São Basílio Magno, luminária da Capadócia
Hoje, recordamos três nomes e três amigos
em Cristo Jesus. Reconhecidos como luminários da Capadócia, região da
Turquia, são eles: Gregório, seu irmão de sangue, São Basílio Magno e o
amigo São Gregório Nazianzeno. Dois irmãos de sangue, três grandes
amigos em Cristo Jesus.
São Basílio Magno nasceu de uma família
santa que buscava testemunhar, na própria vida e na formação dos filhos,
o grande amor por Cristo e pela Igreja. Foi assim que, ajudado pelo
pai, São Basílio Magno recebeu a primeira formação. Depois, passou por
Constantinopla, chegando a estudar em Atenas e formar-se em retórica. A
essa altura, mesmo tendo um coração bem semeado pelo Evangelho, ele
começou a buscar glórias humanas. É importante percebermos isso na
história dos santos. Eles não nasceram santos e não foram obrigados a
ser santos; aceitaram este desafio, mesmo que houvesse, em algum
período, um desvio. Mas a misericórdia do Senhor sempre nos dará uma
nova change. Foi o que aconteceu com São Basílio.
Ao conhecer o amigo São Gregório
Nazianzeno, São Basílio conheceu Cristo mais profundamente e retomou a
amizade com Jesus. Ele, que já era muito culto, direcionou todo o seu
potencial para Aquele que é a verdade, o Logus, o Verbo que se fez
carne, Jesus Cristo, nosso Senhor e salvador. Retirou-se por um tempo
dali e pôde viver uma vida de muita oração e penitência. Depois, foi
inspirado a se aprofundar na vida eremítica e também na vida monástica.
Visitou o Egito, Síria, Palestina e estudou ao ponto de, com seu amigo
Nazianzeno, começar uma comunidade monástica.
Aconteceu que, diante da realidade na
qual o Arianismo – heresia que afirmava que Jesus Cristo não é Deus –
confundia muito as pessoas e ainda era apoida pelo imperador do Oriente
chamado Valente. Enfim, que confusão doutrinal! Nesta altura, em
Cesaréia, São Basílio, em 370 d.C. foi eleito bispo, sucessor de um dos
apóstolos. Homem de caridade e de testemunho, ele pôde combater e ver a
verdade vencendo o Arianismo. O imperador não colocava medo nesse homem
cheio do Espírito Santo. São Basílio também tinha muitas obras, não era
apenas um homem de palavras; cidades de caridade surgiram por meio dele.
Ainda padre, ele já era um testemunho
reconhecido, uma autoridade não só pela Igreja, mas pela vida. São
Basílio Magno deixou uma riqueza de escritos e, principalmente, a
certeza de que amigo de Jesus, felizes nós seremos. Em 379 d.C., ele
partiu para o céu e intercede por nós.
São Basílio Magno, rogai por nós!
Santo Gregório Nazianzeno
Gregório nasceu no ano 329, numa família muito devota, na Capadócia, atual Turquia. Seu pai foi eleito bispo da cidade de Nazianzo e teve o cuidado para que seu filho fosse educado nas melhores escolas e academias da Antiguidade. Desde pequeno demonstrava um forte temperamento místico e inclinação para a vida de monge.
Ele passou quase dez anos em Atenas como estudante, onde cultivou uma fiel amizade com São Basílio, cujo culto também se comemora hoje. Durante este período desenvolveu, de vez, sua capacidade para a poesia, literatura e retórica. Não cedendo à tentação de viver entre a frivolidade de oradores e filósofos, ao contrário, se aprimorou numa profunda vida religiosa, junto com seu fiel amigo.Ao regressar a Nazianzo recebeu o Batismo das mãos de seu próprio pai e, mais tarde, a Ordem sacerdotal para poder ajuda-lo na pastoral da sua diocese. Como estava vaga a diocese de Sásimos, na Ásia Menor, o então bispo São Basílio o consagrou à dignidade episcopal desta sede. Tornou-se um famosíssimo orador e teólogo sendo muito perseguido pelos arianos. Por isto, preferiu desistir da vida episcopal e se recolher num mosteiro onde se dedicava inteiramente às orações, à meditação, ao estudo do Evangelho.
Em virtude de sua grande erudição teológica e seus claros conhecimentos sobre a discutida cristologia dos primeiros tempos, foi escolhido para ser o bispo de Constantinopla. Neste caso, mesmo sob pressão dos inimigos, Gregório aceitou ser declarado patriarca desta metrópole e nesta posição presidiu o primeiro Concílio Ecumênico da Igreja alí sediado em 381, que triunfou a doutrina da Santíssima Trindade ortodoxa, ou seja, reconheceu a divindade do Espírito Santo.
Mesmo com seu caráter demasiado sensível, suportou as dificuldades da administração de uma diocese. Mas as perseguições arianas foram tantas que novamente se viu obrigado a abdicar do cargo, voltando para sua solidão de monge, para o trabalho literário, ao exercício de meditação e aos mistérios de Deus.
Gregório morreu no ano 390. Dentre o seu legado encontramos quase cinqüenta sermões e duzentas e quarenta e quatro cartas, que tratam, em especial, sobre a verdadeira divindade do Espírito Santo e da santidade da Virgem Maria como Mãe de Deus.
Sua inspiração poética também nos presenteou com cerca de quatrocentos poemas. Seus sermões e escritos deixaram um tesouro de testemunho ortodoxo, em um tempo de muita confusão e luta interna na Igreja de Roma.
A Igreja o incluiu no Calendário dos Santos mantendo seu culto no dia 2 de janeiro, como sempre foi venerado. São Gregório de Nazianzeno junto com São Basílio Magno, e o irmão mais novo deste, chamado de São Gregório de Nissa, receberam o título de "Os três capadócios".
Santo Gregório Nazianzeno, rogai por nós!
Santa Veridiana
No primeiro dia de fevereiro de 1242, de repente, todos os sinos do
Castelfiorentino em Florença, Itália, começaram a repicar
simultaneamente. Quando os moradores constataram que tocavam sozinhos,
sem que ninguém os manuseassem, tudo ficou claro, porque eles anunciavam
a morte de Veridiana. Nasceu em 1182, ali mesmo nos arredores da
cidade que amou e onde viveu quase toda sua existência, só que
enclausurada numa minúscula cela, de livre e espontânea vontade.
Pertencente a uma família nobre e rica, os Attavanti, Veridiana levou
uma vida santa, que ficou conhecida muito além das fronteiras de sua
terra; e que lhe valeu inclusive a visita em pessoa, de seu contemporâneo Francisco de Assis, que a abençoou e admitiu na Ordem Terceira, em 1221. A fortuna da família, embora em certa decadência, Veridiana sempre utilizou em favor dos pobres. Um dos prodígios atribuídos à ela, mostra bem o tamanho de sua caridade. Consta que certa vez um dos seus tios, muito rico, deixou à seus cuidados grande parte de seus bens, que eram as colheitas de suas terras. A cidade atravessava uma época terrível de carestia e fome, seu tio nem pensou em auxiliar os necessitados, era um mercador e como tal aproveitando-se da miséria reinante. Durante algum tempo procurou vender grande parte desses víveres, o que conseguiu por um preço elevado, obtendo grande lucro.
Mas, ao levar o comprador para retirar o material vendido, levou um susto, suas despensas estavam completamente vazias. Veridiana tinha distribuído tudo aos pobres O tio comerciante ficou furioso, pediu um prazo de 24 horas ao comprador e ordenou a Veridiana que solucionasse o problema, já que fora a causadora dele. No dia seguinte, na hora marcada, as despensas estavam novamente cheias, e o negócio pode se concretizar. Veridiana após uma peregrinação ao túmulo de Tiago em Compostela, Espanha, diga-se um centro de peregrinação tão requisitado quanto Roma o é pelos túmulos de São Pedro e São Paulo, ao retornar se decidiu pela vida religiosa e reclusa.
Para que não se afastasse da cidade, seus amigos e parentes construíram então uma pequena e desconfortável cela, próxima ao Oratório de Santo Antônio, onde ela viveu 34 anos de penitência e solidão. A cela possuía uma única e mínima janela, por onde ela assistia à missa e recebia suas raras visitas e refeições, também minúsculas, suficientes apenas para que não morresse de fome. O culto de Santa Veridiana foi aprovado pelo papa Clemente VII no ano de 1533. Ela também se tornou protetora do presídio feminino de Florença e, sua devoção ainda é muito popular na região da Toscana, na Itália.
Santa Veridiana, rogai por nós!
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