Santo Ezequiel Moreno y Diaz
Seguindo o exemplo do seu irmão mais velho, Eustáquio, em 1864 vestiu o hábito religioso no Convento dos agostinianos recoletos de Monteagudo, em Navarra. Tomou o nome de frei Ezequiel de Nossa Senhora do Rosário quando emitiu os votos solenes em 1866. Três anos depois, foi enviado para as Ilhas Filipinas, onde permaneceu por 15 anos, ganhando notoriedade pela integridade do seu apostolado missionário.
Em 1885, Ezequiel Moreno foi nomeado superior do Convento de Monteagudo, retornando para a Espanha. Após três anos, quando terminou o seu mandato, os irmãos da Colômbia pediram ajuda à Espanha e ele se ofereceu como voluntário. Nomeado superior da expedição de sete missionários, em 1888, partiu da Espanha em direção à América.
Antes de tudo, restabeleceu a observância das Regras religiosas nas comunidades da Ordem. Depois, trabalhou para a reativação das missões de Los Llanos de Casanare, exercida, anteriormente, pelos agostinianos recoletos.
Com cartas exaltando a necessidade e o valor das missões, despertava o entusiasmo do governo e das autoridades eclesiásticas, além de estimular o ânimo dos religiosos.
Ezequiel Moreno foi consagrado bispo de Pinara e vigário apostólico de Casanare em 1894. Pretendia acabar ali os seus dias, porém Deus o tinha destinado para uma tarefa mais árdua e delicada. Um ano depois, foi nomeado bispo de Pasto. O novo ministério foi seu verdadeiro calvário, sendo submetido a humilhações, menosprezo, calúnias, perseguições. Chegou, em algumas circunstâncias, a experimentar momentos de abandono por parte dos seus irmãos do clero.
Assim, para pôr um fim às polêmicas existentes, em 1898 foi para Roma apresentar sua renúncia ao papa Leão XIII, que não aceitou. Teve, então, de retornar à sua sede episcopal, onde, além dos novos ataques pessoais, esperavam-no as aflições da sangrenta guerra civil que se desencadeara.
Adoeceu em 1905, passando por um rápido e sofrido final, acometido por um câncer agressivo no nariz, depois de duas operações sem êxito feitas na Espanha. Morreu no dia 19 de agosto de 1906, na sua cela do Convento de Monteagudo, sendo sepultado na igreja de Nossa Senhora do Caminho, deste mesmo convento.
A fama de sua santidade difundiu-se entre os cristãos, sobretudo nos da Colômbia. Muitas curas, especialmente de câncer, foram atribuídas à sua intercessão, sendo beatificado em 1975. O anúncio de sua canonização foi feito pelo papa João Paulo II em 1992, na cidade de São Domingos, quando apresentou santo Ezequiel Moreno y Diaz ao mundo como exemplo de missionário e pastor, na festa do V Centenário da Evangelização da América.
Santo Ezequiel Moreno y Diaz, rogai por nós!
João Eudes nasceu em 14 de novembro de 1601, na pequena vila de Ré, no norte da França. Era o primogênito de Isaac e Marta, que tiveram sete filhos. Cresceu num clima familiar profundamente religioso.
Inicialmente, estudou no Colégio Real de Dumont, em Caen, dos padres jesuítas. Nos intervalos das aulas, costumava ir à capela rezar, deixando as brincadeiras para o segundo plano. Na adolescência, por sua grande devoção a Maria, secretamente consagrou-se a ela. Depois, sentindo sua vocação religiosa, foi aconselhado a terminar os estudos antes de ordenar-se sacerdote.Em 1623, com o consentimento dos pais, foi para Paris, onde ingressou no Oratório, sendo recebido pelo próprio fundador, o cardeal Pedro de Bérulle. Dois anos depois, recebeu sua ordenação, dedicando-se integralmente à pregação entre o povo. Pleno do carisma dos oratorianos, centrados no amor a Cristo, e de sua especial devoção a Maria, passou ao ministério de pregação entre o povo. Promoveu o culto litúrgico do Sagrado Coração. Visitou vilas e cidades de Ile de França, Bolonha, Bretanha e da sua própria região de origem, a Normandia.
Nesta última, quando, em 1627, ocorreu a epidemia da peste, João percorreu quase todas, principalmente as vilas mais distantes e esquecidas. Como sensível pregador, levou a Palavra de Cristo, dando assistência aos doentes e suas famílias. Nunca temeu o contágio. Costumava dizer, em tom de brincadeira, que de sua pele até a peste tinha medo: "Desta carcaça até a peste tem medo", dizia. Mas temia pela integridade daqueles que viviam à sua volta, que, ao seu contato, poderiam ser contagiados.
Por isso não entrava em casa e, à noite, dormia dentro de um velho barril abandonado ao lado do paiol. Inconformado com o contexto social que evoluía perigosamente, no qual as elites dos intelectuais valorizavam a razão e desprezavam a fé, João Eudes, sabendo interpretar esses sinais dos tempos, fundou, em 1641, a Congregação de Jesus e Maria com um grupo de sacerdotes de Caen que se uniram a ele. A missão dos eudianos é a formação espiritual e doutrinal dos padres e seminaristas e a pregação evangélica inserida nas necessidades espirituais e materiais do povo. Além de difundir, por meio dessas missões, a devoção aos Sagrados Corações de Jesus e Maria.
Seguindo esse pensamento, também fundou a Congregação Nossa Senhora da Caridade do Refúgio, para atender às jovens que de desviavam pelos caminhos da vida e às crianças abandonadas. A Ordem deu origem, no século XIX, à Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, conhecida como as Irmãs do Bom Pastor.
Com os seus missionários, João dedicou-se à pregação de missões populares, num ritmo de trabalho simplesmente espantoso. As regiões atingidas pelo esforço dos seus missionários foram aquelas que mais resistiram ao vendaval antirreligioso da Revolução Francesa.
Coube a João Eudes a glória de ter sido o precursor do culto da devoção dos sagrados corações de Jesus e de Maria. Para isso, ele próprio compôs missas e ofícios, festejando, pela primeira vez, com um culto litúrgico do Coração de Maria em 1648, e do Coração de Jesus em 1672. Hoje, essas venerações fazem parte do calendário da Igreja.
Morreu em Caen, norte da França, no dia 19 de agosto de 1680, deixando uma obra escrita de grande valor teológico pela clareza e profundidade. Foi canonizado pelo papa Pio XII em 1925. A festa de são João Eudes comemora-se no dia de sua morte.
São João Eudes, rogai por nós!
Ludovico
de Anjou, embora de ascendência francesa, nasceu na Itália,
provavelmente na Sardenha, em 1274. Era o mais velho entre os 14 irmãos.
Sua mãe era Maria, sobrinha de santa Isabel da Hungria e irmã de três
príncipes que também chegaram a ser reis e santos: Estêvão, Ladislau e
Henrique. Seu pai era Carlos II de Anjou, rei de Nápoles, Sicília,
Jerusalém e Hungria, e filho do papa Inocêncio II. Ludovico também era
sobrinho-neto de são Luiz IX, rei da França.
Em 1284, começou a
crise da Casa Real de Anjou, na Itália meridional. O pai de Ludovico
tornou-se prisioneiro dos reis de Aragão da Espanha, e sua liberdade foi
concedida, depois de três anos, mediante troca de reféns. O rei
espanhol Afonso III exigiu que esses fossem os três sucessores diretos
do rei Carlos II: Ludovico, Roberto e Raimundo.
Eles foram muito
maltratados e Ludovico em especial, pois era o mais velho e tinha 13
anos de idade. Tratado com aspereza e crueldade, pagando pelo rancor que
o rei de Aragão nutria pela política do papa e do rei de Anjou. Motivo
que o levou a quebrar todos os acordos firmados antes da troca dos
reféns: o cativeiro dos príncipes durou sete anos.
Ludovico
aceitou a longa prisão com abnegação e paciência, pois já estava
acostumado com a vida de penitência. Desde pequeno, ele não dormia na
sua cama real, preferindo o chão duro e frio. Assim, aquele período no
cárcere só cristalizou a santidade do jovem príncipe. Era tratado
cruelmente e deixado junto com os leprosos, os quais cuidava com zelo e
carinho. Não temia o contágio, que seria motivo de felicidade, pois
poderia sofrer um pouco e imitar o sofrimento de Cristo.
Esse seu
período de cativeiro foi acompanhado pelos frades da Ordem de São
Francisco, principalmente pelo frei Jacques Deuze, depois eleito papa.
Foi ele que presenciou e registrou as curas prodigiosas feitas por
intercessão de Ludovico. Também acompanhou o jovem príncipe quando ele
adoeceu gravemente, testemunhando a sua milagrosa cura e a decisão de
tornar-se um simples frade franciscano.
Finalmente, a paz voltou
entre as famílias reais de Aragão e Anjou. Em janeiro de 1296, os três
príncipes foram libertados. Assim que chegaram a Nápoles, Ludovico
renunciou ao trono real em favor de seu irmão Roberto.
Ingressou
na vida religiosa no Convento de Ara Coeli, dos franciscanos, em Roma.
Em maio do mesmo ano, voltou para Nápoles, onde recebeu as sagradas
ordens. Mas foi chamado pelo papa Celestino V, que o queria bispo da
diocese de Toulouse, na França, que estava vaga. Ludovico, devendo
obediência, aceitou.
Porém, sendo um frade franciscano, dispensou
a luxuosa residência episcopal, preferindo a pobreza dos conventos da
irmandade. Todavia, muito enfraquecido, pegou tuberculose. Apesar disso,
foi a Roma assistir à canonização de Luiz IX, rei da França, seu
tio-avô. A fadiga da viagem agravou a doença e ele acabou morrendo, no
dia 19 de agosto de 1297, aos 23 anos de idade.
O bispo Ludovico
de Toulouse foi proclamado santo em 1317 pelo papa João XXII, frei
Jacques Douze, que presenciou sua penitência e suas curas milagrosas
durante o cativeiro. As famílias da realeza de Anjou e de Aragão,
unidas, presenciaram a cerimônia.
São Ludovico, rogai por nós!
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