Evangelho Cotidiano
"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
5º Domingo da Quaresma
Anúncio do Evangelho (Jo 8,1-11)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João,
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1Jesus foi para o monte das Oliveiras. 2De madrugada, voltou de novo ao Templo. Todo o povo se reuniu em volta dele. Sentando-se, começou a ensiná-los. 3Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus trouxeram uma mulher surpreendida em adultério. Colocando a no meio deles, 4disseram a Jesus: 'Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. 5Moisés na Lei mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?' 6Perguntavam
isso para experimentar Jesus e para terem motivo de o acusar. Mas
Jesus, inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão. 7Como
persistissem em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: 'Quem dentre vós
não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.' 8E tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. 9E
eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos
mais velhos; e Jesus ficou sozinho, com a mulher que estava lá, no meio
do povo. 10Então Jesus se levantou e disse: 'Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou ?' 11Ela
respondeu: 'Ninguém, Senhor.' Então Jesus lhe disse: 'Eu também não te
condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais'.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
«Eu também não te condeno»
Hoje vemos Jesus «escrever no
chão, com o dedo» (Jo 8,6), como se estivesse ao mesmo tempo ocupado e
divertido com algo mais do que escutar aos que acusam a mulher que lhe
apresentam porque foi «apanhada em adultério» (Jo 8,3).
É de chamar a atenção a serenidade e inclusive o bom humor que vemos em
Jesus Cristo, mesmo em momentos que, para outros, são de grande tensão. É
um ensinamento prático para cada um de nós, nestes nossos dias de
vertiginosa velocidade em que nos inquietam os nervos em um bom número
de ocasiões.
A fuga sigilosa e divertida dos acusadores nos recorda de que quem julga
é apenas Deus e que todos nós somos pecadores. Em nossa vida diária,
por ocasião do trabalho, nas relações familiares ou de amizade, fazemos
juízos de valor. Mas algumas vezes nossos juízos são errôneos e
obscurecem a boa reputação dos demais. Trata-se de uma verdadeira
injustiça que nos obriga a reparar, tarefa nem sempre fácil. Ao
contemplar Jesus em meio a essa “matilha” de acusadores, entendemos
muito bem o que assinalou Santo Tomás de Aquino: «A justiça e a
misericórdia estão tão unidas que uma sustenta a outra. A justiça sem
misericórdia é crueldade; e a misericórdia sem justiça é ruína,
destruição».
Temos de nos encher de alegria ao saber, com certeza, que Deus
perdoa-nos tudo, absolutamente tudo, no sacramento da confissão. Nestes
dias de Quaresma, temos a oportunidade magnífica de acorrer a quem é
rico em misericórdia no sacramento da reconciliação.
Além disso, um propósito concreto para o dia de hoje: ao ver os demais,
direi, no interior de meu coração, as mesmas palavras de Jesus: «Eu
também não te condeno» (Jo 8,11). Pbro. D.
Pablo
ARCE Gargollo
(Ciudad de México, México)
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Como podem os pecadores cumprir a Lei e castigar a aquela mulher? Que cada um se olhe a si mesmo, entre no seu interior e se apresente ao tribunal do seu coração e da sua consciência, e será obrigado a confessar-se pecador» (Santo Agostinho)
«O Deus Redentor, o Deus terno, sofre por causa da dureza do coração» (Francisco)
«O amor, como o Corpo de Cristo, é indivisível: nós não podemos amar a Deus, a quem não vemos, se não amarmos o irmão ou a irmã, que vemos. Recusando perdoar aos nossos irmãos ou irmãs, o nosso coração fecha-se, a sua dureza torna-o impermeável ao amor misericordioso do Pai (…)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.840)
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