Marketing eleitoral levou Dilma ao papa
Depois de
dizer não, presidente viu que perderia ótima chance de aparecer bem na mídia
No sábado (16. mar.2013), a presidente Dilma Rousseff trocou 3 ministros para assegurar
uma aliança sólida na sua campanha pela reeleição em 2014. Nesta semana, a
petista foi a Roma para ver o papa Francisco e também atender a uma lógica do
marketing eleitoral.
Eis 4 argumentos esgrimidos pelos assessores presidenciais para fazer Dilma mudar de ideia:
1) Eleitorado católico – o Brasil tem a maior população católica do mundo. Católicos, são, por óbvio, também eleitores. Em 2010, na campanha eleitoral, ficou um ruído entre a petista e os eleitores religiosos. Avistar-se com o papa seria uma forma de diluir essa impressão deixada há dois anos;
2) Papa simpático – apesar das suspeitas sobre sua atuação tímida ou omissa durante a ditadura na Argentina, o fato é que o cardeal Jorge Mario Bergoglio (o papa Francisco) apareceu de maneira muito positiva na mídia para o seu público, os católicos: sempre sorridente, tem uma estampa mais simpática que a do antecessor, o alemão Joseph Ratzinger (Bento 16). Como se não bastasse, atribuiu a um colega brasileiro a influência pela escolha do nome Francisco;
3) Photo-op de graça e mídia espontânea – não ir a Roma e perder a chance de uma “photo-op” ao lado do papa Francisco seria um erro de marketing. Afinal, hoje (17.mar.2013) e amanhã (18.mar.2013) a presidente Dilma Rousseff vai ganhar o que se chama de “mídia espontânea positiva”, a melhor de todas –e muito desejada pelos publicitários. Mais vale aparecer compungida ao lado do papa no “Jornal Nacional”, da TV Globo, do que dezenas de comerciais sobre o fim da miséria;
4) Agenda nova – depois de aderir “con gusto” à fisiologia trocando ministros no último sábado (16. mar.2013), Dilma força uma mudança de agenda na sua cobertura. Para melhorar a situação, seus principais adversários estarão no Brasil falando mal da gestão de seu governo e ela estará ao lado do papa tirando fotos. Uma vantagem comparativa que a presidente da República, muito focada em sua reeleição, não poderia jogar pela janela.
Em resumo, o marketing ditou a agenda da presidente nessa sua ida ao Vaticano para cumprimentar o papa. Nada mais.
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