos os direitos sociais” de seus colaboradores e parceiros.

Ou seja, todo proprietário particular seria um ladrão pelo simples fato de ser abastado: é a velha tese de Marx e Proudhon. Vossa Santidade notará que uma simplificação tão grosseiramente unilateral, um tal ódio de classe ao chamado “burguês” e à propriedade privada, como à livre iniciativa e ao sistema salarial, está nos antípodas do pensamento da Igreja, e não pode senão desembocar no “socialismo real”.

É precisamente o que propõe o ideólogo dos cartoneros argentinos: “A construção de uma economia popular solidária, austera, não consumista”, a qual pressupõe um “marco estratégico” definidamente socialista e estatizante: só quando a economia seja “socializada e planificada”13, disse ele, se poderá realizar a “sociedade sem explorados nem exploradores”, o que implica “uma intervenção fortíssima do Estado”14. Tal intervenção será abrangente e omnímoda: “regulando, planificando, complementando e subsidiando as unidades produtivas populares”15.

Cabe perguntar: no que se diferencia esse modelo de uma volta à defunta União Soviética?... Veneno marxista num invólucro humanitário: tais são as ideias básicas desse advogado revolucionário.

Entretanto, Vossa Santidade convidou seus cartoneros a subirem no palanque da Praia de Copacabana, durante a Via Sacra da Jornada Mundial da Juventude16, além de lhe tributar outros gestos de acolhimento, como a audiência que lhe concedeu17, por duas horas, no mês de agosto passado, em sua residência de Santa Marta.

Envolveriam estes gestos de Vossa Santidade um apoio à linha traçada pelo ideólogo Jean Grabois?

Eis minha filial e respeitosa pergunta. Naturalmente o Sr. J. Grabois aproveitou sofregamente a tribuna inaugural do seminário de 5 de dezembro para apoiar suas análises no marxismo, e “explicar” ao Cardeal Turckson, da Comissão Justiça e Paz, e aos demais participantes do evento, que Marx tinha razão, apenas  anteviu todos os desdobramentos ruinosos do capitalismo!

Santo Padre, não abusarei do tempo de Vossa Santidade resumindo a palestra de Grabois, intitulada Capitalismo de exclusión, periferias sociales y movimentos populares18. Apenas assinalo que ele retoma velhos chavões marxistas sobre o “caráter estrutural da exclusão”, que para ele “surge das entranhas do sistema econômico financeiro global”, como “consequência de estruturas humanas injustas”. Por isso considera necessário “analisar o capitalismo na sua fase atual” globalizada, bem como “os novos antagonismos sociais que ele gera”.

Esta questão, segundo o advogado marxista, já fora abordada por Karl Marx no capítulo XXIII de O Capital. Contudo o que Marx não previu, disse ele, é que, no mundo globalizado, um segmento crescente da população ficaria de fora do processo produtivo formal, constituindo a “massa marginal” dos “trabalhadores excluídos” que, para sobreviver, entram na esfera econômica da informalidade e constituem “o sujeito social mais dinâmico desta etapa histórica”. Frei Betto, citado por Grabois, qualifica os trabalhadores deste setor como “pobretariado” [sic!].

Esses trabalhadores informais seriam supostamente movidos pela aspiração por “um mundo sem exploração do homem pelo homem, onde cada qual receba segundo sua necessidade e contribua segundo sua capacidade” (princípio marxista bem conhecido). Ou seja, seriam todos comunistas em potencial, utopistas marxistas puros, ainda quando não explícitos! E esta clamorosa inverdade, Santo Padreque seria risível se não fosse terrível — custa entender que tivesse sido pregada em recintos da Sé Apostólica...

Nessa palestra, Grabois retoma a velha dualidade marxista opressor-oprimido, para dizer que hoje emerge um novo proletariado prestes à rebelião, constituído pelos “descamisados do século XXI, os desempregados, os cartoneros, os indígenas, os camponeses, os migrantes, os vendedores ambulantes, os sem teto, sem terra, sem trabalho”.

Este pobretariado se apresenta com novas formas de articulação e novos meios de ação, diz Grabois, entre os quais destaca “diferentes formas de ação direta”, termo eufemístico cunhado pelos anarcosindicalistas franceses do início do século XX para indicar ilegalidade e violência. O emprego, hoje, dessa estratégia da “ação direta” decorreria do fato de que, enquanto os operários industriais “contam com a greve como principal ferramenta, os excluídos só podem se fazer ouvir através de piquetes, mobilizações e outras formas de luta que costumam ser criminalizadas”.

Como paradigmas dessa “ação direta”, o ativista cartonero menciona precisamente os movimentos convidados pela Pontifícia Academia de Ciências para participar do seminário por ela organizado: o Movimento de Trabalhadores Excluídos (MTE) da Argentina (na pessoa dele próprio, Juan Grabois), bem como o Movimento dos Sem Terra (MST) do Brasil (representado pelo Sr. J.P. Stédile), o qual “forma parte da Vía Campesina, com mais de 100 organizações em todo o mundo”, com sede central na Indonésia. O mais inacreditável, nessa contundente palestra, é que o Sr. Grabois insiste no fato de que, embora na economia informal popular “os meios de produção necessários estão ao alcance dos setores populares”, isso não conduz a que tais meios se “explorem coletivamente” e possam gerar “relações sociais que sejam horizontais” — em suma, para se chegar a um regime comunista.

Então é preciso que também a economia informal seja controlada pelo “poder popular”— ou seja, por novos sovietes. Daí nasceria “uma nova sociedade”, que, como facilmente se percebe, identifica-se com o mais puro comunismo.

Tanto mais que, se o modelo dessa “nova sociedade” é o dos assentamentos controlados pelo MST, convém não esquecer o que Miguel Stédile (filho de J.P. Stédile), da coordenação nacional do MST, declarou à revista Época (n° 268, julho de 2003): “Queremos a socialização dos meios de produção. Vamos adaptar as experiências cubana e soviética ao Brasil”19.

Santidade, para meu coração de católico e brasileiro resulta inexplicável que nos recintos sagrados da Cidade do Vaticano tenha ressoado uma tal apologia do comunismocom sua ideologia fundada na negação da propriedade privada e na luta de classesfeita pelo Sr. Grabois 76 anos depois que o Papa Pio XI houvesse condenado esse sistema antinatural como “intrinsecamente perverso” 20!

Sobretudo não deixa de causar perplexidade que o advogado que proferiu semelhante discurso tenha sido convidado, por Vossa Santidade, para uma audiência privada no dia seguinte. E que, no curso dessa audiência, tenha sido gravada a saudação já mencionada para La Via Campesina, e mais um vídeo de promoção do Movimento de Trabalhadores Excluídos, fundado e animado por um militante neomarxista convicto.

É compreensível, pois, que a Via Campesina, o MST e o MTE se tivessem apressado em dar publicidade a esses eventos, como “um acontecimento sem precedentes”, num comunicado conjunto21 amplamente difundido na mídia, no qual se insiste em que a “atividade foi coordenada pelo chanceler da Academia, [Arcebispo] Monsenhor Marcelo Sánchez Sorondo, a pedido do próprio Francisco”.

O comunicado sublinha que, “finalizada a jornada, Stédile e Grabois mantiveram uma prolongada reunião com o Cardeal Turkson, presidente do Pontifício Conselho de Justiça e Paz, na qual intercambiaram opiniões sobre diferentes questões sociais e discutiram alternativas para dar continuidade ao diálogo entre Igreja e movimentos populares”.

Desses encontros com prelados da Cúria Romana, o MST e o MTE esperam auferir inúmeras vantagens. O mesmo Grabois afirmou, em entrevista para a Radio Vaticano22: “Nós temos que globalizar a luta (...). E eu creio que nesse âmbito, inclusive o Conselho Justiça e Paz, com uma pessoa como [o cardeal] Turkson, vai nos dar uma mão”. Disse também acreditar que “embora pareça um pouco estranho”, a Pontifícia Academia de Ciências “também está disposta a acompanhar, no que lhe cabe, as reivindicações, as nossas posições, nossas lutas, inclusive fortalecer os processos de organização. Sempre num ambiente de diálogo, de paz, de convivência, de respeito pelas instituições”.

Quanto às promessas de paz e de respeito pelas instituições, pelo menos no que concerne ao MST, sinto-me no direito de qualificá-las de hábil dissimulação para melhor angariar o apoio da Santa Sé.

Mas, se a Pontifícia Academia de Ciências realmente se comprometeu a contribuir para fortalecer os processos de organização dos chamados “movimentos sociais”, como asseveraram esses líderes do MST e do MTE, não surpreende que o comunicado conjunto afirme que ambos os movimentos partilham a “renovada sensação” de ter recebido “um importante apoio em sua luta”, e que “se abre uma nova etapa na unidade global do campo popular”. É como quem dissesse: agora sim, poderemos tornar realidade a convocatória de Marx e Engels: “Proletários de todo o mundo, uni-vos!”

Certamente esta “nova etapa” não pressagia nada de bom para o Estado de Direito e a alardeada democracia nos nossos países. Pois, segundo o mesmo comunicado conjunto do MST e do MTE, “a democracia formal ou burguesa falhou. As formas de representação estão em crise e não respondem aos interesses dos povos. [...] Há necessidade urgente de desenvolver novas formas de participação popular nos três poderes e novas formas de representação política, em todo o mundo. Uma democracia que, além de formal, seja real”.

Em outras palavras, o duo MST-MTE propõe o estilo de “democracia popular” que vigora em Cuba ou na Venezuela chavista. Ou seja, uma ditadura de fato, e tanto mais perigosa quanto esses dois “movimentos sociais” aspiram a amordaçar a imprensa livre: “A construção de uma democracia necessita democratizar, em primeiro lugar, os meios de comunicação”, afirmam eles de modo eufemístico.

Não posso deixar de me perguntar, Santo Padre, com profunda apreensão e até com angústia: de onde provém a esperança desses extremistas de esquerda, de contar com o apoio de organismos da Santa Sé para levar a cabo seus planos revolucionários e ditatoriais?

Tudo parece indicar que eles dão por certo que estaria havendo uma mudança de orientação doutrinária da Santa Sé. Um indício disso é que o comunicado do MST-MTE registra o fato de que “todos os participantes fizeram reiteradas referências à Exortação Apostólica Evangelii Gaudium” e a seus “categóricos e esclarecedores conceitos sobre a situação dos excluídos e a matriz excludente da economia global”.

Outro indício é que a própria Rádio Vaticano, em transmissão de 22 de janeiro último, juntou-se às comemorações dos 30 anos de fundação do MST23. E para isso franqueou seus microfones ao padre Savio Corinaldesi, missionário xaveriano, para o qual o MST é “uma luz”. Este sacerdote, utilizando expressões de um radicalismo fora do comum, chega a dizer que o MST é “odiado, execrado e combatido por aqueles que odeiam, execram e combatem o povo”. E, em seguida, faz uma convocatória para que o povo se organize:

“Mas, ainda hoje, há uma mensagem que todos devemos escutar é pôr em prática: o povo sabe resolver os seus problemas, e o faz quando se organiza” (destaques meus).

Como não ver, nessa esdrúxula transmissão da Rádio Vaticano, uma triste e rejeitável sequela do que se passou na Pontifícia Academia de Ciências?

Para evitar quaisquer mal-entendidos, esclareço a Vossa Santidade que de modo algum considero o atual hipercapitalismo globalizado como panaceia econômica, e que, como católico, deploro, entre outros defeitos graves da presente economia mundial, que os benefícios básicos do progresso material não tenham ainda alcançado muitas parcelas da população. Mas esta não é uma questão meramente econômica.

Ensinou Leão XIII que a chamada “questão social” é principalmente uma questão de ordem moral e religiosa. Disse o Pontífice: “Alguns professam a opinião, assaz vulgarizada, de que a questão social, como se diz, é somente econômica; ao contrário, porém, a verdade é que ela é principalmente moral e religiosa; e, por este motivo, deve ser sobretudo resolvida em conformidade com as leis da moral e da religião”24.

Assim sendo, uma intervenção bem sucedida da Hierarquia Eclesiástica no campo econômico e social deveria partir da denúncia dos dois vícios que estão na origem de todas as desordens e revoluções modernas: o orgulho e a sensualidade 25.

Esses vícios alimentam os dois erros fundamentais e aparentemente opostos de nossa época: o utopismo coletivista e o liberalismo individualista. Porque, de um lado, geram o sonho anárquico-igualitário de uma sociedade sem governo, sem classes e sem leis; e de outro lado, estão na raiz do liberalismo moderno, o qual recusa toda referência a uma verdade objetiva, a valores absolutos, a uma lei superior e, por isso, conduz à “ditadura do relativismo”, oportunamente denunciada pelo então Cardeal Ratzinger 26.

Assim, na raiz mais profunda da crise antropológica pela qual passa hoje a humanidade, não está simplesmente a negação de direitos fundamentais do homem, mas resulta da negação da primazia de Deus na organização da sociedade humana. Todo o resto é mera consequência.

A atual sociedade, de inspiração laica, menospreza os bens da alma. Ela penetrou como um veneno o Ocidente a partir da recusa da ordem austera e sacral que vigorava na Cristandade quando, segundo as luminosas palavras de Leão XIII, “a filosofia do Evangelho governava os Estados. Nessa época a influência da sabedoria cristã e a sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as relações da sociedade civil”27.

Assim, conforme igualmente aos ensinamentos de São Pio X, um verdadeiro retorno à ordem na sociedade humana supõe a restauração de todas as coisas em Cristo — o belo lema de seu pontificado: Instaurare omnia in Christo (Ef. 1,10) — e a retomada do ideal cristão de sociedade, que ele magistralmente enunciou. Face à “anarquia social e intelectual” que grassava no início do século XX, o santo Pontífice assinalava a verdadeira saída: “A cidade não será construída de outra forma senão aquela pela qual Deus a construiu; a sociedade não se edificará se a Igreja não lhe lançar as bases e não dirigir os trabalhos; não, a civilização não mais está para ser inventada nem a cidade nova para ser construída nas nuvens. Ela existiu, ela existe; é a civilização cristã, é a cidade católica.

Trata-se apenas de instaurá-la e restaurá-la sem cessar sobre seus fundamentos naturais e divinos contra os ataques sempre renovados da utopia malsã, da revolta e da impiedade”28

No que concerne ao reerguimento e à regeneração das classes operárias, São Pio X já insistia em que “os princípios da doutrina católica são fixos” e, citando Leão XIII, sublinhava a necessidade de “manter a diversidade das classes, que é seguramente o próprio da cidade bem constituída, e querer para a sociedade humana a forma e o caráter que Deus, seu Autor, lhe imprimiu”29 (destaque meu).

Ao mesmo tempo aquele grande Pontífice denunciava a perversidade que há em “pretender a supressão e o nivelamento das classes” sociais — tal como o fazem o MST e o MTE — e em trocar as bases naturais e tradicionais da sociedade humana pela promessa de “uma cidade futura edificada sobre outros princípios”30, notadamente os do igualitarismo.

Portanto, não serão os programas altermundialistas de cunho “ecológico” e neomarxista dos ditos “movimentos sociais”, que irão resolver a crise econômica atual e reduzir a pobreza no mundo.

Se o problema é o da emergência dos excluídos, Cuba é precisamente o contra-modelo a ser evitado a qualquer custo, sob pena de transformar o mundo todo numa sociedade de miseráveis, estes sim, excluídos: excluídos do bem-estar, excluídos da vida política, excluídos da cultura, excluídos da liberdade de viajar e, sobretudo, excluídos de praticar sem entraves a religião católica na Ilha-prisão!

Os pobres não querem para si um tal pesadelo. E, por isso mesmo, poucos se deixam iludir pelos devaneios de um MST ou de um MTE, ainda que estes se revistam, em sua pregação revolucionária, com as roupagens falsamente cristãs de uma Teologia da Libertação de orientação claramente marxista.

É muito significativo que, em 2009, uma sondagem do Instituto de pesquisas Ibope 31 tenha mostrado que 92% da população brasileira considera ilegais as invasões de terras promovidas pelo MST; e 72% dos ouvidos julgam que o poder público deveria utilizar a polícia para cumprir ordens judiciais de retirada dos invasores. Para mais de 70% dos entrevistados o MST prejudica o desenvolvimento econômico e social, a geração de empregos e os investimentos nacionais e estrangeiros. Mais significativo ainda, para 85% dos brasileiros o direito de propriedade privada é essencial ao País: clara amostra de que os povos rejeitam o comunismo e sua miséria.

A demagogia da esquerda, Santidade, pode encontrar ressonância nas redações de certos jornais e TVs, em meios acadêmicos, na nomenklatura dos partidos políticos... e até — dói constatá-lo — em certos meios eclesiásticos; mas ela não engana a grande maioria do povo, que cada vez mais se distancia dela.

Comprovação disso é que, entre as reivindicações mais constantes dos movimentos imbuídos dessas ideias revolucionárias sempre esteve a implantação de uma reforma agrária radical, que eliminasse a grande e média propriedade, reduzindo todo o arcabouço rural de uma nação a pequenas áreas de terra que, aliás, em grande parte nem sequer seriam propriedade de seus detentores, mas sim de cooperativas fortemente estatizadas.

Ora, apesar da fenomenal propaganda feita em seu favor e dos rios de dinheiro nela aplicados, a reforma agrária fracassou no Brasil. A situação econômica e social nos assentamentos de reforma agrária é tão grave, que até ministros do governo reconhecem que a grande maioria deles se transformou em autênticas “favelas rurais”. Reconhecimento tardio, pois essa expressão havia sido cunhada muitos anos antes pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, em sua luta contínua por alertar os brasileiros para esse desfecho inevitável. Inevitável, sim, pois tudo que contraria a ordem natural cedo ou tarde termina em desastre.

Por isso, dizem com razão os franceses: Chassez le naturel, il revient au galop.

Não foi, pois, por falta de advertência. Desde o início da década de 50, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira havia notado que a propaganda revolucionária soprava no sentido da reforma agrária, a qual por fim se consubstanciou em projetos concretos no final da década. Por isso escreveu e lançou, em 1960, em coautoria com dois Bispos e um economista, o livro Reforma Agrária — Questão de Consciência, no qual profetizou que ela desfecharia no fracasso. Foi o marco inicial de uma luta que comportou a publicação de vários livros, manifestos e declarações, bem como campanhas públicas de divulgação e abaixoassinados, durante as quatro décadas seguintes, até seu falecimento em 1995.

Hoje, estudiosos e profissionais competentes glosam o fracasso da reforma agrária. Assim, ainda há poucos dias, o Prof. Zander Navarro, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em artigo publicado num grande matutino paulista 32, descrevendo o êxodo rural que se verifica de norte a sul do Brasil, escreveu: “E há os assentados, que deveriam ser expressivos. Afinal, seria um conjunto de 1,25 milhão de famílias em 8,8 mil assentamentos, ocupantes de 88 milhões de hectares, quase equivalentes à área total de Mato Grosso. Mas a reforma agrária é um rotundo fracasso: boa parte dos beneficiários desistiu, deixando rarefeitos os assentamentos, em especial do meio do País ‘para cima’, sobretudo no Nordeste e no Norte”.

Enquanto os assentamentos de reforma agrária, criados na onda dessa agitação agrária, nada produzem, vivendo das esmolas do Estado, um competente perito da Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa)33 observa que a tecnologia tem ajudado aos pequenos, médios e grandes agricultores, e acrescenta: “A produção agrícola do Brasil alimenta 1 bilhão de pessoas”34. Outro estudo registra que “o preço da cesta de alimentos caiu pela metade entre 1975 e 2010”35, o que explica o fato de que, “na década de 1970, a família média brasileira gastava cerca de 40% da renda familiar em alimentos. Atualmente, esse valor não passa de 16%”36.

Quo vadis, Domine?
Vossa Santidade, agindo com calculada prudência, vai definindo aos poucos os rumos do seu pontificado.

É natural que os fiéis acompanhem com atenção os passos que vão sendo dados nesse sentido.

Diante das inevitáveis perplexidades que toda mudança de rumo naturalmente produz, compreende-se que muitos façam, no interior de seus corações, a pergunta que, segundo a legenda, o próprio São Pedro fez quando, fugindo da perseguição de Nero, encontrou Jesus Cristo que vinha em sentido contrário:

Quo vadis, Domine? — Aonde vais, Senhor?

Ao ouvir a resposta de Nosso Senhor de que Ele se dirigia a Roma para ser novamente crucificado, São Pedro entendeu que o momento havia chegado de ele próprio sofrer o martírio. E, assim, submeteu-se ao suplício com grande humildade, pedindo aos algozes que o crucificassem de cabeça para baixo — segundo piedosa tradição — porque não se considerava digno de que sua morte igualasse em todos os pormenores à de Cristo.

Assim, em vista dos fatos acima pormenorizadamente descritos, e das perplexidades por eles suscitadas, um fiel poderia ser levado a dirigir ao Papa Francisco idêntica perguntaQuo vadis, Domine? Seria legítimo fazê-lo? Em que condições?

O Código de Direito Canônico consagra, no cânon 212 § 3, o pleno direito de todo fiel à respeitosa exposição de sua opinião, nessa ou em outras matérias: “Os fiéis, segundo a ciência, a competência e a proeminência de que desfrutam têm o direito e mesmo, por vezes, o dever de manifestar aos sagrados Pastores a sua opinião acerca das coisas atinentes ao bem da Igreja, e de a exporem aos restantes fiéis, salva a integridade da fé e dos costumes, a reverência devida aos Pastores, e tendo em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas”.

Faço-o, pois, nesta REVERENTE E FILIAL MENSAGEM, convencido de que Sua Santidade receberá a presente manifestação com paternal benevolência, e como uma leal contribuição para o êxito de sua excelsa missão no governo da Santa Igreja.

Reafirmando uma vez mais a minha obediência irrestrita e amorosa não só à Santa Igreja como ao Papa, em todos os termos preceituados pela doutrina católica, peço a Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, que ilumine Vossa Santidade e ajude todos os católicos latino-americanos a permanecer fortes in fide, nas suas convicções católicas e em sua rejeição ao extremismo de esquerda, de maneira que esta Terra de Santa Cruz continue a ser cada vez mais, junto com as nações irmãs da América Espanhola, o Continente da Esperança, sob as bênçãos de sua querida padroeira, Nossa Senhora de Guadalupe.

Osculando o anel do Pescador, peço humildemente a Bênção Apostólica, in Jesu et Maria

Por: Dom Bertrand de Orleans e Bragança

O príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança é Chefe da Casa Imperial Brasileira – Documento escrito e enviado ao Papa Francisco em 8 de fevereiro de 2014

Notas:
1 A Campanha Paz no Campo vem se notabilizando no Brasil pela defesa dos princípios da propriedade privada e da livre iniciativa, segundo os ensinamentos contidos nos documentos do Magistério tradicional da Igreja.
3http://exame.abril.com.br/economia/noticias/recorde-de-exportacoes-no-agronegocio-aumenta-demanda-porprofissionais
4 http://www.adistaonline.it/?op=articolo&id=53494
5 http://www.wsftv.net/Members/focuspuller/videos/joao-pedro-stedile-1/view
6http://leonardoboff.wordpress.com/2014/01/10/os-movimentos-populares-latino-americanos-junto-ao-papa-francisco/
8 http://www.mst.org.br/node/15560
9 http://www.old.pernambuco.com/ultimas/noticia.asp?materia=2008610133246
10http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/speeches/1995/march/documents/hf_jp-ii_spe_19950321_brasile-adlimina_po.html
11http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/speeches/2002/november/documents/hf_jp-ii_spe_20021126_brazilsul-iii-iv_po.html
13 http://www.cartoneando.org.ar/content/capitalismo-popular-una-variante-salvaje-del-modelo-por-juan-grabois
14 http://www.economiapopular.coop/juan-grabois
15 http://mareapopular.org/revista/agremiando-la-precarizacion-laboral/
16http://www.telam.com.ar/notas/201307/26546-el-papa-mando-a-buscar-a-35-cartoneros-argentinos-entre-un-millonde-peregrinos.html
17http://www.noticiasdiaxdia.com.ar/noticias/val/6869-43/-carta-al-evita-desde-el-vaticano-por-juangrabois.html#.UtMMcvSICSp
18 http://www.casinapioiv.va/content/dam/accademia/pdf/sv123/sv123-grabois.pdf
20 Carta Encíclica Divini Redemptoris, de 19 de março de 1937, § 58.
21http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Movimentos-Sociais/Os-movimentos-populares-latino-americanos-junto-ao-Papa-Francisco/2/29947
22 http://media01.radiovaticana.va/audiomp3/00404088.MP3
24 Encíclica Graves de communi, de 18 de janeiro de 1901.
25 Cfr. Plinio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução, Parte I, cap. VII, 3.
26 Disse o Cardeal: “Vai-se constituindo uma ditadura do relativismo que nada reconhece como definitivo e que deixa como última medida apenas o próprio eu e as suas vontades” (Homilia na Missa Pro Eligendo Romano Pontifice, 18 de abril de 2005 — http://www.vatican.va/gpII/documents/homily-pro-eligendo-pontifice_20050418_po.html
27 Encíclica Immortale Dei, de 1° de novembro de 1885.
28 Carta Apostólica Notre charge apostolique, de 25 de agosto de 1910, § 11
http://agnusdei.50webs.com/notrech2.htm
29 Carta Apostólica Notre charge apostolique, de 25 de agosto de 1910, § 9
http://agnusdei.50webs.com/notrech2.htm
30 Carta Apostólica Notre charge apostolique, de 25 de agosto de 1910, § 9 e 10 http://agnusdei.50webs.com/notrech2.htm
31 http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ibopecna-92-condenam-ocupacoes-do-mst,485449,0.htm
32 O Estado de São Paulo, 22 de janeiro de 2014.
33 Evaristo Eduardo de Miranda, doutor em Ecologia e responsável pela área de monitoramento por satélite da Embrapa.
35 Notícias Agroinvvesti, 17 de junho de 2011, Cleber Bordignon, Agronegócio, um mundo de oportunidades
http://www.agroinvvesti.com.br/?menu=noticias&id=907
36 Notícias CNA, 2 de novembro de 2011, Brasil e EUA: grandes potências para alimentar o mundo

Transcrito do Blog Alerta Total