São Francisco de Assis
No regresso, fez-se armar cavaleiro pelo conde Gualtério e esteve a ponto de partir para a Apúlia. Mas, em Espoleto, “pareceu-lhe ver”, conta são Boaventura na célebre biografia, “um palácio magnífico e belo, e dentro dele muitíssimas armas marcadas com a cruz, e uma voz que vinha do céu: 'São tuas e dos teus cavaleiros'”.
A interpretação do sonho veio-lhe no dia seguinte: “Francisco, quem te pode fazer mais bem, o senhor ou o servo?” Francisco compreendeu, voltou sobre seus passos, abandonou definitivamente a alegre companhia e, enquanto estava absorto em oração na igreja de São Damião, ouviu claramente o apelo: “Francisco, vai e repara a minha Igreja que, como vês, está toda em ruínas”. O jovem não fez delongas e, diante do bispo Guido — a cuja presença o pai o conduzira à força para fazê-lo desistir —, despojou-se de todas as roupas e as restituiu ao pai.
Improvisou-se em pedreiro e restaurou do melhor modo possível três igrejinhas rurais, entre as quais Santa Maria dos Anjos, dita Porciúncula. Uma frase iluminante do Evangelho indicou-lhe o caminho a seguir: “Ide e pregai... Curai os enfermos... Não leveis alforje, nem duas túnicas, nem sapatos, nem bastão”.
Na primavera de 1208, 11 jovens tinham-se unido a ele. Escreveu a primeira regra da Ordem dos Frades Menores, aprovada oralmente pelo papa Inocêncio III, depois que os 12 foram recebidos em audiência, em meio ao estupor e à indignação da cúria pontifícia diante daqueles jovens descalços e malvestidos.
Mas aquele pacífico contestador teve também a solene aprovação do sucessor, Honório III, com a bula Solet Annuere, de 29 de novembro de 1223.
Um ano depois, na solidão do monte Alverne, Francisco recebeu o selo da Paixão de Cristo, com os estigmas impressos em seus membros. Depois, ao aproximar-se da “irmã Morte”, improvisou seu “Cântico ao irmão Sol”, como hino conclusivo da pregação de seus frades. Por fim, pediu para ser levado à sua Porciúncula e deposto sobre a terra nua, onde se extinguiu cantando o salmo "Voce mea", nas vésperas de 3 de outubro.
São Francisco de Assis, rogai por nós!
Petrônio
era descendente da nobre e influente família Petrônia, de cônsules
romanos, o que lhe propiciou ocupar cargos importantes na política.
Alguns historiadores afirmam que era cunhado do imperador Teodósio II,
apelidado de "o Moço".
Ao certo, temos que foi ordenado sacerdote
pelo bispo de Milão, santo Ambrósio, no ano 421. Até então, levava uma
vida fútil e mundana na Gália, atual França, quando teve uma profunda
crise existencial e largou tudo para vestir o hábito.
Até por
isso ele foi usado como exemplo por Euquério, bispo de Lyon. Em carta a
um cunhado, o bispo diz que ele deveria agir como Petrônio, que largou a
Corte para abraçar o serviço de Deus.
Mais tarde, Petrônio foi
nomeado o oitavo Bispo de Bolonha. Um dos melhores, porque marcou seu
mandato nos dois planos, espiritual e material. Conduziu seu rebanho nos
caminhos do cristianismo, mas também trabalhou muito na reconstrução da
cidade, destruída por ordem do imperador Teodósio I, o Grande. Uma
antiga tradição local conta que Petrônio teria sido nomeado e consagrado
pelo próprio papa Celestino I, no ano 430. O pontífice teve um sonho,
no qual são Pedro o auxiliou nessa escolha.
Contudo a nomeação
foi perfeita, pois Petrônio enfrentou até invasões dos povos bárbaros
durante a reconstrução. E não deixou o povo esmorecer, revigorando a fé e
estimulando o trabalho duro. Depois de sua morte, em 480, a população
passou a venerá-lo como padroeiro de Bolonha, guardando-o com carinho e
respeito no coração.
Para conservar as suas relíquias,
construíram uma das mais grandiosas basílicas do cristianismo, bem no
centro da cidade. Iniciada em 1390, a construção demorou muitos anos
para ser concluída, embora, de geração em geração, venha sendo
embelezada por pintores e escultores de grande renome.
São Petrônio, rogai por nós!
Nenhum comentário:
Postar um comentário