Evangelho Cotidiano
"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
2º Domingo da Quaresma
Anúncio do Evangelho (Lc 9,28b-36)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas,
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 28bJesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para rezar. 29Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante. 30Eis que dois homens estavam conversando com Jesus: eram Moisés e Elias. 31Eles apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a morte, que Jesus iria sofrer em Jerusalém.
32Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele.
33E, quando estes homens se iam afastando, Pedro disse a Jesus: “Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Pedro não sabia o que estava dizendo.
34Ele estava ainda falando, quando apareceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Os discípulos ficaram com medo ao entrarem dentro da nuvem.
35Da nuvem, porém, saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!”
36Enquanto a voz ressoava, Jesus encontrou-se sozinho. Os discípulos ficaram calados e naqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
«Jesus subiu à montanha para orar»
Hoje, segundo Domingo da Quaresma,
a liturgia da palavra traz-nos invariavelmente o episódio evangélico da
Transfiguração do Senhor. Este ano, com os matizes próprios de São
Lucas.
O terceiro evangelista é quem mais salienta o Jesus orante, o Filho que
está permanentemente unido ao Pai através da oração pessoal, às vezes
íntima, escondida, outras vezes na presença dos Seus discípulos, cheia
da alegria do Espírito Santo.
Consideremos, então, que Lucas é o único dos sinópticos que começa a
narração deste relato assim: «Jesus (...) subiu à montanha para orar»
(Lc 9,28), e que, portanto, também é o que especifica que a
transfiguração do Mestre se produziu «Enquanto orava» (Lc 9,29). Este
não é um fato de importância secundária.
A oração é apresentada como o contexto, natural, para a visão da glória
de Cristo: quando Pedro, João e Tiago acordaram, «viram a glória de
Jesus» (Lc 9,32). Não só a glória dele, mas também a glória que Deus já
manifestara na Lei e nos Profetas; estes —diz o evangelista— «Apareceram
revestidos de glória» (Lc 9,31). Efetivamente, também eles encontram o
próprio esplendor quando o Filho fala ao Pai no amor do Espírito. Assim,
no coração da Trindade, a Páscoa de Jesus, «a saída deste mundo que
Jesus iria consumar em Jerusalém» (Lc 9,31) é o sinal que manifesta o
desígnio de Deus desde sempre, levado a cabo no seio da história de
Israel, até ao seu cumprimento definitivo na plenitude dos tempos, na
morte e ressurreição de Jesus, o Filho encarnado.
Convém-nos recordar, nesta Quaresma e sempre, que só deixando aflorar o
Espírito de piedade na nossa vida, estabelecendo com o Senhor uma
relação familiar, inseparável, poderemos gozar a contemplação da sua
glória. É urgente deixarmo-nos impressionar pela visão do rosto do
Transfigurado. À nossa vivência cristã, talvez sobrem palavras e falte
espanto, aquele que fez de Pedro e dos seus companheiros testemunhas
autênticas do Cristo vivo.(Rev. D. Jaume GONZÁLEZ i Padrós
(Barcelona, Espanha)
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Que ninguém se envergonhe da cruz de Cristo, graças à qual o mundo foi remido. O Senhor lançou sobre si toda a fraqueza da nossa condição e, se permanecermos no seu amor, venceremos o que ele venceu e receberemos o que ele prometeu» (São Leão Magno)
«Jesus decide mostrar a Pedro, Tiago e João uma antecipação da sua glória, aquela que terá depois da Ressurreição, para os confirmar na fé e encorajá-los a segui-lo no caminho da prova, no caminho da Cruz» (Francisco)
«Por um momento, Jesus mostra a sua glória divina, confirmando assim a confissão de Pedro. Mostra também que, para ‘entrar na sua glória’ (Lc 24, 26), tem de passar pela cruz em Jerusalém. Moisés e Elias tinham visto a glória de Deus sobre a montanha; a Lei e os Profetas tinham anunciado os sofrimentos do Messias. A paixão de Jesus é da vontade do Pai: o Filho age como Servo de Deus» (Catecismo da Igreja Católica, nº 555)
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