Santo Antônio de Pádua
Os franciscanos eram conhecidos por percorrer caminhos e estradas, de povoado em povoado, de cidade em cidade, vestidos com seus hábitos simples e vivendo em total pobreza. Esse trabalho já produzia mártires. No Marrocos, por exemplo, vários deles perderam a vida por causa da fé e seus corpos foram levados para Portugal, fato que impressionou muito o jovem Fernando. Empolgado com o estilo de vida e de trabalho dos franciscanos, que, diversamente dos outros frades, não viviam como eremitas, mas saiam pelo mundo pregando e evangelizando, resolveu também ir pregar no Marrocos. Entrou para a Ordem, vestiu o hábito dos franciscanos e tomou o nome de Antônio.
Entretanto seu destino não parecia ser o Marrocos. Mal chegou ao país, contraiu uma doença que o obrigou a voltar para Portugal. Aconteceu, porém, que o navio em que viajava foi envolvido por um tremendo vendaval, que empurrou a nave em direção à Itália. Antônio desembarcou na ilha da Sicília e de lá rumou para Assis, a fim de encontrar-se com seu inspirador e fundador da Ordem, Francisco. Com pouco tempo de convivência, transmitiu tanta segurança a ele que foi designado para lecionar teologia aos frades de Bolonha.
Com apenas vinte e seis anos de idade, foi eleito provincial dos franciscanos do norte da Itália. Antônio aceitou o cargo, mas não ficou nele por muito tempo. Seu desejo era pregar, e rumou pelos caminhos da Itália setentrional, praticando a caridade, catequizando o povo simples, dando assistência espiritual aos enfermos e excluídos e até mesmo organizando socialmente essas comunidades. Pregava contra as novas formas de corrupção nascidas do luxo e da avareza dos ricos e poderosos das cidades, onde se disseminaram filosofias heréticas. Ele viajou por muitas regiões da Itália e, por três anos, andou pelo Sul da França, principal foco dessas heresias.
Continuou vivendo para a pregação da palavra de Cristo até morrer, em 13 de junho de 1231, nas cercanias de Pádua, na Itália, com apenas trinta e seis anos de idade. Ali, foi sepultado numa magnífica basílica romana. Sua popularidade era tamanha que imediatamente seu sepulcro tornou-se meta de peregrinações que duram até nossos dias. São milhares os relatos de milagres e graças alcançadas rogando seu nome. Ele foi canonizado no ano seguinte ao de sua morte pelo papa Gregório IX.
Na Itália e no Brasil, por exemplo, ele é venerado por ajudar a arranjar casamentos e encontrar coisas perdidas. Há também uma forma de caridade denominada "Pão de Santo Antonio", que copia as atitudes do santo em favor dos pobres e famintos. No Brasil, ele é comemorado numa das festas mais alegres e populares, estando entre as três maiores das chamadas festas juninas. No ano de 1946, foi proclamado doutor da Igreja pelo papa Pio XII.
Santo Antônio de Pádua, rogai por nós!
Santo Protetor das gestantes na hora do parto,
O eremita Ávito, ou Aventino, como também é conhecido, chegou a ser
chamado de "o Idiota" pelos seus detratores, por causa de sua humildade e
simplicidade. Tinha o espírito tão serviçal e ingênuo que suas atitudes
eram, muitas vezes, consideradas tolas.
Ávito nasceu no final do século V. Era filho de lavradores da região de
Orleans, na França. Cresceu cristão e tornou-se monge eremita do
mosteiro localizado nos montes Pirineus, na região do vale de Larboust,
que mais tarde recebeu o seu nome.
Ao contrário do que julgavam seus colegas, companheiros e parentes, foi
considerado modelo de religioso e nomeado "ecônomo da comunidade".
Mas Ávito desejava a solidão para meditar e rezar. E por isso, certo
dia, fugiu para o interior misterioso e desconhecido de uma floresta,
para viver na mais íntima união com Deus.
Quando o abade Maximino morreu, Ávito foi eleito seu sucessor. Os outros
monges, entretanto, tiveram dificuldade e demoraram algum tempo para
encontrá-lo.
Ávito, a princípio, recusou o posto, por não se achar suficientemente
capacitado. Só aceitou porque recebeu ordem direta do bispo e por
exclusivo senso de disciplina.
Governou o mosteiro por muitos anos e, mesmo assim, a cada oportunidade
surgida refugiava-se em sua floresta, ficando ali por dias e noites
seguidos, no mais rigoroso retiro. Na oportunidade, aproveitava para
ensinar o Evangelho aos montanheses que ainda eram pagãos.
Ávito morreu assassinado pelos bárbaros pagãos, em 530, os quais
esconderam o seu corpo. Porém, alguns séculos depois, suas relíquias
foram milagrosamente recuperadas e colocadas numa igreja construída
especialmente para acolhê-las.
O mais antigo documento que testemunha o culto litúrgico dedicado a são
Ávito no dia 13 de junho foi encontrado no breviário de Comminges. Ele é
invocado, especialmente, pelas gestantes na hora do parto, porque,
segundo a tradição, seu nascimento ocorreu durante um parto repleto de
dificuldades. A Igreja autorizou a sua celebração e manteve a data da
festa.
Santo Ávito, rogai por nós!
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