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quinta-feira, 14 de março de 2013

Qual explicação para os nomes e as idades dos papas?

Qual é o critério para a escolha dos nomes dos papas? Por que eles diferem de seus nomes originais? Qual a razão de se escolherem pontífices de idade tão avançada? Um prestigiado especialista em teologia explica estes e outros aspectos curiosos das eleições do arcebispo de Roma.

Segundo as estatísticas, desde o ano 1400 a maioria dos pontífices foram escolhidos com 63 anos ou mais. Alguns deles, como o atual papa Bento 16, superavam os 75 anos no momento de ocupar o trono de São Pedro.


Os nomes mais utilizados pelos papas foram: João (23 vezes) e Gregório e Bento (16 cada um). Já 43 nomes foram usados apenas uma vez, como Pedro, Anacleto, Ponciano, Eusebio e o até então inédito, Francisco. João Paulo 1º e João Paulo 2º foram os únicos que adotaram um nome composto.

Podem parecer dados curiosos, mas por trás disto existem profundas razões históricas, tradições, simbolismos e situações surpreendentes e opções pessoais, frequentemente desconhecidas, mas carregadas de significado.

Para Juan Luis Lorda, sacerdote e professor de teologia dogmática, filosofia, antropologia e ética na Universidade de Navarra, na Espanha, "a história da Igreja, que é a instituição mais antiga que existe, foi tão rica, que houve praticamente de tudo. Passou por todas as épocas históricas e sobreviveu a todas as complicações possíveis".

Segundo Lorda, "ao longo de tantos séculos, se deu uma tremenda variedade de situações e casos, relacionadas com as tradições eclesiásticas, os papas, e seus critérios de escolha".

 DEUSES ALHEIOS E 'FALSOS' PAPAS

Uma das primeiras mudanças de nome, que tornou seu protagonista famoso, “foi de um pontífice do século 6 que se chamava Mercurio, e que o substituiu por João 2º porque pensava ser errado ter o nome de um deus grego".

Já João 23 escolheu esse nome, segundo Lorda, "porque seu pai se chamava João". O pontífice não se importou de usar este nome, que tinha deixado de ser utilizado pois tinha sido adotado por um “antipapa”, pessoa proclamada para arcebispo de Roma por diversos fatores mas sem a aprovação da Igreja.

Sobre a questão de mudança de nome, o especialista em teologia explica que "os pontífices adotam um nome diferente do seu original, entre outras coisas, seguindo a ideia de que uma pessoa, ao ser nomeado papa, tem que mudar, deve ser um homem novo, com uma transcendência mais elevada".

Seria algo semelhante ao que ocorre quando se batiza um adulto, que tem seu nome anterior modificado para um cristão. No caso dos papas isso vem ocorrendo desde o século 11, quando a mudança se tornou institucional e contínua.


NOMES QUE TRANSMITEM MENSAGENS
Os nomes de alguns pontífices carregam determinadas mensagens, explica o teólogo.
Paulo 6º, por exemplo, adotou "o nome do grande evangelizador do começo da era cristã  e foi quem começou com as modernas e grandes viagens papais, com o objetivo de levar mensagem de Cristo ao maior número de pessoas no mundo todo".

Embora tenha viajado para os cinco continentes, sua peregrinação depois ficaria pequena em comparação com a de João Paulo 2º. Além disso, seu caráter evangelizador ficou em segundo plano, pois Paulo 6º ficou marcado por promover o Concílio Vaticano 2º, que exigiu muito tempo e esforço.

Antes de Joseph Ratzinger, o último papa que adotou o nome Bento ocupou o trono de São Pedro entre 1914 e 1922. Antes dele, no entanto, fazia muito tempo que não era utilizado, apesar de ser um dos mais populares entre os pontífices, o primeiro deles entre 575 e 579.

Este nome lembrava ao papa que acabou de renunciar a figura de São Benito de Nursia, o Patrono da Europa, considerado o iniciador da vida monástica no Ocidente e fundador da ordem dos beneditinos.

O nome vem de Benedictus (Benedicto, em latim), que significa, entre outros coisas, "bem nomeado", "o que recebe bom nome", "bendito" ou "benzido".

O PRIMEIRO NOME COMPOSTO DA HISTÓRIA

João Paulo 1º foi um papa que durou pouco mais de um mês, mas pela primeira vez recorreu a um nome composto, com a intenção de manter a tradição de seus dois antecessores imediatos, João XXIII e Paulo VI.

Ao longo da história não se seguiu uma linha ou evolução nem um critério fixo na escolha dos nomes dos papas, mas segundo o teólogo, cada pontífice determinou seu nome "segundo razões muito diversas: desde devoções pessoais, como a de João XXIII para seu pai, até a intenção de se conectar com a herança de outros papas anteriores".

"Muitos preferem tomar como referência os últimos papas, como João Paulo 2º, que sucedeu João Paulo 1º e pensou que o melhor era escolher o mesmo nome de seu antecessor", opina o especialista.

Com relação ao sucessor do papa Bento 16, o sacerdote indica que "o nome do próximo papa poderia ser Bento 17 ou João Paulo 3º, ou outro diferente, sem relação com estes pontífices, embora provavelmente seu nome irá querer dizer algo e com certeza isto será explicado, seguindo o exemplo de pontífices anteriores".

Embora não exista uma tendência atual na hora de se escolher os nomes nem se possa prever como evoluirão no futuro, é quase certo que "não se utilizará o nome do apóstolo Pedro, o primeiro papa, que nenhum pontífice usou até agora, nem o de Jesus ou outro parecido, por razões óbvias de respeito a essas máximas figuras do cristianismo", acrescenta Juan Luis Lorda.



POR QUE OS SUCESSORES DE SÃO PEDRO SÃO TÃO VELHOS?

Para o teólogo, a idade dos papas é fruto do processo de escolha, realizado entre os
entre os cardeais, que em sua maioria são bispos das grandes sedes da Igreja Católica: as capitais mais importantes e com mais tradição no mundo todo.

"O colégio cardinalício também é composto por cardeais da cúria, que ocupam um posto muito importante dentro da Igreja e que geralmente foram bispos, e também por poucos (dois ou três) teólogos muito importantes, nomeados cardeais quase a título honorífico. Com isso, quando uma pessoa chega a bispo em uma diocese importante, já teve uma grande trajetória na Igreja e normalmente já tem uma idade avançada", diz o especialista.

"Embora os papas não sejam escolhidos porque sejam velhos, indubitavelmente uma pessoa que está há muitos anos servindo à Igreja tem sabedoria. Em todo caso, a idade não é o fator determinante da escolha", indica o sacerdote e teólogo.

Para Lorda, mais importante que a idade dos pontífices é importante manter um critério cristão: "o papa não tem que inventar nada. É um ponto de referência de toda a Igreja e precisa manter viva a liturgia e doutrina; para os trabalhos de gestão ordinária ele dispõe de pessoas entendidas que se ocupam desses assuntos".

"Apesar de Bento 16, que chegou ao trono de Pedro com 78 anos, não se deve descartar que no futuro a Igreja passe a escolher papas mais jovens, à medida que vá mudando a composição do colégio de cardeais, que tem como principal função escolher o pontífice”, explica o especialista.

A falta de padrão pode ser comprovada com João Paulo 2º, que foi eleito papa quando tinha apenas 57 anos.



 











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