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terça-feira, 6 de abril de 2010

Pílula abortiva sofre restrições de distribuição na Itália

Pílula abortiva Ru486. Igreja e Liga Norte contra a distribuição estabelecida em lei.

Como registrou já registrado neste espaço, diretamente da Itália, o premiê Silvio Berlusconi, com fundamental apoio da xenófoba e direitista Liga Norte, conseguiu, nas principais e mais populosas regiões, vencer as eleições ocorridas no domingo e na segunda-feira passados. Frise-se, eleições administrativas para o governo nas regiões.

Os leguistas do Carroccio, no Norte, só não conseguiram emplacar os seus candidatos na Ligúria (Gênova). A surpresa ficou por conta da vitória do leguista Roberto Cota, no Piemonte (Torino). Com efeito. Hoje entrou em vigor em toda a Itália a lei que permite a comercialização, para uso em hospital, da pílula abortiva RU-486, legalizada na França desde 1988, na Grã-Bretanha desde 1991, nos EUA desde 2000. A comercialização é permitida em 15 países da União Européia.

O recém-eleito governador Roberto Cota acaba de declarar, com aplausos do Vaticano, que na região do Piemonte, cuja capital é Torino, a remessa de pílulas abortivas RU-486, requisitadas pela ex-governadora Mercedes Bresso, ficarão no depósito, sem distribuição aos hospitais. Como a lei admite apenas o uso em hospitais, a região do Piemonte não terá a pílula. Assim, quem quiser, terá de ir a outra região, como, por exemplo, a Bari, onde os hospitais, desde ontem, já receberam o medicamento.

Para Cota, que adota a posição da Igreja, compete-lhe, com base no artigo 117 da Constituição,
impedir a distribuição de produtos que atentam à vida. No particular, Cota repete a fala do papa Bento XVI: “O aborto é uma injustiça elevada a um direito. O aborto não é um direito, mas apenas a morte de inocentes que ainda não nasceram”.

2. O governador Cota emite, com a decisão de não fornecer as pílulas abortivas RU-486, sinais de pacificação com o Vaticano. A Liga ao se posicionar contra os imigrantes, exigir sua expulsão do território italiano e a criminalização dos clandestinos, havia trombado com o Vaticano. Tanto que, para garantir apoio católico à sua postura xenófoba, a Liga (Carroccio) aproximou-se e contou com o apoio do lefevriano Don Floriano Abrahamowicz, que sustentava o negacionista Williamson, ou seja, aquele que disse que as câmaras de gás dos nazistas foram usadas para desinfetar.

Os leguistas também atacaram grosseiramente o progressista cardeal Dionigi Tettamanzi, de Milão, por oposição à “campanha anticlandestino” e à “cruzada contra a construção de mesquita islâmica na Itália” (popularizada como campanha contra os minaretes islâmicos).

Agora, o neogovernador Cota abre caminho para a Liga se aproximar do Vaticano. Para tanto, rasga a Constituição (artigo 117 proíbe que uma região do Estado unitário italiano proíba a circulação de medicamentos) e desrespeita a lei que entrou em vigor hoje. O mais grave é que confunde convicções religiosas com tema laico do campo bioético. Para o monsenhor Rino Fisichella, que goza de grande prestígio e respeito na Itália, a postura de Cota representa a manifestação de uma ação política que certamente “conta com suporte no próprio eleitorado”.


3. A pílula RU-486 é uma alternativa ao aborto cirúrgico. Ela provoca, com base no princípio ativo conhecido por mifepristone, a interrupção da gravidez. Não se trata da denominada “pílula do dia seguinte”, que deve ser utilizada entre 48 e 72 horas depois da relação sexual.
[muda apenas a forma de assassinar seres humanos inocentes e indefesos.]
A RU-486, pela lei italiana que entrou hoje em vigor, só pode ser ministrada em hospital. Depois do aborto químico, a paciente tem de ficar três dias internada em recuperação e para evitar hemorragias.

Grosso modo, a RU-486 impede o crescimento do embrião fecundado mediante bloqueio da progesterona, o hormônio do crescimento. Segundo levantamentos, o uso correto da pílula atinge a sua finalidade em 95% dos casos.

Em algumas hipóteses e sempre a critério médico, usa-se, dois dias após a ingestão da RU-486, uma substância chamada prostaglandina, um potencializador da RU-486. 4. A RU-486 foi concebida pelo francês Etienne-Émile Baulieu, em 1980, e comercializada legalmente em 1988. Como o Estado do Vaticano e a Santa Sé estão incrustados na Itália e exercem grande influência na vida política, a RU-486 não vai ser disponibilizada com facilidade. E não vai demorar para a Corte Constitucional ser chamada. No caso de declarada inconstitucional a restrição, volta forte o discurso de Berlusconi e dos leguistas para a promoção de uma reforma judiciária.

Reforma do Judiciário não só para impedir que julgue as ações criminais de Berlusconi, mas, também, para evitar que se intrometa em questões ideológicas, ou melhor, dos valores manifestados pelos que estão no poder.

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