Como padre e ministro de Estado, Cardenal foi ao aeroporto recepcionar o Pontífice. Lembro bem do ocorrido porque a visita repercutiu amplamente na imprensa. João Paulo II, polonês, vivera em sua dureza a experiência de um país comunista e foi um dos artífices da derrocada da União Soviética e da libertação de nove de seus Estados satélites na década seguinte.
A cena correu mundo. O papa desceu do avião, não beijou o chão, como era seu costume, dirigiu-se às autoridades, postou-se diante do padre Cardenal (que se recusara a deixar o governo comunista) e passou-lhe um breve sermão, brandindo o dedo indicador diante dele. As atividades sacerdotais do padre estiveram suspensas durante o longo período de sua participação no governo.
"O Papa que colocou o ditador da Nicarágua no seu devido lugar!
O Papa João Paulo II condenou a Teologia da Libertação e visitou a Nicarágua durante a primeira vez que Daniel Ortega tentou implementar a ditadura no país. Diante das perseguições desencadeadas contra os católicos na Nicarágua, as palavras do Santo Padre passaram a soar como proféticas. Acompanhe o episódio ocorrido em 1983 e compartilhe! Não deixe que o mesmo aconteça no Brasil! "
Blog Catolicismo Brasil - Alerta: Não somos um Blog político, mas como católicos temos o dever de alertar que o comunismo, a esquerda, sempre persegue os cristãos. Lula é amigo, defensor e apoiador do Daniel Ortega. A esquerda tomando o poder no Brasil não vai fugir à regra. No Chile estão queimando igrejas.
Passaram-se os anos. Com breve interrupção, os comunistas continuam governando a Nicarágua, agora sob a ditadura de Daniel Ortega. Padres estão sendo presos. No último dia 19, foi a vez do bispo de Matagalpa ser “recolhido”.
“E Cardenal?” perguntará o leitor que chegou até aqui. Pois o padre Cardenal deixou o governo em 1987, rompeu com a FSLN em 1994, e passou a ser, ele mesmo, perseguido pelo regime até sua morte em 2020. Durante a missa de corpo presente, os comunistas profanaram a igreja. Chamavam-no traidor. A revolução consumiu, assim, um de seus criadores.
Enquanto o comunismo vai espalhando suas lições pelo mundo, aqui, os seduzidos por ele silenciam, concordam, ocultam e desconversam, como fez a CNBB, instigada pelos colegas da Nicarágua que buscavam apoio em sua resistência aos ataques do regime. Sem qualquer menção à ofensiva empreendida pelo governo de Ortega contra clero e fieis, a nota diz isto e apenas isto:
“Nós, bispos do Brasil, acompanhamos com tristeza e preocupação os acontecimentos que têm marcado a vida da Igreja na Nicarágua. Sentimo-nos profundamente unidos aos irmãos bispos e a todo o povo nicaraguense. Clamamos ao Bom Deus para que a paz e a justiça sejam alcançadas.”
Nesta terra abençoada, há quem concorde, quem finja não ver, quem chamado a se manifestar não reprove e quem afirme ser necessário quebrar ovos conservadores para fazer a omelete de uma revolução que já leva perto de meio século.
Percival Puggina
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