‘Verdadeiro poder de um Papa é o serviço humilde, concreto e rico de fé’, diz Francisco
Em sua homilia, o Pontífice destacou a figura de São José e conclamou
todas as pessoas, não apenas os cristãos, a serem ‘guardiões das dádivas
de Deus’
Francisco fez um apelo aos líderes mundiais para não deixarem que os sinais da destruição tomem conta do mundo
Papa chegou à Praça São Pedro em um jipe branco aberto e desceu para abraçar e beijar fiéis
Usando pela primeira vez o palio (estola) de lã e o anel do pescador, o Papa Francisco celebra sua missa inaugural
FILIPPO MONTEFORTE;FILIPPO MONTEFORTE / AFP
Quem esperava mais demonstrações de simplicidade e humildade por parte
do Papa Francisco não se decepcionou com a missa inaugural de seu
pontificado. Ao chegar à Praça de São Pedro em um jipe branco aberto, o
Pontífice driblou mais uma vez o protocolo e desceu do veículo para
abençoar doentes e beijar crianças. Na cerimônia, mesmo vestindo as
roupas cerimoniais, o primeiro Papa latino-americano continuou a falar
com a voz da humildade, dizendo na homilia que o “verdadeiro poder de um
Papa é o serviço humilde, concreto e rico de fé”. Além de homenagear
seu antecessor, o Papa Emérito Bento XVI, Francisco destacou a figura de
São José, patrono da Igreja, lembrando que ele foi escolhido por Deus
para ser o guardião de Maria e Jesus. Tomando o exemplo do santo, o
líder pediu aos fiéis que “sejam guardiões das dádivas de Deus”.
- José é o guardião porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua
vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas
que lhe estão confiadas - disse o Papa. - Nele, queridos amigos, vemos
como se responde à vocação de Deus: com disponibilidade e prontidão; mas
vemos também qual é o centro da vocação cristã: Cristo. Guardemos
Cristo na nossa vida, para guardar os outros, para guardar a criação!
Francisco lembrou que essa vocação não diz respeito somente aos cristãos, mas tem uma dimensão humana. - Guardar a criação inteira, como nos diz Gênese e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda criatura de Deus e pelo ambiente em que vivemos. Sejam guardiões das dádivas de Deus.
O Papa Francisco pediu aos dirigentes que viajaram a Roma para assistir sua entronização que não deixem os sinais da destruição tomarem conta do mundo. O líder da Igreja Católica pediu ainda proteção aos pobres, respeito às criaturas de Deus e à natureza. - Gostaria de pedir a todos que ocupam papéis de responsabilidade, sendo na política ou na economia, sejamos parte do projeto de Deus na natureza. Não deixemos que sinais de destruição e morte tomem conta desse mundo. Mas para cuidar do outro, temos que cuidar de nós mesmos. O ódio, a soberba são destrutivos. Cuidar quer dizer ser vigilante, cuidar de nossos pensamentos - disse o Pontífice, que terminou sua homilia pedindo, mais uma vez, que os fiéis rezem por ele.
Pelo Twitter, internautas afirmaram que o barulho da multidão para saudar o Papa abafou os sinos da Basílica de São Pedro. Francisco, que tem conquistado o público pela informalidade e bom humor, parou para abraçar e beijar os fiéis enquanto atravessava a Praça de São Pedro em direção à basílica para dar início à cerimônia. Desde o atentado sofrido pelo Papa João Paulo II em 13 de maio de 1981, é comum que os líderes da Igreja Católica utilizem um papamóvel com vidros blindados em eventos públicos.
Telões foram distribuídos em vários pontos da praça para que as pessoas pudessem acompanhar a missa de inauguração do pontificado do argentino Jorge Bergoglio, eleito na semana passada, marcando um período único na História da Igreja. Segundo o jornal italiano “La Stampa”, mais de 200 mil pessoas assistiram à entronização de Bergoglio, que também é o primeiro Papa jesuíta e de nome Francisco.
Delegações de 132 países, monarcas, príncipes e mais de 30 chefes de Estado foram à Roma para assistir à liturgia, que coincide com as festas em homenagem a São José. Tanto a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, quando a presidente da Argentina, Cristina Kirchner - uma das primeiras a chegarem à Praça de São Pedro -, se vestiram de preto, que é considerado o traje correto do ponto de vista protocolar para esse tipo de cerimônia.
A celebração começou com uma oração de Francisco no túmulo do apóstolo Pedro - considerado o primeiro Papa -, situado abaixo do altar central da Basílica de São Pedro. O cardeal Angelo Solado, o decano do Colégio Cardinalício, entregou o anel de pescador ao Papa, símbolo do poder do Pontífice que terá de carregar até a sua morte ou renúncia, e depois será inutilizado como ocorreu com Bento XVI.
Já o pálio papal foi recebido pelo cardeal prodiácono Jean-Louis Tauran, o mesmo que anunciou o “habemus papam”. Feito de lã de ovelha e cordeiro, o pálio representa a dedicação do pastor. Após receber os trajes papais, seis cardeais prestaram o juramento simbólico do ato de obediência ao novo Pontífice em nome dos 207 religiosos que formam o Colégio Cardinalício.
Chefes da Igreja no Oriente que reconhecem a autoridade do Papa - entre elas a maronita e a Alexandrina – também assistiram à cerimônia. Além deles, líderes de outras religiões marcaram presença, incluindo o Papa Ortodoxo. As leituras da missa foram feitas em inglês e em espanhol e o Evangelho, em grego. O Papa não deu a comunhão e a hóstia foi distribuída pelos cardeais e padres.
Argentinos acompanham missa em Buenos Aires
Antes da missa inaugural, o Papa Francisco ligou para a catedral de Buenos Aires e deixou uma mensagem para os fiéis: “Não se esqueçam deste arcebispo que está longe e que gosta muito de vocês”. O Pontífice pediu, em tom de brincadeira: “Não arranquem o couro dele”.
Milhares de argentinos acompanharam a entronização na histórica Praça de Maio, onde foi instalado um enorme telão. Em alguns edifícios de Buenos Aires, foram colocadas bandeiras papais. Desde a noite de segunda-feira, jovens argentinos fizeram vigília na catedral para rezar por Francisco.
Francisco lembrou que essa vocação não diz respeito somente aos cristãos, mas tem uma dimensão humana. - Guardar a criação inteira, como nos diz Gênese e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda criatura de Deus e pelo ambiente em que vivemos. Sejam guardiões das dádivas de Deus.
O Papa Francisco pediu aos dirigentes que viajaram a Roma para assistir sua entronização que não deixem os sinais da destruição tomarem conta do mundo. O líder da Igreja Católica pediu ainda proteção aos pobres, respeito às criaturas de Deus e à natureza. - Gostaria de pedir a todos que ocupam papéis de responsabilidade, sendo na política ou na economia, sejamos parte do projeto de Deus na natureza. Não deixemos que sinais de destruição e morte tomem conta desse mundo. Mas para cuidar do outro, temos que cuidar de nós mesmos. O ódio, a soberba são destrutivos. Cuidar quer dizer ser vigilante, cuidar de nossos pensamentos - disse o Pontífice, que terminou sua homilia pedindo, mais uma vez, que os fiéis rezem por ele.
Pelo Twitter, internautas afirmaram que o barulho da multidão para saudar o Papa abafou os sinos da Basílica de São Pedro. Francisco, que tem conquistado o público pela informalidade e bom humor, parou para abraçar e beijar os fiéis enquanto atravessava a Praça de São Pedro em direção à basílica para dar início à cerimônia. Desde o atentado sofrido pelo Papa João Paulo II em 13 de maio de 1981, é comum que os líderes da Igreja Católica utilizem um papamóvel com vidros blindados em eventos públicos.
Telões foram distribuídos em vários pontos da praça para que as pessoas pudessem acompanhar a missa de inauguração do pontificado do argentino Jorge Bergoglio, eleito na semana passada, marcando um período único na História da Igreja. Segundo o jornal italiano “La Stampa”, mais de 200 mil pessoas assistiram à entronização de Bergoglio, que também é o primeiro Papa jesuíta e de nome Francisco.
Delegações de 132 países, monarcas, príncipes e mais de 30 chefes de Estado foram à Roma para assistir à liturgia, que coincide com as festas em homenagem a São José. Tanto a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, quando a presidente da Argentina, Cristina Kirchner - uma das primeiras a chegarem à Praça de São Pedro -, se vestiram de preto, que é considerado o traje correto do ponto de vista protocolar para esse tipo de cerimônia.
A celebração começou com uma oração de Francisco no túmulo do apóstolo Pedro - considerado o primeiro Papa -, situado abaixo do altar central da Basílica de São Pedro. O cardeal Angelo Solado, o decano do Colégio Cardinalício, entregou o anel de pescador ao Papa, símbolo do poder do Pontífice que terá de carregar até a sua morte ou renúncia, e depois será inutilizado como ocorreu com Bento XVI.
Já o pálio papal foi recebido pelo cardeal prodiácono Jean-Louis Tauran, o mesmo que anunciou o “habemus papam”. Feito de lã de ovelha e cordeiro, o pálio representa a dedicação do pastor. Após receber os trajes papais, seis cardeais prestaram o juramento simbólico do ato de obediência ao novo Pontífice em nome dos 207 religiosos que formam o Colégio Cardinalício.
Chefes da Igreja no Oriente que reconhecem a autoridade do Papa - entre elas a maronita e a Alexandrina – também assistiram à cerimônia. Além deles, líderes de outras religiões marcaram presença, incluindo o Papa Ortodoxo. As leituras da missa foram feitas em inglês e em espanhol e o Evangelho, em grego. O Papa não deu a comunhão e a hóstia foi distribuída pelos cardeais e padres.
Argentinos acompanham missa em Buenos Aires
Antes da missa inaugural, o Papa Francisco ligou para a catedral de Buenos Aires e deixou uma mensagem para os fiéis: “Não se esqueçam deste arcebispo que está longe e que gosta muito de vocês”. O Pontífice pediu, em tom de brincadeira: “Não arranquem o couro dele”.
Milhares de argentinos acompanharam a entronização na histórica Praça de Maio, onde foi instalado um enorme telão. Em alguns edifícios de Buenos Aires, foram colocadas bandeiras papais. Desde a noite de segunda-feira, jovens argentinos fizeram vigília na catedral para rezar por Francisco.
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