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sexta-feira, 24 de abril de 2009

Depois de Irmã Dulce, comerciante gaúcho é candidato a Santo - Processo irá ao Vaticano

Pequeno comerciante do RS é o próximo candidato a santo que o Brasil leva ao Vaticano

Um pequeno comerciante, casado duas vezes e pai de sete filhos, é o próximo candidato a santo brasileiro. Gaúcho de São João do Polêsini, nascido em 1904 e falecido em 1985, vítima de atropelamento, João Luiz Pozzobon dedicou sua vida à evangelização. O processo de beatificação, iniciado em 1994 e comandado pela Diocese de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, será encerrado no próximo dia 8 e entregue ao Vaticano em solenidade marcada para o dia 17 de maio.

Pozzobon é um modelo de santo que agrada à Igreja Católica: não é saído da hierarquia da instituição, mas da leva de leigos que hoje trabalham a serviço de suas igrejas e das comunidades de seu entorno. Pozzobon é considerado o segundo candidato a santo mais forte do país, atrás apenas de Irmã Dulce, da Bahia, recém-declarada "Venerável" pelo Vaticano, que já reconheceu as virtudes heróicas de sua vida.Foi devoto da Virgem Peregrina de Schoenstatt.

Viúvo pela segunda vez e com filhos crescidos, Pozzobon só não se tornou padre porque lhe faltou cultura formal. Mal tinha completado o antigo curso primário, o que o deixava longe do preparo exigido pela Igreja, que inclui os cursos de Filosofia e Teologia. Sem diploma, virou diácono permanente. Ou seja, podia fazer casamentos e realizar batizados, menos confessar, dar a unção dos enfermos e rezar missas - as três ações do ritual católico que cabem exclusivamente aos padres.

Sem ser padre, Pozzobon caminhou a pé cerca de 140 km levando debaixo do braço uma imagem de santa, que servia para pregar a palavra de Deus em escolas, presídios e residências do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro. Em dezembro passado, o corpo de Pozzobon foi exumado, retirado do cemitério Santa Rita de Cássia e levado para a Capela Nossa Senhora das Graças, onde as peregrinações já começaram. A ele são atribuídas diversas graças - ou seja, pedidos atendidos.

- A vida de Pozzobon é um modelo para a comunidade católica - diz o bispo de Santa Maria, Hélio Adelar Rubert.

- A beatificação de Pozzobon é de interesse da Igreja. Ele é um modelo para os dias atuais, onde a participação de leigos é fundamental - diz Roberto Paz, bispo auxiliar de Niterói, Rio de Janeiro, especialista em canonização.

Para que Pozzobon seja considerado um beato, porém, é preciso que tenha feito um milagre comprovado. Na lista de milagres do diácono está a cura de uma médica infectologista, que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e teria tido uma melhora que, na avaliação feita até agora, não pode ser atribuída a remédios, mas à graça pedida pelo padre de sua comunidade.

- Tudo indica que não foram os remédios, mas um milagre - diz o bispo Rubert.

O Vaticano exige que curas sejam avaliadas por médicos especialistas, que garantam por escrito que não há explicação na ciência para o fato.

Há uma grande diferença entre beato e santo. O beato pode ser cultuado, mas só localmente. O santo entra no calendário mundial do Vaticano. Para ser considerado santo, após a beatificação, a Diocese de Santa Maria deverá apresentara a Roma novos milagres, igualmente comprovados, atribuídos a Pozzebon. Na Igreja Católica, não existe santo de um milagre só.

Oração a São Jorge

Oração a São Jorge


Oração a São Jorge

São Jorge, meu santo guerreiro, invencível na fé em DEUS.

Que trazeis em Vosso rosto esperança e confiança protegei-me.

Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.

Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.

Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos.

Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.

São Jorge Rogai por Nós.

Santo do dia - 23 de abril

Oração de São Jorge


Chagas abertas, sagrado coração todo amor e bondade, o sangue do meu senhor Jesus Cristo no meu corpo se derrame, hoje e sempre. Eu andarei vestido e armado, com as armas de São Jorge, para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me encherguem, e nem em pensamento eles possam ter para me fazerem o mal, armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças quebrarão sem meu corpo chegar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrarem.

Jesus Cristo me proteja e me defenda com o poder da sua santa e divina graça, a Virgem Maria de Nazaré me cubra com seu sagrado e divino manto, me protegendo em todas as minhas dores e afliçoes e Deus com a sua divina misericordia e grande poder seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus inimigos, e o glorioso São Jorge em nome de Deus, em nome de Maria de Nazaré , em nome da Falange do Divino Espirito Santo estenda-me o seu escudo e as suas armas poderosas defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza dos meus inimigos carnais e espirituais , e de todas as suas más influencias, e que debaixo das patas de seu fiel Ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a Vós sem se atreverem a ter um olhar sequer que me possa a prejudicar.

Assim seja com o poder de Deus de de Jesus Cristo e da Falange do Divino Espirito Santo, Amém.

São Jorge, rogai por nós

3 Pai Nosso, 3 Ave-Marias Em louvor ao São Jorge.

São Jorge, o Santo guerreiro

Em torno do século III D.C., quando Diocleciano era imperador de Roma, havia nos domínios do seu vasto Império um jovem soldado chamado Jorge. Filho de pais cristãos, Jorge aprendeu desde a sua infância a temer a Deus e a crer em Jesus como seu salvador pessoal.

Nascido na antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia, Jorge mudou-se para a Palestina com sua mãe após a morte de seu pai. Lá foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade - qualidades que levaram o imperador a lhe conferir o título de conde. Com a idade de 23 anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções.

Por essa época, o imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos. No dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os os ídolos adorados nos templos pagãos eram falsos deuses.

Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo como Senhor e salvador dos homens. Indagado por um cônsul sobre a origem desta ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da VERDADE. O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: "O QUE É A VERDADE ?". Jorge respondeu: "A verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e nele confiado me pus no meio de vós para dar testemunho da verdade."

Como São Jorge mantinha-se fiel a Jesus, o Imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Jorge sempre respondia: "Não, imperador ! Eu sou servo de um Deus vivo ! Somente a Ele eu temerei e adorarei". E Deus, verdadeiramente, honrou a fé de seu servo Jorge, de modo que muitas pessoas passaram a crer e confiar em Jesus por intermédio da pregação daquele jovem soldado romano. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito em seu plano macabro, mandou degolar o jovem e fiel servo de Jesus no dia 23 de abril de 303.

A devoção a São Jorge rapidamente tornou-se popular. Seu culto se espalhou pelo Oriente e, por ocasião das Cruzadas, teve grande penetração no Ocidente.

Verdadeiro guerreiro da fé, São Jorge venceu contra Satanás terríveis batalhas, por isso sua imagem mais conhecida é dele montado num cavalo branco, vencendo um grande dragão. Com seu testemunho, este grande santo nos convida a seguirmos Jesus sem renunciar o bom combate.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Os sinais do Apocalipse

Sol está em um de seus períodos de menor atividade nos últimos 100 anos

Baixa atividade solar intriga astronômos

A Sagrada Escritura diz:

Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas. Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir a toda a terra. As próprias forças dos céus serão abaladas. (Lc. 21, 25-26)

21/04/09: Astro está em um de seus períodos de menor atividade em quase 100 anos, mas isso não reverte efeitos do aquecimento

global.

O sol passa por um de seus períodos mais quietos por quase um século, praticamente sem manchas solares (explosões na atmosfera solar) e emitindo poucas chamas.

A observação da estrela mais próxima da Terra está intrigando os astrônomos, que estão prestes a estudar novas imagens do sol captadas no espaço na Reunião Nacional de Astronomia do Reino Unido.

O sol normalmente passa por ciclos de atividade de 11 anos. Em seu pico, ele tem uma atmosfera efervescente que lança chamas e "pedaços" gasosos super quentes do tamanho de pequenos planetas. Depois deste pico, o astro normalmente passa por um período de calmaria.

Esperava-se que o sol voltasse a esquentar no ano passado depois de uma temporada de calmaria. Mas em vez disso, a pressão do vento solar chegou ao seu nível mais baixo em 50 anos, as emissões radiológicas são as mais baixas dos últimos 55 anos e as atividades mais baixas de manchas solares dos últimos 100 anos.

Segundo a professora Louise Hara, do University College London, as razões para isso não estão claras e não se sabe quando a atividade do sol vai voltar ao normal. "Não há sinais de que ele esteja saindo deste período", disse ela à BBC News. "No momento, há artigos científicos sendo lançados que sugerem que ele vai entrar em um período normal de atividade em breve."

"Outros, no entanto, sugerem que ele vai passar por outro período de atividades mínimas - este é um grande debate no momento."

Mini era do gelo

Em meados do século 17, um período de calmaria - conhecido como Maunder Minimum - durou 70 anos, provocando uma "mini era do gelo". Por isso, alguns especialistas sugeriram que um esfriamento semelhante do sol poderia compensar os efeitos das mudanças climáticas.

Mas segundo o professor Mike Lockwood, da Universidade de Southhampton, isso não é tão simples assim. "Quisera eu que o sol estivesse vindo a nosso favor, mas, infelizmente, os dados mostram que não é esse o caso", disse ele.

Lockwood foi um dos primeiros pesquisadores a mostrar que a atividade do sol vinha decrescendo gradualmente desde 1985, mas que, apesar disso, as temperaturas globais continuavam a subir.

"Se você olhar cuidadosamente as observações, está bem claro que o nível fundamental do sol alcançou seu pico em cerca de 1985 e o que estamos vendo é uma continuação da tendência para baixo (na atividade solar), que vem ocorrendo há cerca de duas décadas."

"Se o enfraquecimento do sol tivesse efeitos resfriadores, já teríamos visto isso a esta altura."

Meio termo

Análises de troncos de árvores e de camadas inferiores de gelo (que registram a história ambiental) sugerem que o sol está se acalmando depois de um pico incomum em sua atividade.

Lockwood acredita que, além do ciclo solar de 11 anos, há uma oscilação solar que dura centenas de anos. Ele sugere que 1985 marcou o pico máximo deste ciclo de longo prazo e que o Maunder Minimum marcou seu ponto mais baixo.

Para ele, o sol agora volta a um meio termo depois de um período em que esteve praticamente no topo de suas atividades.

Dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) mostram que as temperaturas globais subiram em média 0,7 C desde o início do século 20.

As projeções do IPCC são de que o mundo vai continuar a esquentar, e a expectativa é de que as temperaturas aumentem entre 1,8 C e 4 C até o fim deste século.

Ninguém sabe ao certo como funciona o ciclo e altos e baixos na atividade solar, mas os astrônomos se veem, agora, graças a avanços tecnológicos, em uma posição privilegiada para estudar o astro-rei.

Segundo o professor Richard Harrison, do Laboratório Rutheford Appleton, em Oxfordshire, este período de quietude solar dá aos astrônomos uma oportunidade única.
"Isso é muito animador, porque como astrônomos nunca vimos nada assim em nossas vidas", disse ele. "Temos uma sonda lá no alto para estudar o sol com detalhes fenomenais. Com esses telescópios podemos estudar esta atividade mínima de um modo que nunca fizemos no passado."

Fonte: G1.

A Mediação da Virgem Santíssima - Parte 2

A MEDIAÇÃO UNIVERSAL DE MARIA SANTÍSSIMA.

Parte – II.

A maioria do povo eleito tinha uma idéia completamente errônea da genuína missão do Messias. Vivendo num país pequenino e dominado pelos romanos, ansiava pela vinda do SALVADOR que o viesse libertar do jugo estrangeiro.

Havia, porém, um pequeníssimo número de almas privilegiadas, conhecedoras, através dos livros Sagrados, da missão sofredora e redentora do MESSIAS, que os libertaria da escravidão do demônio e dos pecados.

Entre essas almas santas, ocupava o primeiro lugar a Santíssima Virgem de Nazaré. Escolhida desde a eternidade para MÃE do Senhor, Imaculada desde a Sua Conceição e preparada, com a Plenitude de todas as Graças e Dons do Divino ESPÍRITO SANTO, para ser digna Morada do Verbo Eterno, devia conhecer, pelo menos em linhas gerais, o futuro do FILHO e o Seu próprio futuro. Embora Seu conhecimento no Dia da Anunciação não fosse detalhado e minucioso, contudo havia de ser suficiente para que o Seu Sim à Encarnação do REDENTOR, fosse espontâneo, livre e consciente.

O Arcanjo São Gabriel Lhe oferece, em Nome de DEUS, para ser ELA a MÃE do DEUS-MESSIAS prometido e REDENTOR do gênero humano: e Lhe pede Seu livre consentimento. Neste momento DEUS LHE pede para ser a Mãe do REDENTOR! SER MÃE do REDENTOR; porém, não consistia só em Concebê-Lo, Gerá-Lo e Alimentá-Lo, mas também em Acompanhá-Lo, em perfeita comunhão de sentimento e dores, até a completa consumação da Obra Redentora.

Ao aceitar a oferta e pronunciar as palavras: “Eis aqui a escrava do SENHOR, faça-se em MIM segundo a tua palavra”, MARIA Santíssima aceita ser Mãe do REDENTOR e também todas as conseqüências sofredoras que esta Sua posição central, nos mistérios da redenção humana, Lhe há de trazer.

O VERBO Eterno ao assumir a natureza humana no Seio Castíssimo da Virgem, dá o primeiro passo como REDENTOR do gênero humano, e, MARIA Santíssima ao tornar-se, por Sua livre vontade, MÃE do SALVADOR, dá o primeiro passo como Co-Redentora do gênero humano. Quando termina a Virgem Santíssima as palavras do “Fiat”, o VERBO se faz Carne, entra no mundo, e no mesmo instante faz a oferta inicial de toda a Sua vida, dizendo: “Não quiseste sacrifício nem oblação mas ME formaste um Corpo. Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não te agradam. Então EU disse: Eis que venho (porque é de MIM que está escrito no rolo do livro), venho ó DEUS, para fazer a TUA vontade. (Sal. 39,7 ss). (Hb.10, 5-7)

MÃE e FILHO, portanto, no momento da Encarnação se ligam eternamente à Vontade soberana do PAI. Cumprir esta vontade à risca, eis o programa de vida do FILHO e da MÃE. Mais tarde dirá CRISTO a Seus discípulos que LHE ofereciam comida: “...Tenho um alimento para comer que não conheceis... Meu alimento é fazer a Vontade d’Aquele que Me enviou, e cumprir a Sua Obra”. (Jo. 4, 32-34)

Mesmo do alto do Calvário, cravado cruelmente à Cruz, moribundo, entrega a Sua Alma ao PAI depois do “Consummatum est” “Tudo está consumado” (Jo. 19,30), isto é, depois de ter verificado que a Vontade de DEUS fora integralmente cumprida, desde o instante da Encarnação até ao derradeiro momento da última gota de Sangue, do último suspiro. Assim também ocorreu com a Santíssima Virgem.

O “Fiat” pronunciado no Dia da Anunciação, será o único e total programa de Sua Vida. Sim, palavra singela, o “Fiat”, mas que significa e exprime a mais absoluta entrega e sujeição de todo o Ser e viver da Virgem à Vontade de DEUS. Sim, palavra humilde, o “Fiat”, mas que deu inicio à maior Obra jamais realizada pelo próprio DEUS. Sim, palavra brevíssima, o “Fiat”, mas que não o esquecerão nem o rolar dos séculos, nem o passar da eternidade. O “Fiat” acompanhará sempre a Virgem Santíssima, num crescendo vertiginoso, até alcançar o seu auge, na hora suprema da consumação do Sacrifício da Cruz.

Em relação ao Mistério da Anunciação, os santos padres e doutores da Igreja freqüentemente fazem a comparação entre Eva e MARIA e, chamam MARIA Santíssima de Nova Eva, seguindo o exemplo de São Paulo que chama a CRISTO de Novo Adão.

Santo Ireneu, séc. II, opondo MARIA a EVA, diz: “Assim como por uma virgem desobediente foi o homem ferido, caiu e morreu, assim também por meio de uma Virgem obediente à Palavra de DEUS, o homem recobrou a vida. Era justo e necessário que Adão fosse restaurado em CRISTO, e que Eva fosse restaurada em MARIA, a fim de que uma Virgem apagasse e abolisse pela Sua obediência virginal a desobediência de uma virgem.“ (Ir. Demonstr. Apost. Praed., Vers. Weber, pg. 59-60).

O mesmo pensamento, em torno de MARIA, a Nova EVA, é admiravelmente exposto, pelo grande Santo Efrem, quando afirma:

“O Anjo desceu dos Céus e falou à Virgem Santíssima: começou-se a tratar da reconciliação, encaminhou-se o tratado de paz. Em vez da serpente apresentou-se Gabriel, e em vez de Eva, a Virgem MARIA. Com as palavras que dirigiu a MARIA, Gabriel desfez as palavras que o execrável homicida dirigiu à virgem Eva. Eva assinou a escritura da dívida, a Santíssima Virgem pagou a dúvida. Eva tinha caído, MARIA Santíssima levantou-a de novo.” (Ephr. Lamy. 3, 976-978).

São João Damasceno, o grande devoto e apóstolo das imagens dos santos e da Virgem Santíssima, exprime idêntico pensamento, dizendo:

“Eva tornou-se culpável de prevaricação e por ela entrou a morte no mundo; MARIA santíssima, dando o Seu consentimento, e sujeitando-se à vontade de DEUS, enganou a serpente enganadora.” (Damasc. M.G. 96 ,671)

A mesma doutrina ensinavam os grandes doutores São Jerônimo e Santo Agostinho. São Jerônimo escreveu:

“A morte por Eva, a vida por MARIA.” (Hier. M. L. 22, 408)

Santo Agostinho: “Por uma mulher a morte, por uma mulher a vida.” (Ang. M.L. 38, 1108)

Mas ninguém mais ternamente exprimiu este pensamento do que o devotíssimo da Santíssima Virgem, São Bernardo:

“Ouvistes, ó Virgem, o Anjo aguarda a Vossa resposta; nós também esperamos. O preço de nossa salvação está nas vossas mãos: se consentis, seremos salvos. Eis que o mundo inteiro, prostrado a vossos pés, de vós espera. Das vossas palavras está pendente a salvação de todos os filhos de Adão.” (Bern. M.L. 183, 83-84).

Pelo que acabamos de ler, vemos claramente que os santos padres ensinam que MARIA Santíssima, por Seu livre consentimento à Encarnação do VERBO Eterno, reparou o mal que Eva nos causara; por intermédio de MARIA nos veio a salvação.

Preciosíssima é a doutrina do Papa Leão XIII sobre a Anunciação, expressa na Encíclica “Octobri mense”, de 22 de setembro de 1891: “Querendo o Filho do Eterno PAI, para a Redenção e honra do homem, vestir a sua natureza e contrair com o gênero humano místicos esponsórios, não pôs em obra os Seus desígnios senão depois de ter obtido o pleno e livre consentimento d’Aquela que havia escolhido para MÃE e que representava, em certo modo o gênero humano, conforme a luminosa e acertadíssima sentença do Doutor Angélico: “No dia da Anunciação era esperado o consentimento da Santíssima Virgem em lugar de toda a natureza humana”. De onde se pode, com não menos verdade e exatidão, afirmar que nada desses tesouros de infinitas graças que o SENHOR os trouxe, pois que a Verdade e a Graça vem de JESUS CRISTO, nos foi comunicado senão por MARIA. E deste modo, como ninguém pode ir ao PAI senão pelo FILHO, assim também, quase de igual modo, ninguém pode ir a JESUS CRISTO, senão por Sua MÃE.”

A mesma doutrina sabiamente destaca-a Leão XIII na Encíclica “Fidentem piwnque”, de 20 de setembro de 1896:

“Esta dignidade (de Medianeira) cabe, em grau muito elevado, à Santíssima Virgem, pois só ELA cooperou na reconciliação do gênero humano como mais ninguém. E esta cooperação inefável está contida, essencialmente, em Seu consentimento, Sua prontidão de pequena serva confiante na Obra Divina, em Seu Admirável “Fiat”: “Faça-se em MIM.””

O pensamento claro do grande Pontífice Leão XIII é o seguinte: DEUS, fazendo depender do consentimento da Virgem a Obra da Redenção, manifestou a disposição de Sua Vontade de por nas mãos de MARIA Santíssima todo o tesouro das Graças que JESUS nos veio trazer.

Na Encíclica “Octobri mense”, de 22 de setembro de 1891, continua Leão XIII:

“O Pai Celestial comunicou a MARIA Santíssima sentimentos profundamente maternos, que não respiram outra coisa senão amor perdão. Aos cuidados e solicitude de MARIA recomenda JESUS, do alto da Cruz, todo o gênero humano, em Seu discípulo João.

MARIA entrega-se aos filhos como MÃE, e como herança do FILHO, a morrer em meio a imensos sofrimentos, começa, com grande empenho, a empreender o Ofício Materno. Foi este o Desígnio de DEUS com MARIA, aprovado pelo Testamento de CRISTO. Desde o começo, os santos Apóstolos e os primeiros fiéis lhe experimentaram a doçura. Experimentaram-na e ensinaram-na os Padres da Igreja e, em todas as épocas foi aceita por unânime consenso dos povos cristãos.

Mesmo se a Tradição se calasse e se os Escritos faltassem, romperia uma voz de todos os peitos cristãos e clamaria com eloqüência suprema.

Não é outra coisa do que fé divina que, por um impulso fortíssimo, nos leva e arrebata com infinita suavidade para MARIA. Nada mais antigo e mais grato que confiar em Sua proteção, em Sua fidelidade, entregando-Lhe tudo o que é nosso: preces e anseios, de modo que, por mais confiante que seja nossa fé em DEUS, o que LHE for exposto por nós, indignos, logo se torna caro e aceito, se for recomendado por Sua MÃE Santíssima.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A Mediação da Virgem Santíssima - Parte 1

A MEDIAÇÃO UNIVERSAL DE MARIA SANTÍSSIMA.

Parte – I.


Um dos objetivos deste site é resgatar a autêntica espiritualidade Católica, que nasce e se apóia na prática, no respeito e principalmente no entendimento da sacralidade presente na Doutrina, nos Dogmas e na Tradição herdada dos santos Apóstolos, santos Papas, e santos Doutores de nossa amada Igreja, da qual o próprio SALVADOR e REDENTOR JESUS CRISTO, é a Cabeça e o Divino Condutor.

Por tudo isso, decidimos resgatar importantes pensamentos e conceitos teológicos sobre a “Mediação Universal de MARIA Santíssima”, A MÃE de DEUS e nossa, quando em 1954 a Igreja comemorava o centenário do Dogma da Imaculada Conceição, reconhecido pelo Papa Pio IX e instituído em 1854.

Antes de apresentarmos a Doutrina desta Mediação da Mãe, cumpre-nos explicar e expor o Ofício Medianeiro de CRISTO.

Ao falar da Mediação de CRISTO, santo Tomás de Aquino ensina: “O Ofício de Medianeiro entre DEUS, e os homens consiste em uni-los”. (Suma Teológica3, q.26, a.1). A essência, pois, e a finalidade da Mediação de CRISTO está em unir os homens com DEUS.

O Medianeiro, segundo Santo Tomás, apresenta a DEUS as orações dos homens, oferece o Sacrifício, que é o ato principal da virtude da religião, e distribui aos homens os Dons Divinos que santificam as almas.

Este Ofício de Medianeiro, elevado a suprema perfeição, cabe e pertence exclusivamente a CRISTO Homem-DEUS, o único que nos pode reconciliar com DEUS, oferecendo-LHE um Sacrifício de valor infinito, que é perpetuado substancialmente no Sacrifício da Santa Missa. Somente CRISTO, Cabeça da humanidade, nos conquistou, com direito de Justiça, todas as graças necessárias a nossa salvação. É precisamente neste sentido que São Paulo ensina:

“Há um só Medianeiro entre DEUS e os homens, o Homem JESUS CRISTO, que se deu a Si mesmo em Redenção por todos.” (1 Tm. 2, 5-6)

Com estas palavras o Apóstolo quer dizer que nenhuma outra pessoa, tem, em si mesma, autoridade própria, nem merecimentos próprios, para se apresentar diante de DEUS, como Medianeiro dos homens, e neste sentido, a Mediação de CRISTO é única e exclusiva.

Mas esta Mediação absolutamente necessária, superabundante e suficientíssima, e que não carece absolutamente do auxílio de quem quer que seja, não exclui medianeiros subalternos e dependentes de CRISTO.

Com diáfana clareza o Papa Leão XIII na Encíclica “Fidentem piumque” de 20 de setembro de 1896, nos prova esta asserção:

“Há quem ache ousada a grande confiança no patrocínio da Virgem e queira repreender-nos. Em verdade, somente a CRISTO compete o nome e partilha de Medianeiro, a CRISTO que é uma só pessoa DEUS e Homem, e assim restaurou o gênero humano na graça: “Há um só Medianeiro entre DEUS e os homens, o Homem JESUS CRISTO, que se deu a Si mesmo, em Redenção por todos.” ( 1 Tm. 2, 5-6)

Mas, como ensina o “Anjo da Escola”, nada se opõe a que também outros se designem medianeiros entre DEUS e os homens, enquanto como ministros e instrumentos, cooperam na união dos homens com DEUS (Suma Teológica 3, q. 26, a.1,2), como os Anjos e Santos do Céus, os profetas e sacerdotes de ambos os Testamentos.

Esta dignidade gloriosa cabe, em ponto mais elevado, à Santíssima VIRGEM. Pois não se pode imaginar uma só personalidade que operasse na reconciliação dos homens com DEUS como MARIA, ou pudesse jamais operar como ELA. Quando os homens tinham incorrido na eterna perdição, MARIA deu-nos o SALVADOR. Pois foi ELA quem, em lugar de todo o gênero humano deu o Seu consentimento, quando o Anjo anunciou o Mistério da Paz (Suma Teológica 3, q. 30, a. 1). É Dela que nasceu JESUS, e ELA é verdadeiramente SUA MÃE e, por esta causa, Digna e Legítima Medianeira do Medianeiro.

É, pois, este o pensamento do papa Leão XIII: “Há um só Medianeiro, e esse é JESUS CRISTO. Mas há junto de JESUS CRISTO, a Santíssima Virgem, MÃE de DEUS, que por sua íntima cooperação com a Obra da Redenção, foi constituída Medianeira, e nesta Sua posição central, MARIA supera a todos os Anjos e Santos; é Medianeira num sentido, como nenhum Anjo e Santo o pode ser”.

Mas, se de fato, a mediação de JESUS CRISTO foi suficientíssima, superabundante, não carecendo do auxílio de quem quer que fosse, para executa-la, qual a razão, então, de MARIA Santíssima cooperar intimamente nela e merecer o título de Medianeira?

MARIA Santíssima é Medianeira Universal, não porque DEUS dELA necessitasse, mas porque unicamente assim o quis.

DEUS, infinitamente livre, podia querer e não querer a Redenção. E querendo a Redenção, podia escolher aquele modo de remir os homens que mais LHE agradasse. Pois, infinitamente sábio, tinha a sua disposição infinitos planos redentores.

Entre os infinitos planos, então, escolheu e executou aquele em que MARIA Santíssima ocupa, junto ao Divino Redentor, a posição central de MÃE e Medianeira Universal.

Segundo esse plano, na hora estabelecida por DEUS, o VERBO Eterno assume a natureza humana, por Obra do Divino ESPÍRITO SANTO; mas a assume no seio castíssimo da Virgem, e somente após ELA ter dado seu livre, espontâneo e pleno consentimento. A Virgem, portanto, por Sua própria vontade, torna-se MÃE do Salvador, fornecendo-LHE o Sangue Preciosíssimo a ser derramado e o corpo Santíssimo a ser imolado no Santo Sacrifício da Cruz.

Durante os anos que levou a preparação do Santo Sacrifício, MARIA Santíssima vive com o FILHO em perfeita, ininterrupta e íntima comunhão de sentimentos e dores.

Na Sexta Feira Santa, no alto do Calvário, MARIA Santíssima apresenta a DEUS a Vítima Divina. MÃE e FILHO entrelaçados num só sentimento, numa só vontade, oferecem o Sacrifício Redentor à Justiça Divina. Eis, pois, JESUS, o Redentor do gênero humano, satisfazendo plenamente pelos pecados dos homens, e eis a Seu lado a Santíssima MÃE a Co-Redentora, que por Seus sofrimentos, se torna MÃE de todos os remidos.

E agora perguntamos: A missão da Santíssima Virgem estará concluída com a morte do Redentor ou continuará ELA pela distribuição das Graças, conquistadas com Sua cooperação, na dolorosa Obra da Redenção?

A mesma Vontade Santíssima que escolheu a Virgem para MÃE do Redentor, que LHE pediu assistência Maternal para os 33 anos de vida e para a hora do Sacrifício Supremo, esta mesma Vontade quer e determina que ELA seja, junto do FILHO, a Dispensadora de todas as Graças. Pois, o Plano Redentor, abrange não só a conquista de todas as Graças, realizadas aqui na Terra, mas também a distribuição das mesmas que se faz nos Céus.

Seria até de estranhar, se Deus convidasse a Virgem para acompanhar o SALVADOR na Sua crudelíssima jornada, começada na Encarnação e concluída no Calvário, e não A associasse a CRISTO nas alegrias da distribuição de todas as graças, fruto preciosíssimo também do sofrimento da MÃE Celeste.

Portanto, a Santíssima Virgem, unida a CRISTO, aqui na Terra nos sofrimentos cruéis da Redenção, está agora unida a CRISTO nos Céus, na distribuição dos frutos da Redenção.

Como vemos, aqui temos enfeixado, em poucas palavras, o Plano da Redenção do gênero humano, e neste Plano está contida a Mediação da Santíssima Virgem. Distinguimos duas fases da Mediação Universal de MARIA Santíssima:

A primeira compreende a participação de MARIA SANTÍSSIMA nos mistérios da salvação humana: a começar da Encarnação do VERBO, por ELA livremente aceita, continuada durante os 33 anos da Vida do SENHOR e concluída com o Sacrifício da Cruz. Esta primeira parte da Mediação confere a MARIA Santíssima o glorioso título de Co-Redentora do gênero humano, e disso tratará as três próximas partes.

A segunda fase da Mediação universal de MARIA Santíssima diz respeito à distribuição de todas as Graças, iniciada no Dia da Gloriosa Assunção da Santíssima Virgem e a perpetuar-se até o fim do mundo, e que Lhe dá o consolador título de Dispensadora de Todas as Graças. Fatos que abordaremos a partir da quinta parte. Pois, enquanto a aquisição das Graças pela Mediação da Virgem é um fato já realizado e consumado, a Distribuição das mesmas é um fato a consumar-se diariamente, até o Juízo Final.

Mais adiante falaremos ainda da devoção que devemos ter à Medianeira de Todas as Graças e de exemplos Marianos, onde poderemos admirar as infinitas maneiras pelas quais a Santíssima Virgem exerce Sua missão Celestial de Medianeira do Medianeiro.

Fonte: Derradeiras Graças

terça-feira, 21 de abril de 2009

A Graça de uma morte Santa

A missa e a morte

Podemos aprofundar-nos, de modo abstrato e especulativo, na doutrina cristã e católica do sacrifício da missa; igualmente, podemos fazê-lo de modo concreto e vivido, unindo-se à oblação do Salvador de forma pessoal e, mais particularmente, fazendo por antecipação o sacrifício da própria vida, para obter a graça de uma morte santa.

Mais que ninguém, Maria associa-se ao sacrifício de seu Filho, participando de todos os seus sofrimentos, na medida de seu amor por Ele.

Os santos em especial, os estigmatizados uniram-se extraordinariamente aos sofrimentos e méritos do Salvador, um São Francisco de Assis, uma Catarina de Sena, por exemplo; mas, quão profunda tenha sido tal união, fora contudo pouco em comparação a de Maria. Por um conhecimento experimental dos mais íntimos e pela grandeza de seu amor, Maria ao pé da Cruz penetrou as profundidades do mistério da Redenção, mais que São João, mais que São Pedro, mais que São Paulo. Ela penetrou ali na medida da plenitude de graça que recebera, da sua fé, do seu amor, dos dons de inteligência e sabedoria que possuía em grau proporcionado à sua caridade.

A fim de entrarmos um pouco nesse mistério, aprendendo dele lições práticas que nos permitam preparar-nos para uma boa morte, pensemos no sacrifício que devemos fazer durante nossa vida, em união com Maria, ao pé da Cruz.

Freqüentemente, exortamos os moribundos a fazer o oferecimento de suas vidas, para dar um valor de expiação, de mérito e de impetração aos seus sofrimentos derradeiros. Freqüentemente, os Soberanos Pontífices em particular, [São] Pio X convidaram os fiéis a oferecer por antecipação os sofrimentos quiçá atrozes do último instante, para assim bem se disporem a oferecê-los com um coração mais generoso à hora da morte.

Mas para que se faça, desde agora, o sacrifício de nossa vida, é mister fazê-lo em união com o sacrifício do Salvador perpetuado sacramentalmente no altar, durante a Missa, e em união com o sacrifício de Maria, Medianeira e Co-redentora. E para bem observar tudo o que tal oblação deve conter, convém lembrar-se aqui dos quatro fins do sacrifício: a adoração, a reparação, a suplicação e a ação de graças. Consideramo-las sucessivamente, examinando as lições que trazem.

Adoração

Jesus sobre a Cruz fizera de Sua morte sacrifício de adoração. Fora a mais perfeita realização do preceito do decálogo: “Adorarás o Senhor, teu Deus, prestar-lhe-ás o teu culto e só jurarás pelo seu nome” (Dt 6, 13). É com essa palavra divina que Jesus respondeu a Satã, que lhe dissera: Dar-Te-ei todos os reinos do mundo, se Tu te prostrares perante mim para me adorares, si cadens adoraveris me”.

A adoração é devida a Deus somente, por causa de sua excelência soberana de Criador já que somente Ele é o mesmo Ser, eternamente subsistente, a mesma Sabedoria, o mesmo Amor. A adoração que Lhe é devida há de ser, por sua vez, exterior e interior, inspirada pelo amor; deve ser adoração em espírito e verdade.

Jesus ofereceu a Deus uma adoração de valor infinito, no Getsemani, ao prostrar a face contra a terra, dizendo: “Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres” (Mt 26, 39). Essa adoração reconhece pratica e profundamente a excelência soberana de Deus, mestre da vida e da morte; de Deus que, pelo amor do Salvador, queria fazer servir a morte, pena do pecado, à reparação do pecado e nossa salvação. Há neste decreto eterno de Deus que contém toda a história do mundo uma excelência soberana, reconhecida pela adoração no Getsemani.

A adoração do Salvador continua sobre a Cruz e Maria se associa a ela, na medida da plenitude da graça que recebera e que não cessara de aumentar. Ao momento da crucificação de seu Filho, ela adorara os decretos de Deus, autor da vida, que fizera da morte de seu Filho inocente reparação do pecado, para o bem eterno das almas.

Adoremos Deus, em união com Nosso Senhor e sua Santa Mãe, e digamos de todo coração, como nos insta S. S. [São] Pio X: “Senhor, meu Deus, a partir de hoje, de coração tranqüilo e submisso, aceito de vossa mão o gênero de morte que vos agradará me enviar, com todas as suas angústias, todas as suas penas e todas as suas dores”.

Todo aquele que, uma vez na vida e no dia de sua escolha, tiver recitado esse ato de resignação após a confissão e a comunhão, ganhará uma indulgência plenária que se lhe aplicará à hora da morte, conforme a pureza da consciência. Mas é recomendável repetir a cada dia esse sacrifício, para assim nos prepararmos a fazer de nossa morte, no instante derradeiro, em união com o sacrifício do Cristo continuado em substância sobre o altar, um sacrifício de adoração, considerando o domínio soberano de Deus, a majestade e a bondade Daquele “que conduz a profundos abismos e deles tira Dominus mortificat et vivificar, deducit ad inferos et reducit” (Dt 32, 39; Tb 13, 2; Sb 14,13). Essa adoração de Deus, mestre da vida e da morte, se pode fazer de modos bem diferentes, conforme as almas sejam mais ou menos esclarecidas: não é realmente melhor unir-se desta feita, a cada dia, ao sacrifício de adoração do Salvador?

Sejamos desde agora adoradores em espírito e verdade; que a adoração seja tão sincera e profunda que se reflita verdadeiramente em nossa vida e nos disponha àquela que devemos possuir no coração no instante final.

Reparação

Outro fim do sacrifício é a reparação da ofensa feita a Deus pelo pecado, e a satisfação da pena devida pelo pecado. Devemos fazer de nossa morte um sacrifício propiciatório: a adoração dever ser, a bem dizer, reparadora.

Nosso Senhor satisfez de modo superabundante por nossas faltas, porque, como diz Santo Tomás (IIIª q. 48, a. 2), ao oferecer sua vida por nós, fizera um ato de amor que mais agradava a Deus do que o aborreciam todos os nossos pecados reunidos. Sua caridade foi muito maior que a malícia dos algozes; possuía um valor infinito tirado da personalidade do Verbo.

Ele satisfez por nós, que somos os membros de Seu Corpo Místico. Mas como a causa primeira não torna inúteis as causas segundas, o sacrifício do Salvador não torna inútil o nosso, mas o suscita e lhe confere valor. Maria deu-nos o exemplo ao unir-se aos sofrimentos de seu Filho; assim, satisfez por nós, a ponto de merecer o título de Co-redentora.

Ela aceitou o martírio de seu Filho não apenas querido, mas legitimamente adorado que amava com coração afetuosíssimo, desde que o concebera virginalmente.

Com heroísmo ainda maior que o do patriarca Abraão, pronto a imolar seu filho Isaac, Maria, ao oferecer seu Filho por nossa salvação, viu-o realmente morrer com atrocíssimos sofrimentos físicos e morais. Não veio nenhum anjo para impedir a imolação e dizer a Maria, tal como ao patriarca, em nome do Senhor: “agora Eu sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu próprio filho, teu filho único”. (Gn 22, 12); Maria viu realizar-se efetiva e plenamente o sacrifício reparador de Jesus, e em face ao qual o de Isaac não era senão a figura em preâmbulo. Ela sofreu então o pecado na medida de seu amor por Deus, a quem o pecado ofende; por seu Filho, a quem o pecado crucificava; por nossas almas, a quem o pecado corrompe e mata. A caridade da Virgem ultrapassava incomensuravelmente a do patriarca; e nela, ainda mais que nele, realizaram-se as palavras que este escutara: “pois que fizeste isto, e não me recusaste teu filho, teu filho único, Eu te abençoarei. Multiplicarei a tua posteridade como as estrelas do céu” (Gn, 22, 16-17).

Ora, como o sacrifício de Jesus e de Maria foi sacrifício de propiciação ou reparação pelo pecado, de satisfação da pena devida pelo pecado, façamos do sacrifício de nossa vida uma reparação de todas as nossas faltas; peçamos desde agora que nosso último instante tenha um valor meritório e expiatório, e peçamos a graça de fazer este sacrifício com grande amor, o que lhe dobrará o valor. Sejamos contentes de pagar essa dívida à justiça divina para que a ordem seja-nos plenamente restabelecida. E se, com tal espírito, nós nos unirmos intimamente às missas que se celebram todos os dias, à oblação sempre viva ao Coração do Cristo oblação que é a alma dessas missas então alcançaremos a graça de nos unirmos do mesmo modo no derradeiro instante. Se essa união de amor a Cristo Jesus for cada dia mais íntima, a expiação do Purgatório nos será claramente abreviada; poderá mesmo acontecer de recebermos a graça de fazer nosso Purgatório totalmente sobre a terra, crescendo em amor e mérito, em vez de fazê-lo após a morte, sem mérito.

Suplicação

O moribundo não deve fazer da morte somente um sacrifício de adoração e reparação, mas também um sacrifício impetratório ou de suplicação, em união com Nosso Senhor e Maria.

São Paulo escreve aos Hebreus (5, 7): “[Cristo Jesus] nos dias de sua vida mortal, dirigiu preces e súplicas, entre clamores e lágrimas (...) e foi atendido pela sua piedade (... ) tornou-se autor da salvação eterna para todos os que Lhe obedecem”. Recordemo-nos da prece sacerdotal do Cristo após a Ceia e antes do sacrifício da Cruz: Jesus então rezou por seus apóstolos e por nós... “porque vive sempre para interceder em seu favor” (Hb 7, 25). Particularmente, durante o sacrifício da missa, onde Ele é o principal sacerdote.

Jesus, que rogara por seus algozes, roga pelos moribundos que se recomendam a Ele. Com Ele, a Virgem Maria intercede, recorda-se do que nós muitas vezes lhe pedimos: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte”.

O moribundo deve associar-se às missas que se celebram naquele instante longe ou perto dele; deve solicitar por meio delas, por meio da grande oração do Cristo, que nelas se prolonga, a graça da boa morte ou da perseverança final a graça das graças, a dos eleitos. Convém que se suplique não apenas para si, mas para todos os que morrem àquele momento.

Para nos dispormos desde agora a fazer esse ato de suplica na hora derradeira, oremos com freqüência, ao assistir à Santa Missa, por aqueles que vão morrer no correr do dia. Conforme a recomendação de S. S. Bento XV, façamos celebrar uma missa de vez em quando para obter, através desse sacrifício de suplica de valor infinito, a graça da boa morte ou a aplicação dos méritos do Salvador. Façamos também celebrar algumas missas por alguns de nossos parentes e amigos que nos causaram inquietação acerca de sua salvação, para lhes obter a graça derradeira, e por aqueles que teríamos escandalizado e talvez distanciado do caminho de Deus.

A ação de graças

Enfim, cada qual deveria fazer de sua morte, em união com Nosso Senhor e a Virgem Maria, um sacrifício de ação de graças, por todos os benefícios recebidos desde o batismo, rememorando quantas absolvições e comunhões nos remiram ou guardaram no caminho da salvação.

Jesus fizera de sua morte um sacrifício de ação de graças, ao dizer:Consummatum est Está consumado” (Jo 19, 30); Maria disse o “Consummatum est” junto com Ele. Tal forma de oração, que permanece na missa, não acabará, mesmo quando for dita a última missa, no fim do mundo. Quando não houver mais sacrifício propriamente dito, haverá sua consumação, e nela haverá sempre a adoração e a ação de graças dos eleitos que, unidos ao Salvador e a Maria, cantarão o Sanctus com os anjos e glorificarão a Deus, louvando-o.

Essa ação de graças é admiravelmente expressa pelas palavras do ritual que o padre profere à cabeceira dos moribundos, após dar-lhes a derradeira absolvição e o santo viático: “Proficiscere, anima christiana, de hoc mundo...: Saí deste mundo, alma cristã, em nome de Deus Pai Todo-poderoso, que vos criou; em nome de Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, que sofreu por vós; em nome da gloriosa e santa Mãe de Deus, a Virgem Maria; em nome do bem-aventurado José, seu esposo predestinado; em nome dos Anjos e Arcanjos; em nome dos Patriarcas, dos Profetas, dos Apóstolos, dos Mártires; em nome de todos os Santos e Santas de Deus. Que hoje vossa habitação seja na paz, e vossa morada na Jerusalém celeste, por Jesus Cristo Nosso Senhor”.

Concluindo, repitamos freqüentemente, a fim de lhe conferir todo seu valor, o ato recomendado por S. S. [São] Pio X, e roguemos a Maria a graça de fazer de nossa morte um sacrifício de adoração, de reparação, de suplicação e de ação de graças. Quando assistirmos os moribundos, exortemo-los ao sacrifício, a associar-se às missas que então se celebrem. E desde agora, por antecipação, façamo-lo nós mesmos, renovemo-lo com insistência a cada dia, como se fosse o último; desta feita, disporêmo-nos a fazê-lo habilmente no momento supremo: então saberemos que “Deus conduz a profundos abismos e deles tira”; nossa morte será como que transfigurada; apelaremos ao Salvador e a Sua Santa Mãe para que nos venha levar, concedendo-nos a graça derradeira, que nos assegurará definitivamente a salvação, através de um último ato de fé, de confiança e de amor.

Pe. Garrigou-Lagrange, O. P.

(Tradução: Permanência. Originalmente publicado em La vie spirituelle nº 194, nov. 1935)