Santo Antônio de Sant'Anna Galvão
Cheio do espírito da caridade, não media sacrifícios para aliviar os sofrimentos alheios. Por isso o povo a ele recorria em suas necessidades
Religioso franciscano (1739-1822)
O
brasileiro Antônio de Sant'Anna Galvão nasceu em 1739, em
Guaratinguetá, São Paulo. Seu pai era Antônio Galvão de França,
capitão-mor da província e terciário franciscano. Sua mãe era Isabel
Leite de Barros, filha de fazendeiros de Pindamonhangaba. O casal teve
11 filhos. Eram cristãos caridosos, exemplares e transmitiram esse
legado ao filho.
Quando tinha 13 anos, Antônio foi enviado para
estudar com os jesuítas, ao lado do irmão José, que já estava no
Seminário de Belém, na Bahia. Desse modo, na sua alma estava plantada a
semente da vocação religiosa. Aos 21 anos, Antônio decidiu ingressar na
Ordem franciscana, no Rio de Janeiro. Sua educação no seminário tinha
sido tão esmerada que, após um ano, recebeu as ordens sacerdotais, em
1762. Uma deferência especial do papa, porque ele ainda não tinha
completado a idade exigida.
Em 1768, foi nomeado pregador e
confessor do Convento das Recolhidas de Santa Teresa, ouvindo e
aconselhando a todos. Entre suas penitentes encontrou a irmã Helena
Maria do Sacramento, figura que exerceu papel muito importante em sua
obra posterior.
Irmã Helena era uma mulher de muita oração e de
virtudes notáveis. Ela relatava suas visões ao frei Galvão. Nelas, Jesus
lhe pedia que fundasse um novo Recolhimento para jovens religiosas, o
que era uma tarefa difícil, devido à proibição imposta pelo marquês de
Pombal em sua perseguição à Ordem dos jesuítas. Apesar disso,
contrariando essa lei, frei Galvão, auxiliado pela irmã Helena, fundou,
em fevereiro de 1774, o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da
Divina Providência.
No ano seguinte, morreu irmã Helena, e os
problemas com a lei de Pombal não tardaram a aparecer. O convento foi
fechado, mas frei Galvão manteve-se firme na decisão, mesmo desafiando a
autoridade do marquês. Finalmente, devido à pressão popular, o convento
foi reaberto e o frei ficou livre para continuar sua obra. Os 14 anos
seguintes foram dedicados à construção e ampliação do convento e também
de sua igreja, inaugurada em 1802. Quase um século depois, essa obra
tornar-se-ia um "patrimônio cultural da humanidade", por decisão da
UNESCO.
Em 1811, a pedido do bispo de São Paulo, fundou o
Recolhimento de Santa Clara, em Sorocaba. Lá, permaneceu 11 meses para
organizar a comunidade e dirigir os trabalhos da construção da Casa.
Nesse meio tempo, ele recebeu diversas nomeações, até de guardião do
Convento de São Francisco, em São Paulo.
Com a saúde
enfraquecida, recebeu autorização especial para residir no Recolhimento
da Luz. Durante sua última enfermidade, frei Galvão foi morar num
pequeno quarto, ajudado pelas religiosas que lhe prestavam algum alívio e
conforto. Ele faleceu com fama de santidade em 23 de dezembro de 1822.
Frei Galvão, a pedido das religiosas e do povo, foi sepultado na igreja
do Recolhimento da Luz, que ele mesmo construíra.
Depois, o
Recolhimento do frei Galvão tornou-se o conhecido Mosteiro da Luz, local
de constantes peregrinações dos fiéis, que pedem e agradecem graças por
sua intercessão. Frei Galvão foi beatificado pelo papa João Paulo II em
25 de outubro de 1998, e canonizado em 11 de maio de 2007 pelo papa
Bento XVI, em São Paulo, Brasil.
Santo Antônio de Sant'Anna Galvão, rogai por nós!
Oração:
Deus, pai de misericórdia, que fizeste do bem-aventurado Frei Antônio de Sant’Anna Galvão um instrumento de caridade e de paz no meio dos irmãos, concedei-nos, por sua intercessão, favorecer sempre a verdadeira concórdia. Por Nosso Senhor Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Referência:
Devocionário a Santo Frei Galvão – Editora Canção Nova.
Crispim e Crispiniano eram irmãos de origem romana. Cresceram juntos e converteram-se ao cristianismo na adolescência. Ganhando a vida no oficio de sapateiro, eram muito populares, caridosos, e pregavam com ardor a fé que abraçaram. Quando a perseguição aos cristãos ficou mais insistente, os dois foram para a Gália, atual França.
As tradições seculares contam que, durante a fuga, na noite de Natal, os irmãos Crispim e Crispiniano batiam às portas buscando refúgio, mas ninguém os atendia. Finalmente, foram abrigados por uma pobre viúva que vivia com um filho. Agradecidos a Deus, quiseram recompensá-la, fazendo um novo par de sapatos para o rapazinho.
Trabalharam rápido e deixaram o presente perto da lareira. Mas antes de partir, enquanto todos ainda dormiam, Crispim e Crispiniano rezaram pedindo amparo da Providência Divina para aquela viúva e o filho. Ao amanhecer, viram que os dois tinham desaparecido e encontraram o par de sapatos cheio de moedas.
Quando alcançaram o território francês, os dois irmãos estabeleceram-se na cidade de Soissons. Lá, seguiram uma rotina de dupla jornada, isto é, de dia eram missionários e à noite, em vez de dormir, trabalhavam numa oficina de calçados para sustentar-se e continuar fazendo caridade aos pobres. Quando a cruel perseguição imposta por Roma chegou a Soissons, era época do imperador Diocleciano e a Gália estava sob o governo de Rictiovaro. Os dois irmãos foram acusados e presos. Seus carrascos os torturaram até o limite, exigindo que abandonassem publicamente a fé cristã. Como não o fizeram, foram friamente degolados, ganhando a coroa do martírio.
O Martirológio Romano registra que as relíquias de seus corpos estavam sepultadas na belíssima igreja de Soissons, construída no século VI. Depois, parte delas foi transportada para Roma, onde foram guardadas na igreja de São Lourenço da via Sperniandi.
A Igreja celebra os santos Crispim e Crispiniano como padroeiros dos sapateiros no dia 25 de outubro. Essa profissão, uma das mais antigas da humanidade, era muito discriminada, por estar sempre associada ao trabalho dos curtidores e carniceiros. Mas o cristianismo mudou a visão e ela foi resgatada graças ao surgimento dos dois santos sapateiros, chamados de mártires franceses.
São Crispim e São Crispiniano, rogai por nós!
Bispo (+410)
Gaudêncio
pode bem enumerar-se entre os grandes personagens do século IV, ao lado
de santo Ambrósio, são Jerônimo e santo Agostinho.
“Tu
tens um talento tão vivo”, escreve-lhe Rufino de Aquiléia, “e uma tal
gentileza de espírito, que é necessário colocar por escrito e publicar
tudo o que dizes nas conversas normais ou na pregação na igreja”.
Todavia, Gaudêncio não se considerava um escritor, tampouco teria
empunhado a pena, não fosse instado pelo amigo Benévolo, que — impedido
por uma doença e não podendo dirigir-se à igreja para escutar suas
lições sobre as Sagradas Escrituras — pediu-lhe uma cópia dos dez
sermões. Gaudêncio o satisfez e, dado que o escrito era estritamente
reservado ao amigo enfermo, aproveitou para redigir um longo prefácio.
Nele, discorreu sobre o providencial desígnio divino que, a partir da
dor física ou moral, sabe tirar um grande bem espiritual.
Benévolo
não se contentou em ler e guardar os sermões para si. Mandou tirar
cópias deles, enviando-os a alguns amigos. E um dos novos destinatários
dirigiu-se ao bispo para pedir alguns esclarecimentos.
Assim
Gaudêncio se tornou um escritor contra sua vontade, como contra sua
vontade foi eleito bispo de Bréscia e retirado de sua solidão do cenóbio
de Cesaréia da Capadócia.
Ao
que parece, santo Ambrósio precisou recorrer a um subterfúgio para
fazê-lo aceitar suceder ao bispo Filástrio, morto em 387. Foi o próprio
Ambrósio que o consagrou bispo em Bréscia e depois o levou consigo a
Milão para que houvesse um ciclo de homilias em sua igreja.
Em
405, Gaudêncio foi enviado pelo papa Inocêncio I a Constantinopla, para
defender a causa do patriarca João Crisóstomo, mandado ao exílio pela
intrigante imperatriz Eudóxia. Mal acolhida a delegação, Gaudêncio foi
direto para o cárcere. São Crisóstomo, em tal ocasião, escreveu-lhe uma
bela carta de consolação.
Gaudêncio morreu em Bréscia, em 410, data infausta para a sorte do Império Romano.
São Gaudêncio, rogai por nós!
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