Santa Beatriz da Silva Menezes
Beatriz nasceu em 1424, em Ceuta, uma cidade que pertencia ao reino de Portugal, situada no norte da África, Marrocos. Sua família era da nobreza portuguesa: seu pai, Rui Gomes da Silva, era um ilustre comandante do exército; sua mãe, Isabel de Menezes, frequentava várias cortes. Ainda na infância, voltou com a família para Portugal. Ao completar 20 anos de idade, Beatriz foi para a corte da Espanha, pois sua tia Isabel, infanta de Portugal, que se casara com o rei de Castela, convidou a sobrinha para ser sua primeira dama de honra. Muito virtuosa e piedosa, achava que a vida do palácio não era muito compatível com seu jeito de ser e pensar, mas aceitou a nova função. E foi aí que sua provação se iniciou.
Beatriz era uma jovem muito bela fisicamente, além de ser amável, culta, inteligente e educada nas virtudes cristãs. Logo que chegou, despertou a admiração de todos, o que provocou o ciúme e a inveja da rainha, sua tia, que passou a maltratá-la e até a castigá-la sem razão alguma. Beatriz a tudo suportou sem falar nada para ninguém. Certa ocasião, a soberana tentou asfixiá-la, mantendo-a presa durante três dias numa arca sem ventilação, água e comida. Mas obrigada pelas circunstâncias, teve de soltar a sobrinha. Naquele período, Beatriz recebeu a graça de uma aparição de Nossa Senhora e a incumbência de fundar uma Ordem religiosa dedicada à Imaculada Conceição.
Imediatamente, deixou a corte e ingressou no Mosteiro de São Domingos, em Toledo, onde as religiosas viviam sob a Regra cisterciense. Uma vez aceita, cobriu seu rosto com um véu branco por toda a vida. Acalentou durante muito tempo o anseio para fundar a nova Ordem religiosa. Depois de 30 anos, conseguiu realizar a missão que a Virgem Maria lhe confiara, com a ajuda da nova rainha da Espanha.
Em 1479, com a união dos reinos de Aragão e Castela, a rainha Isabel, a Católica, filha da soberana que atentara contra sua vida, portanto prima de Beatriz, foi visitá-la. Ao saber dos seus planos de uma nova congregação, doou a ela o palácio de Galiana, em Toledo, e a anexa igreja de Santa Fé. Beatriz transferiu-se para a nova residência em 1484, junto com 12 companheiras, dando início ao primeiro mosteiro da Ordem das Clarissas da Imaculada Conceição, conhecidas como as monjas concepcionistas. Em seguida enviou o regulamento que escrevera, fundamentado nas Regras das clarissas, para ser aprovado pelo papa Inocêncio VIII, que o confirmou em 1489.
Porém, dez dias antes da cerimônia em que todas professariam a nova Ordem, Beatriz teve uma nova aparição da Virgem Maria, que lhe comunicou que ela morreria na data da festa. Por isso professou os votos na véspera desse primeiro grupo e morreu feliz, no dia 1º de setembro de 1490. A fundadora sabia que tinha deixado na terra uma semente, recebida das mãos da Virgem Maria, e que germinaria pelos séculos afora, no mundo todo.
Ela foi considerada precursora do culto e da teologia do dogma da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria, que seria proclamado cerca de quatro séculos depois pelo papa Pio IX. A fundadora foi beatificada somente em 1926 e canonizada 50 anos depois pelo papa Paulo VI, mas santa Beatriz da Silva já era venerada havia muitos séculos, espontaneamente, em todo o mundo cristão.
São
poucos os dados que existem sobre a vida de Egídio. Mas, com certeza,
sabemos que ele era grego e pertencia a uma rica família da nobreza de
Atenas. Depois da morte de seus pais, decidiu ser um ermitão, para viver
na pobreza e totalmente dedicado a Deus. Para isso, distribuiu todos os
bens que herdou entre os pobres e doentes e viveu isolado na oração e
penitência, sendo agraciado pelo Espírito Santo com os dons especiais
da cura, da sabedoria e dos milagres.
Um dos primeiros milagres a
ele atribuídos diz que, certo dia, encontrou na porta de uma igreja um
mendigo muito doente e esfarrapado. Penalizado com a situação do pobre,
Egídio cobriu-o com seu velho manto e, naquele instante, um prodígio
aconteceu: o homem, que até então agonizava, levantou-se completamente
curado. Curas como essa se repetiram e multiplicaram-se de tal forma que
ele ganhou fama de santidade. Os devotos passaram a procurá-lo com
frequência, então Egídio decidiu partir.
Em 683, viajou para a
França. Conta a tradição que ele salvou o navio repleto de passageiros,
no qual viajava também. Uma enorme tempestade teria desabado sobre a
embarcação. Todos já tinham perdido as esperanças quando Egídio, em
prece, ergueu as mãos aos céus. As ondas ameaçadoras acalmaram-se, na
mesma hora, e todos desembarcaram com segurança.
Na França, viveu
numa caverna de uma floresta próxima de Nimes, cuja entrada era
escondida por um arbusto espinhoso. Na mais completa pobreza,
alimentava-se apenas de ervas, de raízes e do leite de uma corsa, que,
segundo a tradição, foi-lhe enviada por Deus.
Certa vez, o rei
Vamba, dos visigodos, foi caçar nas proximidades da caverna de Egídio e,
em vez de flechar uma corsa que se escondera atrás de um arbusto,
flechou a mão do pobre ermitão, que tentava proteger o animal acuado.
Foi descoberta, assim, a residência do eremita. O rei, para
desculpar-se, passou a visitá-lo com seus médicos até sua cura completa.
Depois
disso, o rei continuou a visitá-lo com frequência, presenciando vários
prodígios que divulgava na Corte. Assim, a fama de santidade de Egídio
ganhou vulto e ele passou a ter vários discípulos. O rei, então, mandou
construir um mosteiro e uma igreja, que doou para ele, que foi eleito
abade. O mosteiro passou a ter uma disciplina própria escrita por
Egídio. Mais tarde, ao seu redor, surgiu o povoado que deu origem à
cidade de Santo Egídio e o mosteiro foi entregue aos beneditinos.
A
morte de Egídio ocorreu, provavelmente, no dia 1º de setembro de 720.
Logo após, os devotos fizeram da sua sepultura um ponto obrigatório de
peregrinação. O seu culto tornou-se vigoroso e estendeu-se por todo o
mundo cristão. Santo Egídio teve sua festa confirmada pela Igreja, que o
colocou na lista dos 14 "santos auxiliadores" do povo, sendo invocado
contra a convulsão da febre, contra o medo e contra a loucura.
Santo Egídio, rogai por nós
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