Evangelho Cotidiano
"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
Solenidade de São Pedro e São Paulo - Domingo
Anúncio do Evangelho (Mt 16,13-19)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus,
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 13Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?”14Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. 15Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?”16Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.
17Respondendo,
Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um
ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19Eu
te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra
será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado
nos céus”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO:
«Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo»
Mons. Jaume PUJOL i Balcells, Arcebispo Emérito de Tarragona (Tarragona, Espanha)Hoje, celebramos a solenidade de
São Pedro e São Paulo, que foram fundamentos da Igreja primitiva e,
portanto, da nossa fé cristã. Apóstolos do Senhor, testemunhas da
primeira hora, viveram aqueles momentos iniciais de expansão da Igreja e
selaram com o seu sangue a fidelidade a Jesus. Oxalá nós, cristãos do
séc. XXI, saibamos ser testemunhas credíveis do amor de Deus no meio dos
homens, tal como o foram estes dois Apóstolos e como têm sido tantos e
tantos dos nossos conterrâneos.
Numa das suas primeiras intervenções, o Papa Francisco, dirigindo-se aos
cardeais, disse-lhes que temos de «caminhar, edificar e confessar». Ou
seja, temos de avançar no nosso caminho da vida, edificando a Igreja e
confessando o Senhor. O Papa advertiu: «Podemos caminhar tanto quanto
quisermos, podemos edificar muitas coisas, mas se não confessamos Jesus
Cristo, alguma coisa não funciona. Acabaremos por ser uma ONG
assistencial, mas não a Igreja, esposa do Senhor».
Escutámos no Evangelho da missa de hoje um facto central para a vida de
Pedro e da Igreja. Jesus pede àquele pescador da Galileia um acto de fé
na sua condição divina e Pedro não duvida em afirmar: «Tu és o Cristo, o
Filho de Deus vivo» (Mt 16,16). Imediatamente a seguir, Jesus institui o
Primado, dizendo a Pedro que será a rocha firme sobre a qual será
edificada a Igreja ao longo dos tempos (cf. Mt 16,18) e dando-lhe o
poder das chaves, a suprema potestade.
Embora Pedro e os seus sucessores sejam assistidos pela força do
Espírito Santo, necessitam igualmente da nossa oração, porque a missão
que têm é de grande transcendência para a vida da Igreja: têm de ser
fundamento seguro para todos os cristãos ao longo dos tempos; portanto,
todos os dias temos de rezar também pelo Santo Padre, pela sua pessoa e
pelas suas intenções.
«Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo»
+ Mons. Pere TENA i Garriga Bispo Auxiliar Emérito de Barcelona (Barcelona, Espanha)
Hoje é um dia consagrado pelo
martírio dos apóstolos São Pedro e São Paulo. «Pedro, primeiro
predicador da fé; Paulo, mestre esclarecido da verdade» (Prefácio). Hoje
é um dia para agradecer à fé apostólica, que é também a nossa,
proclamada por estas duas colunas com sua prédica. É a fé que vence ao
mundo, porque crê e anuncia que Jesus é o Filho de Deus: «Simão Pedro
respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!» (Mt 16,16). As outras
festas dos apóstolos São Pedro e São Paulo vêem outros aspectos, mas
hoje contemplamos aquele que permite nomeá-los como «primeiros
predicadores do Evangelho» (Coleta): com seu martírio confirmaram seu
testemunho.
Sua fé, e a força para o martírio, não lhes veio de sua capacidade
humana. Jesus então lhe disse: Feliz é Simão, filho de Jonas, porque não
foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos
céus (cf. Mt 16,17). Igualmente, o reconhecimento “daquele que ele
perseguia” como Jesus o Senhor foi claramente, para Saulo, obra da graça
de Deus. Em ambos os casos, a liberdade humana que pede o ato de fé se
apóia na ação do Espírito.
A fé dos apóstolos é a fé da Igreja, uma, santa, católica e apostólica.
Desde a confissão de Pedro em Cesaréia de Felipe, «cada dia, na Igreja,
Pedro continua dizendo: ‘Vós sois o Cristo, o Filho do Deus vivo!’» (São
Leão Magno). Desde então até nossos dias, uma multidão de cristãos de
todas as épocas, idades, culturas e, de qualquer outra coisa que possa
estabelecer diferenças entre os homens, proclamou unanimemente a mesma
fé vitoriosa.
Pelo batismo e a crisma estamos no caminho do testemunho, isto é, do
martírio. É necessário que estejamos atentos ao “laboratório da fé” que o
Espírito realiza em nós (João Paulo II), e que peçamos com humildade
poder experimentar a alegria da fé da Igreja.
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