São Narciso
Bispo (+222)
Presidiu com Teófilo de Cesareia a um concílio onde foi aprovada a determinação de se celebrar sempre a Páscoa num Domingo
Não
faltam informações sobre este longevo bispo de Jerusalém: Eusébio
dedica um inteiro capítulo de sua História eclesiástica aos milagres
realizados pelo santo — dentre os quais, o mais conhecido foi o de
transformar a água em azeite para alimentar as lamparinas da igreja.
Por
Eusébio, ficamos sabendo que Narciso foi o 15º bispo de Jerusalém e
presidiu o sínodo no qual se decidiu, entre outras resoluções,
uniformizar com base na Igreja de Roma a data da celebração da Páscoa.
As inovações não agradaram a todos; talvez por causa dessa sua
iniciativa, alguém tenha cogitado em dele se desembaraçar, tramando para
tal uma acusação infamante.
Narciso não julgou oportuno
defender-se e, para não dividir a própria comunidade em inocentistas e
culpabilistas, preferiu desaparecer da sociedade. Foi viver como eremita
perto do deserto, até que uma das testemunhas que havia jurado em falso
decidiu dizer a verdade. Mas tinham-se passado já muitos anos desde o
desaparecimento de Narciso, e os cristãos de Jerusalém, considerando-o
morto, elegeram um novo bispo.
Com estupor, mas também com grande
alegria, viram-no reaparecer e rogaram-lhe que retomasse seu posto.
Narciso aceitou, mas quis ter a seu lado um coadjutor escolhido por ele.
Assim pôde confiar a cura pastoral ao amigo Alexandre, então bispo na
Capadócia, que ficou junto dele nos seus últimos dez anos de vida.
Por meio de uma carta do bispo Alexandre aos fiéis de Antínoe, no Egito, ficamos sabendo da longevidade de Narciso. Nela se lê: “Saúda-vos
Narciso, que antes de mim ocupou esta sede episcopal e, agora, está
colocado na mesma categoria que eu nas orações. Ele agora completou 116
anos e vos exorta, como eu, à concórdia”.
São Narciso, rogai por nós!
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