De altas virtudes e rigorosas penitências, anunciou o advento do
Cristo e ao denunciar os vícios e injustiças deixou Deus conduzí-lo
A festa da natividade de são João Batista ocorre no dia 24 de junho.
Ela faz parte da tradição dos cristãos, assim como esta que celebramos
hoje, do martírio de são João Batista. No calendário litúrgico da
Igreja, esta comemoração iniciou na França, no século V, sendo
introduzida em Roma no século seguinte. A origem da comemoração foi a
construção de uma igreja em Sebaste, na Samaria, sobre o local indicado
como o do túmulo de são João Batista. João era primo de Jesus e foi quem melhor soube levar ao povo a palavra do Mestre. Jesus dedicou-lhe uma grande simpatia e respeito, como está escrito no evangelho de são Lucas: "Na verdade vos digo, dentre os nascidos de mulher, nenhum foi maior que João Batista". João Batista foi o precursor do Messias. Foi ele que batizou Jesus no rio Jordão e preparou-lhe o caminho para a pregação entre o povo. Não teve medo e denunciou o adultério do rei Herodes Antipas, que vivia na imoralidade com sua cunhada Herodíades.
“Em verdade eu vos digo, dentre os que nasceram de mulher, não surgiu ninguém maior que João, o Batista…De fato , todos os profetas, bem como a lei, profetizaram até João. Se quiserdes compreender-me, ele é o Elias que deve voltar.” (Mt 11,11-14)
A ousadia do profeta despertou a ira do rei, que imediatamente mandou prendê-lo. João Batista permaneceu na prisão de Maqueronte, na margem oriental do mar Morto, por três meses. Até que, durante uma festa no palácio daquela cidade, a filha de Herodíades, Salomé, instigada pela ardilosa e perversa mãe, dançou para o rei e seus convidados. A bela moça era uma exímia dançarina e tinha a exuberância da juventude, o que proporcionou a todos um estonteante espetáculo.
No final, ainda entusiasmado, o rei Herodes disse que ela poderia pedir o que quisesse como pagamento, porque nada lhe seria negado. Por conselho da mãe, ela pediu a cabeça de João Batista numa bandeja.
“Pois ele será grande perante o Senhor; não beberá nem vinho, nem
bebida fermentada, e será repleto do Espírito Santo desde o seio de sua
mãe. Ele reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus: e
ele mesmo caminhará à sua frente…” ( Lc 1, 15)
Assim, a
palavra do rei foi mantida. Algum tempo depois, o carrasco trazia a
cabeça do profeta em um prato, entregando-a para Salomé e para sua
maldosa mãe. O martírio por decapitação de são João Batista, que nos
chegou narrado através do evangelho de são Marcos, ocorreu no dia 29 de
agosto, um ano antes da Paixão de Jesus.
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