Nossa Senhora das Dores
Celebramos sua compaixão, piedade; suas sete dores cujo ponto mais alto se deu no momento da crucificação de Jesus
“Quero ficar junto à cruz, velar contigo a Jesus e o teu pranto enxugar!”
O
novo calendário romano, em sintonia com a Constituição sobre a Igreja
do Concílio Vaticano II, enfatizou o papel de Maria na redenção, no
tocante a sua particular dependência do Filho. Mesmo a festividade deste
dia segue essa diretiva conciliar, propondo a nossa reflexão o momento
que resume a indizível dor de uma paixão humana e espiritual única: a
conclusão do sacrifício de Cristo, cuja morte na cruz é o ponto
culminante da redenção e da "co-redenção" de Maria, uma vez que, como mãe, ela vive na própria alma os sofrimentos do Filho.
A
teologia e a piedade cristã na Idade Média puseram em relevo a Paixão
de Cristo e a compaixão de Maria, o Homem das dores e a Dolorosa. O
Stabat Mater, de Tiago de Todi, é o exemplo mais notável. A lírica
intensidade deste Pranto comoveu gerações no devoto exercício da
via-crúcis.
A
devoção a Nossa Senhora das Dores fixou, simbolicamente, em sete as
dores da co-redentora, segundo outros tantos episódios narrados no
Evangelho: a profecia do velho Simeão (uma espada te trespassará a
alma); a fuga para o Egito; a perda de Jesus aos 12 anos, durante a
peregrinação a Jerusalém; a caminhada de Jesus até o Gólgota; a
crucifixão; a deposição da cruz e a sepultura.
A
Ordem dos Servos de Maria, que inicialmente tinha como nome Companhia
de Maria Dolorosa, obteve em 1667 a aprovação das celebrações litúrgicas
das sete dores de Maria, que Pio VII inseriu no calendário romano,
colocando-as no terceiro domingo de setembro. São Pio X fixou a data em
15 de setembro e o novo calendário litúrgico, embora reduzindo a
celebração a simples memória, conservou-a com a denominação mais
apropriada de Nossa Senhora das Dores, enfatizando a coparticipação da
mãe nas dores do Filho crucificado e no mútuo amor sacrificial e
sofredor de Jesus e Maria
Assim,
a Igreja reza a Maria neste dia, pois celebramos sua compaixão,
piedade; suas sete dores cujo ponto mais alto se deu no momento da
crucificação de Jesus. Esta devoção deve-se muito à missão dos Servitas –
religiosos da Companhia de Maria Dolorosa – e sua entrada na Liturgia
aconteceu pelo Papa Bento XIII.
A
devoção a Nossa Senhora das Dores possui fundamentos bíblicos, pois é
na Palavra de Deus que encontramos as sete dores de Maria: o velho
Simeão, que profetiza a lança que transpassaria (de dor) o seu Coração
Imaculado; a fuga para o Egito; a perda do Menino Jesus; a Paixão do
Senhor; crucificação , morte e sepultura de Jesus Cristo.
Nós,
como Igreja, não recordamos as dores de Nossa Senhora somente pelo
sofrimento em si, mas sim, porque também, pelas dores oferecidas, a
Santíssima Virgem participou ativamente da Redenção de Cristo. Desta
forma, Maria, imagem da Igreja, está nos apontando para uma Nova Vida,
que não significa ausência de sofrimentos, mas sim, oblação de si para
uma civilização do Amor.
Nossa Senhora das Dores, rogai por nós!
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