Evangelho Cotidiano
"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
1º Domingo da Quaresma
Anúncio do Evangelho (Lc 4,1-13)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas,
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo,1 Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, ele era guiado pelo Espírito. 2Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias. Não comeu nada naqueles dias e, depois disso, sentiu fome. 3O diabo disse, então, a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se mude em pão”. 4Jesus respondeu: “A Escritura diz: ‘Não só de pão vive o homem’”
5O diabo levou Jesus para o alto, mostrou-lhe por um instante todos os reinos do mundo 6e lhe disse: “Eu te darei todo este poder e toda a sua glória, porque tudo isto foi entregue a mim e posso dá-lo a quem quiser. 7Portanto, se te prostrares diante de mim em adoração, tudo isso será teu”.
8Jesus respondeu: “A Escritura diz: ‘Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás’”.
9Depois o diabo levou Jesus a Jerusalém, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo e lhe disse: “Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo! 10Porque a Escritura diz: ‘Deus ordenará aos seus anjos a teu respeito, que te guardem com cuidado!’ 11E mais ainda: ‘Eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’”.
12Jesus, porém, respondeu: “A Escritura diz: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’”.
13Terminada toda a tentação, o diabo afastou-se de Jesus, para retornar no tempo oportuno.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
«Foi levado pelo Espírito ao deserto; E quarenta dias foi tentado pelo diabo»
Hoje Jesus, «cheio do Espírito
Santo» (Lc 4,1), introduz-se no deserto, longe dos homens, para
experimentar de forma imediata e sensível a sua dependência absoluta do
Pai. Jesus sente-se agredido pela fome e esse momento de desfalecimento é
aproveitado pelo Maligno, que lhe tenta com a intenção de destruir o
núcleo da identidade de Jesus como Filho de Deus: sua adesão substancial
e incondicional ao Pai. Com os olhos postos em Cristo, vencedor do mal,
hoje os cristãos nos sentimos estimulados a entrar no caminho da
Quaresma. Nos leva a isso o desejo de autenticidade: ser plenamente
aquilo que somos: discípulos de Jesus e, com Ele, filhos de Deus. Por
isso queremos aprofundar na nossa adesão a Jesus Cristo e ao seu
programa de vida que é o Evangelho: «nem só de pão viverá o homem» (Lc
4,4).
Como Jesus no deserto, armados com a sabedoria da Escritura, sentimo-nos
chamados a proclamar no nosso mundo consumista que o homem está
desenhado a escala divina e que só pode saciar sua fome de felicidade
quando abre de par em par as portas da sua vida a Jesus Cristo Redentor
do homem. Isso comporta vencer multidão de tentações que querem diminuir
nossa vocação humano-divino. Com o exemplo e com a força de Jesus
tentado no deserto, desmascaremos as muitas mentiras sobre o homem que
se dizem sistematicamente desde os meios de comunicação social e desde o
meio ambiente pagão onde vivemos.
São Bento dedica o capítulo 49 da sua Regra a “Da observância da
quaresma” e exorta a “apagarem nestes dias santos as negligências dos
outros tempos (...), dando-nos à oração com lágrimas, à leitura, à
compunção do coração e à abstinência (...),a oferecer cada um alguma
coisa a Deus, de espontânea vontade, com a alegria do Espírito
Santo(...) e a esperar com desejo espiritual a Santa Páscoa». P.
Josep
LAPLANA OSB
Monje de Montserrat
(Montserrat, Barcelona, Espanha)
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Se nele fomos tentados, também nele venceremos o diabo. Você percebe que Cristo foi tentado, e não que ele venceu? Reconheça-se tentado nele, e reconheça-se como vencedor nele também» (Santo Agostinho)
«Quando estamos em tentação, a Palavra de Jesus nos salva. Ele é grande porque não só nos faz sair da tentação, mas também nos dá mais confiança» (Francisco).
«A tentação de Jesus mostra como ser o Filho de Deus o Messias; em oposição ao proposto por Satanás e ao que os homens querem atribuir. É por isso que Cristo venceu o Tentador a nosso favor: "Porque não temos sumo sacerdote que não se compadeça das nossas fraquezas, mas que seja provado em tudo como nós, exceto no pecado" (Hb 4,15). A Igreja une-se todos os anos, durante os quarenta dias da Quaresma, ao Mistério de Jesus no deserto» (Catecismo da Igreja Católica, n. 540)
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