“Mas o anjo disse-lhe: Não temas, Zacarias, porque foi ouvida a tua oração: Isabel, tua mulher, dar-te-á um filho, e chamá-lo-ás João”. (Lucas 1, 13)
Deus escolheu uma Virgem imaculada para
que nela fosse gerado o Seu Filho amado, o “Verbo humanado”, como dizia o
doutor São Bernardo; escolheu um varão casto e justo para ser seu pai
legal, São José; e escolheu João Batista para ser Seu Precursor, aquele
que deveria anunciar ao povo judeu a chegada do Salvador. Por isso, João
Batista é considerado o último profeta do Antigo Testamento e o
primeiro do Novo.
Sua concepção no seio envelhecido de sua
mãe Isabel foi milagroso: “Mas o anjo disse-lhe: Não temas, Zacarias,
porque foi ouvida a tua oração: Isabel, tua mulher, dar-te-á um filho, e
chamá-lo-ás João”. (Lucas 1, 13)
No seu nascimento o povo perguntava
maravilhado: “O que virá a ser este menino? De fato, a mão do Senhor
estava com ele. E o menino crescia e se fortalecia em espírito. Ele
vivia nos lugares desertos, até o dia em que se apresentou publicamente a
Israel”. (Lc 1,66)
Por isso, João Batista é um dos poucos
santos que a Igreja comemora a data do seu nascimento. Somente da Virgem
Maria e de Jesus Cristo é celebrado a data natalícia. João foi
escolhido por Deus, como diz o profeta Isaías, “já no ventre de sua
mãe”. E foi santificado ainda no ventre de sua mãe diante da Virgem
Maria.
O profeta Isaías já tinha profetizado que
Deus o “preparou desde o nascimento para ser seu Servo – que eu
recupere Jacó para ele e faça Israel unir-se a ele; aos olhos do Senhor
esta é a minha glória”. (Is 49,4-6)
João pregou um batismo de conversão para
todo o povo de Israel. Estando para terminar sua missão, declarou: “Eu
não sou aquele que pensais que eu seja! Mas vede: depois de mim vem
Aquele, do qual nem mereço desamarrar as sandálias” (cf. At 13,24-26). E
o povo se curvava diante da pregação de João: “Ouvindo-o todo o povo, e
mesmo os publicanos, deram razão a Deus, fazendo-se batizar com o
batismo de João”. (Lc 7, 29)
O evangelista São Mateus narra com
detalhes o trabalho de João: “Naqueles dias, apareceu João Batista,
pregando no deserto da Judeia. Dizia ele: Fazei penitência porque está
próximo o Reino dos céus. Este é aquele de quem falou o profeta Isaías,
quando disse: “Uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor,
endireitai as suas veredas” (Is 40,3). João usava uma vestimenta de
pêlos de camelo e um cinto de couro em volta dos rins.
Alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. Pessoas de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a circunvizinhança do Jordão vinham a ele. Confessavam seus pecados e eram batizados por ele nas águas do Jordão. Ao ver, porém, que muitos dos fariseus e dos saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da cólera vindoura? Dai, pois, frutos de verdadeira penitência. Não digais dentro de vós: Nós temos a Abraão por pai! Pois eu vos digo: Deus é poderoso para suscitar destas pedras filhos a Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores: toda árvore que não produzir bons frutos será cortada e lançada ao fogo. Eu vos batizo com água, em sinal de penitência, mas aquele que virá depois de mim é mais poderoso do que eu e nem sou digno de carregar seus calçados. Ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo. Tem na mão a pá, limpará sua eira e recolherá o trigo ao celeiro. As palhas, porém, queimá-las-á num fogo inextinguível. (Mt 3,1-17)
Alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. Pessoas de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a circunvizinhança do Jordão vinham a ele. Confessavam seus pecados e eram batizados por ele nas águas do Jordão. Ao ver, porém, que muitos dos fariseus e dos saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da cólera vindoura? Dai, pois, frutos de verdadeira penitência. Não digais dentro de vós: Nós temos a Abraão por pai! Pois eu vos digo: Deus é poderoso para suscitar destas pedras filhos a Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores: toda árvore que não produzir bons frutos será cortada e lançada ao fogo. Eu vos batizo com água, em sinal de penitência, mas aquele que virá depois de mim é mais poderoso do que eu e nem sou digno de carregar seus calçados. Ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo. Tem na mão a pá, limpará sua eira e recolherá o trigo ao celeiro. As palhas, porém, queimá-las-á num fogo inextinguível. (Mt 3,1-17)
Jesus fez elogios eloquentes a João: “Em
verdade vos digo: entre os filhos das mulheres, não surgiu outro maior
que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que
ele. ( Mt 11, 11). Desde a época de João Batista até o presente, o Reino
dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam”. (Mt
11, 12)
“Vós enviastes mensageiros a João, e ele
deu testemunho da verdade. João era uma lâmpada que arde e ilumina; vós,
porém, só por uma hora quisestes alegrar-vos com a sua luz”. ( Jo 5,
35)
Leia também: 24/06 – Natividade de S. João BatistaO Martírio de São João Batista
A Paixão de São João Batista
Quando João Batista mandou seus
discípulos perguntarem a Jesus: “És tu o que há de vir ou devemos
esperar por outro?”, Jesus respondeu-lhes: “Ide anunciar a João o que
tendes visto e ouvido: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos ficam
limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, aos pobres é anunciado o
Evangelho. Depois que se retiraram os mensageiros de João, ele começou a
falar de João ao povo: Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado
pelo vento? Pois vos digo: entre os nascidos de mulher não há maior que
João. Entretanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele”. (Lc 7,
22-28)
Jesus sempre se referia a João: “Pois
veio João Batista, que nem comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Ele está
possuído do demônio”. (Lucas 7, 33)
Ao ver Jesus, João Batista o
apresentou a seu discípulos de maneira certeira: “Eis o Cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo” (João 1,29). Assim, João dava a “identidade
e a missão” de Jesus. Ele é aquele cordeiro que será imolado pela
redenção da humanidade, cuja figura estava naqueles dois cordeirinhos
que os judeus sacrificavam todos os dias no Templo, as seis horas da
manhã e as seis horas da tarde (o holocausto perpétuo), para que Deus
perdoasse os pecados do mundo. João mostrava assim a missão de Jesus,
“arrancar com sua morte o pecado do mundo”, porque “o salário do pecado é
a morte” (Rom 6,23). Mostrava-nos assim, que Jesus não veio para outra
atividade, senão tirar o pecado dos homens e instaurar o reino de Deus,
da Graça.
Quando Jesus se apresentou para ser
batizado por ele, João rejeitou: “Eu devo ser batizado por ti e tu vens a
mim! Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por agora, pois convém cumpramos a
justiça completa. Então João cedeu. Depois que Jesus foi batizado, saiu
logo da água. Eis que os céus se abriram e viu descer sobre ele, em
forma de pomba, o Espírito de Deus. E do céu baixou uma voz: Eis meu
Filho muito amado em quem ponho minha afeição. (Mt 3,1ss)
Quando Jesus perguntou a seus Apóstolos,
“Quem os homens dizem que Eu sou?”, responderam: “Uns dizem que és João
Batista; outros, Elias; outros pensam que ressuscitou algum dos antigos
profetas”. (Lucas 9, 19)
Até Herodes Antipas, que o degolou,
achava que João era um profeta: “O rei Herodes ouviu falar de Jesus,
cujo nome se tornara célebre. Dizia: João Batista ressurgiu dos mortos e
por isso o poder de fazer milagres opera nele” (Marcos 6, 14).
Referindo-se a Jesus, disse: “É João Batista que ressuscitou. É por isso
que ele faz tantos milagres” (Mt 14, 2). “O tetrarca Herodes ouviu
falar de tudo o que Jesus fazia e ficou perplexo. Referindo-se a Jesus,
Herodes dizia: Eu degolei João. Quem é, pois, este, de quem ouço tais
coisas? E procurava ocasião de vê-lo. ( Lc 9,6- 9).
O Profeta Malaquias tinha anunciado: “Vou
mandar-vos o profeta Elias, antes que venha o grande e temível dia do
Senhor” (Ml 3,23). Por isso, os judeus interpretavam que Elias
ressuscitaria e apareceria antes do Messias chegar; então, os discípulos
perguntaram a Jesus: “Por que dizem os escribas que Elias deve voltar
primeiro? Jesus respondeu-lhes: “Elias, de fato, deve voltar e
restabelecer todas as coisas. Mas eu vos digo que Elias já veio, mas não
o conheceram; antes, fizeram com ele quanto quiseram. Do mesmo modo
farão sofrer o Filho do Homem. Os discípulos compreenderam, então, que
ele lhes falava de João Batista” (Mt 17,11-13).
Mas, como todo profeta, João pagou com
sangue sua pregação. Conhecemos bem essa história. Por ter tido a
coragem profética de dizer a Herodes que era pecado ele ficar com a
esposa de seu irmão Felipe, ele pagou com a vida. “Por instigação de sua
mãe, a filha e Herodíades respondeu: Dá-me aqui, neste prato, a cabeça
de João Batista”. (Mt 14, 8)
Fonte: Prof. Felipe Aquino - http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/
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