Santa Teresa de Ávila
C
Carmelita e Doutora da Igreja (1515-1582)
Conseguiu
fundar mais de trinta e dois mosteiros, além de recuperar o fervor
primitivo de muitas carmelitas, juntamente com São João da Cruz
Teresa
de Cepeda y Ahumada, nascida em uma nobre família de Ávila, na Castela
Velha, começou cedo a dar prova de temperamento vivaz, fugindo de casa
aos 7 anos para buscar o martírio entre os mouros da África, por amor de
Cristo. Mas, aos 16 anos, começou a se embelezar por amor a um simples
mortal. E o pai, por um compreensível ciúme e para protegê-la, confiou-a
a um convento de freiras.
Aos 20 anos, contrariando os planos
paternos, decidiu ser freira. Houve poucos anos de vida regular, pois
ela também cedeu a certa moda. As vozes interiores não lhe deram tréguas
e ela sentiu um desejo sempre mais insistente de retornar ao primitivo
rigor dos carmelitas, sendo objeto de extraordinárias experiências
místicas, traduzidas depois, por obediência, em vários tratados de
oração mental, citados entre os clássicos da literatura espanhola.
Aos
40 anos, ocorre a primeira grande virada na vida desta imprevisível
santa de ideias generosas. Depois das aflições interiores, dos
escrúpulos e daquilo que, na mística, é chamado de “noite dos sentidos” —
ou trevas interiores, a prova mais dura que uma alma deve superar —,
dá-se o encontro iluminador com dois santos, Francisco de Borja e Pedro
de Alcântara. Estes a repõem no bom caminho, na via da total confiança
em Deus.
Em 1562, ela funda, em Ávila, o convento reformado sob o
patrocínio de são José. Cinco anos depois, um outro decisivo encontro:
João da Cruz, o príncipe da Teologia Mística. Os dois foram feitos para
se entenderem. Inicia, assim, aquele singular conúbio, em meio a
ardentíssimos arrebatamentos místicos e ocupações práticas do dia a dia,
que fazem dela a 'santa do bom senso', uma contemplativa imersa na
realidade.
Ela possui a chave para entrar no Castelo interior da
alma, “cuja porta de ingresso é a oração”, mas ao mesmo tempo sabe
tratar egregiamente de matérias econômicas. “Teresa”, diz ela
argutamente, “sem a graça de Deus é uma pobre mulher; com a graça de
Deus, uma força; com a graça de Deus e muito dinheiro, uma potência”.
Viaja pela Espanha de alto a baixo (era chamada a “freira viajante”)
para erigir novos conventos reformados e revela-se uma hábil
organizadora.
Escreve a história da própria vida, um livro de confissões extraordinariamente sinceras: “Como
me mandaram escrever o meu modo de fazer oração e as graças que o
Senhor me fez, eu queria que me tivessem concedido o poder de contar
minuciosamente, e com clareza, os meus grandes pecados”. Morre pronunciando as palavras: “Sou filha da Igreja”. Em 1970, Paulo VI proclamou-a Doutora da Igreja.
Santa Teresa de Ávila, rogai por nós!
Oração: “Ó Santa Teresa de Jesus, vós sois a mestra da genuína oração e nos ensinais a rezar conversando com Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Ó Santa Teresa, ajudai-nos a rezar com fé e confiança, sem nunca duvidar da bondade divina. Ajudai-nos a rezar com inteira conformidade de nossa vontade com a vontade de Deus, com insistente perseverança até alcançarmos aquilo que necessitamos.”
Amém
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