O RELÓGIO DA PAIXÃO
DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.
DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.
APRESENTAÇÃO:
Estar com JESUS.
Há
momento na vida de cada pessoa. O próprio Jesus deu especial
atenção e particular importância a determinadas situações
de sua peregrinação terrena.
“Não vejo a hora de ser batizado num batismo...”
Lc. 12,50. Por mais que o sofrimento e morte Lhe
repugnassem, suspirou por eles, pois manifestavam o quanto
DEUS nos ama.
Dirigindo-se ao Pai pede e suplica poder glorificá-lo: Jo
17,1-2. Por isso assumiu um corpo: para oferecer-se
como vítima de propiciação. Através dela, manifesta sua
justiça, ou seja, ação divina pela qual o pecado é
santificado gratuitamente: Rm 3,25. Temos a
santificação precisamente por meio da obediência que levou
Cristo ao sacrifício de Seu Corpo (Hb 10, 9-10)
O
“Relógio da Paixão” é uma oportunidade para estarmos com
Nosso Senhor nos momentos mais importantes de Sua vida.
Estar com Jesus supõe caminhar meditando em cada cena, em
cada acontecimento.
As últimas 24 horas de JESUS.
Eis
que subimos a Jerusalém. Tudo o que foi escrito pelos
profetas a respeito do Filho do Homem será cumprido.
(Lc
18,31)
EU sou
o bom pastor. O bom pastor expõe a sua vida pelas ovelhas.
Ninguém a tira de mim a Minha vida, mas eu a dou livremente.
(Jo
10,11.18)
Aos discípulos daquele tempo e a nós hoje...
“... Como? Não fostes capazes de passar uma hora comigo?
Vigiai e orai para não cairdes em tentação, pois o espírito
está pronto, mas a carne é fraca”:
Mt
26,40.
Estas
foram as queixas e as recomendações dadas pelo Senhor aos
seus discípulos. Estavam com Ele, mas não Lhe eram
verdadeiramente companhia. É dado aos discípulos de hoje
vigiar com o Mestre, vivendo com Ele e como Ele os últimos
momentos que passou em Sua vida terrena.
14:00
ÀS 15:00 hs.
JESUS MORRE NA CRUZ.
Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e
carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um
castigado, ferido por Deus e humilhado. Mas ele foi
castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas
iniqüidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos
curados graças às suas chagas.
(Is
53, 4-5)
A QUINTA PALAVRA
Estendo para vós os braços; minha alma, como terra árida,
tem sede de vós. Apressai-vos em me atender, Senhor, pois
estou a ponto de desfalecer...
(Sal
142, 6-7)
Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se
cumprir plenamente a Escritura, disse: Tenho sede.
(Jo
19,28)
O VINAGRE
Na Minha sede deram-ME vinagre”
(Sal
69, 22)
Havia ali um vaso cheio de vinagre. Os soldados encheram de
vinagre uma esponja e, fixando-a numa vara de hissopo,
chegaram-lhe à boca.
(Jo
19, 29)
A SEXTA PALAVRA
“... e por meio Dele o desígnio de DEUS há de triunfar”.
(Is
53, 10)
Havendo Jesus tomado do vinagre, disse: Tudo está consumado.
(Jo
19, 30)
RASGOU O VÉU DO TEMPLO
Cristo, Sumo Sacerdote dos bens vindouros... Com seu próprio
sangue, entrou de uma vez por todas no santuário,
adquirindo-nos uma redenção eterna.
(Heb
9, 11-12)
O véu do templo rasgou-se então de alto a baixo em duas
partes.
(Mc
15, 38)
A SÉTIMA PALAVRA DE JESUS NA CRUZ
Mas eu, confiado na vossa justiça, contemplarei a vossa
face; ao despertar, saciar-me-ei com a visão de vosso ser.
(Sal
16, 15)
“Jesus deu então um grande brado e disse: Pai, nas tuas mãos
entrego o meu espírito.”
(Lc
23, 46)
A MORTE DE JESUS
...Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados - o Justo
pelos injustos - para nos conduzir a Deus. Padeceu a morte
em sua carne..
(1 Ped
3, 18)
Jesus de novo lançou um grande brado, e entregou a alma.
(Mt
27, 50)
“Nisto conhecemos o amor: ELE deu a sua vida por nós.”
(1 Jo
3, 16)
“Inclinou a cabeça e rendeu o espírito.”
(Jo
19, 30)
Pai
Nosso..., Ave Maria..., Glória ao Pai...
Pela sua dolorosa Paixão; tende Misericórdia de nós e do
mundo inteiro.
Meu
Jesus, perdão e Misericórdia, pelos méritos de Vossas santas
Chagas.
(Silêncio profundo...)
Segundo as Visões de Anna Catharina Emmerich:
Quinta, Sexta e Sétima palavras de Jesus na cruz. Morte de
Jesus.
Quando
a luz voltou, surgiu o corpo de Nosso Senhor, pálido,
extenuado, como que inteiramente desfalecido, mais branco do
que antes, por causa da grande perda de sangue. Jesus disse
ainda, não sei se o percebi só interiormente ou se Ele o
disse a meia voz: “Sou espremido como as uvas, que
foram pisadas aqui pela primeira vez; devo dar todo o meu
sangue, até sair água e o bagaço ficar branco; mas não se
fará mais vinho neste lugar”.
Mais tarde vi, numa visão a respeito dessas
palavras, que foi nesse lugar que Jafé pela primeira vez
pisou as uvas, para fazer vinho, como hei de contar mais
tarde.
Jesus consumia-se de sede e disse com a língua
seca: “Tenho sede”. E como os amigos o
olhassem com tristeza, disse-lhes: “Não me podíeis dar
um gole de água?” Queria dizer que durante a
escuridão ninguém os teria impedido. João, muito incomodado,
respondeu: “Senhor, esquecemo-lo mesmo”. Jesus
disse ainda algumas palavras, cujo sentido era:
“Também os amigos mais íntimos deviam esquecer-se e não me
dar a beber, para que se cumprisse a Escritura”. Mas
esse esquecimento Lhe doeu amargamente.
Ofereceram então dinheiro aos soldados, para Lhe
dar um pouco de água; eles recusaram, mas um deles tomou uma
esponja em forma de pêra, embebedou-a em vinagre, que havia
lá num pequeno barril de casca de árvore e ainda lhe
misturou fel. Mas o centurião Abenadar, compadecido de
Jesus, tomou a esponja do soldado, espremeu-a e embebeu-a de
vinagre puro. Ajustou depois um lado da esponja num pedaço
curto de uma haste de hissope, que servia de boquilha para
chupar, fincou-o na ponta da lança e levantou-a à altura do
rosto de Jesus, aproximando-Lhe dos lábios a esponja.
Nosso Senhor ainda disse: “Quando minha voz
não se fizer mais ouvir, falará a boca dos mortos”;
ao que alguns gritaram: “Ainda continua blasfemando”.
Abenadar, porém, os mandou calar.
Tendo chegado a hora da agonia, Nosso Senhor lutou
com a morte e um suor frio cobriu-lhe os membros. João
estava sob a cruz e enxugou-Lhe os pés com o sudário.
Madalena, esmagada pela dor, encostava-se à cruz no lado de
trás. A Santíssima Virgem estava entre a cruz do bom ladrão
e a de Jesus, amparada pelos braços de Maria de Cléofas e
Salomé, olhando para o Filho, que lutava com a morte. Então
disse Jesus: “Tudo está consumado!” e,
levantado a cabeça, exclamou em alta voz: “Meu Pai, Em
vossas mãos entrego o meu espírito”. Foi um
grito doce e forte, que penetrou o Céu e a terra; depois
inclinou a cabeça e expirou. Vi a alma de Jesus, em
forma luminosa, entrar na terra, ao pé da cruz e descer ao
Limbo. João e as santas mulheres prostraram-se com a face na
terra.
O centurião Abenadar, árabe de nascimento, depois,
como discípulo, batizado com o nome de Ctesifon, desde que
oferecera o vinagre a Jesus, ficara a cavalo junto à
elevação onde estavam erigidas as cruzes, de modo que o
cavalo tinha as patas dianteiras mais no alto. Profundamente
abalado, entregue a séries reflexões, contemplava
incessantemente o semblante de Nosso Senhor, coroado de
espinhos.
O cavalo baixara assustado a cabeça e Abenadar,
cujo orgulho estava domado, não puxava mais as rédeas. Nesse
momento pronunciou o Senhor as últimas palavras, em voz alta
e forte e morreu dando um grito, que penetrou o Céu, a terra
e o inferno. A terra tremeu e o rochedo fendeu-se,
deixando uma larga abertura entre a cruz do Senhor e a do
ladrão à esquerda. O testemunho que Deus deu de seu
Filho, abalou com susto e terror a natureza enlutada. Estava
consumado!
A alma de Nosso Senhor separou-se do corpo e ao
grito de morte do Redentor moribundo estremeceram todos que
O ouviram, junto com a terra que, tremendo, reconheceu o
Salvador; os corações amigos, porém, foram transpassados
pela espada da dor. Foi então que a graça desceu à alma de
Abenadar; estremeceu emocionado, cederam-lhe as paixões e o
coração orgulhoso e duro, fendeu-se-lhe como o rochedo do
Calvário. Lançou longe de si a lança, bateu no peito com
força e exclamou alto, com a voz de um homem novo:
“Louvado seja Deus, Todo-poderoso, o Deus de Abraão e Jacó!
Este era um homem justo; em verdade, Ele é o Filho de Deus!”
E muitos dos soldados, tocados pela palavra do centurião,
fizeram o mesmo.
Abenadar, tornado novo homem, salvo pela
graça e tendo rendido publicamente homenagem ao Filho de
Deus, não quis ficar mais tempo a serviço dos
inimigos de Cristo, Dirigiu-se a cavalo ao oficial
subalterno, Cássio, também chamado Longinus, apeou-se,
apanhou a lança e entregou-lha; disse algumas palavras aos
soldados e a Cássio, que então montou a cavalo e tomou o
comando. Abendar desceu do Calvário e, atravessando a vele
de Gihon, dirigiu-se às cavernas do vale de Hinom, onde
estavam escondidos os discípulos; anunciou-lhes a morte do
Senhor e voltou de lá à cidade, ao palácio de Pilatos.
Grande espanto apoderou-se dos assistentes,
ante o grito de morte de Jesus, quando a terra tremeu e o
rochedo do Calvário se fendeu. – Esse terror
fez-se sentir em toda a natureza; pois rasgou-se o véu do
Templo, muitos mortos saíram das sepulturas, desabaram
algumas paredes do Templo, ruíram muitos edifícios e
desmoronaram montes em muitas regiões da terra.
Abenadar deu testemunho em alta voz, muitos
soldados testemunharam com ele, grande parte do povo
presente e também alguns dos fariseus, chegados no fim, se
converteram. Muitos bateram no peito e, descendo do monte,
voltaram chorando pelo vale para casa; outros rasgaram as
vestes e lançaram pó sobre a cabeça. Todo o mundo estava
cheio de medo e terror.
João levantou-se e algumas das santas mulheres, que
até então tinham ficado afastadas, aproximaram-se da cruz;
levantaram a Mãe de Jesus e as amigas, conduziram-nas a
alguma distância da cruz, para as confortar.
Quando Jesus, cheio de amor, Senhor de toda
vida, pagou pelos pecadores a dolorosa dívida da morte;
quando entregou, como homem, a alma a Deus seu Pai e
abandonou o corpo, tomou esse santo vaso esmagado a fria e
pálida cor da morte; o corpo tremeu-Lhe convulsivamente nas
últimas dores e tornou-se lívido e os vestígios do sangue
derramado das chagas ficaram mais escuros e distintos. O
rosto alongou-se, as faces encolheram-se, o nariz ficou mais
delgado e pontiagudo, o queixo caiu, os olhos, cheios de
sangue e fechados, abriram-se, meio envidraçados.
O Senhor levantou pela última vez e por poucos
momentos a cabeça, coroada de espinhos e deixou-a depois
cair sobre o peito, sob o peso dos sofrimentos. Os lábios
lívidos e contraídos entreabriram-se, deixando ver a língua
ensangüentada. As mãos, antes fechadas sobre a cabeça dos
cravos, abriram-se; estenderam-se os braços, as costas
entesaram-se ao longo da cruz e todo o peso do santo corpo
desceu sobre os pés. Os joelhos curvaram-se, tornando para
um lado e os pés viraram-se um pouco em redor do prego que
os trespassara.
Então se entesaram as mãos da Mãe Dolorosa, a vista
escureceu-se-lhe, palidez de morte cobriu-lhe o rosto, os
ouvidos deixaram de escutar, os pés vacilaram e ela caiu por
terra; também Madalena, João e os outros se prostraram, com
a cabeça velada, entregues à dor.
Quando ergueram a mais amorosa, a mais desolada das
mães, dirigindo os olhos à cruz, ela viu o corpo do Filho
adorado, concebido na virgindade, por obra e graça do
Espírito Santo, carne de sua carne, osso de seus ossos,
coração de seu coração, vaso sagrado formado no seu seio
pela virtude divina, agora privado de toda a beleza e
formosura, separado da alma Santíssima, entregue às leis da
natureza que Ele próprio criara e de que os homens tinham
abusado pelo pecado, desfigurado-a; viu o corpo do Filho
Unigênito esmagado, maltratado, desfigurado, morto pelas
mãos daqueles que viera salvar e vivificar.
Ai! O vaso de toda beleza e verdade, de todo amor,
pendia da cruz, entre dois assassinos, vazio, rejeitado,
desprezado, insultado, semelhante a um leproso. Quem pode
compreender toda a dor da Mãe de Jesus, rainha de todos os
mártires?
A luz do sol ainda era sombria e nebulosa. O tremor
de terra foi acompanhado de calor sufocante; mas
seguiu-se-lhe depois um frio sensível. O corpo de Nosso
Senhor morto, na cruz, causava um sentimento de respeito e
estranha comoção. Os ladrões pendiam em horríveis
contorções, como embriagados, ambos estavam no fim calados;
Dimas rezava.
Era pouco depois de três horas, quando Jesus
expirou. Passando o primeiro terror causado pelo
tremor de terra, alguns dos fariseus recobraram a anterior
arrogância. Aproximando-se da fenda no rochedo do Calvário,
jogaram-lhe pedras e atando várias cordas, amarraram uma
pedra fizeram-na entrar na fenda, para medir-lhe a
profundidade; quando, porém, não tocaram no fundo,
tornaram-se mais pensativos. Também se sentiam inquietos com
os lamentos do povo, que batia no peito; e por isso,
montando a cavalo, retiraram-se; alguns se sentiam mudados
interiormente.
O povo também se retirou em pouco tempo, indo pelo
vale para a cidade, cheio de medo e terror. Muitos se tinham
convertido. Uma parte dos 50 soldados romanos foi reforçar a
guarda da porta, até a chegada dos 500, requeridos por
Pilatos. A porta tinha sido fechada; alguns soldados
ocuparam outros pontos da vizinhança, para impedir
ajuntamento e tumulto. Cássio (Longino) e cerca de cinco
soldados ficaram no lugar do suplício. Os parentes de
Jesus estavam em redor da cruz ou sentados em frente,
chorando. Algumas santas mulheres tinham voltado à cidade.
Silêncio e tristeza reinavam em volta do lenho sagrado.
De longe, no vale e nas alturas afastadas, se via de vez em
quando um ou outro dos discípulos, olhando com curiosidade e
receio para a cruz, mas retirando-se timidamente, ao
aproximar-se alguém.
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