O incidente acabou levando-o a procurar a solidão na região próxima de Avellino, na montanha de Montevergine. Era uma terra habitada apenas por animais selvagens, onde, segundo a tradição, um lobo teria matado o burro que lhe servia de transporte. Guilherme, então, teria domesticado toda a matilha, que passou a prestar-lhe todo tipo de auxílio.
Vivia como eremita, dedicando-se à oração e à penitência, mas isso durou pouco tempo. Logo começou a ser procurado por outros eremitas, religiosos e fiéis. Acabou fundando, em 1128, um mosteiro masculino, o qual colocou sob as regras beneditinas e dedicou a Maria, ficando conhecido como o Mosteiro de Montevergine.
Dele Guilherme se tornou o abade, todavia por pouco tempo, pois transmitiu o cargo para um monge sucessor e continuou peregrinando. Entretanto tal procedimento se tornou a rotina de sua vida monástica. Guilherme acabou fundando um outro mosteiro beneditino, dedicado a Maria, em Monte Cognato. Mais uma vez se encontrou na posição de abade e novamente transmitiu o posto ao monge que elegeu para ser seu sucessor.
Desejando imensamente a solidão, foi para a planície de Goleto, não muito distante dali, onde, por um ano inteiro, viveu dentro do buraco de uma árvore gigantesca. E eis que tornou a ser descoberto e mais outra comunidade se formou ao seu redor. Dessa vez teve de fundar um mosteiro "duplo", ou seja, masculino e feminino. Contudo criou duas unidades distintas, cada uma com sua sede e igreja própria.
E foi assim que muitíssimos mosteiros nasceram em Irpínia e em Puglia, como revelou a sua biografia datada do século XII. Desse modo, ele, que desejava apenas ser um monge peregrino na Terra Santa, fundou a Congregação Beneditina de Montevergine, que floresceu por muitos séculos. Somente em 1879 ela se fundiu à Congregação de Montecassino.
Guilherme morreu no dia 25 de junho de 1142, no mosteiro de Goleto. Teve os restos mortais transferidos, em 1807, para o santuário do Mosteiro de Maria de Montevergine, o primeiro que ele fundara, hoje um dos mais belos santuários marianos existentes. Em 1942, o papa Pio XII canonizou-o e declarou são Guilherme de Vercelli Padroeiro principal da Irpínia.
São Guilherme de Vercelli, rogai por nós!
Era discípulo de dois grandes santos: Eusébio de Vercelli e Ambrósio de Milão, sob a orientação de ambos fundou a diocese de Turim, da qual foi nomeado o primeiro bispo.
Deixou obras literárias muito respeitadas, como o livro que reuniu seus numerosos "sermões e homilias", um total de oitenta e nove. Seu estilo claro, persuasivo e de uma refinada e sutil ironia, exortava os paroquianos a unirem-se para lutar contra o exército dos bárbaros pagãos que atormentavam os pacatos habitantes.
De personalidade firme e decidida, com caráter manso e benévolo, diante da invasão dos bárbaros chegou a propor aos seus fiéis, amedrontados pela aproximação do inimigo destruidor, empunhar as armas do jejum, da oração e da misericórdia para enfrentá-lo.
Aos medrosos e acovardados, que pensavam em abandonar a cidade, pregou que seriam injustos e pífios se abandonassem a mãe no perigo, pois a pátria é sempre uma doce mãe.
Entretanto, ao tratar dos temas da doutrina dogmática, a sua palavra era uma luz que aclarava imensamente os textos bíblicos, os quais interpretava com a mais perfeita ortodoxia. Venerado como um dos Padres da Igreja pela Igreja ocidental, documentos mais recentes revelam que ele teria convocado o Concílio de Turim, na condição de primeiro bispo daquela diocese, em 398.
Morreu no ano 423, na sua querida diocese. Segundo antiga tradição local, suas relíquias ficaram escondidas por muitos séculos. Depois, perderam-se durante as várias invasões dos bárbaros e pela ação dos hereges iconoclastas no início do século IX. Finalmente, alguns poucos fragmentos dessas relíquias foram encontrados no século XVII e são conservados na catedral de Turim.
O bispo Máximo tinha uma particular veneração por são João Batista, cuja devoção incutiu aos fiéis que elegeram aquele santo como padroeiro de Turim. Por esse motivo, a Igreja marcou a festa litúrgica de são Máximo de Turim para 25 de junho, um dia após a celebração da Natividade de são João Batista.
São Máximo de Turim, rogai por nós!
No
meio dos sacerdotes marselheses, Próspero viu difundir-se a doutrina
herética apregoada por Pelágio, que negava o pecado original e a
necessidade da graça divina para a salvação humana. Portanto o ser
humano seria capaz de salvar-se apenas praticando o bem e segundo a sua
própria vontade, pois a graça divina era importante, mas não
indispensável.
Próspero, desde o seu ingresso no mosteiro, tomou
parte ativa na luta contra os erros doutrinais divulgados por Pelágio,
que os monges marselheses se interessavam em sua propagação. Próspero
defendeu e trabalhou pessoalmente com Agostinho, pois tinha o mesmo
entendimento que ele sobre a graça divina. Por isso contou a Agostinho
que os "marselheses" eram-lhe os novos opositores doutrinais.
Instigado, Agostinho escreveu aquela que foi a sua maior obra: "Da
predestinação dos santos e dom da perseverança". Agostinho morreu logo
após, em 430.
Mas nem mesmo após sua morte as críticas dos
"marselheses" à sua doutrina atenuaram. Por isso, um ano depois,
Próspero decidiu ir a Roma para pedir a intervenção do papa Celestino
I. que mandou uma carta aos bispos da França para que acabassem de vez
com as críticas ao grande mestre e doutor da Igreja, Agostinho.
Só
então Próspero transferiu-se para Roma, em 435, onde continuou com suas
obras. Escreveu um comentário sobre os salmos e, principalmente, sobre
seu mestre Agostinho, assentando-lhe a doutrina e corrigindo certos
exageros encontrados nos seus textos. Próspero captava com facilidade o
pensamento muitas vezes obscuro de Agostinho, devido à sua apurada
educação literária e filosófica. Ele próprio se tornou um teólogo de
rara grandeza para a Igreja.
A partir de 440, Próspero foi
convocado pelo papa Leão Magno para ser seu secretário, exercendo a
função até depois de 463, quando faleceu. Deixou um grande número de
escritos teológicos eclesiásticos, sempre em resposta às diversas
calúnias e objeções à rígida doutrina de Agostinho. Aliás, o conteúdo
era tão apurado e preciso que continuaram convencendo também os outros
pontífices que se sucederam em Roma durante séculos.
O único
indício de homenagem a são Próspero de Aquitânia remonta à Antigüidade,
que é uma pintura na igreja de São Clemente, em Roma. Sem dúvida,
trata-se deste santo, porque naquela igreja o papa Zózimo, em 417,
condenou o "pelagianismo", heresia que o grande teólogo combateu
ferrenhamente por meio de suas obras.
Próspero de Aquitânia só
foi canonizado no século VIII, por isso foi inserido erroneamente no
Martirológio Romano por César Baronio, que o confundiu com o bispo de
Régio Emilia, seu homônimo, que foi martirizado pela fé no século VIII.
Motivo pelo qual os dois santos recebem as homenagens litúrgicas no
mesmo dia, 25 de junho.
São Próspero de Aquitânia, rogai por nós!
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