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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Íntegra da homilia do Papa Francisco em Aparecida

Pontífice pede a Nossa Senhora o bom êxito da Jornada Mundial da Juventude
"Venerados irmãos no episcopado e no sacerdócio,
Queridos irmãos e irmãs!
Quanta alegria me dá vir à casa da Mãe de cada brasileiro, o Santuário de Nossa Senhora Aparecida. No dia seguinte à minha eleição como Bispo de Roma fui visitar a Basílica de Santa Maria Maior, para confiar a Nossa Senhora o meu ministério de Sucessor de Pedro. Hoje, eu quis vir aqui para suplicar à Maria, nossa Mãe, o bom êxito da Jornada Mundial da Juventude e colocar aos seus pés a vida do povo latino-americano.
 
 Papa Francisco durante missa na Basílica de Aparecida Eliaria Andrade / O Globo

Queria dizer-lhes, primeiramente, uma coisa. Neste Santuário, seis anos atrás, quando aqui se realizou a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, pude dar-me conta pessoalmente de um fato belíssimo: ver como os Bispos – que trabalharam sobre o tema do encontro com Cristo, discipulado e missão – eram animados, acompanhados e, em certo sentido, inspirados pelos milhares de peregrinos que vinham diariamente confiar a sua vida a Nossa Senhora: aquela Conferência foi um grande momento de vida de Igreja. E, de fato, pode-se dizer que o Documento de Aparecida nasceu justamente deste encontro entre os trabalhos dos Pastores e a fé simples dos romeiros, sob a proteção maternal de Maria. A Igreja, quando busca Cristo, bate sempre à casa da Mãe e pede: “Mostrai-nos Jesus”. É de Maria que se aprende o verdadeiro discipulado. E, por isso, a Igreja sai em missão sempre na esteira de Maria.

 Papa beija a imagem de Nossa Senhora Aparecida, que ganhou de presente do arcebispo de Aparecida, Raimundo Damasceno Eliaria Andrade / O Globo

Assim, de cara à Jornada Mundial da Juventude que me trouxe até o Brasil, também eu venho hoje bater à porta da casa de Maria, que amou e educou Jesus, para que ajude a todos nós, os Pastores do Povo de Deus, aos pais e aos educadores, a transmitir aos nossos jovens os valores que farão deles construtores de um País e de um mundo mais justo, solidário e fraterno. Para tal, gostaria de chamar à atenção para três simples posturas: Conservar a esperança; deixar-se surpreender por Deus; viver na alegria.

1. Conservar a esperança. A segunda leitura da Missa apresenta uma cena dramática: uma mulher – figura de Maria e da Igreja – sendo perseguida por um Dragão – o diabo - que quer lhe devorar o filho. A cena, porém, não é de morte, mas de vida, porque Deus intervém e coloca o filho a salvo (cfr. Ap 12,13a.15-16a). Quantas dificuldades na vida de cada um, no nosso povo, nas nossas comunidades, mas, por maiores que possam parecer, Deus nunca deixa que sejamos submergidos.

Frente ao desânimo que poderia aparecer na vida, em quem trabalha na evangelização ou em quem se esforça por viver a fé como pai e mãe de família, quero dizer com força: Tenham sempre no coração esta certeza! Deus caminha a seu lado, nunca lhes deixa desamparados! Nunca percamos a esperança! Nunca deixemos que ela se apague nos nossos corações! O “dragão”, o mal, faz-se presente na nossa história, mas ele não é o mais forte. Deus é o mais forte, e Deus é a nossa esperança! É verdade que hoje, mais ou menos todas as pessoas, e também os nossos jovens, experimentam o fascínio de tantos ídolos que se colocam no lugar de Deus e parecem dar esperança: o dinheiro, o poder, o sucesso, o prazer.

Frequentemente, uma sensação de solidão e de vazio entra no coração de muitos e conduz à busca de compensações, destes ídolos passageiros. Queridos irmãos e irmãs, sejamos luzeiros de esperança! Tenhamos uma visão positiva sobre a realidade.

Encorajemos a generosidade que caracteriza os jovens, acompanhando-lhes no processo de se tornarem protagonistas da construção de um mundo melhor: eles são um motor potente para a Igreja e para a sociedade. Eles não precisam só de coisas, precisam sobretudo que lhes sejam propostos aqueles valores imateriais que são o coração espiritual de um povo, a memória de um povo. Neste Santuário, que faz parte da memória do Brasil, podemos quase que apalpá-los: espiritualidade, generosidade, solidariedade, perseverança, fraternidade, alegria; trata-se de valores que encontram a sua raiz mais profunda na fé cristã.

2. A segunda postura: Deixar-se surpreender por Deus. Quem é homem e mulher de esperança – a grande esperança que a fé nos dá – sabe que, mesmo em meio às dificuldades, Deus atua e nos surpreende. A história deste Santuário serve de exemplo: três pescadores, depois de um dia sem conseguir apanhar peixes, nas águas do Rio Parnaíba, encontram algo inesperado: uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera, tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe? Deus sempre surpreende, como o vinho novo, no Evangelho que ouvimos. Deus sempre nos reserva o melhor. Mas pede que nos deixemos surpreender pelo seu amor, que acolhamos as suas surpresas. Confiemos em Deus! Longe d’Ele, o vinho da alegria, o vinho da esperança, se esgota. Se nos aproximamos d’Ele, se permanecemos com Ele, aquilo que parece água fria, aquilo que é dificuldade, aquilo que é pecado, se transforma em vinho novo de amizade com Ele.

3. A terceira postura: Viver na alegria. Queridos amigos, se caminhamos na esperança, deixando-nos surpreender pelo vinho novo que Jesus nos oferece, há alegria no nosso coração e não podemos deixar de ser testemunhas dessa alegria. O cristão é alegre, nunca está triste. Deus nos acompanha. Temos uma Mãe que sempre intercede pela vida dos seus filhos, por nós, como a rainha Ester na primeira leitura (cf. Est 5, 3). Jesus nos mostrou que a face de Deus é a de um Pai que nos ama. O pecado e a morte foram derrotados.

O cristão não pode ser pessimista! Não pode ter uma cara de quem parece num constante estado de luto. Se estivermos verdadeiramente enamorados de Cristo e sentirmos o quanto Ele nos ama, o nosso coração se “incendiará” de tal alegria que contagiará quem estiver ao nosso lado. Como dizia Bento XVI: «O discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro” (Discurso inaugural da Conferência de Aparecida [13 de maio de 2007]: Insegnamenti III/1 [2007], 861).

Queridos amigos, viemos bater à porta da casa de Maria. Ela abriu-nos, fez-nos entrar e nos aponta o seu Filho. Agora Ela nos pede: «Fazei o que Ele vos disser» (Jo 2,5). Sim, Mãe nossa, nos comprometemos a fazer o que Jesus nos disser! E o faremos com esperança, confiantes nas surpresas de Deus e cheios de alegria. Assim seja.

O reencontro de Aparecida com o papa

Francisco será recebido nesta quarta com imensa festa na cidade onde esteve em 2007, como o cardeal Jorge Mario Bergoglio. 
Fila para entrada na Basílica começou 40 horas antes da missa que será celebrada para 15 000 pessoas
Moradores e fiéis de várias partes do Brasil preparam nesta quarta-feira uma grande festa para o papa Francisco em Aparecida, no interior de São Paulo. Faixas de boas-vindas estão espalhadas pela cidade, que recebeu obras de melhorias pelo caminho que o pontífice percorrerá. A visita será apenas de algumas horas – ele deve chegar à cidade às 10 horas e tem novo compromisso no Rio de Janeiro às 18h30. Mas a passagem é o suficiente para o município de 35 000 habitantes se transformar em uma gigantesca celebração de louvor no Santuário de Nossa Senhora de Aparecida, padroeira do Brasil.

Clique aqui para galeria de fotos  'Aparecida do Norte à espera do Papa Francisco'



Francisco guarda uma relação de carinho com a cidade, onde esteve em 2007, ainda como cardeal Jorge Mario Bergoglio, para presidir a 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe. O documento final do evento serviu como uma espécie de ‘cartilha’ para desvendar os caminhos da Igreja sob o comando de Francisco. O texto, com forte conteúdo social e político, defende "a opção pelos pobres" da Igreja na América Latina, continente onde estão concentrados mais de 40% dos católicos do mundo.


Devido ao mau tempo que atinge os estados do Rio e de São Paulo, o papa será transportado em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) em vez do helicóptero cogitado inicialmente. A aeronave modelo VC-2 (Embraer 190) vai decolar às 8h45 da Base Aérea do Galeão, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, com destino ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) de São José dos Campos (SP). Lá, o pontífice embarca em um helicóptero H-34 Super Puma até a Basílica de Aparecida, com chegada prevista para as 10 horas.

Aparecida recebe mais de 10 milhões de visitantes por ano, atraídos pelo Santuário, onde a enorme Basílica cuja construção começou em 1955 ainda permanece em obras. Com capacidade para cerca de 300 000 pessoas, é o maior local de peregrinação católica do Brasil, o maior santuário mariano do mundo e um lugar de forte devoção para Francisco. A expectativa é de que 200 000 pessoas acompanhem em telões a missa que será celebrada na Basílica, para 15 000 fiéis.

Público – A fila de fiéis interessados em participar começou a ser formada ainda na tarde de segunda-feira, quase 40 horas antes da cerimônia. “Para ser o primeiro tive que chegar aqui às 16h30 de segunda-feira”, disse à agência EFE o aposentado José Carlos Costa, de 65 anos, que deu início à fila que no final da tarde de terça-feira já dava a volta em algumas ruas da cidade e se perdia de vista. Costa vive em São José dos Campos, cidade próxima, e declarou que dificilmente terá outra oportunidade em sua vida para assistir a uma missa celebrada pelo primeiro papa latino-americano. Na fila destacam-se peregrinos de várias cidades brasileiras e de alguns países vizinhos, incluindo freiras e idosos.


Na manhã desta terça-feira, visitantes que chegavam à cidade iam direto para a fila disputar uma das 12 000 pulseiras, que começam a ser distribuídas às 5 horas desta quarta, e que dão direito a entrar na Basílica. Solange Bunn, de 55 anos, e Rita Ramos, de 60, esperam ter a oportunidade de ver o papa de perto. Elas viajaram de Florianópolis a Aparecida de carro, por cerca de doze horas. Edgar Ruiz, 65 anos, aposentado, chegou por volta das 16h30 de São José dos Campos. Para esta quarta, todos os ônibus estão lotados, segundo ele. "Eu não posso perder essa oportunidade. Não tenho condições de ir para a Itália para ver o papa."

Roteiro – O papa ainda percorrerá pouco mais de dois quilômetros em seu papamóvel semicoberto entre o Santuário e o Seminário Bom Jesus, onde descansará e almoçará depois da missa. Cerca de 5 000 militares e policiais ficarão encarregados da segurança durante o trajeto, que passará pela ruas recém-asfaltadas e com nova sinalização. "Dizemos que o papa é o melhor prefeito que podemos ter. Em menos de uma semana conseguiu trazer o asfalto", brincou Maria Elena de Oliveira, dona de uma farmácia na avenida por onde passará o pontífice. Mas Francisco, chamado de "papa dos pobres", provavelmente não verá em seu percurso que outras vias continuam em estado precário, com lixo acumulado nas esquinas e uma grande área pobre.

Clique para galeria de fotos a 'Missa de abertura da Jornada'

Com Estadão Conteúdo e EFE

24 de julho - Santo do dia

 São Charbel


O santo de hoje nasceu no norte do Líbano, num povoado chamado Bulga-Kafra, no ano de 1828. Proveniente de uma família cristã e centrada nos valores do Evangelho, muito cedo precisou conviver com a perda de seu pai. 

Após discernir o seu chamado à vida religiosa, com 20 anos ingressou num seminário libanês maronita. Durante o Noviciado, trocou seu nome de batismo (José) por Charbel. Mostrou-se um homem fiel às regras, obediente à ação do Espírito Santo e penitente.

Após sua ordenação em 1859, enfrentou muitas dificuldades, dentre elas a perseguição ferrenha aos cristãos com o martírio de muitos jovens religiosos e a destruição de inúmeros mosteiros em sua época. Em meio a tudo isso, perseverou na fé, trazendo consigo as marcas de uma vocação ao silêncio, à penitência e à uma vida como eremita.

Aos 70 anos, vivendo num ermo dedicado a São Pedro e São Paulo, com saúde bastante fragilizada, discerniu que era chegada a hora de sua partida para a Glória Celeste. Era Véspera de Natal. E no dia 24 de Dezembro, deitado sobre uma tábua, agonizante, entregou sua vida Àquele que concede o prêmio reservado aos que perseveram no caminho de santidade: a vida eterna.

São Charbel, rogai por nós!


Santa Cristina

A arqueologia não serve apenas para descobrir os dinossauros enterrados pelo mundo. Ela também pode confirmar a existência dos santos mártires que marcaram sua trajetória na história pela fé em Deus. Foi o que aconteceu com santa Cristina, que teve sua tradição comprovada somente no século XIX, com as descobertas científicas desses pesquisadores.

Segundo os mosaicos descobertos na igreja de Santo Apolinário, em Ravena, construída no século VI, Cristina era realmente uma das virgens cristãs mártires das antigas perseguições. E portanto, já naquele século, venerada como santa, como se pôde observar pela descoberta de sua sepultura, que também possibilitou o aparecimento de um cemitério subterrâneo, que estava oculto ao lado.

A arte também compareceu para corroborar seu testemunho através dos tempos. O martírio da jovem virgem Cristina foi representado pelas mãos de famosos pintores, como João Della Robbias, Lucas Signorelli, Paulo Veronese e Lucas Cranach, entre outros. Além dos textos escritos em latim e grego que relatam seu suplício e morte, que só discordam quanto à cidade de sua origem.

Os registros gregos mostram como sua terra natal Tiro, enquanto os latinos citam Bolsena, na Toscana, Itália. Esses relatos do antigo povo cristão contam que o pai de Cristina, Urbano, era pagão e um oficial do Império Romano, que, ao saber da conversão da filha, queria obrigá-la a renunciar ao cristianismo. Por isso decidiu trancar a filha numa torre na companhia de doze servas pagãs. Para mostrar que não abdicava da fé em Cristo, Cristina despedaçou as estátuas dos deuses pagãos existentes na torre e jogou, janela abaixo, as jóias que as adornavam, para que os pobres pudessem pegá-las. Quando tomou conhecimento do feito, Urbano mandou chicoteá-la e prendê-la num cárcere. Nem assim conseguiu a rendição da filha, por isso a entregou aos juízes.

Cristina foi torturada terrivelmente e depois jogada numa cela, onde três anjos celestes limparam e curaram suas feridas. Como solução final, o governante pagão mandou que lhe amarrassem uma pedra ao pescoço e a jogassem num lago. Novamente, anjos intervieram: sustentaram a pedra, que ficou boiando na superfície da água, e levaram a jovem até a margem do lago.

As torturas continuaram, mesmo depois de seu pai ser castigado por Deus e morrer de forma terrível. Cristina ainda foi novamente flagelada, depois amarrada a uma grade de ferro quente e colocada numa fornalha superaquecida, mordida por cobras venenosas e teve os seios cortados, antes de, finalmente, ser morta com duas lanças transpassando seu corpo virgem. Assim o seu martírio foi divulgado pelo povo cristão desde 23 de julho de 287, data de sua morte. A festa de Santa Cristina foi confirmada e mantida pela Igreja neste dia.


Santa Cristina, rogai por nós!

terça-feira, 23 de julho de 2013

Exército descarta deslocamento do Papa até Aparecida de carro



Mau tempo seria o responsável pela mudança de meio de transporte, que nos planos originais seria feito de helicóptero
Equipe da segurança do Pontífice está reunida com técnicos da Aeronáutica para avaliar melhor opção de viagem

O Exército descartou a possibilidade de o Papa Francisco ir até a cidade paulista de Aparecida de carro. A informação é do site de notícias G1. Militares e a equipe de segurança do Pontífice estão reunidos nesta terça-feira (23) para decidir como será feito o trajeto do Pontífice até o Santuário Nacional de Aparecida, previsto para esta quarta (24), onde o santo padre realizará uma missa a partir das 10h30. De acordo com o site de notícias G1, dentre as opções na mesa, os técnicos da segurança avaliavam a possibilidade de Francisco se deslocar de carro até o local, por conta do mau tempo na Região Sudeste. De acordo com meteorologistas, a massa de ar polar que chegou ao país no início da semana já é a mais fria dos últimos 15 anos.

O plano da Igreja é levar o Papa de helicóptero, mas há ainda chances de ser feito o uso de um avião. Cerca de 260 Km separam o Rio de Janeiro da cidade paulista. No último domingo, uma bomba de fabricação caseira foi encontrada num banheiro do estacionamento da basílica de Aparecida. De acordo com a Polícia Militar, o artefato não apresentava riscos aos peregrinos. O esquadrão antibombas do Grupo de Ações Táticas Especiais de São Paulo foi chamado e detonou a bomba.

A segurança do Papa Francisco é feita em trabalho conjunto das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, além da Polícia Federal, coordenada pela Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, do Ministério da Justiça.

Discurso errado na hora errada



O encontro com o papa Francisco no Rio foi a grande chance de Dilma Rousseff aparecer bem desde que a economia derrubou 8 pontos de sua popularidade e as manifestações lhe roubaram outros 27. No mínimo, ela ganhou uma excelente foto, num dia em que as pessoas foram às ruas felizes por receber o papa - e não só para reclamar.
Nesse momento de profunda descrença nos partidos e muita crença na chegada de um papa que simboliza ruptura e humildade, o contraste só pode ter sido proposital: com o mesmo voluntarismo de sempre, Dilma não foi à reunião do diretório do PT por um motivo pueril, numa clara provocação, e foi ao papa com um discurso político e fora de lugar. 

Digamos que Francisco foi Francisco, Dilma foi Dilma. Um foi o papa despretensioso, que dispensa ouro, capas de veludo e pompas para se colocar cada vez mais próximo do povo. A outra foi a presidente de expressão arrogante, num momento em que está acuada, precisa se justificar e luta bravamente para recuperar a popularidade perdida.
Enquanto a fala do papa foi essencialmente religiosa e despojada, num português agradável e cheia de adjetivos gentis para o Brasil e para os jovens, Dilma recorreu a todos os chavões lulistas, enalteceu as mudanças "que inauguramos dez anos atrás" e amplificou a versão de Lula no "New York Times", definindo as manifestações que atingiram em cheio seus índices nas pesquisas não como a derrota que foi, mas como uma vitória sua e de Lula. 

No discurso da presidente, pulularam autoelogios ao Brasil e à era petista, além de chavões de palanque: direitos, justiça social, solidariedade, fome, desigualdade, ética, transparência. Eis a dúvida: para quem Dilma estava falando? Para o papa ou para o eleitor? Para o milhão e meio da Jornada Mundial da Juventude ou para o milhão e meio de pessoas nas ruas exigindo dignidade, fim da corrupção, serviços decentes? 

Valeu pela foto, não pela fala. 

Fonte: Eliane Cantanhêde – Folha de São Paulo

Papa: imprensa mundial destaca "erro" na segurança e preocupação com protestos



Visita do Papa Francisco ao Rio é destaque nos jornais italianos
Visita do Papa Francisco ao Brasil, para a Jornada Mundial da Juventude é destaque nos principais jornais italianos. A imprensa italiana deu destaque à manifestação que teve desfecho violento em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo carioca, após passagem do pontífice pelo local, onde foi realizada a recepção protocolar com a presidente Dilma Rousseff, o governador do Rio, Sérgio Cabral, o prefeito Eduardo Paes entre várias outras autoridades.

O itlaiano Il Messaggero destaca que uma grande multidão de fiéis recebeu o Papa “de braços abertos”, mas um “sentimento de terror” substituiu o clima de alegria.  O jornal apontou o governador do Rio, Sérgio Cabral, como o principal alvo dos protestos populares, que acontecem na cidade desde o mês passado, principalmente, por causa dos “40 milhões de euros de fundos públicos gastos para organizar a visita do papa”. [em nenhum momento, a não ser alguns gatos pingados e recalcados, ocorreram manifestações criticando os gastos realizados para a visita do Papa Francisco, que é também Chefe de Estado – os protestos quando se referem a gastos cuidam especialmente dos realizados para a realização da Copa das Confederações e, possivelmente, Da COPA FIFA 2014.]

O Corriere Della Sera destacou que o carro que transportava o Papa Francisco foi bloqueado por diversas vezes por grupos de peregrinos, no Centro da cidade. Segundo o veículo, “a situação perigosa aconteceu por várias vezes durante a viagem, graças à escolha do Papa Francisco não querer utilizar o carro blindado e deixar as janelas abertas para apertar as mãos dos fiéis”. O esquema de segurança montando para a visita do pontífice ao Brasil também foi destaque no jornal, que acrescentou: “um nervosismo entre as autoridades é inegável, após o Vaticano ter exigências inflexíveis do Papa sobre seu contato com as pessoas”. O Corriere enumera erros cometidos no sistema de segurança do Papa, que resultou no percurso errado do carro que levava o pontífice. 

O La Republica publicou na sua capa a matéria “Padre Lombardi: Erros, mas sem medos”, dando destaque em página interna ao pronunciamento do padre Alfred Xuereb, secretário do Papa Francisco no Brasil, sobre as causas que levaram o carro do Papa ficar preso num engarrafamento no Centro do Rio. “Tem sido cometido alguns erros. Mas eu não quero dramatizar. Havia um sentimento de que algo dramático acontecia. O papa Francisco está muito feliz com as boas-vindas e entusiasmo com que foi recebido em sua chegada ao Rio de Janeiro", destacou o jornal italiano.

Fonte: Jornal do Brasil

Dilma, notoriamente atéia, herege, confunde religião com política e, para não fugir à rotina, fala bobagem ao 'cometer' discurso com tema inadequado à ocasião

Proselitismo religioso

Pelo menos no seu primeiro pronunciamento em solo brasileiro, o Papa Francisco não deu margem à politização de sua mensagem, como esperavam o governo brasileiro e os católicos ligados à Teologia da Libertação. Ao contrário da presidente Dilma, que aproveitou a ocasião para fazer um discurso de cunho eminentemente político, com autoelogios aos 10 anos de governo do PT, o Papa ateve-se à exaltação da força dos jovens, tema específico da Jornada Mundial da Juventude: “Cristo bota fé nos jovens e confia-lhes o futuro e sua própria casa. E também os jovens botam fé em Cristo”, garantiu o Papa na cerimônia de boas-vindas no Palácio Guanabara.

Enquanto o Papa discursou por apenas 15 minutos, a presidente Dilma levou o dobro do tempo para dar um tom político claramente fora de hora. Como que esperando que o Papa fosse se referir aos recentes protestos ocorridos pelo país, Dilma tratou de se justificar, repetindo a tese de Lula, que atribuiu os protestos aos sucessos dos governos petistas: “Democracia gera desejo de mais democracia. E inclusão social provoca cobrança de mais inclusão social. Qualidade de vida, desperta anseios por mais qualidade de vida. Para nós todos os avanços que conquistamos são só um começo”, disse a presidente.

Ela afirmou que a juventude brasileira clama por mais direitos sociais. “Mais Educação, melhor Saúde, mobilidade urbana, segurança, qualidade de vida na cidade e no campo”. Na parte mais diretamente partidarizada, a presidente Dilma afirmou ainda que o Brasil “se orgulha de ter alcançado extraordinários resultados nos últimos dez anos na redução da pobreza. Fizemos muito e sabemos que ainda há muito a ser feito."

O Papa Francisco, que em outras oportunidades tratou de temas como a desigualdade e a necessidade de haver melhor distribuição de renda, estava a fim de falar apenas no seu objetivo central, que é a arregimentação da juventude para o catolicismo: “Cristo abre espaço para eles, pois sabe que energia alguma pode ser mais potente que aquela que se desprende do coração dos jovens”, afirmou em seu discurso.

Como já havia feito na sua chegada ao Rio, quando se arriscou, sem perder o bom humor, no contato físico com o povo que cercou seu automóvel, o Papa Francisco fez questão de reafirmar a busca do despojamento ao destacar que não trazia “nem ouro nem prata, mas apenas Jesus Cristo”. Como se quisesse acentuar sua preocupação com o aspecto religioso de sua visita, ele garantiu que depois de amanhã pedirá por todos os brasileiros a Nossa Senhora Aparecida, “invocando sua proteção materna sobre seus lares e famílias”.

Num país em que a Igreja Católica já foi hegemônica e hoje é amplamente majoritária, mas aonde o pluralismo religioso vem se consolidando, com o crescimento dos evangélicos, o Papa parece mais empenhado em aproximar os jovens da religião, num proselitismo mais religioso que político. O professor Cesar Romero Jacob, diretor do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio, lançou recentemente o e-book “Religião e Território no Brasil: 1991/2010”, da Editora da PUC, que mostra que a Igreja Católica perdeu 24 pontos percentuais em 30 anos, quando o número de católicos caiu de 89% da população para 65%.

Provavelmente o Papa Francisco terá ocasião, em sua visita ao país, de abordar temas como transparência na Igreja Católica e na política, globalização, opção preferencial pelos pobres, diálogo com os não crentes e ateus, que o aproximam da Igreja da América Latina. Mas assim como é muito crítico a uma “civilização consumista, hedonista, narcisista”, com “pessoas descartáveis”, ele também tem uma visão crítica da política atual: “Algo aconteceu com nossa política, ficou defasada em relação às ideias, às propostas... As ideias saíram das plataformas políticas para a estética. Hoje importa mais a imagem que o que se propõe. (...) Saímos do essencial para o estético, endeusamos a estatística e o marketing”.

Fonte: Merval Pereira – O Globo

Faltou planejamento no deslocamento do Papa pela centro do Rio e sua segurança ficou comprometida

Papa ficou vulnerável, especialistas apontam falta de planejamento e risco ao deixar Pontífice preso em um engarrafamento no Centro

Especialistas são unânimes em dizer que o Papa Francisco ficou vulnerável, exposto a riscos desnecessários. O fato de o carro do chefe da Igreja ficar preso no trânsito é considerado um erro grave pelas normas de segurança internacional de autoridades, explicou o coronel do Exército Diógenes Dantas, doutor em Aplicações e Planejamento de Segurança de Grandes Eventos. O consultor internacional de segurança Hugo Tisaka também afirmou que “uma autoridade não pode ficar presa no trânsito como o Pontífice ficou”. 
 
 Multidão se aproxima do veículo do Papa na Avenida Presidente Vargas - Agência O Globo

Segundo Dantas, cabe ao veículo da frente, chamado de carro varredura, desobstruir, com os batedores, o caminho da comitiva. Se houver imprevistos, como foi o caso, explica, é preciso prever uma rota de fuga. Com os ônibus ocupando uma pista e a multidão do outro lado, como visto na Avenida Presidente Vargas, o comboio deveria subir o canteiro, disse o consultor, improvisando rampas com madeiras, a fim de passar para a pista central, que estava livre. — Não sei se o motorista do carro varredura errou o caminho, mas o correto é, diante de imprevistos, criar uma alternativa rápida. A princípio, o comboio é uno, indivisível, e não para, principalmente quando a via é totalmente policiada. A desobstrução da via deve sempre ser pensada. O desembarque dos agentes de segurança foi correto, mas houve um ponto vulnerável na segurança do Papa. Isso tem de ser avaliado e consertado. Se houvesse um vândalo infiltrado entre os fiéis, ele poderia lançar uma pedra ou algo pior — disse Dantas, ressaltando que o risco seria maior se o roteiro tivesse sido previamente divulgado.

O tenente-coronel da reserva da PM do Rio Milton Corrêa da Costa também concorda que o Pontífice poderia ter sido vítima de um atentado: — O Papa Francisco, que se deslocava com o vidro do carro aberto, ficou em situação de vulnerabilidade, podendo ser vítima não só de um atentado a curtíssima distância como ficar ferido pelo ímpeto de um fiel mais afoito tentando tocá-lo.

Para Tisaka, o Papa ficou ficou em uma situação de risco desnecessária. Ele lembrou ainda a hipótese de ocorrer um acidente grave, devido ao fato de os fiéis se arriscarem entre os ônibus e os carros. Em sua opinião, houve um planejamento ou execução mal realizados. O plano B, no caso, outra rota, deveria ter sido colocado em prática ao se perceber que o trânsito poderia fechar em determinado ponto. — Lidar com multidões é muito complexo, ainda que seja um grupo que aparentemente não era hostil — disse Tisaka. — A princípio, me parece que faltou coordenação entre as partes envolvidas, com destaque para a CET-Rio, além de uma quantidade insuficiente de agentes.

A equipe de engenharia de trânsito do município também foi criticada pelo professor de Engenharia de Transporte da Coppe/UFRJ Paulo Cezar Ribeiro. Ele disse ainda que faltou comunicação da segurança que acompanha o Papa com o Centro de Operações da prefeitura: — Aquele engarrafamento na Avenida Presidente Vargas não surgiu de uma hora para outra. O Centro de Operações têm câmeras espalhadas pelo Centro e devia ter avisado para mudar a rota do Papa — explicou Ribeiro, ressaltando que o princípio de tumulto ocorrido revelou despreparo na operação do trânsito. — O que aconteceu foi perigoso demais e não podia ter acontecido. O Papa não pode ser exposto a um erro desses. Foi um problema de falta de engenharia de tráfego.

A mudança de trajeto em cima da hora, na opinião do professor da Coppe, exige que a segurança seja mais ágil e preparada, principalmente por ser um chefe de Estado tão popular como o Papa Francisco: — É preciso ter um planejamento maior, já que o Papa costuma quebrar o protocolo.

O planejamento do trânsito pela prefeitura também foi duramente criticado por Eva Vider, especialista em trânsito e professora da Escola Politécnica da UFRJ: — O roteiro do Papa foi mal planejado. Os pontos de interdições não funcionaram. É inconcebível que o Papa ou qualquer autoridade como ele, que necessite de um trajeto livre, fique preso em um engarrafamento.