EVANGELHO COTIDIANO
"Senhor, a quem
iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
30º Domingo do Tempo Comum
Naquele tempo, Jesus disse a seguinte parábola para alguns que se
consideravam justos e desprezavam os outros:
«Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro publicano.
O fariseu, de pé, orava assim: ‘Meu Deus, dou-Vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem como este publicano.
Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de todos os meus rendimentos’.
«Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro publicano.
O fariseu, de pé, orava assim: ‘Meu Deus, dou-Vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem como este publicano.
Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de todos os meus rendimentos’.
O publicano ficou a distância e nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu;
mas batia no peito e dizia: ‘Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou
pecador’.
Eu vos digo que este desceu justificado para sua casa e o outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
Eu vos digo que este desceu justificado para sua casa e o outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
Comentário do dia: São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
3.º sermão sobre a Anunciação, 9-10
«O publicano [...] nem sequer se
atrevia a erguer os olhos ao Céu.»
Qual é o vaso para onde a graça se inclina de preferência? Se a
confiança foi feita para receber nela a misericórdia, e a paciência para
recolher a justiça, que recipiente podemos propor que esteja apto a receber a
graça?
Trata-se de um bálsamo muito puro, que precisa de um vaso muito sólido. Ora, o que há de mais puro e mais sólido que a humildade de coração? É por isso que Deus «dá a sua graça aos humildes» (Tg 4,6). Foi com razão que «Ele pousou o seu olhar na humildade da sua serva» (Lc 1,48); porque um coração humilde não se deixa ocupar pelo mérito humano e a plenitude da graça pode expandir-se nele mais livremente. [...]
Observastes este fariseu em oração? Ele não era ladrão, nem injusto, nem adúltero. Não negligenciava a penitência. Jejuava dois dias por semana, dava o dízimo de tudo quanto possuía. [...] Mas não estava esvaziado de si mesmo, não se despojara de si próprio (Fil 2,7), não era humilde, mas, pelo contrário, altivo. Com efeito, não se preocupou em saber o que ainda lhe faltava, mas exagerou o seu mérito; não estava cheio, mas inchado. E foi-se embora vazio, por ter simulado a plenitude. O publicano, pelo contrário, porque se humilhou a si próprio e se preocupou em se apresentar como um vaso vazio, pôde trazer uma graça muito mais abundante.
Trata-se de um bálsamo muito puro, que precisa de um vaso muito sólido. Ora, o que há de mais puro e mais sólido que a humildade de coração? É por isso que Deus «dá a sua graça aos humildes» (Tg 4,6). Foi com razão que «Ele pousou o seu olhar na humildade da sua serva» (Lc 1,48); porque um coração humilde não se deixa ocupar pelo mérito humano e a plenitude da graça pode expandir-se nele mais livremente. [...]
Observastes este fariseu em oração? Ele não era ladrão, nem injusto, nem adúltero. Não negligenciava a penitência. Jejuava dois dias por semana, dava o dízimo de tudo quanto possuía. [...] Mas não estava esvaziado de si mesmo, não se despojara de si próprio (Fil 2,7), não era humilde, mas, pelo contrário, altivo. Com efeito, não se preocupou em saber o que ainda lhe faltava, mas exagerou o seu mérito; não estava cheio, mas inchado. E foi-se embora vazio, por ter simulado a plenitude. O publicano, pelo contrário, porque se humilhou a si próprio e se preocupou em se apresentar como um vaso vazio, pôde trazer uma graça muito mais abundante.
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