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segunda-feira, 28 de março de 2016

A importância da Oitava de Páscoa


Após o domingo de Páscoa a Igreja vive o Tempo Pascal; são sete semanas em que celebra a presença de Jesus Cristo Ressuscitado entre os Apóstolos, dando-lhes as suas últimas instruções (At1,2). Quarenta dias depois da Ressurreição Jesus teve a sua Ascensão ao Céu, e ao final dos 49 dias enviou o Espírito Santo sobre a Igreja reunida no Cenáculo com a Virgem Maria. É o coroamento da Páscoa. O Espírito Santo dado à Igreja é o grande dom do Cristo glorioso.

O Tempo Pascal compreende esses cinquenta dias (em grego = “pentecostes”), vividos e celebrados “como um só dia”. Dizem as Normas Universais do Ano Litúrgico que: “os cinquenta dias entre o domingo da Ressurreição até o domingo de Pentecostes devem ser celebrados com alegria e júbilo, “como se fosse um único dia festivo”, como um grande domingo” (n. 22).

É importante não perder o caráter unitário dessas sete semanas. A primeira semana é a “oitava da Páscoa”. Ela termina com o domingo da oitava, chamado “in albis”, porque nesse dia os recém batizados tiravam as vestes brancas recebidas no dia do Batismo.

Esse é o Tempo litúrgico mais forte de todo o ano. É a Páscoa (passagem) de Cristo da morte à vida, a sua existência definitiva e gloriosa. É a Páscoa também da Igreja, seu Corpo. No dia de Pentecostes a Igreja é introduzida na “vida nova” do Reino de Deus. Daí para frente o Espírito Santo guiará e assistirá a Igreja em sua missão de salvar o mundo, até que o Senhor volte no Último Dia, a Parusia. Com a vinda do Espírito Santo à Igreja, entramos “nos últimos tempos” e a salvação está definitivamente decretada; é irreversível; as forças o inferno vencidas pelo Cristo na cruz, não são mais capazes de barrar o avanço do Reino de Deus, até que o Senhor volte na Parusia.

A Igreja logo nos primórdios começou a celebrar as sete semanas do Tempo Pascal, para “prolongar a alegria da Ressurreição” até a grande festa de Pentecostes. É um tempo de prolongada alegria espiritual. Esse tempo deve ser vivido na expectativa da vinda do Espírito Santo; deve ser o tempo de um longo Cenáculo de oração confiante.

Nestes cinquenta dias de Tempo Pascal, e, de modo especial na Oitava da Páscoa, o Círio Pascal é aceso em todas as celebrações, até o domingo de Pentecostes. Ele simboliza o Cristo ressuscitado no meio da Igreja. Ele deve nos lembrar que todo medo deve ser banido porque o Senhor ressuscitado caminha conosco, mesmo no vale da morte (Sl 22). É tempo de renovar a confiança no Senhor, colocar em suas mãos a nossa vida e o nosso destino, como diz o salmista: “Confia os teus cuidados ao Senhor e Ele certamente agirá” (Salmo 35,6).

Os vários domingos do Tempo Pascal não se chamam, por exemplo, “terceiro domingo depois da Páscoa”, mas “III domingo de Páscoa”. As leituras da Palavra de Deus dos oito domingos deste Tempo na Santa Missa estão voltados para a Ressurreição. A primeira leitura é sempre dos Atos dos Apóstolos, as ações da Igreja primitiva, que no meio de perseguições anunciou o Senhor ressuscitado e o seu Reino, com destemor e alegria.

Portanto, este é um tempo de grande alegria espiritual, onde devemos viver intensamente na presença do Cristo ressuscitado que transborda sobre nós os méritos da Redenção. É um tempo especial de graças, onde a alma mais facilmente bebe nas fontes divinas. É o tempo de vencer os pecados, superar os vícios, renovar a fé e assumir com Cristo a missão de todo batizado: levar o mundo para Deus, através de Cristo. É tempo de anunciar o Cristo ressuscitado e dizer ao mundo que somente nele há salvação.

Então, a Igreja deseja que nos oito dias de Páscoa (Oitava de Páscoa) vivamos o mesmo espírito do domingo da Ressurreição, colhendo as mesmas graças. Assim, a Igreja prolonga a Páscoa, com a intenção de que “o tempo especial de graças” que significa a Páscoa, se estenda por oito dias, e o povo de Deus possa beber mais copiosamente, e por mais tempo, as graças de Deus neste tempo favorável, onde o céu beija a terra e derrama sobre elas suas Bênçãos copiosas.

Mas, só pode se beneficiar dessas graças abundantes e especiais, aqueles que têm sede, que conhecem, que acreditam, e que pedem. É uma lei de Deus, quem não pede não recebe. E só recebe quem pede com fé, esperança, confiança e humildade.

As mesmas graças e bênçãos da Páscoa se estendem até o final da Oitava. Não deixe passar esse tempo de graças em vão! Viva oito dias de Páscoa e colha todas as suas bênçãos. Não tenha pressa! Reclamamos tanto de nossas misérias, mas desprezamos tanto os salutares remédios que Deus coloca à nossa disposição tão frequentemente.

Muitas vezes somos miseráveis sentados em cima de grandes tesouros, pois perdemos a chave que podia abri-lo. É a chave da fé, que tão maternalmente a Igreja coloca todos os anos em nossas mãos. Aproveitemos esse tempo de graça para renovar nossa vida espiritual e crescer em santidade.

O Círio Pascal
O Círio Pascal estará acesso por quarenta dias nos lembrando isso. A grande vela acesa simboliza o Senhor Ressuscitado. É o símbolo mais destacado do Tempo Pascal. A palavra “círio” vem do latim “cereus”, de cera. O produto das abelhas. O círio mais importante é o que é aceso na vigília Pascal como símbolo de Cristo – Luz, e que fica sobre uma elegante coluna ou candelabro enfeitado. O Círio Pascal é já desde os primeiros séculos um dos símbolos mais expressivos da vigília, por isso ele traz uma inscrição em forma de cruz, acompanhada da data do ano e das letras Alfa e Ômega, a primeira e a última do alfabeto grego, para indicar que a Páscoa do Senhor Jesus, princípio e fim do tempo e da eternidade, nos alcança com força sempre nova no ano concreto em que vivemos. O Círio Pascal tem em sua cera incrustado cinco cravos de incenso simbolizando as cinco chagas santas e gloriosas do Senhor da Cruz.

O Círio Pascal ficará aceso em todas as celebrações durante as sete semanas do Tempo Pascal, ao lado do ambão da Palavra, até a tarde do domingo de Pentecostes. Uma vez concluído o tempo Pascal, convém que o Círio seja dignamente conservado no batistério. O Círio Pascal também é usado durante os batismos e as exéquias, quer dizer no princípio e o término da vida temporal, para simbolizar que um cristão participa da luz de Cristo ao longo de todo seu caminho terreno, como garantia de sua incorporação definitiva à Luz da vida eterna.

No Vaticano, a cera do Círio Pascal do ano anterior é usada para a confecção do “Agnus Dei” (Cordeiro de Deus), que muitos católicos usam no pescoço; é um sacramental valioso para nos proteger dos perigos desta vida, pois é feito do Círio que representa o próprio Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ele é confeccionado de cera branca onde se imprime a figura de um cordeiro, símbolo do Cordeiro Imolado para reparar os pecados do mundo.

Esses “Agnus Dei” são mergulhados pelo Papa em água misturada com bálsamo e o óleo Sagrado Crisma. O Sumo Pontífice eleva profundas orações a Deus implorando para os fiéis que os usarem com fé, as seguintes graças: expulsar as tentações, aumentar a piedade, afastar a tibieza, os perigos de veneno e de morte súbita, livrar das insidias, preservar dos raios, tempestades, dos perigos das ondas e do fogo – impedir que qualquer força inimiga nos prejudique – ajudar as mães no nascimento das crianças.


Fonte: Prof. Felipe Aquino - http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2016/03/28/a-importancia-da-oitava-de-pascoa/

Santo do dia - 28 de março

São Guntrano

Guntrano teve muitos descaminhos, muitas opções erradas. Teve muitas mulheres e muitos filhos. Como todo ser humano buscou a felicidade, porém, em lugares errados.

Um homem social, político e de grande influência, mas com o coração inquieto e desejoso de algo maior. Deu toda sua herança para um sobrinho e se decidiu a viver uma radicalidade cristã, ou seja, viver o chamado à santidade. Então, Guntrano passou a ouvir a Palavra de Deus e a acolher os conselhos dos bispos. Governou na justiça, a partir dos bons conselhos recebidos.

Viveu a renúncia de si mesmo para abraçar a cruz e fazer a vontade de Deus. Faleceu com 68 anos, depois de consumir-se no amor a Deus e aos irmãos, sendo cristão na sociedade.



São Guntrano, rogai por nós!


São Xisto III
 Xisto chegou a adotar uma posição neutra na controvérsia entre pelagianos e semipelagianos do sul da Gália, especialmente contra Cassiano, sendo advertido pelo papa Zózimo. Mas reconheceu o seu erro, com a ajuda de Agostinho, bispo de Hipona, que combatia arduamente aquela heresia, e que lhe escrevia regularmente.

Ao se tornar papa em 432, Xisto III agindo com bastante austeridade e firmeza, nesta ocasião, Agostinho teve de lhe pedir moderação. Foi assim, que este papa conseguiu o fim definitivo da doutrina herege. Esta doutrina pelagiana negava o pecado original e a corrupção da natureza humana. Também defendia a tese de que o homem, por si só, possuía a capacidade de não pecar, dispensando dessa maneira a graça de Deus.

Ele também conduziu com sabedoria uma ação mais conciliadora em relação a Nestório, acabando com a controvérsia entre João de Antioquia e Cirilo, patriarca de Constantinopla, sobre a divindade de Maria. Em seguida, demonstrou a sua firme autoridade papal na disputa com o patriarca Proclo. Xisto III teve de escrever várias epístolas para manter o governo de Roma sobre a lliría, contra o imperador do Oriente que queria torná-la dependente de Constantinopla, com a ajuda deste patriarca.

Depois do Concílio de Éfeso em 431, em que a Mãe de Jesus foi aclamada Mãe de Deus, o papa Xisto III mandou ampliar e enriquecer a basílica dedicada à Santa Mãe das Neves, situada no monte Esquilino, mais tarde chamada Santa Maria Maior. Esta igreja é a mais antiga do Ocidente que foi dedicada a Nossa Senhora.

Desta maneira ele ofereceu aos fiéis um grande monumento ao culto da bem-aventurada Virgem Maria, à qual prestamos um culto de hiperdulia, ou seja, de veneração maior do que o prestado aos outros santos. Xisto III, mandou vir da Palestina as tábuas de uma antiga manjedoura, que segundo a tradição havia acolhido o Menino Jesus na gruta de Belém, dando origem ao presépio. Introduziu no Ocidente a tradição da Missa do Galo celebrada na noite de Natal, que era realizada em Jerusalém desde os primeiros tempos da Igreja.

Durante o seu pontificado, Xisto III promoveu uma intensa atividade edificadora, reformando e construindo muitas igrejas, como a exuberante basílica de São Lourenço em Lucina, na Itália.

Morreu em 19 de agosto de 440, deixando a indicação do sucessor, para aquele que foi um dos maiores papas dos primeiros séculos, Leão Magno. A Igreja indicou sua celebração para o dia 28 de março, após a última reforma oficial do calendário litúrgico. 


São Xisto III, rogai por nós!

domingo, 27 de março de 2016

DOMINGO DA PÁSCOA DA RESSUREIÇÃO DO SENHOR - ALELUIA !!! CRISTO RESSUCITOU !!! ALELUIA !!!

Domingo de Páscoa
O Domingo de Páscoa, ou a Vigília Pascal, é o dia em que até mesmo a mais pobre igreja se reveste com seus melhores ornamentos, é o ápice do ano litúrgico. É o aniversário do triunfo de Cristo. É a feliz conclusão do drama da Paixão e a alegria imensa depois da dor. E uma dor e alegria que se fundem pois se referem na história ao acontecimento mais importante da humanidade: a redenção e libertação do pecado da humanidade pelo Filho de Deus.



ALELUIA! ALELUIA!



O SENHOR RESSUSCITOU!
  ALELUIA! ALELUIA!

São Paulo nos diz : "Aquele que ressuscitou Jesus Cristo devolverá a vida a nossos corpos mortais". Não se pode compreender nem explicar a grandeza da Páscoa cristã sem evocar a Páscoa Judaica, que Israel festejava, e que os judeus ainda festejam, como festejaram os hebreus há três mil anos. O próprio Cristo celebrou a Páscoa todos os anos durante a sua vida terrena, segundo o ritual em vigor entre o povo de Deus, até o último ano de sua vida, em cuja Páscoa aconteceu na ceia e na instituição da Eucaristia.

Cristo, ao celebrar a Páscoa na Ceia, deu à comemoração tradicional da libertação do povo judeu um sentido novo e muito mais amplo. Não é um povo, uma nação isolada que Ele liberta, mas o mundo inteiro, a quem prepara para o Reino dos Céus. A Páscoa cristã - cheia de profunda simbologia - celebra a proteção que Cristo não cessou nem cessará de dispensar à Igreja até que Ele abra as portas da Jerusalém celestial. A festa da Páscoa é, antes de tudo, a representação do acontecimento chave da humanidade, a Ressurreição de Jesus depois de sua morte consentida por Ele para o resgate e a reabilitação do homem caído. Este acontecimento é um dado histórico inegável. Além de que todos os evangelistas fizeram referência. São Paulo confirma como o historiador que se apoia, não somente em provas, mas em testemunhos.

Páscoa é vitória, é o homem chamado a sua maior dignidade. Como não se alegrar pela vitória d'Aquele que tão injustamente foi condenado à paixão mais terrível e à morte de cruz?, pela vitória d'Aquele que anteriormente foi flagelado, esbofeteado, cuspido, com tanta desumana crueldade.


Este é o dia da esperança universal, o dia em que em torno ao ressuscitado, unem-se e se associam todos os sofrimentos humanos, as desilusões, as humilhações, as cruzes, a dignidade humana violada, a vida humana respeitada.

A Ressurreição nos revela a nossa vocação cristã e nossa missão: aproximá-la a todos os homens. O homem não pode perder jamais a esperança na vitória do bem sobre o mal. Creio na Ressurreição?, a proclamo?; creio em minha vocação e missão cristã, a vivo?; creio na ressurreição futura? , é alento para esta vida?, são perguntas que devem ser feitas.
A mensagem redentora da Páscoa não é outra coisa que a purificação total do homem, a libertação de seus egoísmos, de sua sensualidade, de seus complexos, purificação que, ainda que implique em uma fase de limpeza e saneamento interior, contudo se realiza de maneira positiva com dons de plenitude, com a iluminação do Espírito, a vitalização do ser por uma vida nova, que transborda alegria e paz - soma de todos os bens messiânicos-, em uma palavra, a presença do Senhor ressuscitado. São Paulo o expressou com incontida emoção neste texto: " Se ressuscitastes com Cristo, então vos manifestareis gloriosos com Ele".

 

Evangelho do Dia



EVANGELHO COTIDIANO

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68


DOMINGO DA PÁSCOA NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR

Evangelho segundo S. João 20,1-9. 
 No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. 
Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predileto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram».
Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro.
Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. 
Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão  e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. 
Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou. Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.

Comentário do dia: Santo Epifânio de Salamina (?-403), bispo
3ª Homilia 3 para a Ressurreição
«Eis o dia que o Senhor fez, dia de festa e de alegria» (Sl 117,24)
O Sol da justiça (Mal 3,20), desaparecido há três dias, ergue-Se hoje e ilumina toda a criação: Cristo, que esteve no túmulo três dias, existia antes de todos os séculos! Ele rebenta a terra como uma vinha e enche de alegria toda a terra habitada. Fixemos os nossos olhos no nascer de um sol que nunca conhecerá o poente; façamos avançar o dia e enchamo-nos da alegria desta luz!
As portas dos infernos foram quebradas por Cristo, os mortos erguem-se como que de um sono. Cristo levanta-Se, Ele que é a ressurreição dos mortos, e vem despertar Adão. Cristo, ressurreição de todos os mortos, levanta-Se e vem libertar Eva da maldição. Cristo levanta-Se, Ele que é a ressurreição, e transfigura com a sua beleza aquilo que estava sem beleza nem brilho (Is 53,2). Como alguém que dormia, Cristo acordou e desfez todas as manhas do inimigo. Ele ressuscitou e dá alegria a toda a criação; ressuscitou e esvaziou a prisão do inferno; ressuscitou e transformou o corruptível em incorruptível (1Cor 15,53). Cristo ressuscitado estabeleceu Adão na incorruptibilidade, na sua dignidade original.
Em Cristo, a Igreja torna-se hoje num novo céu (Ap 21,1), um céu mais belo de contemplar do que o sol que nós vemos. O sol que vemos todos os dias não se pode comparar com esse Sol; tal como um servo cheio de respeito, eclipsou-se diante dele quando O viu suspenso da cruz (Mt 27,45). É desse Sol que o profeta diz: «O Senhor, Sol da justiça, ergueu-Se para os que O temem» (Mal 3,20). [..]. Por Ele, Cristo, Sol de justiça, a Igreja torna-se um céu resplandecente de muitas estrelas, saídas da piscina batismal para uma nova luz. «Eis o dia que o Senhor fez; exultemos e rejubilemos nele. (Sl 117,24), transbordantes de divina alegria. 
 

Santo do dia - 27 de março

São Ruperto
Ruperto era um nobre descendente dos condes que dominavam a região do médio e do alto Reno, rio que percorre os Alpes europeus. Os Rupertinos eram parentes dos Carolíngios e o centro de suas atividades estava em Worms, onde Ruperto recebeu sua formação junto aos monges irlandeses.

No ano 700, sua vocação de pregador se manifestou e ele dirigiu-se à Baviera, na Alemanha, com este intuito. Com o apoio do conde Téodo da Baviera, que era pagão e foi convertido por Ruperto, fundou uma igreja dedicada a São Pedro, perto do lago Waller, a dez quilômetros de Salzburgo. Mas, o local não condizia ainda com os objetivos de Ruperto, que conseguiu do conde outro terreno, próximo do rio Salzach, nos arredores da antiga cidade romana de Juvavum.

Nesse terreno, o mosteiro que o bispo Ruperto construiu é o mais antigo da Áustria e veio a ser justamente o núcleo de formação da nova cidade de Salzburgo. Teve para isso o apoio de doze concidadãos, dois dos quais também se tornaram santos: Cunialdo e Gislero. Fundou, ao lado deste, um mosteiro feminino, que entregou a direção para sua sobrinha, a abadessa Erentrudes. Foi o responsável pela conversão total da Baviera e, é claro, de toda a Áustria.

Morreu no dia 27 de março de 718, um domingo de Páscoa, depois de rezar a missa, no mosteiro de Juvavum. Antes, como percebera que a morte estava próxima, fez algumas recomendações e pedido de orações à sua sobrinha, e irmã espiritual, Erentrudes. Suas relíquias estão guardadas na belíssima catedral de Salzburgo, construída no século XVII. Ele é o padroeiro de seus habitantes e de suas minas de sal.

São Ruperto, reconhecido como o fundador da bela cidade de Salzburgo, cujo significado é cidade do sal, aparece retratado com um saleiro na mão, tamanha sua ligação com a própria origem e desenvolvimento da cidade. Foi seu primeiro bispo e sua influência alastrou-se tanto, que é festejado nesse dia, não só nas regiões de língua alemã, como também na Irlanda, onde estudou, porque alí foi tomado como modelo pelos monges irlandeses. 


São Ruperto, rogai por nós!

sábado, 26 de março de 2016

Sábado de Aleluia - Sabado Santo - A Vigilia Pascal

Sábado Santo: A Vigília Pascal
No sábado santo honra-se a sepultura de Jesus Cristo e a sua descida ao Limbo, e, depois do sinal do Glória, começa-se a honrar a sua gloriosa ressurreição.

A noite do sábado santo é especial e solene, é denominada também como Vigília Pascal.
A Vigília Pascal, era antigamente à meia-noite, mas depois foi mudada para ser a partir das 20 horas, no entanto, ela não pode começar antes do início da noite e deve terminar antes da aurora do domingo.
É considerada "a mãe de todas as santas Vigílias" (S. Agostinho, Sermão 219: PL 38, 1088. 1). Nela a Igreja mantém-se em vigília, à espera da Ressurreição do Senhor. E celebra-a com os sacramentos da Iniciação cristã. Esta noite é "uma vigília em honra do Senhor" (Ex 12,42).

Assim ouvindo a advertência de Nosso Senhor no Evangelho (Lc 12, 35), aguardamos o retorno do Senhor, tendo nas mãos lâmpadas acesas, para que ao voltar nos encontre vigilantes e nos faça sentar à sua mesa.
A vigília desta noite é dividida do seguinte modo:
1º - A celebração da luz;
2º - A meditação sobre as maravilhas que Deus realizou desde o início pelo seu povo, que confiou em sua palavra e sua promessa;
3º - O nascimento espiritual de novos filhos de Deus através do sacramento do batismo;
4º - E por fim a tão esperada comunhão pascal, na qual rendemos ação de graças a Nosso Senhor por sua gloriosa ressurreição, na esperança de que possamos também nós ressurgir como Ele para a vida eterna.

Benção do lume novo
As luzes da igreja estão todas apagadas. Do lado de fora está um fogareiro preparado pelo sacristão antes do início das funções, com a faísca tirada de uma pedra.

Junto está uma colher para recolher as brasas e colocá-las dentro do turíbulo. Então o celebrante abençoa o fogo e o turiferário recolhe algumas brasas bentas e as coloca no turíbulo.

A benção se originou na Gália (França). O costume de extrair fogo golpeando uma pedra provém da antiguidade germânica. A pedra representa Cristo, "a pedra angular" que, sob os golpes da cruz, jorrou sobre nós o Espírito Santo.

O fogo novo, representativo da Ressurreição de Nosso Senhor, luz Divina apagada por três dias, que há de aparecer ao pé do túmulo de Cristo, que se imagina exterior ao recinto da igreja, e resplandecerá no dia da ressurreição.

Este fogo deve ser novo porque Nosso Senhor, simbolizado por ele, acaba de sair do túmulo. Essa cerimônia era já conhecida nos primeiros séculos. Tem sua origem no costume romano de iluminar a noite com muitas lâmpadas. Essas lâmpadas passam a ser símbolo do Senhor Ressuscitado dentro da noite da morte.

O círio pascal
Este talvez seja o único objeto litúrgico que pode ser visto apenas por quarenta dias. 
Surge no início da vigília pascal e no dia da Ascensão do Senhor desaparece. 
O círio pascal é símbolo da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. 
É a evocação de Cristo glorioso, vencedor da morte.

Originalmente o círio tinha a altura de um homem, simbolizando Cristo-luz que brilha entre as trevas. Os teólogos enriqueceram-no com elementos simbólicos. Um acólito traz ao celebrante o círio pascal, que grava no mesmo as seguintes inscrições:
1º - Uma cruz. Dizendo: "Cristo ontem e hoje. Princípio e fim".
2º - As letras Alfa e Ômega, a primeira e a última do alfabeto grego. Isso quer significar que Deus é "o principio e o fim de tudo", que tudo provém de Deus, subsiste por causa dele e vai para ele: "Alfa e Ômega".
3º - Os algarismos, colocados entre os braços da cruz, marcando as cifras do ano corrente. É para expressar que Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, é o princípio e o fim de tudo, o Senhor do tempo, é o centro da História e a Ele compete o tempo, a eternidade, a glória e o poder pelos séculos, a ele oferecemos este ano e tudo o que nele fizermos; "A ele o tempo e a eternidade a glória e o poder pelos séculos sem fim. Amém".
4º - Cinco grãos de incenso em forma de cravos, nas cinco cavidades previamente feitas no meio do círio, dispostas em forma de cruz. Esse cerimonial simboliza as cinco chagas de Nosso Senhor nas quais penetraram os aromas e perfumes levados por Santa Maria Madalena e as santas mulheres ao sepulcro.

O incenso é uma substância aromática que queimamos em louvor a Deus. Sua fumaça, subindo, simboliza nosso desejo de permanente união com Ele e de que nossa vida, nossas ações e nossas orações sejam agradáveis ao Senhor.

(...)

Missa solene
A missa é a primeira das duas que são cantadas na páscoa. Esta celebração mostra um caráter de extremo júbilo e magnificência, em forte contraste com a mágoa intensa da sexta-feira santa.
Vemos agora os altares e os dignatários paramentados em grande gala. Ouvem-se as notas alegres do Gloria in excelsis, unidas ao repicar festivo dos sinos.
O aleluia que não era ouvido desde o início da quaresma, volta a ser entoada após as leituras. Essa é na realidade a missa da madrugada da Páscoa. É por assim dizer, a aurora da ressurreição. 

Por: Emílio Portugal Coutinho

Ler mais... Arautos do Evangelho 

Santo do dia - 26 de março

Santa Lúcia Filippini

Lúcia nasceu no dia 13 de janeiro de 1672, em Corneto Tarquínia, proximidades de Roma, numa família honrada e abastada. Quando ainda tinha um ano de idade, Lúcia perdeu a mãe e alguns anos mais tarde, o pai. Ela foi entregue, para ser formada e educada, às Irmãs beneditinas e junto delas a menina descobriu o dom que tinha para ensinar.

Muito dedicada aos estudos da Sagrada Escritura, e com a alma cheia de caridade, tomou para si, ainda no início da adolescência a função de ensinar o catecismo às crianças. Tantos eram os pequenos que a procuravam e tão cativante era sua forma de transmitir a Palavra do Senhor, que logo o padre do local a nomeou oficialmente a catequista paroquial. Certo dia, passou pela sua cidade o cardeal Marcantonio Barbarigo, que conheceu Lúcia, reconheceu sua vocação e levou-a para acabar seus estudos com as Irmãs clarissas.

Preparada, foi colocada na liderança de uma missão que ele julgava essencial para corrigir os costumes cristãos de sua diocese: fundar escolas católicas em diversas cidades. Lúcia, em sua humildade, a princípio relutou, achando que a função estava acima de suas possibilidades. Mas o cardeal insistiu e ela iniciou seu trabalho que duraria quarenta anos.

A missão exigiu imensos esforços, tantos foram os sacrifícios a que teve de se submeter. Contudo, nada a afastou da tarefa recebida. Nessas quatro décadas preparou professoras, catequistas, fundou escolas e organizou-as em muitas cidades e dioceses. Quando o cardeal Barbarigo faleceu, as dificuldades aumentaram. Lúcia uniu-se então a outras professoras e catequistas, juntando todas numa congregação, fundou em 1692, o Instituto das Professoras Pias. A fama do seu trabalho chegou ao Vaticano e em 1707, o Papa Clemente XI pediu para que Lúcia criasse uma de suas escolas em Roma.

Lúcia Filippini faleceu aos sessenta anos, no dia 25 de março de 1732, de câncer, mas docemente e feliz pela sua vida entregue à Deus e às crianças, sementes das novas famílias que são a seiva da sociedade. Seu corpo descansa na catedral de Montefiascone, onde começaram as escolas católicas do Instituto das Professoras Pias Filippinas, como são chamadas atualmente.

A festa litúrgica à Santa Lúcia Filippini foi marcada para o dia 26 de março, pelo Papa Pio XI, na solenidade de sua canonização, em 1930. Hoje, as escolas das professoras pias filippinas além de atuarem em toda a Itália, estão espalhadas por todo território norte americano, num trabalho muito frutífero junto à comunidade católica. 


Santa Lúcia Filippini, rogai por nós!


São Bráulio

 

O santo de hoje, foi bispo de 631 a 651. Nasceu em uma família muito sensível à vontade do Senhor: uma irmã foi para a vida religiosa e tornou-se abadessa. Outro irmão foi para uma Abadia e outro, chegou a bispo.

Depois de entrar para uma vida de oração e contemplação numa abadia, Bráulio conheceu em Sevilha Santo Isidoro, escritor e santo. Fecundo escritor e grande pastor, São Bráulio foi escolhido para bispo em Saragoça, participando ativamente em três Concílios de Toledo.

São Bráulio, rogai por nós!
 


São Ludgero
 
Ludgero nasceu no ano 742 em Zuilen, Friesland, atual Holanda, e foi um dos grandes evangelizadores do seu tempo. Era descendente de família nobre e, dedicado aos estudos religiosos desde pequeno. Ordenou-se sacerdote em 777, em Colônia, na Alemanha. Seu trabalho de apóstolo teve início em sua terra natal, pois começou a trabalhar justamente nas regiões pagãs da Holanda, Suécia, Dinamarca, ponto alto da missão de São Bonifácio, que teve como discípulos São Gregório e Alcuíno de York, dos quais foi seguidor também Ludgero.

Mais tarde, foi chamado pelo imperador Carlos Magno para evangelizar as terras que dominava. Entretanto, este empregava métodos de conversão junto aos povos conquistados, não condizentes com os princípios do cristianismo. Logo de início, por exemplo, obrigava os soldados vencidos a se converterem pela força, sob pena de serem condenados à morte se não se batizassem.

Como conseqüência dessa atitude autoritária estourou a revolta de Widukindo e Ludgero teve que fugir, seguindo para Roma. Depois foi para Montecassino, onde aprimorou seus estudos sobre o catolicismo e vestiu o hábito de monge, sem contudo emitir os votos.

A revolta de Widukindo foi a muito custo dominada em 784 e o próprio Carlos Magno foi a Montecassino pedir que Ludgero retornasse para seu trabalho evangelizador, que então produziu muitos frutos. Pregou o evangelho na Saxônia e em Vestfália. Carlos Magno ofereceu-lhe o bispado de Treves, mas ele recusou. Ludgero emitiu os votos tomando o hábito definitivo de monge e fundou um mosteiro, ao redor do qual cresceu a cidade de Muester , cujo significado, literalmente, é mosteiro, e da qual foi eleito o primeiro bispo.

Ludgero não parou mais, fundou várias igrejas e escolas, criou novas paróquias e as entregou aos sacerdotes que ele mesmo formara. Ainda encontrou tempo para retomar a evangelização na Frísia, realizando o seu sonho de contribuir para a conversão de sua pátria, a Holanda, e fundar outro mosteiro, este beneditino, em Werden, antes de morrer, que ocorreu no dia 26 de março de 809.

O corpo de Ludgero foi sepultado na capela do mosteiro de Werden. Os fiéis tornaram o local mais uma meta de peregrinação pedindo a sua intercessão para muitas graças e milagres, que passaram a ocorrer em abundância. O culto à São Ludgero, que ocorre neste dia é muito intenso especialmente na Holanda, Suécia, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Itália, países cujo solo pisou durante seu ministério. 


São Ludgero, rogai por nós!

sexta-feira, 25 de março de 2016

Sexta-feira Santa

Arautos do Evangelho

Na Sexta-feira Santa recorda-se a Paixão e morte do Salvador.  
 Todas as funções deste dia estão repassadas de luto pesado, pois é dia consagrado ao memorial da morte de Nosso Senhor.

Os paramentos negros. A omissão do Dominus vobiscum. A falta de instrumentos de música. Nenhum toque de sinos. O altar, frio e despido. Desocupado e aberto, o tabernáculo. Na frente dele, uma cruz com véu negro. Nos candelabros, há velas de cera amarela como nos dias de funerais. Em tudo reina a tristeza, a desolação profunda.

É, para a Igreja, um dia especialíssimo, portanto, de grande silêncio, oração, penitência, sobretudo jejum e abstinência de carne. Nesse dia não há ofertório e nem consagração, mas faz-se a comunhão eucarística.

A celebração da Paixão do Senhor é constituída de três partes: A liturgia da palavra, a adoração da cruz e a comunhão eucarística.

Liturgia da Palavra
Às três horas da tarde inicia-se a celebração da Paixão do Senhor. O celebrante e os ministros sagrados são paramentados de preto em sinal de grande luto. Chegando ao pé do altar, prostram-se, e rezam em silêncio por alguns instantes. Esta atitude humilde é a expressão da mágoa imensa que lhes acabrunha a alma com a evocação do grande mistério do Calvário. Durante este tempo, estende-se no altar uma só toalha, recordando o Sudário que serviu para envolver o Corpo de Nosso Senhor. Então, o sacerdote sobe os degraus do altar e oscula-o. Estando todos sentados, são feitas as duas primeiras leituras com o respectivo salmo. Logo a seguir, é cantada a Paixão segundo São João, da mesma forma que foi feito no domingo de Ramos. Quando chega na parte em que diz que Nosso Senhor entregou o seu espírito, todos ajoelham, e ficam assim por alguns instantes.

Canta-se a Paixão de Jesus Cristo segundo o evangelho de São João, porque ele é o quarto evangelista e porque, ficando debaixo da cruz, foi testemunha ocular da crucificação. Por isso convém que seja ouvido neste dia.

Durante muitos séculos, os fiéis procuravam, nesse dia, não fazer barulho e, especialmente, evitavam bater em algo, evitando a sensação daquele ruído terrível do martelo cravando Jesus na Cruz. Nada de canto, de música, de sinais de alegria, de recreação. Trabalhava-se o mínimo possível, só naquilo que era de extrema necessidade. O tempo era para oração, leitura, meditação, avaliação da vida, partilha do sofrimento de Jesus.

Oração Universal
Acabado o canto da paixão, começa o celebrante as Orações conhecidas por Admoestações porque o prelúdio consta, para cada uma, de advertência, a modo de prefácio em que o sacerdote diz o objeto da prece a seguir. São nove estas orações, e alguns julgam ser de origem apostólica. O celebrante reza:
1º - Pela Santa Igreja;

2º - Pelo papa;
3º - Por todas as ordens e categorias de fiéis;
4º - Pelos catecúmenos;
5º - Pela unidade dos cristãos;
6º - Pelos judeus;
7º - Pelos que não creem em Cristo;
8º - Pelos que não creem em Deus;
9º - Pelos poderes públicos;
10º - Por todos os que sofrem provações.
A Igreja reza nessas rogações, pelos que nunca pertenceram ou já não pertencem ao seu grêmio. O motivo é para não esquecermos que o Salvador morreu por todos os homens, e para implorar em benefício de todos, os frutos da sua Paixão.

Entre cada uma das orações que são feitas, o diácono diz: Flectamus genua. Então todos se ajoelham por alguns instantes, e rezam em silêncio, até que o mesmo diácono diz: Levate, então todos se levantam.

Adoração da Santa Cruz
Na sexta-feira santa adora-se solenemente a Cruz, porque, tendo sido Jesus Cristo pregado na Cruz, e tendo morrido nela naquele dia, a santificou com o seu Sangue.
A cerimônia da adoração da cruz, tem a sua origem na veneração da verdadeira cruz conservada em Jerusalém, por volta do século IV. A cruz se colocava numa mesa coberta com um pano branco. Os fiéis veneram-na, tocam-na com a fronte e os olhos; não o podiam fazer com a mão nem com a boca. Pois um devoto arrancou com os dentes uma relíquia da santa cruz. Agora a imagem do Crucificado é colocada sobre um pano roxo estendido nos degraus do altar ou do coro.

Eis o rito: O celebrante tira a casula e, ficando ao pé do altar, descobre o alto da cruz e canta: "Ecce lignum Crucis" (Eis o lenho da Cruz, do qual pendeu a salvação do mundo). Os ministros que lhe assistem, continuam com ele: "Venite, adoremus" (Vinde adoremo-lo). Ao mesmo tempo, prostram-se todos. O celebrante, não. Este, depois, vai para o lado direito do altar; descobre o braço direito da cruz, mostrando-o, e repete em tom mais elevado: "Ecce lignum Crucis", etc. Enfim, alcançou o meio do altar. Descobre completamente a cruz, e, ergue-a e canta, terceira vez, em tom ainda mais alto: "Ecce lignum Crucis", etc. Então, o oficiante deposita a cruz nos degraus do altar, para que seja adorada por todos os clérigos e fiéis presentes. O canto: Ecce lignum Crucis é usado desde o século IX-X.

É desnudada a cruz lembrando que os judeus desnudaram o Filho de Deus. Esta impressionante cerimônia se faz em três atos para significar três atos principais de irrisão cruel da vítima da sanha judaica:
Quando, no átrio do sumo sacerdote, cobriram a santa face de Nosso Senhor, e lhe deram bofetadas. Por isso a primeira vez não se descobre a santa face do crucifixo (Lc 23, 64).
Quando o Rei da glória, coroado de espinhos, foi escarnecido pelos soldados com genuflexão e as palavras: "Ave, rei dos Judeus". Por isso na segunda vez se mostra a santa cabeça e a santa face do Rei do universo (Mt 27, 27-30).
Quando o Filho do Todo-poderoso, despojado dos seus vestidos, estava crucificado e foi insultado com a blasfêmia: "Ah! Tu podes destruir o templo e outra vez o edificar; salva-te!" Por isso, na terceira vez o crucifixo se mostra todo descoberto (Mt 27, 40).

Durante a adoração da Cruz, cantam-se as antífonas chamadas "Impropérios" (do latim improperium, que quer dizer "censura"), porque encerram repreensões dirigidas aos judeus pela voz dos profetas. Cada antífona destas enumera um determinado benefício de Deus, a favor do povo judaico, e põe em face a correspondente ingratidão do mesmo povo.

Missa dos Pressantificados
Antigamente chamava-se essa terceira parte da celebração da Paixão do Senhor, "Missa dos Pressantificados":
1 - Missa. Na verdade, não é muito próprio o termo, pois não há consagração e, portanto, sacrifício. Deram-lhe, no entanto, este nome, porque repete certo número dos ritos da missa.
2 - dos Pressantificados. Por causa da Santíssima Hóstia, consagrada na Missa da Quinta-Feira Santa. O vocábulo Pressantificados significa, pois, dons santificados, consagrados previamente.

Estando a acabar a Adoração da Cruz, acendem-se as velas do altar e vai-se, em silêncio, em procissão, à capela aonde se encontram as hóstias consagradas. Voltam, trazendo a Santa Reserva, com o canto, não já do Pange língua que é hino de júbilo, mas do Vexilla Regis, que é o hino da Cruz.

Quando a procissão regressou, o Celebrante coloca sobre o altar o Santíssimo Sacramento. Depois, diz Orate frates, etc; mas ninguém responde,e logo vem o Pater com o respectivo prefácio. Então, ergue na patena a Sagrada Hóstia, para os assistentes adorarem. Faz a fração como na missa ordinária, diz a terceira oração antes da comunhão e o "Domine non sum dignus". Finalmente, comunga, toma as abluções e retira-se em silêncio. Recitam-se agora as Vésperas, sem canto, sem luzes, querendo mostrar, com isso, que se apagou, morrendo na cruz, a luz do mundo, Nosso Senhor Jesus Cristo.

O celebrante diz: In spiritu humilitatis... et sic fiat sacrificium. Nesta oração a palavra "sacrificium" significa hoje o sacrifício espiritual da penitência (Sl 50). Por isso, o celebrante pode dizer: "Orate frates... ut meum sacrificium (de penitentia)..." Mas o povo não pode responder: "Suscipiat... de manibus tuis", porquanto estas palavras significam o sacrifício sacramental, o qual não se oferece.

O celebrante não diz: Pax Domini, nem a primeira oração antes da comunhão, porque não se dá a paz no dia em que Nosso Senhor foi repelido pelos judeus inimigos com o grito: "Não temos rei".

O celebrante não reza: "Haec commixtio", nem a segunda antes da comunhão, nem Quid retribuam, Corpus tuum, Placeat, porque nestas orações se menciona ou o Santíssimo Sangue, que não está no altar, ou o sacrifício eucarístico, que não se oferece.

O celebrante não diz: Dominus vobiscum, porque o único sacerdote, Jesus Cristo, foi morto e não pode mais falar, e não está mais conosco.

Por:  Emílio Portugal Coutinho 
Site: Arautos do Evangelho - 
http://www.arautos.org/artigo/67724/a-sexta-feira-santa.html