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domingo, 3 de setembro de 2017

Evangelho do Dia

EVANGELHO COTIDIANO


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68





22º Domingo do Tempo Comum


Evangelho segundo S. Mateus 16,21-27.

Naquele tempo, Jesus começou a explicar aos seus discípulos que tinha de ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; que tinha de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia. 
Pedro, tomando-O à parte, começou a contestá-l’O, dizendo: «Deus Te livre de tal, Senhor! Isso não há-de acontecer!».
Jesus voltou-Se para Pedro e disse-lhe: «Vai-te daqui, Satanás. Tu és para mim uma ocasião de escândalo, pois não tens em vista as coisas de Deus, mas dos homens».
Jesus disse então aos seus discípulos: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.
Pois quem quiser salvar a sua vida há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la.
Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida? Que poderá dar o homem em troca da sua vida?
O Filho do homem há-de vir na glória de seu Pai, com os seus Anjos, e então dará a cada um segundo as suas obras».



Comentário do dia:  Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 96

«Não tens em vista as coisas de Deus, mas dos homens»



Quando o Senhor impõe ao homem que quer segui-Lo que renuncie a si mesmo, achamos que os seus mandamentos são difíceis e duros de ouvir. Mas, se aquele que ordena nos ajuda a cumprir o que ordena, então esses mandamentos deixam de ser difíceis e penosos. [...] É igualmente verdadeira aquela outra palavra saída da boca do Senhor: «O meu jugo é suave e o meu fardo é leve» (Mt 11,30). Com efeito, o amor suaviza o que os preceitos podem ter de penoso. Conhecemos todas as maravilhas que o amor pode realizar. [...] Que dificuldades não enfrentaram os homens, que condições de vida indignas e intoleráveis não suportaram para atingirem o objeto do seu amor! [...] Porque nos admiramos se aquele que ama Cristo e quer segui-Lo renuncia a si mesmo para O amar? Porque, se o homem se perde amando-se a si mesmo, deverá sem dúvida alguma encontrar-se renunciando a si mesmo.

Que homem se recusaria a seguir Cristo até à morada da felicidade perfeita, da paz suprema e da tranquilidade eterna? É bom segui-Lo até aí; mas é preciso conhecer o caminho para lá chegar. [...] O caminho parece-te cheio de asperezas, repugna-te, não queres seguir a Cristo. Vai atrás dele! O caminho que os homens traçaram é pedregoso, mas foi aplanado quando Cristo o percorreu ao voltar ao Céu. Que homem se recusaria, pois, a avançar em direção à glória?

Todos gostamos de nos elevar até à glória, mas temos de o fazer pela escada da humildade. Porque levantas o pé acima da tua própria altura? Quererás cair em vez de subir? Começa pelo primeiro degrau: já começaste a subir. Os dois discípulos que diziam: «Senhor, permite-nos que, no teu Reino, nos sentemos, um à tua direita e outro à tua esquerda» não deram atenção à escada da humildade. Visavam o cume, mas não viam os degraus. Mas o Senhor mostrou-lhos. Na verdade, o que foi que Ele respondeu? «Podeis beber do cálice que Eu vou beber? (Mc 10,37-38) Vós que desejais atingir o cume das honras, podeis beber o cálice da humildade?» Foi por isso que Ele não Se limitou a dizer, de uma maneira genérica: «Renuncie a si mesmo e siga-Me», mas acrescentou: «Tome a sua cruz e siga-Me».


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