São Gerardo Tintori
Até o ano do seu nascimento, 1135, os hospitais que surgiram na Europa foram fundados, a maioria, por obra de religiosos. Mas o de Monza, sua cidade natal, em 1174, quem o fez nascer foi ele, Gerardo Tintori. Ele investiu toda a fortuna que herdou do seu pai, um nobre muito rico, nos doentes abandonados. Colocou a obra sob o controle da prefeitura e dos religiosos da igreja de São João Batista, e reservou para si o trabalho mais exaustivo: carregar nas costas os doentes recolhidos nas ruas, banhá-los, alimentá-los e servi-los.
Alguns voluntários se juntaram a ele, que os organizou como um grupo de leigos, unidos, entretanto, por uma disciplina de vida celibatária. Gerardo era considerado santo ainda em vida por todos os habitantes da cidade. A tradição diz que ele conseguiu impedir uma enchente do rio Lambro, salvando o hospital da inundação; que também enchia as despensas prodigiosamente com alimentos, e a cantina com vinho.
A ele eram atribuídos outros pequenos prodígios, envoltos de delicadeza e poesia: consta que Gerardo pediu aos sacristãos da igreja que o deixassem fazer penitência rezando toda a noite dentro dela, prometendo para eles cestas de cerejas frescas e maduras. E no dia seguinte, de fato, entregou as cerejas maduras para todos. Todavia era o mês de dezembro, nevava e não era a época das cerejas maduras.
Quando ele morreu, no dia 6 de junho de 1207, começaram as peregrinações à sua sepultura, na igreja de Santo Ambrósio, mais tarde incorporada à paróquia da igreja com seu nome. Correu a voz popular contando outros milagres atribuídos à sua intercessão e seu culto propagou-se entre os fiéis.
O reconhecimento canônico de sua santidade só foi obtido por iniciativa do bispo de Milão, Carlos Borromeu, hoje santo, que encaminhou o pedido a Roma. Em 1583, foi proclamada sua canonização pelo papa Gregório XIII.
São Gerardo Tintori é um dos padroeiros da cidade de Monza, e seus compatriotas dedicaram-lhe, no século XVII, um monumento; e até hoje o chamam de "Pai da Cidade". Na igreja de São João Batista, em que ele fazia orações e penitências, pode ser visto seu retrato pintado, onde está representado vestindo roupas surradas, descalço e com uma cesta de cerejas maduras, como as que distribuiu naquela noite de inverno europeu.
São Gerardo Tintori, rogai por nós!
Na infância, logo que ingressou na escola, Marcelino sofreu um grande trauma quando o professor castigou um dos seus companheiros. Ele preferiu não freqüentar os estudos e foi trabalhar na lavoura com o pai. E assim o fez até os quatorze anos de idade, quando o pároco o alertou para sua vocação religiosa.
Apesar de sua condição econômica e o seu baixo grau de escolaridade, foi admitido no seminário de Verrièrres. Porém, a partir daí, dedicou-se aos estudos enfrentando muitas dificuldades. Aos vinte e sete anos, em 1816, recebeu o diploma e foi ordenado sacerdote no seminário de Lion.
Talvez por influência da sua dura infância, mas movido pelo Espírito Santo, acabou se dedicando aos problemas e à situação de abandono por que passavam os jovens de sua época, no campo da religião e dos estudos. Marcelino rezou e meditou em busca de uma resposta a esses problemas que antecederam e anunciavam a Revolução Francesa.
Numa visita a um rapaz doente, descobriu que este, além de analfabeto, nada sabia sobre Deus e sobre religião. Sua alma estava angustiada com tantas vidas sem sentido e sem guia vagando sem rumo. Foi então que liderou um grupo de jovens para a educação da juventude. Nascia, então, a futura Congregação dos Irmãos Maristas, também chamada de Família Marista, uma Ordem Terceira que leva o nome de Maria e sua proteção.
Sua obra tomou tanto vulto que Marcelino acabou por desligar-se de suas atividades paroquiais, para dedicar-se, completamente, a essa missão apostólica. Determinou que os membros da Congregação não deveriam ser sacerdotes, mas simples irmãos leigos, a fim de assumirem a missão de catequizar e alfabetizar as crianças, jovens e adultos, nas escolas paroquiais.
Ainda vivo, Marcelino teve a graça de ver sua Família Marista crescendo, dando frutos e sendo bem aceita em todos os países aonde chegaram. Ainda hoje, temos como referência a criteriosa e moderna educação marista presente nas melhores escolas do mundo.
Marcelino Champagnat morreu aos cinqüenta e um anos, em 6 de junho de 1840. Foi beatificado em 1955 e proclamado santo pelo papa João Paulo II em 1999. Ele é considerado o "Santo da Escola" e um grande precursor dos modernos métodos pedagógicos, que excluem todo tipo de castigo no educando.
São Marcelino Champagnat, rogai por nós!
Seu
cavalo morreu e, quando o jovem nobre despertou do desmaio, ouviu uma
voz que lhe dizia para abandonar a vida mundana e praticar a virtude
para salvar sua alma. Entendeu o acontecido como um presságio para uma
conversa com Deus. A partir daquele instante, abandonou a família,
amigos, posses e a vida dos prazeres. Passou a percorrer, na solidão,
com os pés descalços e roupa de penitente, os caminhos da Alemanha,
Bélgica e França. Para aprimorar o dom da pregação, completou os estudos
teológicos no mosteiro de Siegburgo e recebeu a ordenação sacerdotal.
Talvez
envergonhado pelo passado, empreendeu a luta por reformas na Igreja,
visando acabar com os privilégios dos nobres no interior do
cristianismo. Foi muito contestado, principalmente pelo próprio clero,
mas conseguiu o apoio do papa e seu trabalho prosperou. Quando as
reformas estavam já implantadas e em andamento, retirou-se para a
solidão e fundou a Ordem dos Cônegos Regulares Premonstratenses, também
conhecida como "dos Monges Brancos", uma referência ao hábito, que é
dessa cor.
A principal regra da nova Ordem era fazer com que os
sacerdotes vivessem sua vida apostólica com a disciplina e a dedicação
dos monges, uma concepção de vida religiosa revolucionária para a época.
Mas não encerrou aí seu apostolado, pois desejava continuar como
pregador fora do mosteiro. Reiniciou sua obra de evangelização
itinerante como um simples sacerdote mendicante.
Em 1126, foi
nomeado arcebispo de Magdeburgo, lutando contra o cisma que ameaçava
dividir a Igreja naquele tempo. Respeitado pelo rei Lotário III, da
Alemanha, foi por ele escolhido para seu conselheiro espiritual e
chanceler junto ao papa. Norberto morreu no dia 6 de junho de 1134, na
sua sede episcopal, onde foi sepultado.
Ele foi canonizado, em
1582, pelo papa Gregório XIII. Devido à Reforma Protestante, suas
relíquias foram trasladadas para a abadia de Strahov, na cidade de
Praga, capital da República Tcheca, em 1627, onde estão guardadas até
hoje.
Ao
lado de são Bernardo, são Norberto é considerado um dos maiores
reformadores eclesiásticos do século XII. Atualmente, existem milhares
de monges da Ordem de São Norberto, em vários mosteiros encontrados em
muitos países de todos os continentes, inclusive no Brasil.
São Norberto, rogai por nós!
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