Lutero, em 1522, escreveu um belo comentário do Magnificat de
Nossa Senhora, onde repetidas vezes a chama de a “doce Mãe de Deus”. E
nele Lutero pede à Virgem “que ore por ele”. Entre outras coisas ele
disse da Virgem Maria: “Peçamos a Deus que nos faça compreender bem as
palavras do Magnificat… Oxalá Cristo nos conceda esta graça por
intercessão de sua Santa Mãe! Amém. (“Comentário do Magnificat”).
Como então os protestantes, os seguidores
de Lutero, não aceitam a intercessão de Nossa Senhora? É bom recordar
também que Lutero implorou a intercessão de Santa Ana, mãe de Nossa
Senhora, quando quase foi atingido por um raio. Lutero disse ainda: “Ela [Maria]nos
ensina como devemos amar e louvar a Deus, com alma despojada e de modo
verdadeiramente conveniente, sem procurar nele o nosso interesse… Eis
um modo elevado, puro e nobre de louvar: é bem próprio de um espírito
alto e nobre como o da Virgem. ” (“Maria Mãe dos homens”, Edições Paulinas, SP, p. 561).
“Maria – escreve Lutero – não se orgulha
da sua dignidade nem da sua indignidade, mas unicamente da consideração
divina, que é tão superabundante de bondade e de graça que Deus olhou
para uma serva assim tão insignificante e quis considerá-la com tanta
magnificência e tanta honra… Ela não exaltou nem a virgindade nem a
humildade, mas unicamente o olhar divino repleto de graça. (…) De fato
não deve ser louvada a sua pequenez, mas o olhar de Deus”. (idem)
Lutero mostra que Nossa Senhora não atrai
a nossa atenção sobre Si, mas leva-nos a olhar para Deus: “… Maria não
quer ser um ídolo; não é Ela que faz, é Deus que faz todas as coisas.
Deve ser invocada para que Deus, por meio da vontade dela, faça aquilo
que pedimos; assim devem ser invocados também todos os outros santos,
deixando que a obra seja inteiramente de Deus” (idem pp.574-575).
Madre Basiléia, é da Sociedade das Irmãs
de Darmtadt, fundada na Alemanha e presente no Brasil, luterana; no
entanto, as irmãs dessa Comunidade acrescentam no seu nome de Batismo o
de Maria, como acontece em algumas Congregações católicas. M. Basiléia
escreveu o livro “Maria – Der Weg der Mutter des Herrn”, sobre o
“Caminho de Maria”, publicado em Português, em Curitiba (1982), onde
cita algumas coisas que Lutero escreveu da Virgem Maria, que
transcrevemos da Revista Pergunte e Responderemos, n. 429, 1998 – Lutero
e Maria Santíssima, pp. 81-86).
“ Esta única palavra “mãe de Deus” contém
toda a sua honra. Ninguém pode dizer algo de maior dela ou exalta-la,
dirigindo-se à ela, mesmo que tivessem tantas línguas quantas folhas
crescem nas folhagens, quantas graminhas há na terra, quantas estrelas
brilham no céu e quantos grãozinhos de areia existem no mar. Para
entender o significado do que é ser mãe de Deus, é preciso pesar e
avaliar esta palavra no coração”. (Explicação do Magníficat)
Depois de citar essas palavras de Lutero,
M. Basiléia ainda escreve: “Ao ler essas palavras de Martinho Lutero,
que até o fim de sua vida honrava a mãe de Jesus, que santificava as
festas de Maria e diariamente cantava o Magnificat, se percebe quão
longe nós geralmente nos distanciamos da correta atitude para com ela,
como Martinho Lutero nos ensina, baseando-se na Sagrada Escritura. Quão
profundamente todos nós, evangélicos, deixamo-nos envolver por uma
mentalidade racionalista, apesar de que em nossos escritos confessionais
se lêem sentenças como esta: “Maria é digna de ser honrada e exaltada
no mais alto grau” (Art. 21,27 da Apologia de Confissão de Augsburgo).
Em 1537, em seus “Artigos da Doutrina
Cristã”, é o próprio Lutero quem diz: “O Filho de Deus fez-se homem, de
modo a ser concebido do Espírito Santo sem o concurso de varão e a
nascer de Maria pura, santa e sempre virgem”.
Fonte: Lutero acreditava em Nossa Senhora
Maria: eterna virgem e “Mãe de Deus”
Uma dessas desarmonias era que
Lutero cria que Maria era a “Mãe de Deus.” Ele também acreditava na “virgindade
perpetua de Maria” — a crença católica de que Maria, embora casada com José,
nunca teve outros filhos e nunca teve relações sexuais com seu marido. Ele
também acreditava na doutrina católica da “IMACULADA CONCEIÇÃO,” isto é, que
Maria, quando concebeu Jesus Cristo do Espírito Santo, era a única mulher da
história humana sem nenhum pecado.
João Calvino publicou o Catecismo da Igreja de Genebra, onde se lê:
“O
Filho de Deus foi formado no seio da Virgem Maria… Isto aconteceu por ação
milagrosa do Espírito Santo sem consórcio de varão. Firmemente creio, segundo
as palavras do Evangelho, que Maria, como virgem pura, nos gerou o Filho de
Deus e que, tanto no parto quanto após o parto, permaneceu virgem pura e
íntegra.” (“Corpus Reformatorum”)
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