Santo Agapito I
O
bispo eleito para suceder o pontífice João II, na cidade de Roma, foi
Agapito I, que se consagrou no dia 13 de maio de 535. O seu pontificado
durou apenas onze meses e dezoito dias.
Nesse
tão curto período do seu governo, o papa Agapito I elevou as finanças
da Igreja; tomou decisões doutrinais importantes para a correta
compreensão dos fundamentos do cristianismo e lutou com energia pela
defesa da fé e dos bons costumes. Ele mandou queimar as bulas de
Bonifácio II, condenatórias das doutrinas de Dióscoro, e negou aos
hereges re-convertidos que conservassem seus cargos e benefícios, como
pretendia o imperador Justiniano. Enfim, foi um papa zeloso e defensor
da tradição católica.
Também proibiu que os bispos das Gálias,
atuais França e Espanha, vendessem os bens de suas igrejas, até mesmo em
caso de extrema necessidade. Excomungou Antimo, o patriarca de
Constantinopla, que havia alcançado o patriarcado graças às intrigas da
imperatriz Teodora, e nomeou em seu lugar Mena, um bispo católico,
homem de fé e saber. Como revelou o próprio papa Agapito I, numa carta a
Pedro, bispo de Jerusalém; era a primeira vez, desde os tempos
apostólicos, que uma Igreja Oriental recebia como patriarca um bispo
consagrado pelo papa.
Fundou, em Roma, uma academia de Belas
Letras e várias escolas para adultos e crianças pobres, e distinguiu-se
por sua inesgotável caridade.
Por fim, o papa Agapito I viajou
para Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente, na qualidade
de embaixador do rei, na esperança, logo tornada desilusão, de fazer
cessar a desastrosa guerra greco-gótica da Itália, estourada em 535.
Porém quase foi condenado ao exílio pelo imperador Justiniano, decidindo
voltar para Roma. Ocorreu, entretanto, que o papa Agapito I foi
acometido por uma grave enfermidade, morrendo logo em seguida, no dia 22
de abril de 536. Seu funeral foi tal como nunca se vira em
Constantinopla, tanto para um bispo quanto para um imperador. O corpo de
santo Agapito I, papa e confessor, foi transladado para o Vaticano e
enterrado no dia 17 de setembro do mesmo ano, no pátio da catedral de
São Pedro, em Roma.
A santidade do papa Agapito I sempre foi
muito lembrada pelos escritos de são Gregório Magno. Ele que é
reverenciado pela Igreja no dia 28 de abril, como consta do Martirológio
Romano.
Santo Agapito I, rogai por nós!
Santa Joana (Gianna) Baretta Molla
Na
família italiana dos Baretta de Milão, os treze filhos foram reduzidos a
oito pela epidemia da gripe espanhola e por duas mortes ocorridas na
primeira infância. Desses oito, saíram uma pianista, dois engenheiros,
quatro médicos e uma farmacêutica. Um dos engenheiros, José, depois se
fez sacerdote, e dois médicos fizeram-se religiosos missionários: madre
Virgínia e padre Alberto.
Gianna Baretta, para nós Joana, a
penúltima dos oito, nasceu no dia 4 de outubro de 1922 na cidade de
Magenta, onde cresceu e se formou médica cirurgiã, com especialização em
pediatria, concluída 1952. Porém preferiu exercer clínica geral,
atendendo especialmente os velhos abandonados e carentes. Para ela, tudo
era dever, tudo era sagrado: "Quem toca o corpo de um paciente, toca o
corpo de Cristo", dizia.
Em 1955, ela se casa com Pedro Molla. O
casal vive na tradição religiosa familiar: missa, oração e eucaristia,
inserida com harmonia na Modernidade. Joana ama esquiar na neve, pintar e
a música também. Ela freqüenta o teatro e os concertos com o marido,
importante diretor industrial, sempre muito ocupado.
Residem em
Magenta mesmo, onde Joana participa ativamente também da vida local da
Associação Católica Feminina. Os retiros espirituais são momentos de
forte interiorização e ela é a verdadeira colaboradora dessas novidades
felizes da comunidade católica. Vive essa atribuição como sua missão de
médica.
Nascem os filhos: Pedro Luiz , Maria Rita e Laura . No
mês de setembro de 1961, no início da quarta gravidez, é hospitalizada e
então é descoberto um fibroma no útero. Diante da gravidade, sempre
mais evidente, do caso, a única perspectiva de sobreviver é renunciar à
gravidez, para não deixar órfãos os três filhos. Mas Joana possui
valores cristãos firmemente consolidados e coloca em primeiro lugar o
direito à vida. E assim decide, com o preço da sua vida, ter o bebê.
Joana
Emanuela nasce e sua mãe ainda a segura nos braços antes de morrer, no
dia 28 de abril de 1962. Uma morte que é uma mensagem iluminada do amor
em Cristo.
Após sua morte, o marido lê as anotações pessoais de
Joana que antecediam os retiros espirituais, e descobre sua conexão
indissolúvel com o amor, o sacrifício e a fé inabalável.
Ao
proclamar santa Joana Baretta Molla, em 2004, o papa João Paulo II quis
exaltar, juntamente com seu heroísmo final, a sua existência inteira, os
ensinamentos de toda uma vida no seguimento de Jesus, exemplo para os
casais modernos.
Joana Emanuela, a filha nascida do seu
sacrifício, em pronunciamento nessa ocasião, disse: "Sinto em mim a
força e a coragem de viver, sinto que a vida me sorri". Ela ainda disse
que rende homenagem à mãe "dedicando a minha vida à cura e assistência
aos anciãos".
Santa Joana, rogai por nós!
São Luís Maria Grignion de Montfort
Luís
Maria Grignion nasceu em Montfort, França, em 1673. Descendente de uma
família cristã bem situada, recebeu uma excelente instrução e educação.
Ainda menino, decidiu seguir o caminho da fé e vestiu o hábito de
sacerdote em 1700.
Seu maior desejo era ser um missionário no
Canadá, mas acabou sendo enviado a Poitiers, ali mesmo na França. Logo
ficou famoso devido à sua preparação doutrinal e o discurso fácil e
atraente. Todos queriam ouvir suas palavras, mas sua caridade era outra:
cuidar de pacientes com doenças repugnantes.
A idéia de ser
missionário não o abandonava. Mesmo contrariando seu superior, foi pedir
permissão diretamente ao papa. Para tanto, fez uma viagem a pé, ida e
volta, de Poitiers a Roma. Entretanto, o papa Clemente XI disse-lhe que
havia urgência, naquele momento, em pregar aos franceses, que viviam sob
o conflito entre Roma e a doutrina jansenista, uma nova heresia.
Luís
Maria obedeceu e passou a pregar nas cidades e no meio rural e, quando
necessário, confrontava os doutores jansenistas com discurso igualmente
douto, munido de sua autoridade teológica. Ainda assim, sua linguagem
era extremamente acessível aos mais humildes, adaptado ao seu cotidiano,
à sensibilidade popular, combinada com o exemplo de uma conduta
coerente e cristã. Usava de um discurso fraterno, convidando o povo a
adorar e confiar num Jesus amigo, em vez de temê-lo como um rígido juiz.
Outra característica muito importante de sua pregação era a devoção
extremada a Maria Santíssima.
Embora a Igreja daquele tempo
estivesse questionando certos aspectos do culto mariano, ele pregava a
veneração sem excessos, firme e constante a Maria, a Mãe de Deus. Por
meio dela é que Jesus fez o seu primeiro milagre nas bodas de Caná. Esse
argumento, de fato, sempre esteve muito presente em todos os seus
escritos e exortações, como o tratado da "Verdadeira devoção à Santa
Virgem", e todos eles relacionados com a prática do Rosário. Seus textos
foram publicados em 1842 e tornaram-se os fundamentos da piedade
mariana. Em meados de 1712, Luís Maria de Montfort elaborou as Regras e
fundou uma nova ordem masculina: a dos Missionários da Companhia de
Maria.
Esses religiosos, chamados habitualmente de montfortianos,
estenderam, aos poucos, as suas atividades pela Europa, América e
África. Contudo seu fundador acompanhou apenas o seu início, porque
morreu no dia 28 de abril de 1716, poucos anos depois de sua aprovação.
Em 1947, o papa Pio XII proclamou-o santo.
São Luís Maria Grignion de Montfort, rogai por nós!
São Pedro Chanel
Pedro
nasceu no dia 12 de julho de 1803, na pequena Cuet, França. Levado
pelas mãos do zeloso pároco, iniciou os estudos no seminário local e, em
1824, foi para o de Bourg, onde três anos depois se ordenou sacerdote.
Desde
jovem, queria ser missionário evangelizador, mas primeiro teve de
trabalhar como pároco de Amberieu e Gex, pois havia carência de padres
em sua pátria. Juntou-se a outros padres que tinham a mesma vocação e
trabalhavam sob uma nova congregação, a dos maristas, dos quais foi um
dos primeiros membros, e logo conseguiu embarcar para a Oceania, em
1827, na companhia de um irmão leigo, Nicézio.
Foi um trabalho
lento e paciente. Os costumes eram muito diferentes, a cultura tão
antagônica à do Ocidente, que primeiro ele teve de entender o povo para
depois pregar a palavra de Cristo. Porém, assim que iniciou a
evangelização, muitos jovens passaram a procurá-lo. O trabalho foi se
expandindo e, logo, grande parte da população havia se convertido.
Ao
perceber que vários membros de sua família haviam aderido ao
cristianismo, Musumuso, o genro do cacique, matou Pedro Chanel a
bordoadas de tacape. Era o dia 28 de abril de 1841.
Foi o fim da
vida terrestre para o marista, entretanto a semente que plantara,
Musumuso não poderia matar. Quando o missionário Pedro Chanel
desembarcou na minúscula ilha de Futuna, um fragmento das ilhas Fiji
entre o Equador e o Trópico de Capricórnio, não se pode dizer que o
lugar fosse um paraíso.
A pequena ilha é dividida em duas por uma
montanha central, e cada lado era habitado por uma tribo, que vivia em
guerra permanente, uma contra a outra. Hoje o local é, sim, um paraíso
para os milhares de turistas que a visitam anualmente e para a
população, que é totalmente católica e vive na paz no Senhor.
E
se hoje é assim, muito se deve à semente plantada pelo trabalho de Pedro
Chanel, que por esse ideal deu seu testemunho de fé. O novo mártir
cristão foi beatificado em 1889 e inscrito no Martirológio Romano em
1954, sendo declarado padroeiro da Oceania.
São Pedro Chanel, rogai por nós!
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