Nossa Senhora do Rosário
Meditemos os Mistérios de Cristo, os quais nos guiam à Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição do Filho de Deus
O Rosário é uma forma de oração muito antiga, usada pelos cristãos dos primeiros tempos.
Maria apareceu a São Domingos e indicou-lhe o Rosário como potente arma para a conversão
Era chamada Festa do Santíssimo Rosário antes da reforma do calendário, em 1969. Esta
festa foi instituída pelo Papa Pio V em 1571, quando celebrou-se a
vitória dos cristãos na batalha naval de Lepanto. Nesta batalha os
cristãos católicos, em meio a recitação do Rosário, resistiram aos
ataques dos turcos otomanos vencendo-os em combate.
A
celebração de hoje convida-nos à meditação dos Mistérios de Cristo, os
quais nos guiam à Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição do Filho de
Deus. A
origem do Rosário é muito antiga, pois conta-se que os monges
anacoretas usavam pedrinhas para contar o número das orações vocais.
Desta forma, nos conventos medievais, os irmãos leigos dispensados da
recitação do Saltério (pela pouca familiaridade com o latim),
completavam suas práticas de piedade com a recitação de Pai-Nossos e,
para a contagem, o Doutor da Igreja São Beda, o Venerável (séc.
VII-VIII), havia sugerido a adoção de vários grãos enfiados em um
barbante.
Na história também encontramos Maria que apareceu a São Domingos e indicou-lhe o Rosário como potente arma para a conversão: “Quero
que saiba que, a principal peça de combate, tem sido sempre o Saltério
Angélico (Rosário) que é a pedra fundamental do Novo Testamento. Assim
quero que alcances estas almas endurecidas e as conquiste para Deus, com
a oração do meu Saltério”.
Desde
os monges do oriente, até os beneditinos e agostinianos, era costume
contar as preces com pedrinhas. Aliás, foi um beneditino, o venerável
Santo Beda, a sugerir que elas fossem enfileiradas em um cordão, para
facilitar o transporte e manuseio.
A prática da oração do
Rosário, como conhecemos hoje, nasceu no início do século XVII e
tornou-se de grande valia na solução de um problema relevante das novas
Ordens de frades mendicantes, franciscanos e dominicanos, onde a maioria
era de analfabetos. Nessa época, o Papa Inocêncio III decidiu colocar
um fim à heresia albigense, instalada no sul da França. O pontífice
enviou para lá dois sacerdotes, Diego de Aceber e Domingos de Gusmão.
Como o primeiro teve morte súbita, a missão ficou por conta do segundo.
Mas a questão foi resolvida com muita eficiência, pois ele acabou
contando com uma forte aliada: a Virgem Maria.
Diz a tradição
que, em 1207, o então fundador da Ordem dominicana estava na cidade
francesa de Santa Maria de Prouille inaugurando o primeiro convento
feminino de sua congregação. Na capela desse convento, Nossa Senhora
apareceu a Domingos de Gusmão e ensinou-lhe a oração do Rosário, para
ser difundida como arma da fé contra todos os inimigos do cristianismo e
também para a salvação dos fieis. A partir daí a Ordem Dominicana se
tornou a guardiã do Rosário, cujos missionários iniciaram a propagação
do culto em todo o mundo.
Outra intercessão de Nossa Senhora sob
a força da oração do Rosário se deu no século XVI, quando os turcos
muçulmanos pretendiam dominar a Europa. O papa Pio V convocou as nações
católicas a unirem suas tropas e seguirem para Veneza, que há três anos
lutava sozinha, impedindo o avanço do exército turco. E pediu para toda
comunidade cristã rezar o Santo Rosário pedindo ajuda à Virgem Maria,
nesse momento tão decisivo. No dia 7 de outubro de 1571, as tropas
cristãs se uniram e houve a famosa batalha naval de Lepanto, nas águas
da Grécia, sob domínio turco. Num combate de três horas, os cristãos
venceram os muçulmanos, colocando um ponto final na ameaça turca à
Europa pelo mar.
No ano seguinte, o mesmo papa Pio V, instituiu a festa a "Nossa Senhora da Vitória",
para celebrar o Rosário e recordar o êxito obtido na batalha de Lepanto
por intercessão de Maria Santíssima. A celebração ocorria em toda a
cristandade, mas em datas diferente. Em 1913, o Papa Pio X fixou a data
da celebração em 7 de outubro para toda a Igreja. A partir de 1960, com a
reforma do calendário litúrgico, o papa João XXIII proclamou o novo
título mariano para essa festa — Nossa Senhora do Rosário — e dedicou o
mês de outubro ao Santo Rosário e às missões apostólicas.
O
culto chegou às Américas através dos missionários dominicanos, vindos
com as expedições colonizadoras, nas primeiras décadas do século XVI.
Essa
devoção, propagada principalmente pelos filhos de São Domingos, recebe
da Igreja a melhor aprovação e foi enriquecida por muitas indulgências.
Essa grinalda de 200 rosas – por isso Rosário – é rezado praticamente em
todas as línguas, e o saudoso Papa João Paulo II e tantos outros Papas
que o precederam recomendaram esta singela e poderosa oração, com a
qual, por intercessão da Virgem Maria, alcançamos muitas graças de
Jesus, como nos ensina a própria Virgem Santíssima em todas as suas
aparições.
Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!
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