Santa Coleta
Nascida
em 13 de janeiro de 1381, em Corbie, na região francesa de Amiens,
Nicoleta Boilet, apelidada de Coleta, recebeu este nome em homenagem a
são Nicolau. Seus pais estavam com a idade avançada e sem filhos quando
pediram pela intercessão desta graça ao santo, do qual eram devotos.
O
pai era um artista abastado, que trabalhou no mosteiro beneditino de
Corbie, onde a família viveu por alguns anos. A educação e o convívio
religioso alí recebidos influenciaram muito na espiritualidade de
Coleta, que nunca mais se afastou da religião e contribuiu vigorosamente
para a construção e afirmação da Igreja Católica.
Aos dezoito
anos ficou órfã. Distribuiu os bens aos pobres para viver reclusa na
Ordem Terceira de São Francisco. Neste período teve uma visão de Cristo
que lhe incumbiu de reformar as Clarissas. No início, resistiu em
cumprir a missão que tão claramente lhe foi dada. Mas, depois de ficar
muda e cega por alguns dias, entendeu que era um sinal pela sua
desobediência, e aconselhada pelo frei Henrique Baume, irmão menor, se
apresentou ao papa Bento XIII, que estava em Nice, e lhe expôs a vontade
de Deus.
Coleta foi admitida e consagrada pelo Papa e, ele mesmo
a consagrou com o hábito e a professou na Ordem primeira de Santa
Clara. Em seguida a nomeou superiora geral de todos os conventos que
fundasse ou reformasse e confiou a ela a reforma das três ordens
religiosas em todos os mosteiros de Clarissas da França, hoje conhecidas
como irmãs Claras Coletinas e o dos Irmãos Menores de São Francisco.
Em
1410, inaugurou o seu primeiro mosteiro reformado em Besanzon, seguido
depois de outros dezesseis. Também reformou outros sete masculinos. Sua
ação reformadora logo ultrapassou a França, chegando na Espanha, Bélgica
e Itália. Juntamente com são Vicente Ferrer, Coleta lutou para acabar
com o cisma do Ocidente, que culminou com a eleição simultânea de três
papas: um em Roma; outro em Avinhon; e o terceiro em Pisa.
Entretanto,
seu principal trabalho, além da prática da caridade para com os doentes
e pobres, foi trazer de volta para os conventos e mosteiros, no século
XV, o espírito de pobreza implantado por São Francisco de Assis, dois
séculos antes.
Coleta morreu em Gand, Bélgica, no dia 6 de março
de 1447. Vários registros foram encontrados, narrando os prodígios que
ela realizava, ainda em vida. Depois seu culto se intensificou com
inúmeras graças alcançadas por sua intercessão. Santa Coleta foi
canonizada pelo Papa Pio VII em 1807, que indicou o dia de sua morte
para as homenagens. Os séculos se passaram e até hoje, os mais de cento e
quarenta mosteiros das Coletinas sempre estiveram ativos na maior parte
da Europa, como também na América, Ásia e África, onde estão
presentes.
Santa Coleta, rogai por nós!
Inês,
filha de Premislau I, rei da Boemia, atual República Tcheca, e da
rainha Constancia da Hungria, nasceu em Praga no ano 1205. Devido a sua
condição real, desde a infância sua vontade nunca pode ser considerada,
sendo condicionada a projetos de matrimônios, conforme as necessidades
políticas ou econômicas do reinado.
Aos três anos foi entregue
aos cuidados da abadessa Edwiges, mais tarde Santa, que a acolheu no seu
mosteiro cisterciense e lhe ensinou os primeiros fundamentos da fé
cristã. Voltou para Praga com seis anos, onde foi para outro mosteiro
para receber instrução e ser preparada para as funções da realeza. Em
1220, prometida em casamento a Henrique VII, duque da Áustria e filho do
imperador Frederico II, ela foi para esta corte, aonde viveu durante
cinco anos, mantendo-se sempre fiel aos deveres da vida cristã.
Inês
voltou para Praga, pois os soberanos romperam o pacto do matrimônio,
passando a viver mais intensamente para as orações e as obras de
caridade; após uma profunda reflexão decidiu consagrar a Deus sua
virgindade. Entretanto, outras alianças de casamento foram propostas a
ela, sendo constrangida a ter de aceitar uma delas. Mas, o Papa Gregório
IX, a quem havia pedido proteção, interveio reconhecendo a intenção de
sua virgindade. Desde então, Inês adquiriu para sempre a liberdade e a
felicidade de se tornar esposa de Jesus Cristo.
Através dos
Irmãos Menores de São Francisco, que iam a Praga como evangelizadores
itinerantes, conheceu a vida espiritual que levava em Assis a virgem
Clara, segundo o espírito de São Francisco. Ficou fascinada e decidiu
seguir seu exemplo. Com seus próprios bens, fundou em Praga, o hospital
de São Francisco e um mosteiro masculino, para que fossem dirigidos por
eles. Em 1236, pode ingressar no Mosteiro das Clarissas de São Salvador
de Praga, fundado por ela mesma, juntamente com cinco irmãs enviadas
por Clara direto do seu mosteiro, em Assis. Em obediência ao Papa
Gregório IX, Inês aceitou ser a abadessa, função que exerceu até morrer.
Inês
manteve uma relação epistolar profunda com Clara de Assis, que lhe
consagrou singular amizade chamando-a de "metade de minha alma", tamanha
era a afinidade espiritual que possuíam. Das inúmeras correspondências
trocadas, sobre assuntos de perfeição seráfica, ainda se conservam
quatro delas.
Dedicou-se de corpo e alma ao serviço dos pobres,
fundando para eles um outro hospital, este entregue à direção das
Clarissas. Assumiu a mais absoluta pobreza, renunciando às rendas e
vivendo de esmolas e doações. Os dons da cura e da profecia lhe foram
acrescentados pelo Espírito Santo, em consequência de sua evolução e
purificação espiritual.
A fama se sua santidade era muito forte,
quando faleceu em Praga, no dia 6 de março de 1283. Está sepultada na
Capela do seu mosteiro em Praga, hoje dedicado à ela. O culto à Inês de
Praga, foi reconhecido em 1874. O Papa João Paulo II a canonizou em 1989
e a declarou Padroeira da cidade de Praga.
Santa Inês de Praga, rogai por nós!
Santa Rosa de Viterbo
jovem de 18 anos [1233 – 1251]
Santa Rosa de Viterbo, a jovem padroeira dos exilados
Santa Rosa, antes mesmo de alcançar idade, resolveu livremente vestir um hábito franciscano
Padroeira
Reconhecida como intercessora da
Juventude Franciscana e da Juventude Feminina da Ação Católica. Também é
invocada como padroeira dos exilados.
Súbito: oração pelos ucraniamos
“Senhor Jesus, como tantos
ucranianos que vivem hoje no exílio e saem em busca de refúgio, são
tantos outros filhos teus espalhados pelo mundo que assim também sofrem.
Tende misericórdia do teu povo Jesus. Amém.”
Origens da Santa
Rosa de Viterbo foi uma menina
de família pobre da cidade de Viterbo (Itália). Foi educada na fé
católica e defendia o catolicismo a todo custo.
Perseguida desde cedo
Mostrou-se defensora da Igreja
na disputa entre o Papa Inocêncio IV e o imperador germânico Frederico
II. Foi perseguida pelo imperador Frederico II, mas não abriu mão de
sua fé em Cristo. Demonstrava uma fé madura e penitente, a ponto de se
impor severas penitências.
Milagre aos 4 anos
A pequena Rosa foi ao velório de
sua tia. Achegando-se ao lado do caixão, a menina de 4 anos, envolvida
por uma força sobrenatural, chamou pelo nome de sua tia, que ressuscitou
em meio a todos que estavam no funeral. Entende-se que essa
ressurreição foi uma forma de ressuscitar também a fé do povo de
Viterbo, que tiveram suas esperanças também ressuscitadas e passaram a
lutar novamente pela Santa Sé, que era ameaçada pelo imperador.
Espiritualidade
Desde pequena, ela se sentia
atraída pela espiritualidade franciscana; e, à medida que crescia,
aumentava-se seu desejo de oração, de contemplação, de estar em lugares
silenciosos para rezar.
Saúde fragilizada
Acometida de uma forte febre, a
Virgem Maria lhe aparece. A febre some e Nossa Senhora lhe confia uma
missão e orienta a pedir sua admissão na Ordem Franciscana.
Ousadia na pregação
Ainda na cidade de Viterbo, ela
teve uma visão do crucificado, quando seu coração ardeu em chamas. Foi
impulsionada a sair pelas ruas pregando com um crucifixo nas mão. Ao
anunciar Jesus, a multidão que ela
atraía era tão grande que, por vezes, não se podia vê-la pregando. Numa
ocasião, Rosa começou a levitar-se até poder ser vista por todos. A
levitação de Rosa foi atestada por milhares de testemunhas e a notícia
percorreu a Itália. A pregação de Rosa transformou Viterbo. Pecadores
empedernidos se converteram. Hereges voltavam ao seio da igreja e,
principalmente, os partidários italianos do Imperador revoltado
reconciliaram-se com seu soberano – o Sumo Pontífice. Muitas vezes, a
multidão comovida interrompia a jovem missionária exclamando: “Viva a
Igreja! Viva o Papa! Viva o Nosso Senhor Jesus Cristo!”.
Deportação
Tempos depois, Frederico II
voltou a dominar a Itália e, consequentemente, Viterbo. Rosa foi
denunciada ao Imperador e levada à sua presença, sendo proibida pelo
ditador de continuar suas pregações. E Rosa respondeu à Frederico: “Quem me manda pregar é muito mais poderoso e, assim, prefiro morrer a desobedecê-lo”.
Frederico prendeu Rosa e temendo que houvesse revolta em Viterbo, caso
conservasse Rosa na prisão, o Imperador mandou deportar a jovem
missionária e seus idosos pais. Depois de muitas privações em meio à
neve, Rosa e seus pais chegaram à Soriano, onde uma multidão correu para
ouvi-la. Ela permaneceu pregando a submissão à Igreja.
Rejeitada e aceita
Rosa decidiu consagrar-se à Deus
no Convento de Santa Maria das Rosas. As freiras recusaram a presença
de Rosa. E Rosa lhes disse: “A donzela que repelis hoje há de ser por vós aceita um dia, com alegria, e guardareis preciosamente”.
Rosa então transformou seu quarto em uma cela de religiosa e, assim,
passou seus últimos sete anos de vida. Aos 18 anos, entregou sua alma a
Deus. Seu corpo foi sepultado na Paróquia Santa Maria Del Poggio. Por
três vezes o Papa Alexandre IV sonhou com Rosa, que lhe pedia por parte
de Deus, que ele mesmo, o Papa, transladasse seus restos para o Convento
Santa Maria das Rosas. Alexandre IV deslocou-se para Viterbo. As
religiosas daquele convento receberam seus restos mortais como um
verdadeiro tesouro.
Curiosidades
– Oficialmente, existem duas
festas de Santa Rosa de Viterbo: 6 de março, sendo o dia de sua morte; e
4 de setembro, dia da trasladação do seu corpo para o Convento Santa
Maria das Rosas.
– Os Papas Eugênio IV e Calisto
III continuaram o seu processo de canonização que ficou pronto em 1457,
mas, com a morte do Papa Calisto III, o decreto não foi promulgado,
assim a canonização de Santa Rosa não chegou aos termos dentro dos
trâmites exigidos. Mesmo assim, foi integrada ao Martirológio Romano e
confirmada por documentos e pontífices.
Repercussão mundial
Há Santuários de Santa Rosa de
Viterbo nos EUA, França e México. Além da sacralidade, a vida da jovem
Rosa de Viterbo foi excepcional, a ponto de repercutir, para que cidades
recebessem o seu nome no Brasil, Colômbia, EUA e Espanha.
Devoção no Brasil
Por influência da santa, no
interior do Estado de São Paulo, existe o município de Santa Rosa de
Viterbo. Nesta cidade, a devoção a Santa é cultivada e é difundida; pois
é a história de uma jovem que amou a Igreja até o fim.
A minha oração
“Senhor Jesus, a pequena
Rosa, desde criança recebeu do Senhor graças sobrenaturais. Pedimos-Te,
humildemente, cuide, guarde e proteja nossas crianças, para que, sob a
Tua graça, vivam e anunciem a Tua Palavra. Assim pedimos porque cremos
em teu amor e zelo pelos pequenos e inocentes. Amém”.
Santa Rosa de Viterbo, rogai por nós
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