Santo Aníbal Maria di Francia
Terceiro de quatro filhos, aos quinze meses ficou órfão de pai. A dura experiência de não conviver com a figura paterna desenvolveu-lhe um especial amor e compreensão às necessidades das crianças órfãs, pobres e abandonadas. Para elas dedicou toda a sua vida de apostolado e por elas nunca deixou de ser um simples padre, embora as oportunidades no clero não lhe faltassem.
Aos dezoito anos recebeu o forte chamado à vida religiosa e ordenou-se sacerdote em 1878. O contato com o terrível mundo dos miseráveis e pobres deu-se poucos meses antes de sua consagração, quando conheceu a Casa de Avignon, o pior e mais esquecido local da cidade. Local que depois se tornou o campo de atuação do seu ministério.
Nele realizou o que definiu como o "espírito da dupla caridade: evangelização e socorro aos pobres", iniciando a criação dos Orfanatos Antonianos, masculinos e femininos, colocados sob a guarda de santo Antônio de Pádua. Para mantê-los, não teve dúvidas, tornou-se mendicante, indo de porta em porta pedir subsídios. Depois desenvolveu a devoção do "pão de santo Antônio", responsável, por muito tempo, pela sustentação de suas obras.
Os milhões e milhões de pessoas ainda não-evangelizadas eram um pensamento constante que o consumia. Pregando ao Espírito Santo, encontrou a luz para essa inquietação no próprio Senhor Jesus, que disse: "Rogai ao Senhor da messe, para que envie trabalhadores para sua messe". Assim inspirado, fundou duas congregações religiosas: as Filhas do Divino Zelo, em 1887, e, dez anos depois, os Rogacionistas do Coração de Jesus.
Dizia freqüentemente que a Igreja, para realizar a sua missão, tem necessidade de sacerdotes, numerosos e santos, segundo o Coração de Jesus. Padre Aníbal viveu por esta grande causa, com fama de santidade, em meio aos mais necessitados e abandonados. Além disso, deu uma atenção concreta às necessidades espirituais e materiais dos sacerdotes.
Amado e respeitado por todos, foi reconhecido como o "Pai dos órfãos e pobres", até morrer, no dia 1o de junho de 1927. O seu corpo foi sepultado no Templo da Rogação Evangélica do Coração de Jesus e Santuário de Santo Antonio de Pádua, fundado por ele em 1926, em Messina.
O papa João Paulo II proclamou santo o padre Aníbal Maria di Francia, marcou sua celebração litúrgica para o dia de seu trânsito e o definiu como o "apóstolo da moderna pastoral vocacional" em 2004.
Santo Aníbal Maria di Francia, rogai por nós!
Justino
nasceu na cidade de Flávia Neápolis, na Samaria, Palestina, no ano 103,
início do século II, quando o cristianismo ainda se estruturava como
religião católica. Tinha origem latina e seu pai se chamava Prisco.
Ele
foi educado e se formou nas melhores escolas do seu tempo, cursando
filosofia e especializando-se nas teorias de Platão. Tinha alma de
eremita e abandonou a civilização para viver na solidão. Diz a tradição
que foi nessa fase de isolamento que recebeu a visita de um misterioso
ancião, que lhe falou sobre o Evangelho, as profecias e seu cumprimento
com a Paixão de Jesus, abalando suas convicções e depois desaparecendo
misteriosamente.
Anos mais tarde, acompanhou uma sangrenta
perseguição aos cristãos, conversou com outros deles e acabou
convertendo-se, mesmo tendo conhecimento das penas e execuções impostas
aos seguidores da religião cristã. Foi batizado no ano 130 na cidade de
Efeso, instante em que substituiu a filosofia de Platão pela verdade de
Cristo, tornando-se, historicamente, o primeiro dos Padres da Igreja que
sucederam os Padres apostólicos dos primeiros tempos.
No ano
seguinte estava em Roma, onde passou a travar discussões filosóficas,
encaminhando-as para a visão do Evangelho. Muito culto, era assim que
evangelizava entre os letrados, pois esse era o mundo onde melhor
transitava. Era um missionário filósofo, que, além de falar, escrevia.
Deixou
muitos livros importantes, cujos ensinamentos influenciaram e ainda
estão presentes na catequese e na doutrina dogmática da Igreja. Embora
tenham alcançado nossos tempos apenas três de suas apologias, a mais
célebre delas é o Diálogo com Trifão. Seus registros abriram caminhos à
polêmica antijudaica na literatura cristã, além de fornecerem-nos
importantes informações sobre ritos e administração dos sacramentos na
Igreja primitiva.
Bem-sucedido em todas as discussões
filosóficas, conseguiu converter muitas pessoas influentes, ganhando com
isso muitos inimigos também. Principalmente a ira dos filósofos pagãos
Trifão e Crescêncio. Este último, após ter sido humilhado pelos
argumentos de Justino, prometeu vingança e o denunciou como cristão ao
imperador Marco Aurélio.
Justino
foi levado a julgamento e, como não se dobrou às ameaças, acabou
flagelado e decapitado com outros companheiros, que como ele
testemunharam sua fé em Cristo no ano 164, em Roma, Itália.
São Justino, rogai por nós!
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