A devoção à Divina Misericórdia foi pedida por Jesus à Irmã
Faustina Kowalska, na Polônia.
As formas dessa devoção, de extrema eficácia à salvação das
almas, são:
A Imagem,
A Festa (1º domingo depois da Páscoa),
A Novena,
O Terço, e
A Hora da Misericórdia Divina (às três horas da tarde).
A Hora da Misericórdia
Em 1933, Deus ofereceu a Irmã Faustina uma impressionante
visão de Sua Misericórdia. A Irmã nos conta: "Vi uma
grande luz, e nela Deus Pai. Entre esta luz e a Terra vi
Jesus pregado na Cruz de tal maneira que Deus, querendo
olhar para a Terra, tinha que olhar através das chagas de
Jesus. E compreendi que, somente por causa de Jesus, Deus
está abençoando a Terra."
Jesus disse à Irmã Faustina:
"Às três horas da tarde implora à Minha Misericórdia,
especialmente pelos pecadores, e, ao menos por um breve
tempo, reflete sobre a Minha Paixão, especialmente sobre o
abandono em que Me encontrei no momento da agonia. Esta é a
hora de grande Misericórdia para o mundo inteiro."
"Nessa hora nada negarei à alma que Me pedir em nome da
Minha Paixão."
"Lembro-te, Minha filha, que todas as vezes que ouvires o
bater do relógio, às três horas da tarde, deves mergulhar
toda na Minha misericórdia, adorando-a e glorificando-a.
Invoca a sua onipotência em favor do mundo inteiro e
especialmente dos pobres pecadores, porque nesse momento ela
está largamente aberta para cada alma. Nessa hora,
conseguirás tudo para ti e para os outros. Naquela hora, o
mundo inteiro recebeu uma grande graça: a Misericórdia
venceu a Justiça. Procura rezar nessa hora a Via-Sacra, na
medida em que te permitirem os teus deveres, e se não
puderes rezar a Via-Sacra, entra ao menos por um momento na
capela, e adora a meu Coração, que está cheio de
Misericórdia no Santíssimo Sacramento. Se não puderes ir à
capela, recolhe-te em oração onde estiveres, ainda que seja
por um breve momento."
O TERÇO À DIVINA MISERICÓRDIA
Em 13 de setembro de 1935, Irmã Faustina escreve:
"Eu vi um anjo, o executor da cólera de Deus... a ponto de
atingir a terra ... Eu comecei a implorar intensamente a
Deus pelo mundo, com palavras que ouvia interiormente. À
medida em que assim rezava, vi que o anjo ficava
desamparado, e não mais podia executar a justa punição..."
No dia seguinte, uma voz interior lhe ensinou esta oração
nas contas do rosário:
o Terço da Misericórdia.
Disse Jesus a Irmã Faustina:
"Pela recitação desse Terço agrada-me dar tudo que Me
pedem. Quando o recitarem os pecadores empedernidos,
encherei suas almas de paz, e a hora da morte deles será
feliz.'
"....Quando rezarem este Terço junto aos agonizantes, Eu me
colocarei entre o Pai e a alma agonizante, não como justo
Juiz, mas como Salvador misericordioso".
O Terço da Misericórdia
Como rezar:
Para ser rezado nas contas do terço.
"No começo:
Pai Nosso..., Ave Maria..., e o Creio...
A seguir, nas contas
grandes (do Pai-Nosso), rezamos:
Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e o
Sangue, a Alma e a Divindade do Vosso Diletíssimo Filho,
Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados
e dos do mundo inteiro.
Nas contas pequenas (da Ave-Maria), rezamos:
Pela Sua dolorosa Paixão; tende misericórdia
de nós e do mundo inteiro.
E no final do terço rezamos três vezes:
Deus
Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do
mundo inteiro.
A NOVENA À DIVINA MISERICÓRDIA
(Do DIÁRIO de santa Irmã Faustina)
(Do DIÁRIO de santa Irmã Faustina)
"NOVENA à Misericórdia Divina que Jesus me mandou escrever e rezar
antes da Festa da Misericórdia,
Começa na
sexta-feira Santa. (A Festa da Misericórdia Divina
acontece no primeiro domingo após o Domingo da Páscoa.)
Desejo que, durante estes nove dias, conduzas as
almas à fonte da Minha misericórdia, a fim de que recebam
força, alívio e todas as graças de que necessitam nas
dificuldades da vida e, especialmente na hora da morte. Cada
dia conduzirás ao Meu Coração um grupo diferente de almas e
as mergulharás nesse oceano da Minha misericórdia. Eu
conduzirei todas essas almas à Casa de Meu Pai. Procederás
assim nesta vida e na futura. Por Minha parte, nada negarei
àquelas almas que tu conduzirás à fonte da Minha
misericórdia. Cada dia pedirás a Meu Pai, pela Minha
amarga Paixão, graças para essas almas.
Primeiro
Dia
– (Sexta-feira Santa).
Hoje, traze-Me a Humanidade inteira,
especialmente todos os pecadores e mergulha-os no oceano da
Minha misericórdia.
Com isso Me consolarás na amarga tristeza em que Me afunda a
perda das almas.
Ó onipotência da misericórdia divina,
Socorro para o homem pecador,
Vós sois o oceano de misericórdia a de amor,
E ajudais a quem Vos pede humildemente.
Socorro para o homem pecador,
Vós sois o oceano de misericórdia a de amor,
E ajudais a quem Vos pede humildemente.
Eterno
Pai, olhai com misericórdia para toda Humanidade, encerrada
no Coração compassivo de Jesus, mas especialmente para os
pobres pecadores. Pela Sua dolorosa Paixão mostrai-nos a
Vossa misericórdia, para que glorifiquemos a onipotência da
Vossa misericórdia, pelos séculos dos séculos. Amém.
Segundo Dia
– (Sábado Santo).
Hoje, traze-Me as almas dos sacerdotes e
religiosos e mergulha-as na Minha insondável misericórdia.
Elas Me deram força para suportar a amarga Paixão. Por elas, como
por canais, corre para a humanidade a minha Misericórdia.
A fonte
do amor divino
Mora nos corações puros,
Banhados no mar da misericórdia ,
Brilhantes como as estrelas, luminosos como a aurora.
Mora nos corações puros,
Banhados no mar da misericórdia ,
Brilhantes como as estrelas, luminosos como a aurora.
Eterno
Pai, dirigi o olhar da Vossa misericórdia para a porção
eleita da Vossa vinha:
para as almas dos sacerdotes e religiosos. Concedei-lhes o poder da Vossa bênção e,
pelos sentimentos do Coração de Vosso Filho, no qual estão encerradas, dai-lhes a força da Vossa luz, para que possam guiar os outros nos caminhos da salvação, e juntamente com eles cantar a glória da Vossa insondável misericórdia, pelos séculos eternos. Amém.
para as almas dos sacerdotes e religiosos. Concedei-lhes o poder da Vossa bênção e,
pelos sentimentos do Coração de Vosso Filho, no qual estão encerradas, dai-lhes a força da Vossa luz, para que possam guiar os outros nos caminhos da salvação, e juntamente com eles cantar a glória da Vossa insondável misericórdia, pelos séculos eternos. Amém.
Terceiro
Dia – (Dia de Páscoa).
Hoje, traze-Me todas as almas piedosas e fiéis e
mergulha-as no oceano da Minha misericórdia.
Estas almas consolaram-Me na Via-sacra; foram aquela gota de
consolações em meio ao mar de amarguras.
As maravilhas da misericórdia são insondáveis;
Nem o pecador nem o justo as entenderá;
Para todos olhais com o olhar da compaixão
E a todos atraís para o Vosso amor.
Nem o pecador nem o justo as entenderá;
Para todos olhais com o olhar da compaixão
E a todos atraís para o Vosso amor.
Eterno Pai, olhai com o olhar da Vossa misericórdia
para as almas fiéis, como a herança do Vosso Filho. Pela Sua
dolorosa Paixão concedei-lhes a Vossa bênção e cercai-as da
Vossa incessante proteção, para que não percam o amor e o
tesouro da santa fé, mas com toda multidão dos Anjos e dos
Santos glorifiquem a Vossa imensa misericórdia, por toda a
eternidade. Amem.
Quarto Dia
Hoje, traze-Me os pagãos e aqueles que ainda não
Me conhecem e nos quais pensei na Minha amarga Paixão. O seu
futuro zelo consolou o Meu Coração. Mergulha-os no mar da
Minha misericórdia. Misericordiosíssimo Jesus, que sois a luz de todo o mundo, aceitai
ma mansão do Vosso compassivo Coração as almas dos pagãos
que ainda não vos conhecem. Que os raios da Vossa graça os
iluminem para que também eles, juntamente conosco,
glorifiquem, as maravilhas de Vossa Misericórdia e não os
deixeis sair da mansão do Vosso compassivo Coração.
Que a
luz do Vosso amor
Ilumine as trevas das almas!
Fazei que essas almas Vos conheçam
E glorifiquem a Vossa misericórdia, juntamente conosco!
Ilumine as trevas das almas!
Fazei que essas almas Vos conheçam
E glorifiquem a Vossa misericórdia, juntamente conosco!
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas dos
pagãos e daqueles que ainda não Vos conhecem e que estão
encerrados no Coração compassivo de Jesus. Atraí-as à luz do
Evangelho. Essas almas não sabem que grande felicidade é
amar-Vos. Fazei com que também elas glorifiquem a riqueza da
Vossa misericórdia, por toda a eternidade. Amém.
Quinto Dia
Hoje traze-me as almas dos cristãos separadas da
unidade da Igreja e mergulha-as no mar da Minha
misericórdia.
Na minha amarga Paixão dilaceravam o meu Corpo e o meu Coração, isto
é, a minha Igreja. Quando voltam à unidade da Igreja,
cicatrizam-se as minhas Chagas e dessa maneira eles aliviam
a minha Paixão.
Mesmo para aqueles que rasgaram o manto da Vossa
Unidade
Flui do Vosso Coração uma fonte de compaixão;
A onipotência da Vossa misericórdia, ó Deus,
Pode tirar também essas almas do erro.
Flui do Vosso Coração uma fonte de compaixão;
A onipotência da Vossa misericórdia, ó Deus,
Pode tirar também essas almas do erro.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas dos
nossos irmãos separados que esbanjaram os Vossos bens e
abusaram das Vossas graças, permanecendo teimosamente nos
seus erros. Não olheis para os seus erros, mas para o amor
do Vosso Filho e para sua amarga Paixão, que suportou por
eles, pois também eles estão encerrados no Coração
compassivo de Jesus. Fazei com que também eles glorifiquem a
Vossa misericórdia por todos os séculos eternos. Amém
Sexto Dia
Hoje, traze-me as almas mansas e humildes, assim
como as almas das criancinhas e mergulha-as na Minha
misericórdia.
Estas almas são as mais semelhantes ao meu Coração. Elas reconfortaram-Me na minha amarga Paixão da minha agonia. Eu
as vi quais anjos terrestres que futuramente iriam velar
junto aos meus altares. Sobre elas derramo torrentes de
graças. Só a alma humilde é capaz de aceitar a minha graça;
às almas humildes favoreço com a minha confiança.
A alma verdadeiramente humilde e mansa
Já respira aqui na terra o ar do paraíso,
E o perfume do seu coração humilde
Encanta o próprio Criador.
Já respira aqui na terra o ar do paraíso,
E o perfume do seu coração humilde
Encanta o próprio Criador.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas
mansas, humildes e para as almas das criancinhas, que estão
encerradas na mansão compassiva do Coração de Jesus. Estas
almas são as mais semelhantes a Vosso Filho. O perfume
destas almas eleva-se da Terra e alcança o Vosso Trono. Pai
de misericórdia e de toda bondade, suplico-Vos pelo amor e
predileção que tendes para com estas almas: abençoai o mundo
todo, para que todas as almas cantem juntamente a glória à
Vossa misericórdia, pelos séculos eternos. Amém
Sétimo Dia
Hoje, traze-Me as almas que veneram e glorificam
de maneira especial a Minha misericórdia e mergulha-as na
Minha misericórdia.
Estas almas foram as que mais sofreram por causa da minha
Paixão e penetraram mais profundamente no meu espírito. Elas
são a imagem viva do meu Coração compassivo. Estas almas
brilharão com especial fulgor na vida futura. Nenhuma delas
irá ao fogo do Inferno; defenderei cada uma delas de maneira
especial na hora da morte.
A alma que glorifica a bondade do Senhor
É por Ele especialmente amada;
Ela está sempre próxima da fonte viva
E bebe as graças da misericórdia divina.
É por Ele especialmente amada;
Ela está sempre próxima da fonte viva
E bebe as graças da misericórdia divina.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas que
glorificam e honram o Vosso maior atributo, isto é, a Vossa
insondável misericórdia. Elas estão encerradas no Coração
compassivo de Jesus. Estas almas são o Evangelho vivo e as
suas mãos estão cheias de obras de misericórdia; suas almas
repletas de alegria cantam um hino da misericórdia ao
Altíssimo. Suplico-Vos, ó Deus, mostrai-lhes a Vossa
misericórdia segundo a esperança e a confiança que em Vós
colocaram. Que se cumpra nelas a promessa de Jesus, que
disse: As almas que veneram a Minha insondável misericórdia,
Eu mesmo as defenderei durante a sua vida, e especialmente
na hora da morte, como Minha glória. Amém
Oitavo Dia
Hoje, traze-Me as almas que se encontram na
prisão do Purgatório e mergulha-as no abismo da Minha
misericórdia;
que as torrentes do meu Sangue refresquem o seu ardor. Todas estas
almas são muito amadas por Mim, pagam as dívidas à minha
Justiça. Está em teu alcance trazer-lhes alívio. Tira do
tesouro da minha Igreja todas as indulgências e oferece-as
por elas. Oh, se conhecesses o seu tormento, incessantemente
oferecerias por elas a esmolas do espírito e pagarias as
suas dívidas à minha Justiça.
Do terrível ardor do fogo do purgatório
Ergue-se um lamento das almas a Vossa misericórdia;
E recebem consolo, alívio e conforto
Na torrente derramada do Sangue e da Água.
Ergue-se um lamento das almas a Vossa misericórdia;
E recebem consolo, alívio e conforto
Na torrente derramada do Sangue e da Água.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas que
sofrem no Purgatório e que estão encerradas no Coração
compassivo de Jesus. Suplico-Vos que, pela dolorosa Paixão
de Jesus, Vosso Filho, e por toda a amargura de que estava
inundada a sua Santíssima Alma, mostreis Vossa misericórdia
às almas que se encontram sob o olhar da Vossa justiça. Não
olheis para elas de outra forma senão através das Chagas de
Jesus, Vosso Filho muito amado, porque nós cremos que a
Vossa bondade e misericórdia são incomensuráveis. Amém
Nono
Dia
– (Sábado, vigília da Festa da Misericórdia)
Hoje, traze-Me as almas tíbias e mergulha-as no
abismo da Minha misericórdia.
Estas almas ferem mais dolorosamente o meu Coração. Foi da alma
tíbia que a minha Alma sentiu repugnância no Horto. Elas
levaram-Me a dizer: Pai afasta de Mim este cálice, se assim
for a vossa vontade. Para elas, a última tábua de salvação é
recorrer a minha Misericórdia.
O fogo e o gelo não podem ser unidos,
Porque ou o fogo se apaga, ou o gelo se derrete;
Mas a Vossa misericórdia, ó Deus,
Pode auxiliar indigências ainda maiores.
Porque ou o fogo se apaga, ou o gelo se derrete;
Mas a Vossa misericórdia, ó Deus,
Pode auxiliar indigências ainda maiores.
Eterno Pai, olhai com Vossa misericórdia para as almas
tíbias e que estão encerradas no Coração compassivo de
Jesus. Pai de Misericórdia, suplico-Vos pela amargura da
Paixão de Vosso Filho e por Sua agonia de três horas na
Cruz, permiti que também elas glorifiquem o abismo da Vossa
misericórdia... Amém" (Diário 1209-1228).
Na NOVENA:
"O Senhor
me disse para rezar o Terço [da misericórdia] por nove
dias antes da Festa da Misericórdia (...)
Através desta novena concederei às almas toda
espécie de graças" (Diário
796).
A Festa da Misericórdia
O Diário de Irmã Faustina contém pelo menos quinze ocasiões
nas quais se refere ao pedido do Senhor para que fosse
estabelecida em toda a Igreja, oficialmente, a "Festa
da Misericórdia". Ele disse:
"Desejo que a Festa de Misericórdia seja refúgio e abrigo
para todas as almas, especialmente para os pecadores. Nesse
dia estão abertas as entranhas da minha Misericórdia.
Derramo todo o mar de graças nas almas que se aproximarem da
fonte da minha Misericórdia. A alma
que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e
castigos.
(indulgência plenária)
Nesse dia estão abertas todas as comportas divinas, pelas
quais fluem as graças.
Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda
que seus pecados sejam como escarlate... A Festa da
Misericórdia saiu das minhas entranhas... Desejo que seja
celebrada solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa.
A humanidade não terá paz enquanto não se voltar à fonte da
minha Misericórdia."
(Diário nº.699)
Jesus também pediu que a Festa da Divina Misericórdia fosse
precedida por uma
Novena à
Divina Misericórdia, a ser iniciada na
Sexta-Feira Santa. Ele deu a Irmã Faustina uma
intenção pela qual rezar a cada dia da Novena. Em seu
diário, Irmã Faustina relata que Jesus lhe disse:
"Em cada dia da novena, conduzirás ao Meu coração um grupo
diferente de almas, e as mergulharás no oceano da minha
Misericórdia. Eu conduzirei todas as almas à casa do meu
Pai... Por minha parte, nada negarei a nenhuma daquelas
almas que tu conduzirás à fonte da minha Misericórdia. Cada
dia pedirás a meu Pai, pela minha amarga Paixão, graças para
essas almas."
(Diário nº.1209)
INDULGÊNCIA
PLENÁRIA
NA FESTA DA MISERICÓRDIA.
NA FESTA DA MISERICÓRDIA.
DECRETO DO VATICANO.
Anexadas indulgências aos atos de culto, realizados em
honra da Misericórdia Divina.
"A tua misericórdia, ó Deus, não conhece limites e é
infinito o tesouro da tua bondade... (Oração depois do Hino
"Te Deum") e "Ó Deus, que revelas a tua onipotência
sobretudo com a misericórdia e com o perdão..."
(Oração do Domingo XXVI do Tempo Comum), canta
humilde e fielmente a Santa Mãe Igreja. De fato, a imensa
condescendência de Deus, tanto em relação ao gênero humano
no seu conjunto como ao de cada homem individualmente,
resplandece de maneira especial quando pelo próprio Deus
onipotente são perdoados pecados e defeitos morais e os
culpados são paternalmente readmitidos na sua amizade, que
merecidamente perderam.
Os fiéis com profundo afeto da alma são por isto atraídos
para comemorar os mistérios do perdão divino e para os
celebrar plenamente, e compreendem de maneira clara a máxima
conveniência, aliás o dever de que o Povo de Deus louve com
fórmulas particulares de oração a Misericórdia Divina e, ao
mesmo tempo, cumpra com sentimentos de gratidão as obras
pedidas e tendo cumprido as devidas condições, obtenha
vantagens espirituais derivadas do Tesouro da Igreja.
"O mistério pascal é o ponto culminante desta revelação e
atuação da misericórdia, que é capaz de justificar o homem,
e de restabelecer a justiça como realização daquele desígnio
salvífico que Deus, desde o princípio, tinha querido
realizar no homem e, por meio do homem, no mundo"
(Carta enc. Dives in misericordia, 7).
Na realidade, a Misericórdia Divina sabe perdoar até os
pecados mais graves, mas, ao fazê-lo, estimula os fiéis a
conceber uma dor sobrenatural, não meramente psicológica,
dos próprios pecados, de forma que, sempre com a ajuda da
graça divina, formulem um firme propósito de não voltar a
pecar. Tais disposições da alma obtêm efetivamente o perdão
dos pecados mortais quando o fiel recebe frutuosamente o
sacramento da Penitência ou se arrepende dos mesmos mediante
um ato de caridade e de sofrimento perfeitos, com o
propósito de retomarem o mais depressa possível a prática do
próprio sacramento da Penitência: de fato, Nosso Senhor
Jesus Cristo na parábola do filho pródigo ensina-nos que o
pecador deve confessar a sua miséria a Deus dizendo:
"Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de
ser chamado teu filho" (Lc 15, 18-19), admoestando
que isto é obra de Deus: "estava morto e reviveu;
estava perdido e encontrou-se" (Ibid., 15, 32).
Por isso, com providencial sensibilidade pastoral, o Sumo
Pontífice João Paulo II, a fim de infundir profundamente na
alma dos fiéis estes preceitos e ensinamentos da fé cristã,
movido pela suave consideração do Pai das Misericórdias,
quis que o segundo Domingo de Páscoa fosse dedicado a
recordar com especial devoção estes dons da graça,
atribuindo a esse Domingo a denominação de "Domingo da
Misericórdia Divina" (Congregação para o Culto
Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Decreto Misericors et
miserator, 5 de Maio de 2000).
O Evangelho do segundo Domingo de Páscoa descreve as
maravilhas realizadas por Cristo Senhor no próprio dia da
Ressurreição na primeira aparição pública: "Na tarde
desse dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas
da casa onde os discípulos se achavam juntos, com medo dos
judeus, veio Jesus pôr-Se no meio deles e disse-lhes: "A paz
seja convosco". Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e o lado.
Alegraram-se os discípulos, vendo o Senhor. E Ele disse-lhes
de novo: "A paz seja convosco. Assim como o Pai Me enviou,
também Eu vos envio a vós". Dito isto, soprou sobre eles e
disse-lhes: "Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem
perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem
os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 19-23).
Para fazer com que os fiéis vivam com piedade intensa esta
celebração, o mesmo Sumo Pontífice estabeleceu que o citado
Domingo seja enriquecido com a Indulgência Plenária, como
será indicado a seguir, para que os fiéis possam receber
mais amplamente o dom do conforto do Espírito Santo e desta
forma alimentar uma caridade crescente para com Deus e o
próximo e, obtendo eles mesmos o perdão de Deus, sejam por
sua vez induzidos a perdoar imediatamente aos irmãos.
Desta forma, os fiéis observaram mais perfeitamente o
espírito do Evangelho, acolhendo em si a renovação ilustrada
e introduzida pelo Concílio Ecumênico Vaticano II:
"Lembrados das palavras do Senhor: Nisto conhecerão todos
que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros (Jo
13, 35), os cristãos não podem formular desejo mais
vivo do que servir os homens do seu tempo com uma
generosidade cada vez maior e mais eficaz... A vontade do
Pai é que reconheçamos e amemos efetivamente Cristo nosso
Irmão, em todos os homens, com a palavra e as obras" (Const.
past. Gaudium et spes, 93).
Por conseguinte, o Sumo Pontífice animado pelo fervoroso
desejo de favorecer o mais possível no povo cristão estes
sentimentos de piedade para com a Misericórdia Divina,
devido aos riquíssimos frutos espirituais que disto se podem
esperar, na Audiência concedida a 13 de Junho de 2002 aos
abaixo assinados Responsáveis da Penitenciaria Apostólica,
dignou-se conceder-nos Indulgências nos seguintes termos:
Concede-se a Indulgência plenária nas habituais condições
(Confissão sacramental, Comunhão eucarística e orações
segundo a intenção do Sumo Pontífice) ao fiel que no segundo
Domingo de Páscoa, ou seja, da "Misericórdia Divina", em
qualquer igreja ou oratório, com o espírito desapegado
completamente da afeição a qualquer pecado, também venial,
participe nas práticas de piedade em honra da Divina
Misericórdia, ou pelo menos recite, na presença do
Santíssimo Sacramento da Eucaristia, publicamente exposto ou
guardado no Tabernáculo, o Pai-Nosso e o Credo, juntamente
com uma invocação piedosa ao Senhor Jesus Misericordioso
(por ex., "Ó Jesus Misericordioso, confio em
Ti").
Concede-se a Indulgência parcial ao fiel que, pelo menos
com o coração contrito, eleve ao Senhor Jesus Misericordioso
uma das invocações piedosas legitimamente aprovadas.
Também aos homens do mar, que realizam o seu dever na
grande extensão do mar; aos numerosos irmãos, que os
desastres da guerra, as vicissitudes políticas, a
inclemência dos lugares e outras causas do gênero, afastaram
da pátria; aos enfermos e a quantos os assistem e a todos os
que, por uma justa causa, não podem abandonar a casa ou
desempenham uma atividade que não pode ser adiada em
benefício da comunidade, poderão obter a Indulgência
plenária no Domingo da Divina Misericórdia, se com total
detestação de qualquer pecado, como foi dito acima, e com a
intenção de observar, logo que seja possível, as três
habituais condições, recitem, diante de uma piedosa imagem
de Nosso Senhor Jesus Misericordioso, o Pai-Nosso e o Credo,
acrescentando uma invocação piedosa ao Senhor Jesus
Misericordioso
(por ex., "Ó Jesus Misericordioso, Confio em Ti").
Se nem sequer isto pode ser feito, naquele mesmo dia
poderão obter a Indulgência plenária todos os que se unirem
com a intenção de espírito aos que praticam de maneira
ordinária a obra prescrita para a Indulgência e oferecem a
Deus Misericordioso uma oração e juntamente com os
sofrimentos das suas enfermidades e os incômodos da própria
vida, tendo também eles o propósito de cumprir logo que seja
possível as três condições prescritas para a aquisição da
Indulgência plenária.
Os sacerdotes, que desempenham o ministério pastoral,
sobretudo os párocos, informem da maneira mais conveniente
os seus fiéis desta saudável disposição da Igreja,
disponham-se com espírito imediato e generoso a ouvir as
suas confissões, e no Domingo da Misericórdia Divina, depois
da celebração da Santa Missa ou das Vésperas, ou durante uma
prática piedosa em honra da Misericórdia Divina, guiem, com
a dignidade própria do rito, a recitação das orações acima
indicadas: por fim, sendo "Bem-aventurados e
misericordiosos, porque encontrarão misericórdia"
(Mt 5, 7), ao ensinar a catequese estimulem docemente os
fiéis a praticar todas as vezes que lhes for possível obras
de caridade ou de misericórdia, seguindo o exemplo e o
mandato de Jesus Cristo, como é indicado na segunda
concessão geral do "Enchiridion Indulgentiarum".
Este Decreto tem vigor perpétuo. Não obstante qualquer
disposição contrária.
Roma, Sede da Penitenciaria Apostólica, 29 de Junho de
2002, solenidade dos santos Apóstolos Pedro e Paulo.
D. Luigi de MAGISTRIS Pró-Penitenciário-Mor
Gianfranco GIROTTI, O.F.M. Conv. Regente
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