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sábado, 30 de março de 2013

SÍMBOLOS DO TRÍDUO PASCAL

SÍMBOLOS DO TRÍDUO PASCAL

QUINTA-FEIRA SANTA

Eucaristia:

A linguagem litúrgica é de um arrojo inaudito. Certas realidades, que não ousaríamos expressar por palavras, nós a vivenciamos através de símbolos do culto cristão. 







Um dos símbolos mais eloqüentes é o pão e o vinho, que no plano da graça querem expressar o que significam no plano natural. Existe no homem o íntimo desejo de comunhão de vida com Deus. Gostaria de estar unido a Ele como a comida e a bebida se tornam um com seu corpo. O homem tem fome e sede de Deus. Não deseja apenas conhecê-lo e amá-lo, mas apoderar-se dele, possuí-lo, consumí-lo, comê-lo e bebê-lo, saciar-se plenamente dele.
 
 Para exprimir que Deus veio ao encontro deste desejo do homem, Cristo, o pão da vida, escolheu o símbolo do pão e do vinho, da comida e da bebida. Pão significa união, alimento, vida. Como o alimento se torna um com o homem, Deus quer unir-se ao homem. Vinho é bebida. Mas não bebida que apenas mata a sede. É bebida que alegra, inebria, faz transbordar de felicidade. Assim Deus constitui a felicidade do homem, a saciedade do homem.
 
 
Cristo se tornou para nós pão e vinho. Podemos comê-lo e bebê-lo, isto é, podemos tornar-nos um com Ele na saciedade inebriante da vida feliz. Este pão torna-se para nós garantia da imortalidade. No pão e no vinho existe também muito de humano. O pão para ser pão passa por um longo processo. Igualmente o vinho. Por isso podemos dizer que o pão e o vinho quando usado no Sacramento da Eucaristia adquirem um tríplice sentido. Eles representam nossa vida e todas as coisas criadas por Deus. Toda a criação constitui objeto de ação de graças a Deus. E o homem a oferece a Deus como rei da criação. Em segundo luga, o pão e o vinho significam o trabalho, a capacidade de criar do homem, sendo também nisto semelhante a Deus. Em terceiro lugar - e isto é algo inaudito e nós o aceitamos porque Cristo no-lo revelou- o pão e o vinho significam nossa comunhão de vida com Deus, onde Cristo se torna comida e bebida no Banquete Eucarístico. Deus vem ao encontro do homem no seu desejo de comunhão de vida com Ele.

Pão e Vinho, símbolos de comida e bebida, exprimem pois a nossa vida, como também a nossa ação, a indústria do homem, seu domínio sobre a natureza que ele trabalha e transforma. Significam, outrossim, o próprio Cristo no mistério de sua Morte e Ressurreição.
Com Ele nós damos inteiramente, com todas as nossas qualidades e capacidades, todo o nosso trabalho e nossas realizações, toda a nossa vida relacionada com Cristo, vivida na maior intensidade possível a serviço do próximo.

A preparação destas ofertas não constitui ainda o sacrifício como tal. O pão e o vinho querem recordar, recolher toda essa realidade humana em Cristo. A serviço dessa preparação está toda a Liturgia da Palavra que quer dar maior sentido à nossa vida, aumentando a nossa fé, avivando a nossa esperança e intensificando o nosso amor. Quando, pois, representantes da assembléia apresentam as ofertas, levam a nossa vida, o nosso trabalho, as nossas realizações e conquistas, unidos a Cristo. Podemos deizer que, de certa maneira, nós nos colocamos sobre o altar para sermos transformados em Cristo e por Ele apresentados ao Pai. O homem aparece na presença de seu Deus, que o agraciou com a existência e o cumulou com a nova vida da graça. Toma daquilo que Deus lhe deu e que ele realizou pelo seu trabalho para dizer que tudo lhe pertence, tornando-se, desta forma, o pão e o vinho sinal do homem mesmo, daquilo que ele é e daquilo que ele faz. 
 
Deus, por sua vez, aceita este dom, o homem mesmo, representado pelos símbolos do pão e do vinho. Não só os aceita, mas os transforma, os assume pela ação de graças.   Em resposta à oferta de nossa existência, em conformidade com a sua santíssima vontade, Deus mesmo se dá em alimento. Ali se realiza aquele desejo do homem de participar da vida e da imortalidade de Deus, não pelo orgulho como no caso de Adão e Eva, mas pela humildade, reconhecendo a sua condição de criatura mortal. 
 
Lava-Pés: 
 

É o memorial do grande mandamento realizado na Quinta-feira Santa. Nos primeiros séculos celebrado nos mosteiros pelo Abade, nas Catedrais pelo Bispo e nas cortes pelos príncipes. Houve Santos Padres que atribuíram caráter sacramental a este rito. Atualmente ele é realizado na missa da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, após a Liturgia da Palavra. Não tem caráter obrigatório. Se razões pastorais o aconselharem, será realizado. Há regiões onde se realiza o rito do lava-pés em assembléia especial; às vezes até ao ar livre. Constitui, sem dúvida, um rito de grande plasticidade. Pode ser grandemente valorizado na linha da iniciação à prática do grande mandamento no interior da comunidade paroquial. 
 
Alguns elementos podem ajudar para que o rito incida realmente na vida da comunidade. Seja celebrado em hora conveniente, de modo que a comunidade paroquial possa de fato estar presente. Pode-se realizar o rito com alguma lembrança aos "apóstolos" como, por exemplo, um pãozinho. As toalhas para enxugar os pés poderão ostentar símbolos de vivência cristã. Bom seria que após o rito toda a comunidade realizasse um gesto de generosidade em favor da comunidade. Seria o caso de se fazer uma coleta com fim bem determinado.

SEXTA-FEIRA SANTA

Adoração da Cruz:

A Cruz está plantada em toda parte. Encontramo-la nas igrejas, nas casas, nas praças, em repartições públicas, à beira das estradas e nos cimos das montanhas. Com ela deparamos desde o nascer até o pôr-do-sol; do nascimento até a morte. Caminha conosco em horas de alegria e de tristeza. Junto ao batistério por ela fomos marcados e a mortalha é por ela encimada. Encontramo-la na natureza e na arte. Não apenas a encontramos; ela está e cresce em cada homem; ela nos reveste. 
 
Contudo, desde que Jesus Cristo morreu suspenso a um madeiro, abraçando em seu imenso amor toda a humanidade, as cruzes de todos os tempos e lugares foram iluminadas. Daquele momento a Cruz tornou-se esperança dos homens. A árvore da morte do paraíso transformou-se em árvore da Vida. A figura da serpente levantada no deserto transformou-se em realidade. Jesus Cristo venceu a antiga serpente, transformando a cruz em troféu de vitória. Assim, aos poucos a cruz foi sendo tomada como o sinal do cristão. Os cristãos dos primeiros séculos começaram a identificar a cruz de Cristo em toda parte: no martelo, no machado, na charrua, nas iniciais das palavras Cristo em Grego (XP), no X, no Y, na âncora, no báculo, no candelabro, na palma, no T, nas plantas e na própria figura da pessoa humana. 

 
Primeiramente se usava simplesmente o símbolo da cruz, sem o corpo de Jesus Cristo afixado. Portanto, a cruz e não o crucifixo. 

 
Era natural que a cruz como sinal do Cristão, de sua fé na morte redentora de Cristo, muito cedo entrasse também no uso litúrgico. Assim temos hoje uma presença muito frequente da Cruz nas mais diversas formas de Expressão. 



SÁBADO SANTO

Fogo Novo:


Tirado da pedra virgem na Vigília da Páscoa simboliza Cristo que, saindo do sepulcro de pedra, vai ao encontro de sua glória. O Círio Pascal representa Cristo, princípio de salvação. Cristo é a verdadeira coluna de fogo que serve de guia para o seu povo. 

É na justiça de Cristo que todo cristão é batizado. Nele se infunde o fogo do Espírito Santo. Um fogo purificador do pecado, um fogo que dá nova vida, fogo do amor de Deus que transforma todas as coias.
 
Fonte:
BECKÄUSER, Alberto. Símbolos Litúrgicos. Ed. Vozes: Petrópolis, 1981. 3a Edição.

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