São Dionísio Areopagita
Interessante é o caso dos dois santos com o nome de Dionísio, venerados pelo cristianismo. A data de hoje é consagrada ao Areopagita, sendo, o outro santo, o primeiro bispo de Paris, festejado no dia 9 deste mês.
O Dionísio homenageado foi convertido pelo apóstolo Paulo (At 17,34) durante a sua pregação aos gregos no Areópago, daí ter sido agregado ao seu nome o apelido de Areopagita.
O Areópago era o tribunal supremo de Atenas, na Grécia, onde eram decididas as leis e regras gerais de conduta do povo. Só pertenciam a ele cidadãos nascidos na cidade, com posses, cultura e prestígio na comunidade. Dionísio era um desses areopagitas.
Nascido na Grécia, no seio de uma nobre família pagã, estudou Filosofia e Astronomia em Atenas. Em seguida, foi para o Egito finalizar os estudos da Matemática. Ao regressar a Atenas, foi nomeado juiz. Até ele chegou o apóstolo Paulo, quando acusado ante o tribunal em que se encontrava Dionísio.
Ao assistir à eloquente pregação de Paulo, Dionísio foi o primeiro a converter-se. Por isso conseguiu para si inimigos poderosos entre a elite pagã que comandava a cidade. Foi, então, que são Paulo acolheu o areopagita entre seus primeiros discípulos.
Logo em seguida, Dionísio foi consagrado pelo próprio apóstolo como bispo de Atenas. Nessa condição, ele fez muitas viagens a terras estrangeiras, para pregar e aprender a cultura dos outros povos. Segundo se narra, nessas jornadas, teria conhecido pessoalmente são Pedro, são Tiago, são Lucas e outros apóstolos. Além de os registros antigos fazerem referência sobre ele na Dormição e Assunção da Virgem Maria, a mãe do Filho de Deus.
Em Atenas, seus opositores na política conseguiram sua condenação à morte pelo fogo, mas ele se salvou, viajando para encontrar-se com o papa em Roma. Depois, só temos a informação do Martirológio Romano, na qual consta que são Dionísio Areopagita morreu sob a perseguição contra os cristãos no ano 95.
São Dionísio Areopagita, rogai por nós!
Protomártires do Brasil
Neste dia, fazemos memória aos Protomártires do Brasil. Missionários e leigos martirizados em Cunhaú e Uruaçu
Dentro
da conturbada invasão dos holandeses no nordeste do Brasil,
encontram-se os dois martírios coletivos: o de Cunhaú e o de Uruaçu.
Estes martírios aconteceram no ano de 1645, sendo que o Pe. André de
Soveral e Domingos de Carvalho foram mártires em Cunhaú e o Pe. Ambrósio
Francisco Ferro e Mateus Moreira em Uruaçu; dentre outros.
No Engenho de Cunhaú, principal pólo econômico da Capitania do Rio Grande (atual estado do Rio Grande do Norte), existia
uma pequena e fervorosa comunidade composta por 70 pessoas sob os
cuidados do Pe. André de Soveral. No dia 15 de julho chegou em Cunhaú
Jacó Rabe, trazendo consigo seus liderados, os ferozes tapuias, e, além
deles, alguns potiguares com o chefe Jerera e soldados holandeses. Jacó
Rabe era conhecido por seus saques e desmandos, feitos com a conivência
dos holandeses, deixando um rastro de destruição por onde passava.
Dizendo-se
em missão oficial pelo Supremo Conselho Holandês do Recife, convoca a
população para ouvir as ordens do Conselho após a missa dominical no dia
seguinte. Durante a Santa Missa, após a elevação da hóstia e do cálice,
a um sinal de Jacó Rabe, foram fechadas todas as portas da igreja e se
deu início à terrível carnificina: os fiéis em oração, tomados de
surpresa e completamente indefesos, foram covardemente atacados e mortos
pelos flamengos com a ajuda dos tapuias e dos potiguares.
A
notícia do massacre de Cunhaú espalhou-se por todo o Rio Grande e
capitanias vizinhas, mesmo suspeitando dessa conivência do governo
holandês, alguns moradores influentes pediram asilo ao comandante da
Fortaleza dos Reis Magos. Assim, foram recebidos como hóspedes o vigário
Pe. Ambrósio Francisco Ferro, Antônio Vilela, o Moço, Francisco de
Bastos, Diogo Pereira e José do Porto. Os outros moradores, a grande
maioria, não podendo ficar no Forte, assumiram a sua própria defesa,
construindo uma fortificação na pequena cidade de Potengi, a 25 km de
Fortaleza.
Enquanto
isso, Jacó Rabe prosseguia com seus crimes. Após passar por várias
várias localidades do Rio Grande e da Paraíba, Rabe foi então à Potengi,
e encontrou heróica resistência armada dos fortificados. Como sabiam
que ele mandara matar os inocentes de Cunhaú, resistiram o mais que
puderam, por 16 dias, até que chegaram duas peças de artilharia vindas
da Fortaleza dos Reis Magos. Não tinham como enfrentá-las. Depuseram as
armas e entregaram-se nas mãos de Deus.
Cinco
reféns foram levados à Fortaleza: Estêvão Machado de Miranda, Francisco
Mendes Pereira, Vicente de Souza Pereira, João da Silveira e Simão
Correia. Desse modo, os moradores do Rio Grande ficaram em dois grupos:
12 na Fortaleza e o restante sob custódia em Potengi.
Dia
2 de outubro chegaram ordens de Recife mandando matar todos os
moradores, o que foi feito no dia seguinte, 3 de outubro. Os holandeses
decidiram eliminar primeiro os 12 da Fortaleza, por serem pessoas
influentes, servindo de exemplo: o vigário, um escabino, um rico
proprietário.
Foram
embarcados e levados rio acima para o porto de Uruaçu. Lá os esperava o
chefe indígena potiguar Antônio Paraopaba e um pelotão armado de
duzentos índios seus comandados. Repetiram-se então as piores
atrocidades e barbáries, que os próprios cronistas da época sentiam pejo
em contá-las, porque atentavam às leis da moral e modéstia.
Um
deles, Mateus Moreira, estando ainda vivo, foi-lhe arrancado o coração
das costas, mas ele ainda teve forças para proclamar a sua fé na
Eucaristia, dizendo: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”.
A
5 de março de 2000, na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa João
Paulo II beatificou os 30 protomártires brasileiros, sendo 2 sacerdotes e
28 leigos beatificados.
Protomártires do Brasil, rogai por nós!
Nenhum comentário:
Postar um comentário