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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Santo do dia - 5 de outubro

São Benedito, o Negro

Religioso da Irmandade de São Francisco de Assis (1526-1589)

Hoje é um dia muito especial para o povo brasileiro. Comemora-se o dia de são Benedito, um dos santos mais queridos e cuja devoção é muito popular no Brasil. Cultuado inicialmente pelos escravos negros, por causa da cor de sua pele e de sua origem — era africano e negro —, passou a ser amado por toda a população como exemplo de humildade e pobreza. Esse fato também lhe valeu o apelido que tinha em vida, "o Mouro". Tal adjetivo, em italiano, é usado para todas as pessoas de pele escura, e não apenas para os procedentes do Oriente. Já entre nós, ele é chamado de são Benedito, o Negro, ou apenas "o santo Negro".

Há tanta identificação com a cristandade brasileira que até sua comemoração tem uma data só nossa. Embora em todo o mundo sua festa seja celebrada em 4 de abril, data de sua morte, no Brasil ela é celebrada, desde 1983, em 5 de outubro, por uma especial deferência canônica concedida à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Benedito Manasseri nasceu em 1526, na pequena aldeia de São Fratelo, em Messina, na ilha da Sicília, Itália. Era filho de africanos escravos vendidos na ilha. O seu pai, Cristóforo, herdou o nome do seu patrão, e tinha se casado com sua mãe, Diana Lancari. O casamento foi um sacramento cristão, pois eram católicos fervorosos. Considerados pela família à qual pertenciam, quando o primogênito Benedito nasceu, foram alforriados junto com a criança, que recebeu o sobrenome dos Manasseri, seus padrinhos de batismo.

Cresceu pastoreando rebanhos nas montanhas da ilha e, desde pequeno, demonstrava tanto apego a Deus e à religião que os amigos, brincando, profetizavam: "Nosso santo mouro". Aos 21 anos de idade, ingressou entre os eremitas da Irmandade de São Francisco de Assis, fundada por Jerônimo Lanza sob a Regra franciscana, em Palermo, capital da Sicília. E tornou-se um religioso exemplar, primando pelo espírito de oração, pela humildade, pela obediência e pela alegria numa vida de extrema penitência.

Na Irmandade, exercia a função de simples cozinheiro, era apenas um irmão leigo e analfabeto, mas a sabedoria e o discernimento que demonstrava fizeram com que os superiores o nomeassem mestre de noviços e, mais tarde, foi eleito o superior daquele convento. Mas quando o fundador faleceu, em 1562, o papa Paulo IV extinguiu a Irmandade, ordenando que todos os integrantes se juntassem à verdadeira Ordem de São Francisco de Assis, pois não queria os eremitas pulverizados em irmandades sob o mesmo nome.

Todos obedeceram, até Benedito, que, sem pestanejar, escolheu o Convento de Santa Maria de Jesus, também em Palermo, onde viveu o restante de sua vida. Ali exerceu, igualmente, as funções mais humildes, como faxineiro e depois cozinheiro, ganhando fama de santidade pelos milagres que se sucediam por intercessão de suas orações.

Eram muitos príncipes, nobres, sacerdotes, teólogos e leigos, enfim, ricos e pobres, todos se dirigiam a ele em busca de conselhos e de orientação espiritual segura. Também foi eleito superior e, quando seu período na direção da comunidade terminou, voltou a reassumir, com alegria, a sua simples função de cozinheiro. E foi na cozinha do convento que ele morreu, no dia 4 de abril de 1589, como um simples frade franciscano, em total desapego às coisas terrenas e à sua própria pessoa, apenas um irmão leigo gozando de grande fama de santidade, que o envolve até os nossos dias.

Foi canonizado, em 1807, pelo papa Pio VII. Seu culto se espalhou pelos quatro cantos do planeta. Em 1652, já era o santo padroeiro de Palermo, mais tarde foi aclamado santo padroeiro de toda a população afro-americana, mas especialmente dos cozinheiros e profissionais da nutrição. E mais: na igreja do Convento de Santa Maria de Jesus, na capital siciliana, venera-se uma relíquia de valor incalculável: o corpo do "santo Mouro", profetizado na infância e ainda milagrosamente intacto. Assim foi toda a vida terrena de são Benedito, repleta de virtudes e especiais dons celestiais provindos do Espírito Santo.



São Benedito, o Negro, rogai por nós!


Santa Maria Faustina Kowalski


Religiosa (1905-1938)

Tomou o nome de Maria Faustina, ao qual ela acrescentou “do Santíssimo Sacramento”, tendo em vista seu grande amor a Jesus presente no Sacrário 

Não podemos dizer que exista alguma novidade numa irmã que fale sobre a Misericórdia Divina e do nosso dever de ser misericordioso. Assim como sabemos que, sob a insígnia da Misericórdia, nasceram muitas comunidades e instituições cristãs, ao longo de todos os tempos. O diferencial de santa Faustina foi ter dado vida, sob essa insígnia, a um grande movimento espiritual, justamente quando a humanidade mais carecia de misericórdia: entre as duas guerras mundiais.

Nascida na aldeia Glogowiec, na Polônia central, no dia 25 de agosto de 1905, em uma numerosa família camponesa de sólida formação cristã, foi batizada com o nome de Helena, terceira dos dez filhos de Mariana e Estanislau Kowalski. Desde a infância, sentiu a aspiração à vida consagrada, mas teve de esperar diversos anos antes de poder seguir a sua vocação. Mas, desde aquela época, só fez percorrer a via da santidade.

Aos 16 anos, deixou a casa paterna e começou a trabalhar como doméstica, na cidade de Varsóvia, da Polônia independente. Lá, maturou na oração a sua verdadeira vocação de religiosa. Assim, em 1925, ingressou na Congregação das Irmãs da Bem-Aventurada Virgem Maria da Misericórdia, adotando o nome de Maria Faustina. O carisma desse Instituto está voltado para a educação das jovens e para a assistência das mulheres necessitadas de renovação espiritual. Após concluir o noviciado e emitir os votos perpétuos, percorreu diversas casas, exercendo as mais diversas funções, como cozinheira, jardineira e porteira. Teve uma vida espiritual muito rica de generosidade, de amor e de carismas, que escondeu na humildade do seu cotidiano.

Irmã Faustina, como era chamada, ofereceu-se a Deus pelos pecadores, sobretudo por aqueles que tinham perdido a esperança na Misericórdia Divina. Nutriu uma fervorosa devoção à Eucaristia e à Virgem Maria, e amou intensamente a Igreja. Com frequência, era acometida por visões e revelações, até que seu confessor e diretor espiritual lhe sugeriu anotar tudo. Assim, em 1934 ela começou a escrever um diário, intitulado "A Divina Misericórdia em minh'alma", mais tarde traduzido e publicado em vários países.

Em seu diário, irmã Faustina escreveu que à perfeição chegamos através da união íntima da alma com Deus, e não por meio de graças, revelações ou êxtases. Ela se manteve sempre tão humilde que não acreditava, na sua própria experiência mística, haver um sinal de santidade. Expressou todo o seu amor ao Senhor por meio de uma fórmula muito simples, que fez questão de propagar entre os fiéis: "Jesus, confio em vós".

Consumida pela tuberculose, ela morreu no dia 5 de outubro de 1938, com apenas 33 anos de idade, na cidade de Cracóvia, Polônia. Beatificada em 1993, foi proclamada santa Maria Faustina Kowalski pelo papa João Paulo II em 2000. As suas relíquias são veneradas no Santuário da Divina Misericórdia, de Cracóvia.



Santa Maria Faustina Kowalski, rogai por nós!

 

domingo, 4 de outubro de 2015

Evangelho do Dia

EVANGELHO COTIDIANO

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
 

27º Domingo do Tempo Comum 

Evangelho segundo S. Marcos 10,2-16.
Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus uns fariseus, que, para O porem à prova, perguntaram-Lhe: «Pode um homem repudiar a sua mulher?».
Jesus disse-lhes: «Que vos ordenou Moisés?».
Eles responderam: «Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio, para se repudiar a mulher».
Jesus disse-lhes:
«Foi por causa da dureza do vosso coração que ele vos deixou essa lei.
Mas, no princípio da criação, ‘Deus fê-los homem e mulher.
Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa,
e os dois serão uma só carne’. Deste modo, já não são dois, mas uma só carne.
Portanto, não separe o homem o que Deus uniu». 
Em casa, os discípulos interrogaram-n’O de novo sobre este assunto.
Jesus disse-lhes então: «Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira.
E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério». 
Apresentaram a Jesus umas crianças para que Ele lhes tocasse, mas os discípulos afastavam-nas.
Jesus, ao ver isto, indignou-Se e disse-lhes: «Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis: dos que são como elas é o reino de Deus.
Em verdade vos digo: Quem não acolher o reino de Deus como uma criança, não entrará nele».

E, abraçando-as, começou a abençoá-las, impondo as mãos sobre elas.

Comentário do dia:  São João Paulo II (1920-2005), papa
Homilia de 19 Outubro de 1980
«Já não são dois, mas um só».

«O que Deus uniu, não o separe o homem» (Mt 19,6). Nesta expressão está contida a grandeza essencial do matrimônio e, ao mesmo tempo, a unidade moral da família. Hoje pedimos essa grandeza e essa dignidade para todos os esposos do mundo; pedimos essa potência sacramental e essa unidade moral para todas as famílias. E pedimo-lo para o bem do homem! Para o bem de cada um dos homens. O homem não tem outro caminho para a humanidade senão através da família. E a família deve ser colocada como o fundamento mesmo de toda a solicitude pelo bem do homem e de todo o esforço para o nosso mundo ser cada vez mais humano. Ninguém pode subtrair-se a esta solicitude: nenhuma sociedade, nenhum povo, nenhum sistema; nem o Estado, nem a Igreja, nem sequer o indivíduo.

O amor que une o homem e a mulher como cônjuges e pais é, ao mesmo tempo, dom e mandamento. O amor é dom: «vem de Deus, e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece-O» (1Jo 4,7). E, ao mesmo tempo, o amor é mandamento, é o maior mandamento «Amarás...» (Mt 22,37). Cumprir o mandamento do amor significa praticar todos os deveres da família cristã. Afinal, todos se reduzem a ele: a fidelidade e a honestidade conjugal, a paternidade responsável e a educação. A «pequena Igreja», a Igreja doméstica, significa a família que vive no espírito do mandamento do amor a sua verdade interior, o seu esforço diário, a sua beleza espiritual e a sua força. [...] Se Deus é amado sobre todas as coisas, então também o homem ama e é amado com toda a plenitude do amor acessível a ele. Se se destrói esta estrutura inseparável de que fala o mandamento de Cristo, então o amor do homem apartar-se-á da sua raiz mais profunda, perderá a raiz da plenitude e da verdade, que lhe são essenciais.

Imploremos para todas as famílias cristãs, para todas as famílias do mundo, esta plenitude e verdade do amor, indicada pelo mandamento de Cristo.




Santo do dia - 4 de outubro

São Francisco de Assis


Neste dia, fazemos memória a São Francisco de Assis, o mais santo dos italianos, que renunciou toda a riqueza para desposar a “Senhora Pobreza”

Este gigante da santidade era fisicamente de modesta estatura, tinha barbicha rala e escura. E, no plano cultural, ainda mais modesto. Conhecia o provençal, ensinado pelo pai, por ter feito algumas leituras de romances de cavalaria. Era um hábil vendedor de tecidos, ao lado de um pai que lhe enchia a bolsa de moedas. Nas alegres noitadas com os amigos, Francisco não media despesas. Participou das lutas entre as cidades e conheceu a humilhação da derrota e de um ano de prisão em Perúgia.

No regresso, fez-se armar cavaleiro pelo conde Gualtério e esteve a ponto de partir para a Apúlia. Mas, em Espoleto, “pareceu-lhe ver”, conta são Boaventura na célebre biografia, “um palácio magnífico e belo, e dentro dele muitíssimas armas marcadas com a cruz, e uma voz que vinha do céu: 'São tuas e dos teus cavaleiros'”.

A interpretação do sonho veio-lhe no dia seguinte: “Francisco, quem te pode fazer mais bem, o senhor ou o servo?” Francisco compreendeu, voltou sobre seus passos, abandonou definitivamente a alegre companhia e, enquanto estava absorto em oração na igreja de São Damião, ouviu claramente o apelo: “Francisco, vai e repara a minha Igreja que, como vês, está toda em ruínas”. O jovem não fez delongas e, diante do bispo Guido — a cuja presença o pai o conduzira à força para fazê-lo desistir —, despojou-se de todas as roupas e as restituiu ao pai.

Improvisou-se em pedreiro e restaurou do melhor modo possível três igrejinhas rurais, entre as quais Santa Maria dos Anjos, dita Porciúncula. Uma frase iluminante do Evangelho indicou-lhe o caminho a seguir: “Ide e pregai... Curai os enfermos... Não leveis alforje, nem duas túnicas, nem sapatos, nem bastão”.

Na primavera de 1208, 11 jovens tinham-se unido a ele. Escreveu a primeira regra da Ordem dos Frades Menores, aprovada oralmente pelo papa Inocêncio III, depois que os 12 foram recebidos em audiência, em meio ao estupor e à indignação da cúria pontifícia diante daqueles jovens descalços e malvestidos.

Mas aquele pacífico contestador teve também a solene aprovação do sucessor, Honório III, com a bula Solet Annuere, de 29 de novembro de 1223.

Um ano depois, na solidão do monte Alverne, Francisco recebeu o selo da Paixão de Cristo, com os estigmas impressos em seus membros. Depois, ao aproximar-se da “irmã Morte”, improvisou seu “Cântico ao irmão Sol”, como hino conclusivo da pregação de seus frades. Por fim, pediu para ser levado à sua Porciúncula e deposto sobre a terra nua, onde se extinguiu cantando o salmo "Voce mea", nas vésperas de 3 de outubro.


São Francisco de Assis, rogai por nós! 


São Petrônio
Petrônio era descendente da nobre e influente família Petrônia, de cônsules romanos, o que lhe propiciou ocupar cargos importantes na política. Alguns historiadores afirmam que era cunhado do imperador Teodósio II, apelidado de "o Moço".

Ao certo, temos que foi ordenado sacerdote pelo bispo de Milão, santo Ambrósio, no ano 421. Até então, levava uma vida fútil e mundana na Gália, atual França, quando teve uma profunda crise existencial e largou tudo para vestir o hábito.

Até por isso ele foi usado como exemplo por Euquério, bispo de Lyon. Em carta a um cunhado, o bispo diz que ele deveria agir como Petrônio, que largou a Corte para abraçar o serviço de Deus.

Mais tarde, Petrônio foi nomeado o oitavo Bispo de Bolonha. Um dos melhores, porque marcou seu mandato nos dois planos, espiritual e material. Conduziu seu rebanho nos caminhos do cristianismo, mas também trabalhou muito na reconstrução da cidade, destruída por ordem do imperador Teodósio I, o Grande. Uma antiga tradição local conta que Petrônio teria sido nomeado e consagrado pelo próprio papa Celestino I, no ano 430. O pontífice teve um sonho, no qual são Pedro o auxiliou nessa escolha.

Contudo a nomeação foi perfeita, pois Petrônio enfrentou até invasões dos povos bárbaros durante a reconstrução. E não deixou o povo esmorecer, revigorando a fé e estimulando o trabalho duro. Depois de sua morte, em 480, a população passou a venerá-lo como padroeiro de Bolonha, guardando-o com carinho e respeito no coração.

Para conservar as suas relíquias, construíram uma das mais grandiosas basílicas do cristianismo, bem no centro da cidade. Iniciada em 1390, a construção demorou muitos anos para ser concluída, embora, de geração em geração, venha sendo embelezada por pintores e escultores de grande renome. 


São Petrônio, rogai por nós!
 
 

sábado, 3 de outubro de 2015

O Sínodo da família e as paixões de ignomínia

O Sínodo da família e as paixões de ignomínia

Todo católico deveria detestar abordar questões que São Paulo não queria nem sequer que fossem mencionadas entre os cristãos:
Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muito amados, e andai no amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós a Deus, como oferenda e hóstia de suave odor. Nem sequer se nomeie entre vós a fornicação ou qualquer impureza ou avareza, como convém a santos…” (Efésios 5, 1-3).

Enquanto o grande Apóstolo formava em seus discípulos a outros Cristos, não podia admitir que houvesse ainda entre eles escravos das paixões carnais e do espírito de concupiscência:
Com efeito, sabei-o bem, nenhum fornicador ou impudico ou avaro, o qual é um idólatra, terá herança no reino de Cristo e de Deus” (ibidem, 5, 5).

No entanto, o mundo contemporâneo há muito retornou às perversões mais infamantes, esquecendo-se do destino reservado a Sodoma e Gomorra (1). Assim como a pederastia, a bestialidade e muitas outras perversões sexuais se alastram nas sociedades modernas, ao mesmo tempo diminuem o pudor, a fidelidade, a abstinência e todas as virtudes capazes de aplacar a concupiscência.

Contra a lei natural e divina
Frente aos ataques contra o casamento cristão, e agora contra o casamento natural (a união estável de um homem e uma mulher em uma casa, com o fim de gerar e criar filhos), a Igreja Católica recorda incansavelmente a verdade da moral evangélica:
Porventura não sabeis que os injustos não possuirão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os fornicadores, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os que se dão à embriaguez, nem os maldizentes, nem os roubadores possuirão o reino de Deus” (I Coríntios 6, 9-10).

O pecado da homossexualidade é uma grave desordem cujo ato específico é colocado pela Sagrada Escritura entre os “pecados que clamam ao céu”, como o homicídio ou a opressão à viúva e ao órfão. Os pecados que clamam ao céu são aqueles cuja maldade, e particularmente a perturbação da ordem social que provocam, pedem, desde a terra, uma justa vingança da parte de Deus (2).

Isso mostra a gravidade do pecado da homossexualidade, não obstante, banalizado e até mesmo promovido por todos os tipos de organizações e outros meios de propaganda. Pensemos nas associações “LGBT”, nos filmes, moda, paradas e desfiles (“orgulho gay”) que inundam todos os anos as ruas das metrópoles do mundo.

A Igreja Católica não escapa a esta pressão que vem de um mundo depravado e de costumes corruptos. Até agora, ela tinha conseguido lembrar às pessoas o caráter antinatural e a ignomínia ou infâmia desse tipo de pecado. O novo Catecismo, em 1992, ainda podia escrever no seu número 2357:
Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (3) a Tradição sempre declarou que ‘os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados’ (4). São contrários à lei natural, fecham o ato sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afetiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados”.

As profundas divisões entre os Padres Sinodais
A preparação do sínodo sobre a família, paradoxalmente, deu uma tribuna para os promotores ou apoiadores da banalização da homossexualidade. No dia 13 de outubro de 2014, o Relator geral do Sínodo, o cardeal húngaro Péter Erdö, deixava-o evidente num documento que se tornou público em presença de duzentos jornalistas. Titulado Relatio post disceptationem, descrevia a estima pelos “dons e qualidadesque os homossexuais tinham para oferecer à comunidade cristã” (Relatio, nº. 50). Ao rejeitar qualquer equivalência com o matrimônio entre um homem e uma mulher, e por causa da pressão internacional em favor da ideologia de gênero (ibid. nº. 51), o Sínodo “leva em consideração que há casos em que o apoio mútuo, até o sacrifício, é uma ajuda valiosa para a vida dos casais!” (nº. 52). Durante a mesma conferência de imprensa, o arcebispo Bruno Forte, secretário especial do Sínodo e presumivelmente autor dos parágrafos escandalosos, declarou:
Acho que o documento procura aspectos positivos onde se possam encontrar estes elementos dentro dessas uniões. É fácil rejeitar uma coisa, mas reconhecer e valorizar tudo o que é positivo, mesmo dentro destas experiências, é um exercício de honestidade intelectual e de caridade espiritual”.

Então, pela primeira vez na sua história, através de canais oficiais, a Igreja prega acolher aos homossexuais como tais. O desafio não é mais de aqui em diante a conversão e o chamado à penitência, o combate contra as tendências desordenadas e pecaminosas, mas à capacidade “de receber essas pessoas garantindo-lhes um espaço de fraternidade em nossas comunidades”, enquanto que, na prática e publicamente, vivem em tais vícios.

O escândalo foi imenso e as reações a este relatório provisório não demoraram em sentir-se. Quando entrevistado pela Rádio Vaticano no dia 13 de outubro, o bispo Stanislas Gadecki, arcebispo de Poznan e Presidente da Conferência Episcopal da Polônia, não teve medo de declarar: “Este documento é inaceitável”. Os bispos africanos também expressaram seu profundo desacordo: no Twitter, o cardeal William Fox Napier, arcebispo de Durban, se opôs fortemente aos artigos sobre a homossexualidade, ao que o Cardeal Walter Kasper respondeu em uma entrevista aos repórteres, que os bispos africanos “não deveriam nos dizer o que fazer”. – Alguns meses mais tarde, o Cardeal Napier teve que falar do desprezo condescendente do cardeal Kasper, que “acredita que os bispos africanos são demasiado submissos a tabus e muito relutantes em abordar a questão da poligamia e do casamento entre pessoas do mesmo sexo“.

Ainda assim, em 18 de Outubro, o relatório final do Sínodo se empenhava em apagar o fogo usando uma manobra para chegar a um acordo. Inteiramos-nos de que o parágrafo sobre os homossexuais foi posto à votação, obtendo 118 votos a favor e 62 de desaprovação. O padre Federico Lombardi, diretor da Imprensa da Santa Sé, salientou que, embora os parágrafos “não tenham atingido a maioria qualificada, foram esmagadoramente aprovados“. Por esta razão o próprio Papa Francisco havia desejado que os parágrafos rejeitados fossem também publicados, “a fim de ampliar o debate”.

Embora este texto, de acordo com o padre Lombardi,não é um documento do Magistério disciplinar”, o problema é complexo. Como um comportamento antinatural e intrinsecamente desordenado pode ser apresentado tão positivamente? Como um pecado que clama ao céu tornou-se umaorientação sexual” capaz de proporcionar “dons e graças” (quais?) para a comunidade cristã? O que significa em última análise este elogio, apenas dissimulado, do sentido do sacrifício entre pessoas homossexuais? Querer-se-á comparar essa “ajuda valiosa para a vida dos casais” à fidelidade e o apoio dos cônjuges no casamento? Esta seria uma daquelas “comparações blasfemas” entre o Evangelho e a revolução que São Pio X denunciava há mais de um século (5). Como é que homens da Igreja podem encontrar valores positivos ou assuntos de edificação em tais vícios, que são outras tantas situações de pecado?

Mons. Huonder é rejeitado por seus colegas
No dia 31 de julho de 2015 um bispo suíço valentemente lembrou o ensinamento moral da Igreja sobre estas questões durante uma conferência intitulada O casamento: dom, sacramento e missão”. Mons. Vitus Huonder, bispo de Chur, se expressava na Alemanha, Fulda, no Fórum Deutscher Katholiken. Como teve a desgraça de citar a Sagrada Escritura (Levítico, 18, 22 e, especialmente, Levítico 20, 13: Aquele que pecar com um homem, como se ele fosse uma mulher, ambos cometeram uma coisa execranda, sejam punidos de morte; o seu sangue caia sobre eles”), o bispo de Chur foi objeto de um “veredicto mediático”, ou seja, de uma campanha de pressão organizada por certos grupos de lobby homossexuais destacada pelos meios de comunicação e por várias figuras públicas. Por mais que Mons. Huonder tentasse acalmar os ânimos e esclarecesse que ele tinha citado uma dúzia de outras passagens das Escrituras tiradas do Antigo e Novo Testamento, que tinha tomado essencialmente o ensino do Catecismo e que, obviamente, não tinha a intenção de chamar ao assassinato dos homossexuais, nada conseguiu. O presidente do Partido Democrata Cristão, Christophe Darbellay, qualificou as palavras do bispo de Chur como “inaceitáveis”.

Pior ainda, a Conferência dos Bispos Suíços rejeitou rapidamente o seu colega de episcopado, que é objeto de uma denúncia junto aos tribunais e recebeu ameaças de morte. O Presidente desta Conferência, Dom Markus Büchel, bispo de São Galo, declarou alegrar-se:
de cada relacionamento em que os parceiros da união se aceitam mutuamente como filhos amados de Deus (sic).
E acrescentou:
Nossos conhecimentos atuais sobre a homossexualidade como um investimento afetivo e orientação sexual não escolhido livremente não eram conhecidos nos tempos bíblicos”.
De modo que hoje a Igreja tem o dever de acompanhar os homossexuais em seu modo de vida:
Um caminho no qual possam integrar a sua forma particular de relacionamento e sua sexualidade como um dom de Deus em sua vida” (sic).

Não se poderia preparar melhor o reconhecimento e a bênção deste tipo de união. Especialmente porque o Presidente da Conferência Episcopal acrescenta que a Igreja deve encontrar uma nova linguagem, adequada às situações e às pessoas (6)’’.

Finalmente, Mons. Charles Morerod, Bispo de Genebra, Lausanne e Friburgo, dizia ao jornal Le Temps, de 12 de Agosto de 2015, que “o fato de ser homossexual, especialmente sem escolha pessoal, não é um crime, nem um pecado”. E explicava que a maioria dos homossexuais descobriu-se como tais, sem vontade deliberada e, portanto, sem responsabilidade moral! Assim, a história recordará que foi necessário esperar até o século XXI para que os homens da Igreja tratassem de justificar teologicamente os comportamentos mais vergonhosos ou infames. Mons. Morerod afirma que a moral cristã não é praticável integralmente a não ser para aqueles que têm a fé, mas esquece de mencionar que, mesmo sem a fé todos os homens podem julgar a retidão de suas inclinações. O que aconteceu com a lei natural? A virtude da castidade, que é parte da virtude cardeal da temperança, não obriga a todos os homens dotados de razão?

O que vai acontecer no próximo Sínodo?
Por medo ou covardia, encorajados também – lamentavelmente – pelas palavras do Papa Francisco, que convidam a dar provas de acolhida e de misericórdia para com os homossexuais (“Se uma pessoa é gay (7) e busca ao Senhor com boa vontade, quem sou eu para julgá-la?” (8), subjugados pelo “espírito do Concílio”, que quis proclamar um novo humanismo centrado no culto ao homem e à pessoa (9), os homens da Igreja desprezam de agora em diante os deveres do próprio cargo. Parecem esquecer a existência da moral natural mais elementar, como se enquanto nossos contemporâneos não aceitam a fé fosse inútil pregar-lhes os bons costumes.

Além disso, como ensina São Paulo aos Romanos, sem a fé em Jesus Cristo, todos os homens estão em pecado e sob a ameaça da ira divina. O mundo atual, que rejeitou o seu Salvador, sua Lei de amor e os seus mandamentos, voltou a cair no paganismo mais vergonhoso, do qual o Apóstolo dos gentios não teme descrever como paixões de ignomínia:
Por isso Deus entregou-os a paixões de ignomínia. Efetivamente as suas próprias mulheres mudaram o uso natural em outro uso, que é contra a natureza, e, deste modo, também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam nos seus desejos mutuamente, cometendo homens com homens a torpeza e recebendo em si mesmos a paga que era devida ao seu desregramento” (Romanos 1, 26 – 27). (10)

Mas se são culpados aqueles que se entregam a isso, são ainda mais culpadosos que aprovam aos que fazem tais coisas(ibídem, 1, 32). Pois “Ai de vós os que ao mal chamais bem, e ao bem mal, que tomais as trevas por luz, e a luz por trevas” (Isaías, 5, 20). Possa o próximo Sínodo, sob a autoridade do Sumo Pontífice, dissipar a fumaça de Satanás que obscurece a luz da fé e da razão. 

Cristo disse em primeiro lugar aos pastores do rebanho:
Vós sois a luz do mundo. Não pode esconder-se uma cidade situada sobre um monte; nem se acende uma lucerna, e se põe debaixo do alqueire, mas sobre o candeeiro, a fim de que de luz a todos os que estão em casa” (Mateus 5, 14-15).

Padre Christian Thouvenot, FSSPX
Fonte: DICI.org – DICI nº. 320 de 09.11.15
  1. A destruição de Sodoma e Gomorra se narra no Livro do Gênesis, capítulos 18 y 19.
  2. Padre Dominique Prümmer, O.P.: “Manual de teología moral”, Herder, 1961, tomo I, núm. 360.
  3. Cfr. Gênesis, 19, 1-29; Romanos, I, 24-27; I Coríntios, 6, 9-10; I Timóteo, 1,10.
  4. Congregação para a Doutrina da Fe, declaração “Pessoa humana”, 29 de dezembro de 1975, núm. 8.
  5. En “La Lettre sur le Sillon”, 25 de agosto de 1910.
  6. Cat.ch – APIC, 9 de agosto de 2015.
  7. Palavra inglesa com que se refere a um homossexual.
  8. Conferencia de prensa del 28 de julio de 2013.
  9. “Nós também, nós mais que ninguém, temos o culto do homem”.
  10. “É um pecado gravíssimo e abominável diante de Deus e dos homens; rebaixa ao homem à condição dos animais sem razão, o arrasta a muitos outros pecados e vícios y acarreta os mais terríveis castigos nesta vida e na outra” (“Grande Catecismo de São Pio X”, Os mandamentos de Deus, Dominique Martin Morin, 1967, p. 97.