Evangelho Cotidiano
"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
18º Domingo do Tempo Comum
Anúncio do Evangelho (Lc 12,13-21)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
- PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 13alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo”. 14Jesus respondeu: “Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?”
15E disse-lhes: “Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”.
16E contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. 17Ele pensava consigo mesmo: ‘O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’.
18Então resolveu: ‘Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e fazer maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. 19Então poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!’20Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda esta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’21Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
«A vida não consiste na abundância de bens»
Hoje, Jesus situa-nos face a face
com aquilo que é fundamental para a nossa vida cristã, nossa vida de
relação com Deus: fazer-se rico diante Dele. Ou seja, encher nossas mãos
e nosso coração com os bens sobrenaturais, espirituais, de graça e não
de coisas materiais.
Por isso, à luz do Evangelho de hoje, podemos nos perguntar: De que
enchemos nosso coração? O homem da parábola sabia bem: «Descansa, come,
bebe, goza a vida» (Lc 12,19. Mas isso não é o que Deus espera de um bom
filho seu. O Senhor não colocou nossa felicidade nas heranças, boas
comidas, carros último modelo, férias em lugares exóticos, casas de
campo, o sofá, a cerveja ou o dinheiro. Todas essas coisas podem ser
boas, mas em si mesmas não podem saciar o desejo de plenitude da nossa
alma e, portanto, devemos usá-las bem, como meios que são.
É a experiência de São Inácio de Loyola, cuja celebração temos próxima.
Assim, o reconhecia em sua autobiografia: «Quando se voltava para as
coisas mundanas, sentia grandíssimo prazer; mas, ao deixá-las por
cansaço, via-se descontente e árido. Ao contrário, quando pensava na
vida rigorosa que notava nos santos, não só no momento em que as
resolvia no pensamento, se enchia de gozo, mas quando o abandonava,
encontrava-se alegre». Também pode ser a experiência de cada um de nós.
E acontece que as coisas materiais, terreais, caducam e passam; por
contraste, as coisas espirituais são eternas, imortais, duram para
sempre e, são as únicas que podem encher nosso coração e dar sentido
pleno à nossa vida humana e cristã.
Jesus o diz bem claro: «Tolo!» (Lc 12,20), assim qualifica quem tem
apenas objetivos materiais, terreais, egoístas. Que em qualquer momento
da nossa existência podamo-nos apresentar diante Deus com as mãos e o
coração cheios de esforço por ter buscado ao Senhor e, aquilo que a Ele
gosta, que é o único que nos levará ao céu.- Rev. D.
Jordi
PASCUAL i Bancells
(Salt, Girona, Espanha)
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«O homem tem um dever honroso e uma obrigação: orar e amar. Quem ora e ama, tem encontrado a felicidade neste mundo» (San Juan Mª Vianney)
«Tu és importante! E Deus conta contigo pelo que és, não pelo que tens: perante ele, nada vale a roupa que vestes nem o telemóvel que utilizas; não lhe importa se vas à moda, importas-lhe, tal qual és. Aos olhos de Deus, vales, e aquilo que vales não tem preço» (Francisco)
«O décimo mandamento condena a avidez e o desejo duma apropriação desmesurada dos bens terrenos; e proíbe a cupidez desregrada, nascida da paixão imoderada das riquezas e do seu poder (…)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.536)
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