São Flaviano
Ele, porém, não se intimidou e passou a dedicar seus dias a confortar e estimular os cristãos. Morto Constâncio, assumiu Julião, que deu continuidade à perseguição, empreendendo-a ainda com mais ênfase. Flaviano que já era um sacerdote cristão se destacava muito pela prática radical do Evangelho e por sua defesa contra os hereges.
Assim, em 446 foi eleito patriarca de Constantinopla, que na época era capital do Império Romano, já que o mundo católico se via estremecido por agitações político-religiosas e sua atuação poderia reverter este processo. Flaviano assumiu com mão de ferro o posto, mas em seu primeiro ato oficial já pode ter uma idéia dos conflitos que viriam.
Era costume o patriarca, assim que assumia, mandar um presente simbólico ao imperador. Ele enviou então um pão bento durante a missa solene, como símbolo de paz e concórdia. O primeiro-ministro mandou o pão abençoado de volta, dizendo que só aceitaria presentes em ouro e prata. Flaviano respondeu que o ouro e a prata da Igreja não pertenciam a ele, mas a Deus e aos pobres, seus legítimos representantes na Terra. Tanto o imperador quanto o ministro juraram vingança, e as pressões começaram.
Flaviano enfrentou várias dissidências que depois seriam consideradas heresias em concílios realizados para julgá-las. Entre elas, a mais significativa foi a que queria tirar de Jesus seu caráter humano. Isso significaria aceitar que a divindade de Jesus teria assimilado e absorvido sua humanidade. Flaviano conseguiu o apoio do Papa Leão Magno, em Roma, mas foi traído pela parte do clero que defendia a tese.
Nenhuma das decisões conciliares foi aprovada pelo papa, a não ser o chamado Tomo a Flaviano, carta enviada pelo papa São Leão Magno ao presidente do concílio, condenando as heresias de Nestório e de Eutiques.
Flaviano foi praticamente assassinado durante a assembléia ecumênica que, por isso é chamada o conciliábulo de Éfeso Isto mesmo, maus religiosos se uniram aos políticos e os inimigos conseguiram sua deposição do cargo. O bispo Flaviano foi preso e ali mesmo torturado tão cruelmente que ele não agüentou e, logo depois, veio a falecer vítima delas, no dia 18 de fevereiro de 449.
Dois anos depois o Papa Leão Magno, que também é venerado pela Igreja, convocou um concílio, onde a verdade foi restabelecida. Aceitavam-se as duas naturezas de Jesus, a divina e a humana e os contrários foram declarados hereges. No mesmo concílio a figura do bispo Flaviano foi reabilitada e ele declarado mártir pela ortodoxia da fé cristã. O culto à São Flaviano se mantém vivo e vigoroso ainda hoje e sua festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.
São Flaviano, rogai por nós!
São Simeão bispo martirizado no século II. Simeão ou Simão, filho de
Cléofas, não deve ser confundido com o apóstolo homônimo, denominado o
cananeu. O santo de hoje é aquele parente de Jesus mencionado no
Evangelho. Foi escolhido para suceder são Tiago Menor no bispado de
Jerusalém, diocese que dirigiu durante 40 anos. Morreu de fato em 107,
com 120 anos, e não de morte natural. Teve a fortuna de assistir ao
cumprimento da profecia de Jesus sobre a trágica destruição de
Jerusalém, no ano 70.
Em face das primeiras escaramuças motivadas pela intervenção romana na
cidade rebelde, e tendo presente a advertência do Mestre, o bispo Simeão
acompanhou a comunidade cristã à Pela, retornando depois à sede
episcopal devastada, numa cidade onde não ficara “pedra sobre pedra”.
A difícil tarefa da reconstrução e consolidação do cristianismo em
Jerusalém foi facilitada não só pelo cumprimento da profecia de Cristo —
o que, após a destruição e dispersão, predispôs os judeus sobreviventes
a refletir sobre a mensagem —, como também pela relativa paz que se
seguiu à terrível punição de Roma.
A perseguição que Nero desencadeou golpeara somente os cristãos de Roma,
acusados pelo imperador de terem incendiado a cidade. O surto
persecutório de Domiciano não se estendera até os limites do império.
Tal se deu sob o governo do sábio Trajano, segundo o qual a mensagem
evangélica constituiria um perigo para os destinos de Roma. Entre as
vítimas dessa violenta perseguição, estava o velho bispo de Jerusalém —
“o irmão de Jesus”, que teve o privilégio de com ele compartilhar o
suplício da cruz.
Submetido à tortura, a fim de induzi-lo a abjurar a fé, e visto se terem
revelado inúteis todos os outros tormentos, o legado consular Tibério
Cláudio Ático condenou-o à crucificação, a despeito de reconhecer sua
grande coragem e a serenidade com que subiu ao patíbulo.
Beato Angélico (1387-1455) — chamado beato imediatamente depois de sua morte, ocorrida em Roma, no convento dominicano de Santa Maria sobre Minerva, em razão dos maravilhosos afrescos sobre temas religiosos com que adornou o convento de São Marcos, em Florença. Sua beatificação “canônica” deu-se apenas em 1984. João — era este seu nome de batismo — nasceu em Mugelo, nas adjacências de Florença, e fez-se dominicano no convento de São Marcos.
São Teotônio
Fundador da Nova Ordem dos Cônegos Regulares
Nascido em Ganfei, Portugal, no ano de 1082, São Teotônio recebeu uma ótima formação. Primeiramente, junto a um convento beneditino de Coimbra; depois, ao ser assumido por seu tio Crescêncio, Bispo de Coimbra, ele foi correspondendo à graça de Deus em sua vida. Com a morte do tio, dirigiu-se para Viseu, onde terminou seus estudos básicos e recebeu o dom da ordenação sacerdotal.
Recusa à cargos e títulos
Na cidade de Viseu, aos 30 anos,
tornou-se prior da Sé. Ofereceram-lhe funções como o cargo de Prior dos
Cônegos Regrantes de Santo Agostinho e a Custódia do Santo Sepulcro,
quando ele esteve por duas vezes em Jerusalém, na Terra Santa. Também
ofereceram o bispado da Sé de Viseu, mas, com liberdade interior, ele
recusou a todas.
Coragem na reforma
Ao regressar da Terra Santa para
Portugal, foi um dos reformadores da regra dos Cônegos Regrantes, junto
com os outros religiosos. Com mais 11 irmãos, fundou a Ordem dos
Cônegos Regrantes da Santa Cruz (Mosteiro Santa Cruz). Tornou-se seu
primeiro prior.
Influência no reinado português
Um homem sábio. Ele foi suporte
ao jovem Afonso Henriques, durante a Independência de Portugal, e
tornou-se conselheiro do então Rei, Dom Afonso I. Tinha como amigo
pessoal São Bernardo de Claraval.
Mariano e devoto dos Santos Anjos, ele despojou-se e se retirou em contemplação e intercessão. Foi assim que, em 18 de fevereiro, esse grande santo português, em 1162, partiu para a glória. Peçamos a intercessão de São Teotônio para que possamos glorificar a Deus pela obediência, sempre voltando-nos para os mais pequeninos. Com 70 anos, renuncia ao cargo de prior, desejando passar os últimos anos de sua vida dedicados à oração e à contemplação. Morreu 10 anos depois, em 18 de fevereiro de 1862, em Coimbra.
Canonização rápida
Apenas um ano depois de sua
morte, foi canonizado; e é o primeiro santo português elevado aos
altares. Ficou conhecido por ser um grande reformador da vida religiosa.
Obras no Brasil
A Ordem Religiosa se estendeu até o Brasil, sendo que, no país, há dois
mosteiros Ordem dos Cônegos Regrantes da Santa Cruz: um em Guaratinguetá
(SP) e outro na Diocese de Anápolis (GO).
A minha oração
“Senhor meu Deus, São
Teotônio foi firme no que percebia ser a voz do céu ao seu respeito. Eu
te peço Senhor, dai-me a graça de, nas minhas decisões e renúncias, ser
firme em Ti, para que eu não fuja da Sua Vontade. Amém”.
São Teotônio, rogai por nós!
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