A doutrina católica admite a predestinação? - Estevão Bettencourt, OSB
Abordamos aqui uma das questões mais elevadas da fé cristã. Para
penetrá-la, o estudioso tem que se resolver a não se deixar levar pelo
sentimentalismo nem pelo antropocentrismo. Mas estritamente pelos dados
da Revelação, que é sobrenatural (não, porém, anti-natural) e teocêntrica.
A questão da predestinação se prenda à do mal, de que trata “Pergunte
e Responderemos” nº 5/1957 qu. 1.
Tenha-se em vista o que aí se diz:
1)
a possibilidade de errar é inerente ao conceito mesmo da criatura;
2)
esta possibilidade se realizou no mundo quando o primeiro homem cometeu
livremente o erro ou o mal moral, o pecado;
3) os males físicos
(misérias e morte) são conseqüências do pecado;
4) a culpa dessas
desordens recai em última análise sobre o livro arbítrio do homem, não
sobre Deus;
5) Este se apiedou da criatura, tomando a sua sorte na
Encarnação e na morte de cruz, a fim de dar valor salvífico ao
sofrimento.
Entremos agora no tema da predestinação.
- Conceito e existência da predestinação
- O modo como Deus predestina
- A muitos fiéis impressiona o fato de que Deus predestina
positivamente alguns para a glória celeste, deixando que outros se
percam – fato firmemente atestado pela Sagrada Escritura e pela Tradição
cristã. Perguntam se não haveria nisto injustiça da parte do Senhor.
- A luz dos procedentes, vê-se que sentido tem a frase de São Paulo:
“Deus quer que todos os homens sejam salvos” (1 Tim 2,4). São Tomaz (I
Sent. D. 46, q. 1, a.1) a distingue nos termos seguintes:
- A atitude prática do cristão
Por predestinação entende-se em Teologia o desígnio, concebido por
Deus, de levar a criatura racional (o homem) ao fim sobrenatural, que é a
vida eterna. Note-se logo que este desígnio tem por exclusivo objeto a
bem-aventurança celeste; não há predestinação para o mal ou o inferno.
A Sagrada Escritura atesta amplamente a existência de tal desígnio no
Criador. De um lado, ela ensina que a Boa Notícia da salvação deve ser
anunciada a todos os povos (cf. Mt 28,19) e que Deus quer “sejam salvos
todos os homens e cheguem ao conhecimento da verdade” (cf. 1 Tim 2,4).
De outro lado, ela também diz que há homens que se perdem (cf. Jô 17,12)
e que o Senhor exerce uma providência especial para salvar os que não
se perdem:
“Sabemos que, com aqueles que O amam, Deus colabora em tudo para o
bem dos mesmos, daqueles que Ele chamou segundo o seu desígnio. Pois,
aqueles que de ante-mão Ele conheceu, Ele também os predestinou a
reproduzir a imagem de seu Filho… E, aqueles que Ele predestinou, Ele
também os chamou (à fé); os que Ele chamou, Ele também os justificou
(mediante o batismo); os que Ele justificou, Ele também os glorificou”
(Rom 8,28-30).
Cf. Ef 1,3-6; Rom 9,14; 11,33; Mt 20,23; 22,14; 24,22-24; Jô 6,39; 10,28.
Na base destes textos, não resta dúvida entre os teólogos, desde o
início do Cristianismo, sobre o fato da predestinação. Vejamos agora um
ponto mais árduo, que é
Está claro que o homem, como ser essencialmente relativo, depende do
Criador não somente quanto ao seu existir, mas também quanto ao agir; já
que ele nada é por si mesmo, também nada pode por si. É Deus, pois,
quem lhe outorga o dom de praticar atos bons e, mediante os seus atos
bons, chegar ao último fim, à bem-aventurança eterna. Esta conclusão se
torna particularmente imperiosa se se tem em vista o caso do cristão:
este é chamado a um fim sobrenatural (a visão de Deus face a face),
objetivo que, ultrapassando todas as exigências da natureza, só por
graça de Deus sobrenatural pode ser alcançado.
Estas proposições, claras em si mesmas, suscitam sério problema desde
que se indague:
como conciliar a primazia da ação de Deus no homem com a
liberdade de arbítrio da criatura?
Não se torna vã esta última debaixo
daquela?
Ou, vice-versa, não deve aquela retroceder para que seja esta
salvaguardada?
A fim de resolver a questão, dois sistemas são propostos pelos teólogos:
1) o sistema molinista: segundo L. Molina S. J. (+
1600), Deus oferece a sua graça a todo homem; este, posto diante da
oferta, livremente escolhe aceitá-la ou não; caso a aceite, a graça se
torna eficiente, e induz o homem a praticar o bem.
Estendendo
a sua doutrina à questão da predestinação, Molina ensinava
que Deus, desde toda a eternidade, na sua “ciência média”, prevê como
cada um dos homens se comportaria com relação à graça nas mais variadas
circunstâncias da vida. Diante desta visão, o Criador decreta colocar
tal indivíduo em tais e tais circunstâncias em que Ele sabe que a
criatura aceitará a graça, e assim irá merecendo a salvação eterna.
Desta forma. Deus predestina para a glória, mas – note-se bem –
praevisis meritis, depois de haver previsto os méritos da criatura.
2) o sistema tomista (que tem por pioneiro Domingos
Banes O.P. (+ 1604): partindo do princípio de que nada, absolutamente
nada, pode haver na criatura que não lhe venha de Deus, ensina que a
graça é eficaz por si mesma, anteriormente a qualquer determinação ou
atitude do homem; não é este quem determina aquela, mas é a graça que
predetermina a este, não moralmente apenas (por meio de exortações), mas
fisicamente (por sua moção intrínseca, soberana). Contudo a graça por
si eficaz não extingue a liberdade de arbítrio do homem; ao contrário,
movendo e predeterminando a criatura, move tudo que nesta se encontra,
isto é, as faculdades de agir e o livre arbítrio mesmo; ela dá ao homem
não somente agir, e tal agir
determinado, mas também a modalidade com que o homem costuma agir, isto
é, a liberdade; em conseqüência, sob a graça eficaz (na doutrina
tomista) o homem pratica infalivelmente a ação à qual Deus
predetermina, mas pratica-a sem perder a sua liberdade, antes atuando-a
plenamente. Como se vê, o tomismo é rigorosamente lógico: partindo dos
conceitos de Criador e criatura, ensina que Deus deve ser o Autor de
tudo aquilo de que também o homem é autor, até mesmo desta determinação
do homem e do modo livre de tal determinação; o homem deve a Deus não
somente a sua faculdade de livre arbítrio, mas também o uso preciso (tal
e tal modo de usar) dessa faculdade.
No tocante à predestinação, o tomismo conseqüentemente afirma que Deus a decreta ante praevisa merita, antes
de prever os méritos do homem: de maneira absoluta e independente, o
Criador determina levar tal e tal criatura à glória eterna e, por
conseguinte, conferir-lhe os meios necessários para que a alcance. Em
conseqüência desta predestinação é que o homem produzirá atos meritórios
no decorrer da sua vida; estes são gratuitos dons de Deus; não
desencadeiam o amor divino, mas, ao contrário, são desencadeados pelo
liberal beneplácito do Senhor.
Nos séculos XVII/XIX alguns teólogos procuraram sistemas
intermediários, conciliatórios entre o tomismo e o molinismo; recaíram,
porém, indiretamente neste ou naquele. De fato, os dois sistemas são
irredutíveis um ao outro. Quando foram pela primeira vez propostos na
história, o Papa Clemente VIII instituiu em Roma uma Comissão ou
Congregação dita “de autxiliis” (“concernente aos auxílios da graça”) a
fim de os julgar. As sessões da Congregação prolongaram-se de 2 de
janeiro de 1958 a 20 de agosto de 1607, tendo os Soberanos Pontífices
tomado parte pessoal nos estudos respectivos. Finalmente o Papa Paulo V
resolveu suspender o exame da questão, declarando lícito ensinar
qualquer dos dois sistemas, pois nenhum deles envolve heresia (um é
outro salvaguardam suficientemente a soberana ação de Deus e o livre
arbítrio do homem, embora o tomismo mais acentue aquela e o molinismo
mais realce a este). O Papa Bento XIV confirmou esta decisão em um
decreto de 13 de julho de 1748.
Fica, portanto, aos teólogos e fiéis católicos a liberdade de optar
entre as duas teorias acima propostas. O católico tanto pode ser tomista
como pode ser molinista; a ação do Espírito Santo em sua alma, a sua
conaturalidade com as coisas de Deus lhe sugerirão a atitude a tomar.
Há, porém, três pontos atinentes à doutrina estudada sobre os quais a
Santa Igreja se pronunciou definitivamente, de sorte que tanto
molinistas como tomistas os professam indistintamente:
1) a conversão do pecador a Deus, ou seja, o ato inicial da via da
salvação já é efeito da graça de Deus; é Deus quem primeiramente se
volta para o pecador e lhe dá os meios de se colocar em estado de graça;
não é o homem quem por suas forças naturais começa a procurar o Senhor,
recebendo d’Este em resposta a graça sobrenatural;
2) a perseverança final ou a morte em estado de graça (a boa morte) é
dom especial de Deus: não decorre dos mártires anteriores da pessoa,
mas pode ser implorada pela oração;
3) a predestinação “adequada” (isto é, o desígnio que compreende
todos os auxílios sobrenaturais, desde a graça da conversão até a graça
da boa morte) é gratuita ou anterior à previsão dos méritos da criatura.
E isto, tanto no tomismo como no molinismo… Também este reconhece que é
Deus quem gratuitamente decreta colocar o homem em tais e tais
circunstâncias nas quais Ele prevê que a criatura fará bom uso da graça
(o tomismo diria:… nas quais Ele predetermina a criatura a fazer
livremente bom o uso da graça).
As três proposições acima foram definidas por concílios, cujas
declarações se encontram em Denziger-Umberg, Enchiridion Symbolorum
176-180; 183-189, 191-193;200.
III. Um juízo sobre a questão – Não; em absoluto. Considere-se que
a) Deus a ninguém criou com destino positivo para a perdição ou a condenação.
Ensinavam o concílio de Valença (França) em 855: “In malis ipsorum
malitiam (Deus) praescivisse, quia ex ipsis est, non praedestinasse,
quia ex illo non est. – Deus viu de ante-mão a malícia dos maus, porque
provém deles, mas não a predestinou, porque não se deriva d’Ele” (Dz
322).
Foi condenada pelo episcopado da Gália no séc. V a seguinte
proposição: “Cristo, Senhor e Salvador nosso, não morreu pela salvação
de todos…; a preciência de Deus impele o homem violentamente para a
morte; e todo aquele que se perde, perde-se por vontade de Deus…; alguns
são destinados à morte, outros predestinados à vida” (carta de Fausto
de Riez, ed. Migne lat. T. 53,683).
Outras declarações da Igreja se encontram em Dz 200; 316-318; 321-323; 514; 816; 827.
b) Deus, porém, criou seres finitos (só pode haver um Infinito, Deus), aos quais é inerente a falibilidade, o “poder errar”.
c) Esta falibilidade, sendo congênita, naturalmente tende a se atuar
num ou noutro. Deus concede, sim, a qualquer indivíduo humano os meios
necessários para que se salve pois quer a salvação de todos os homens
(cf. 1 Tim 2,4); isto é doutrina freqüentemente afirmada pela Escritura e
a Tradição (cf. Dz 318); nenhum desses meios de salvação, porém, força a
liberdade humana; esta é sempre respeitada por Deus.
d) Por conseguinte, a menos que o Criador intervenha
extraordinariamente, algumas criaturas, em virtude da sua falibilidade
natural, se encaminham para a ruína eterna; o Criador não lhes faz
injustiça se permite que se percam, apesar de terem os meios necessários
para não se perderem.
e) Dado, porém, que Deus se empenhe infalivelmente pela salvação de
alguns (muito ou poucos) homens, predestinando-os à glória eterna, Ele
faz ato de pura misericórdia beneficia gratuitamente a estes, sem lesar
em absoluto aos outros, que, por sua natural falibilidade e apesar dos
auxílios divinos, se perdem (cf. a parábola dos operários na vinha,
comentado em “Pergunte e Responderemos” 1/1958 qu. 8).
O concílio de Quierzy na Gália em 853 declarava: “Quod quidam
salvantur, salvantis est donum; quod autem pereunt, pereuntilum est
meritum. – O fato de que alguns se salvam, deve-se a um dom d’Aquele que
os salva; o fato de que outros se perdem, deve-se ao mérito (mérito mau
ou demérito) dos que se perdem” (Dz 318).
Deus, no caso de uns, manifesta sua Bondade transcendente; no caso de outros patenteia sua Justiça; em todo e qualquer caso, porém, faz reluzir sua soberana Liberdade, a
qual não pode ser necessitada por bem algum criado, pois ela é o
princípio e a causa de qualquer bem: “Que é que te distingue dos outros?
E que tens que não hajas recebido? E, se o recebeste, porque te
vanglorias como se não o tivesses recebido?” (1 Cor 4,7).
A predestinação, portanto, não implica injustiça em Deus; não deixa,
porém, de constituir um mistério, mistério porque, com nosso intelecto
finito, não vemos plenamente como em Deus se conciliam Justiça,
Misericórdia e Liberdade, embora não nos seja plausível duvidar de que
de fato se associam em estupenda harmonia (na visão face a face de Deus,
no céu, contemplaremos a sábia combinação dos atributos divinos). – Em
particular, não podemos assinalar motivo por que Deus escolhe tal homem
para a glória, e não tal outro, por que escolheu Pedro e não Judas;
lembremo-nos de que não são os méritos do homem que a este atraem o amor
de Deus, mas é o amor antecipado de Deus que proporciona à criatura os
respectivos méritos Sto. Agostinho admoestava: “Quare hunc trahat (Deus)
et ilum non trahat, noli velle diiundicare, si non vis errare. – Porque
é que Deus atrai a este e não aquele, não queiras investigar, se não
queres errar” (In Io tr. 26 init.). Ante os desígnios do Criador, tome a
criatura uma atitude de silêncio reverente; confie em Deus, cuja
sabedoria e santidade certamente ultrapassam as de qualquer ser humano.
a) Deus quer que se salvem todos os homens, enquanto os considera em
si, como criaturas capazes de apreender a vida eterna, abstração feita
das circunstâncias particulares em que tal ou tal homem se possa
encontrar; deus a ninguém criou senão para a vida eterna;
b) O Criador, porém, não pode (não pode, por causa de sua Justiça)
querer que todos se salvem, se considera cada um nas circunstâncias
precisas em que ocorre ao Divino Juiz; alguns, com efeito, se Lhe
apresentam como criaturas que deliberadamente rejeitam ser salvas ou
recusam estar com Deus, pois se rebelaram conscientemente (por um pecado
grave) contra Ele e permanecem impenitentes ou apegados ao pecado; o
Senhor respeita o alvitre de tais homens e, em conseqüência, só pode
querer assinalar-lhes a sorte por que optaram (embora tenha feito tudo
para se salvarem).
É esta a famosa distinção entre “vontade antecedente” (isto é, que
considera seu objeto em si, abstraindo das circunstâncias concretas em
que ocorre) e “vontade conseqüente” (isto é, que considera o mesmo na
situação precisa em que se acha). S. Tomaz ilustra a doutrina lembrando o
que se dá com todo juiz justo:
este, em tese, antes de examinar as
causas judiciárias, quer que todo e qualquer homem permaneça em vida;
dado, porém, que se apresente algum homicida, ele não pode (porque é
justo) deixar de querer seja punido (e punido com a pena de morte, onde
esta é imposta pela lei).
O mistério da predestinação dos justos para a glória, embora
apresente seus aspectos luminosos, tem suas raízes na insondável
Magnificência divina; não podemos sempre assinalar a causa por que Deus
outorga tal dom a tal pessoa. A quem o interrogasse a respeito. Ele
diria com o Senhor da parábola: “Amigo, não cometo injustiça para
contigo… Toma o que te compete, e vai-te… Não tenho o direito de dispor
dos meus bens como me agrada? Ou tornar-se-á mau o teu modo de ver pelo
fato de que Eu sou bom?” (Mt 20,13-15).
Consciente disto, o cristão não se detém em perscrutar sutilmente o
que está acima do seu alcance, preocupando-se com questões curiosas ou
vãs atinentes à predestinação. Na orientação da sua conduta cotidiana,
tenha o fiel ante os olhos as três seguintes proposições:
1) Deus a ninguém absolutamente faz injustiça, nem no decorrer desta vida nem no momento do juízo final;
2) Muito ao contrário, o Criador se comporta para com todos qual Pai
cheio de amor ou como o primeiro Ator empenhado na salvação dos homens.
Lembra o concílio de Trento, retomando palavras de Sto. Agostinho:
“Deus não manda o impossível, mas, dando os seus preceitos. Exorta-te
a fazer o que podes e a pedir-lhe a graça para o que não podes, e
auxilia-te para que o possas” (Sto Agostinho, de natura et gratia
43,50; Denziger 804).
Mais ainda:
“Deus não abandona a não ser que primeiro seja abandonado. – Non deserit nisi prius deseratur” (Dz 804).
3) A atitude prática do cristão encontras ótimo modelo em São Paulo:
a) de um lado, o Apóstolo, consciente da eficácia e da
responsabilidade do livre arbítrio, lutava qual bom atleta no estádio
para conseguir a incorruptível coroa da vida (cf. 1 Cor 9, 24-27). No
mistério da predestinação, muita coisa pode ficar oculta ao fiel;
contudo nunca lhe restará dúvida sobre o fato de que Deus exige de cada
um todo o zelo de que é capaz para chegar à salvação. Nisto se
diferencia a doutrina tradicional cristã de qualquer fatalismo ou
determinismo: Deus não retira ao homem o dom do livre arbítrio e da
responsabilidade própria com que o quis dignificar; nem há força
super-humana cega que de antemão torne vãos os esforços da criatura que
procura o Criador.
Portanto, errado estaria quem, com vistas à vida
eterna, tomasse atitude desinteressada e passiva, baseada em raciocínio
análogo ao seguinte: “Se tenho que quebrar a cabeça, nada me pode
preservar desta desgraça; não importa, pois, que me atire ou deixe de me
atirar à rua pela janela do quinto andar da casa”. Ó homem, nada há que
determine a tua sorte eterna independentemente do teu livre arbítrio ! O
decreto pelo qual Deus predestina alguém à salvação eterna, implica
sempre que esta será obtida mediante a livre cooperação do homem.
b) De outro lado, São Paulo, o lutador de Cristo, era feliz ao pensar
na sua sorte póstuma; assim também o cristão. Para o Apóstolo, morrer
equivalia a “dissolver-se para estar com Cristo” (cf. Flp 1,23), “deixar
de ser peregrino na terra a fim de viver na casa do Senhor” (cf. 2 Cor
5,8). Todo discípulo de Cristo, embora reconheça a possibilidade de
frustrar o seu último fim, tem confiança no Pai do céu e sabe que a
procura sincera de Deus na terra não poderá ficar vã junto ao Pai; vive,
por conseguinte, em demanda otimista da mansão celeste, consciente de
que Deus o chama continuamente a esta após lhe ter preparado os meios
para a conseguir. E, firme nesta crença, não permite que hipóteses
inconsistentes tomem na sua mente o lugar de verdades seguras.
Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
Nº 5, Ano 1958, Página 184.
Transcrito do site: Canção Nova - Prof. Felipe Aquino
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