Santo Abraão Kidunaia
Abraão
nasceu na Mesopotâmia, atual Síria, no ano 296, era filho de pais
religiosos que lhe deram educação cristã. Quando estava em idade de se
casar, seu pai escolheu para ele um bom partido, mas o rapaz recusou. A
vontade de Abraão era outra, queria ser eremita e dedicar-se somente à
Deus, pela oração, contemplação e penitência.
Porém,
a pressão da família foi tão grande que o jovem não teve como escapar.
Mas no dia do casamento abandonou tudo. Foi encontrado, dezessete dias
depois, pela família, numa cela isolada, que construíra numa caverna do
deserto, próximo da cidade de Edessa. Por mais que seus pais pedissem
que voltasse, não conseguiram fazê-lo mudar de idéia. Viveu naquele
mesmo lugar por uma década, até receber a notícia da morte dos pais.
O
outro lado da notícia seria bom para qualquer um, menos para Abraão:
herdara uma grande fortuna. Contudo, ele não se abalou com isso, pediu
ao bispo de Edessa, seu amigo pessoal, que repartisse toda a sua parte
da herança entre os pobres, pois não queria nem ter contato com os bens
materiais. Entretanto, aquele episódio serviu ao menos para fazê-lo sair
do seu isolamento. O bispo, que precisava de um bom sacerdote para uma
missão muito especial, aproveitou para efetuar a ordenação de Abraão. E o
enviou como padre missionário para a vila de Beth-Kiduna, onde todos os
habitantes eram pagãos e praticavam a idolatria.
O trabalho de
evangelização foi duro. Depois de um ano construiu uma igreja com a
ajuda dos habitantes, todos já haviam se convertido ao cristianismo e
destruído as imagens dos
falsos deuses. Certo do dever cumprido,
Abraão rezou muito à Deus, para que fosse enviado outro padre, melhor do
que ele, para atender esse rebanho. Isso ocorreu logo, e ele voltou
para a solidão de sua cela no deserto de Edessa. Foi devido ao sucesso
de sua missão em Kiduna, que se tornou conhecido como Abraão Kidunaia.
Deixou
sua cela só mais duas vezes. Certa vez, uma sobrinha muito jovem
chamada Maria, que ficou órfã de pai, um dos irmãos de Abraão, precisava
de acolhida. Ele a recebeu e a educou, ensinando-lhe tudo que sabia
sobre a Palavra de Cristo e também sobre as ciências. Mas, a jovem
preferiu experimentar as alegrias do mundo, fugindo para uma cidade
próxima, onde levava uma vida desregrada. Abraão, então, se disfarçou de
soldado e foi até onde ela se instalara, alí conversaram e ele a
converteu definitivamente. Maria viveu, os próximos quinze anos,
reclusa, fazendo caridade. Passou a ser chamada de Maria de Edessa,
sendo canonizada, mais tarde. A tradição diz que ela operou vária
graças em vida.
Muitos peregrinos cristãos iam ao deserto para
ver, conversar e aprender sobre os mistérios de Cristo, com aquele
padre que norteara sua vida para a santidade. Abraão morreu, aos setenta
anos de idade, no ano 366, cinco anos após a discípula Maria. E foi
essa a última vez que deixou sua cela. O lugar do seu túmulo se tornou
local de peregrinação, de prodígios e de graças. Esses dados foram
extraídos dos escritos deixados por Santo Efrém, que escreveu a
biografia de Santo Abraão Kidunaia, celebrado no dia 16 de março.
Santa Eusébia
Religiosa – abadessa [647 † 680 aprox.]
Santa Eusébia – do grego eusebés, "piedosa"
A
mãe, Santa Riertrudes, soube que Eusébia seria a Abadessa após a morte
de sua avó. Então fez de tudo para ela ser bem formada antes, pois tinha
apenas 12 anos. E foi para junto de sua mãe, mas às vezes escapava para
a comunidade de Hamage (França), onde percebia ser o seu lugar.
Riertrudes
repensou, e após se aconselhar com bispos e abades liberou sua filha
para voltar e ser Abadessa, talvez a mais jovem da França. Eusébia
pressentiu que não duraria muito por aqui. Com apenas 23 anos reuniu
suas filhas espirituais, e deu-lhes vários conselhos. Depois, esperou a
morte de maneira calma e confiante. Isso no ano de 680.
A minha oração
“Santa Eusébia, seu nome bem
reflete o esplendor de tua vida piedosa. Ajudai-me a, mesmo com as
vicissitudes do caminho, cumprir fielmente a missão que o Senhor me
confia. Que eu viva com humildade, alegria, responsabilidade e gratidão.
Que eu confie mais na graça de Deus do que em minhas capacidades. Em
Jesus, mesmo incapaz, me torno forte”.
Santa Eusébia, rogai por nós!
Heriberto
foi arcebispo de Colônia, na Alemanha, ainda muito moço, pois sua
religiosidade brotara ainda na infância. Conta a história que, no dia em
que nasceu, em 970, filho de descendentes dos condes de Worms, notou-se
uma extraordinária luz pairando sobre a casa de seus pais. O fenômeno
teria durado várias horas e marcado para sempre a vida de Heriberto, que
caminhou reto para o caminho da santidade.
Como desde pequeno
mostrava vocação para a religião e os estudos, seus pais o entregaram ao
convento de Gorze. Ali, Heriberto descobriu para si e para o mundo que
era extremamente talentoso, mas decidiu-se pela ordenação sacerdotal,
que ocorreu em 995. Com o decorrer do tempo cursou diversas escolas,
chegando a ser considerado o homem mais sábio de seu tempo. E foi nesta
condição que o imperador Oton III o nomeou chanceler, seu assessor de
maior confiança. Sua fama e popularidade cresceram, não só devido à
sabedoria, mas também pela humildade e a caridade que praticava com
todos. Assim, foi eleito bispo de Colônia, em 999.
Quando Oton
III morreu, o imperador que o sucedeu, Henrique II, também acabou
tornando-se admirador de Heriberto, apesar da oposição que lhe fez no
início. Uma vez que o bispo Heriberto o consagrou rei sem nenhuma
contestação. E por fim o novo rei Henrique II o chamou para ser seu
conselheiro.
Então, a obra caridosa do bispo pôde então
continuar. Os registros mostraram que, depois de fundar um hospital para
os pobres, Heriberto visitava os doentes todos os dias, cuidando deles
pessoalmente. Diz a tradição que, certa vez, houve na cidade uma grande
seca, ficando sem chover por meses. O bispo comandou um jejum de três
dias e, finalmente, uma procissão de penitência pedindo chuva aos céus.
Como nem assim choveu, Heriberto comovido começou a chorar na frente do
povo, culpando-se pela seca. Dizia que seus pecados é que impediam Deus
de fazer misericórdia. Mas, um fato prodigioso aconteceu nesse momento,
imediatamente o céu escureceu e uma forte chuva caiu sobre a cidade,
durando alguns dias e pondo fim à estiagem.
Com fama de santidade
ainda em vida, o bispo Heriberto morreu no dia 16 de março de 1021,
numa viagem de visita pastoral à cidade de Deutz, onde contraiu uma
febre maligna que assolava a população. Suas relíquias estão na catedral
dessa cidade, na Colônia, Alemanha. Na igreja que ele mesmo fundou
junto com o mosteiro ao lado, que foi entregue aos beneditinos.
Amado
pelos fiéis a peregrinação à sua sepultura difundiu seu culto que se
tornou vigoroso em toda a Europa, especialmente na Itália e na Alemanha,
país de sua origem. Foi canonizado em 1227, pelo Papa Gregório IX que
autorizou o culto à Santo Heriberto, já tradicionalmente festejado pelos
devotos no dia 16 de março.
Santo Heriberto, rogai por nós!
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