O argentino Jorge Mario Bergoglio é eleito o novo Papa
Aos 76 anos, o jesuíta é cardeal de
Buenos Aires e primeiro Pontífice latino-americano
Ele adotou o nome de
Francisco
Papa argentino
adota o nome de Francisco
O
cardeal jesuíta Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, de 76 anos, é
o escolhido pelo conclave
Novo papa foi ordenado sacerdote aos 33 anos e, aos 36, já comandava os jesuítas na Argentina
Após dois dias e cinco reuniões, uma
mais que na eleição de Bento XVI,
os 115 cardeais eleitores escolheram o argentino Jorge Mario Bergoglio, de 76
anos, para assumir o Trono de Pedro. A escolha surpreendeu os analistas, já que
o cardeal de Buenos Aires não constava em nenhuma das listas de papáveis. Ele é
o primeiro Papa latino-americano e o primeiro jesuíta a se tornar Pontífice. O novo Papa adotou o nome de Francisco. - Vocês sabem que o objetivo do conclave era dar um bispo a Roma. E
parece que meus amigos cardeais foram buscar quase no fim do mundo. Mas aqui
estamos. Obrigado. E antes de mais nada, gostaria de fazer uma oração pelo
nosso Papa Emérito, Bento XVI. Oremos todos juntos por ele, para que o Senhor o
abençoe e Nossa Senhora o receba - disse o novo Papa na sacada da Basílica
de São Pedro, antes de rezar o Pai Nosso.
O arcebispo de Buenos Aires é um jesuíta intelectual que viaja de ônibus e tem uma abordagem própria da pobreza: quando foi nomeado cardeal, Bergoglio convenceu centenas de argentinos a não voar até Roma para celebrar com ele e, em vez disso, doar o dinheiro que gastariam para os pobres. Considerado um moderado, de carreira acadêmica, ele é aberto ao diálogo com outras religiões e nunca foi acusado de nada relacionado à pedofilia. A reforma da Curia está ente suas prioridades. Bergoglio também foi um forte oponente à legalização do casamento gay na Argentina em 2010, argumentando que “crianças necessitam do direito a serem criados e educados por um pai e por uma mãe”. - É interessante que seja alguém da América Latina, mas ninguém falava do Bergoglio, não era cotado. Ele realmente não se dá bem com Cristina Kirchner. Definitivamente não é progressista. É uma pessoa de centro, conservadora, passeia pelos bairros pobres de Buenos Aires. Intelectualmente, não se alinha com Ratzinger. Não me surpreenderia se Scherer fosse secretário de Estado, mas talvez fosse poder demais para a América Latina. Ele é contra o aborto, seu posicionamento em relação ao sexo é o mesmo de Ratzinger - disse ao GLOBO Maria Clara Bingemer, professora de Teologia da Puc-Rio.
Poucos minutos depois do anúncio, o símbolo do Vaticano para o período de Sé Vacante foi retirado do site oficial da Santa Sé e substituído pela inscrição “Habemus Papam”. O teólogo brasileiro Leonardo Boff declarou à agência Ansa, que ficou “surpreso com a rápida” eleição do novo Papa. - A verdade é que estou surpreso, eu não posso dizer nada sobre o novo Papa, é preciso esperar, mas a escolha foi rápida, tão rápida, que é surpreendente. Só gostaria que o Papa eleito seja um Francisco I, um Papa de sandálias para caminhar - disse Boff em uma entrevista telefônica, pouco antes de Bergoglio ser anunciado.
Fiéis comemoram anúncio
A imagem da fumaça
branca levou ao delírio os milhares de pessoas que enfrentavam a chuva fina e um
temperatura de 9 graus na Praça de São Pedro. Além do mau tempo, muitos fiéis
deixaram de ir até a praça devido à expectativa de que a escolha aconteceria
apenas na quinta-feira. O jornal italiano “La Stampa” publicara em
sua manchete de quarta “Um novo Papa
amanhã”. Pela manhã já haviam sido feitas duas votações sem que nenhum
cardeal conseguisse os 77 votos mínimos para ser escolhido. Uma explosão de gritos da multidão de fiéis
presentes na Praça de São Pedro saudou a fumaça branca. “Viva o Papa, viva o Papa”, é o grito que vinha da praça. “Eu não esperava assistir esta noite a uma
coisa tão bonita”, contou um jovem, quase em lágrimas. "Nós viemos aqui, viemos aqui para ver o novo Papa",
gritaram outros fieis.
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